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postado em: 10/7/2008
A Lei Foi Dada Para os Judeus? “O próprio fraseado da lei dada no Sinai prova que ela foi designada apenas para os judeus. Assim é introduzido o Decálogo: ‘Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei ... da casa da servidão’ (Êxo. 20:2). A quem é isto aplicável? Somente à nação israelita, é claro:’ Veja também Deuteronômio 4:8, Romanos 9:4 e passagens similares, que declaram especificamente que a lei foi dada apenas para os israelitas. Gostariamos de perguntar: a quem mais poderia o Senhor ter dado os dez mandamentos? Aos egípcios, filisteus, amalequitas, hititas, jebuseus, ou a qualquer outro dos muitos povos pagãos que amaldiçoavam a Terra com sua presença profana? Não, você diz. Deus não podia fazer uma revelação de Si mesmo a qualquer povo até que esse povo estivesse com a mente e o coração preparados para ouvi-Lo. Deus encontrou tal povo em Abraão e seus descendentes. Assim, Ele lhes deu uma revelação de Sua vontade e de Seus caminhos. Sim, naquele grande dia no Sinai, Ele falou exclusivamente a um povo literal, os israelitas, que havia sido libertado de uma servidão literal no Egito. Porém, indagamos outra vez: A quem mais poderia Ele ter falado? Novamente, gostaríamos de perguntar: A quem estava Deus falando quando enviou Suas importantes mensagens através de lsaías, Jeremias, Daniel e todos os grandes profetas dos tempos do Antigo Testamento? A resposta é: “Aos israelitas.” As mensagens inspiradas que constituem o Antigo Testamento foram dirigidas quase totalmente aos judeus, e os profetas que comunicaram as mensagens eram judeus. Mas qualquer pessoa que ama a Bíblia não sente o desejo de sugerir que as belas mensagens de salvação contidas em lsaías, por exemplo, que são com freqüência dirigidas diretamente a Jerusalém, são também dirigidas a nós? Não duvidamos que muitos pastores cristãos têm tomado como seu texto estas palavras típicas de Isaías: “Clama a plenos pulmões, não te detenhas, ergue a voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó, os seus pecados” (Isa. 58:1). Mas nenhum ouvinte no banco da igreja fica perturbado ou confuso ou informa ao pregador que o texto é dirigido aos judeus, não aos gentios. E quem são os escritores do Novo Testamento? Com uma possível exceção, eles são todos judeus. A quem dirigiu Cristo virtualmente tudo o que Ele disse enquanto esteve na Terra? Aos judeus. A quem é dirigida a Epístola aos Hebreus? Obviamente, aos judeus. A quem é dirigida a Epístola de Tiago? “As doze tribos que se encontram na Dispersão” (Tia. 1:1). Mas qualquer cristão tem dificuldade com estes fatos, ou acha que algumas partes do Novo Testamento não são realmente para ele? Não. Na objeção que está diante de nós, cita-se Romanos 9:4, que diz o seguinte: “São israelitas. Pertence-lhes a adoção e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas.” Evidentemente, isto é apresentado como prova, porque diz que “a legislação” ou “a entrega da lei” foi para eles. Porém, o texto diz mais do que isso. As “alianças” também foram dadas a eles. Note o plural. Tanto a velha quanto a nova aliança! A nova aliança é feita “com a casa de Israel e com a casa de Judá”. Jer. 31:31; Heb. 8:8. Mas crê algum cristão que a nova aliança está confinada ao crente judeu? Não. Todos nós reivindicamos uma parte nela e cremos que a promessa da nova aliança se aplica também a nós, embora o anúncio dela seja dirigido direta e exclusivamente aos judeus. As palavras de Moisés em Deuteronômio 4:8 são também citadas: “E que grande nação há que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que eu hoje vos proponho?” Diríamos simplesmente que esta declaração é um bom comentário de Romanos 9:4. E descobrimos que este verso de Romanos prova mais do que o objetor deseja. Um outro comentário inspirado sobre Deuteronômio 4:8 é a declaração de Cristo: “A salvação vem dos judeus” (João 4:22). Mas tem algum cristão desprezado a salvação por causa deste fato? Nunca devemos esquecer que as admoestações e revelações das Escrituras não são dadas em um vácuo. Quase sempre são postas no contexto de eventos históricos e pessoas de carne e osso. O Sermão da Montanha tem literalmente uma plataforma rochosa como o discurso do Sinai. E a multidão a quem o sermão foi dirigido era indiscutivelmente tão judia como o povo reunido diante do Sinai. Ao dar uma revelação, ou invocar um certo procedimento, Deus freqüentemente Se valia da oportunidade para Se referir a alguma experiência real pela qual os ouvintes tinham passado. Esta é uma das características das revelações da Bíblia, Mas este fato em si jamais perturba qualquer um de nós, nem nos impede de crer que aqueles conselhos da Palavra de Deus se aplicam também a nós. Ora, visto que Deus operou poderosos milagres para tirar do mar turbulento do paganismo um povo para Si mesmo, quão apropriado que pusesse Sua revelação eterna para eles no contexto da experiência imediata pela qual tinham milagrosamente passado. Assim, eles poderiam ser estimulados a dar àquela revelação o máximo valor em sua mente e ser mais diligentes em obedecer à mesma. Além disso, aquele contexto histórico provê um cenário que nós hoje, que também somos carne e sangue, podemos compreender e, compreendendo, ser igualmente estimulados a prestar maior obediência a Deus. Bem observa James O. Murphy, em Commentary on the Book of Exodus, sobre Êxodo 20:2: “Este [livramento do Egito] à maneira da Escritura e da Providência é o penhor e a garantia de seu livramento de todas as outras e maiores formas de servidão. O presente é o tipo de um futuro mais grandioso. Devemos descer a corrente da revelação para o Novo Testamento antes de sondar as profundidades deste livramento maior.” Qualquer demonstração de misericórdia e livramento de Deus aos Seus filhos em dado momento da história terrestre é uma razão por que aqueles que vivem nesse tempo e os que lêem o relato nas eras subseqüentes devem servi-Lo de todo o coração e obedecer à Sua santa vontade. Fonte: Francis D. Nichol, Respostas a Objeções.