Digite uma palavra chave ou escolha um item em BUSCAR EM:
postado em: 2/10/2008
A Lei Rouba a Liberdade do Evangelho!
Objeção: Pela pregação da lei, vocês tentam privar os cristãos da gloriosa liberdade do evangelho.
C RISTO DECLAROU: “TODO O QUE COMETE PECADO É ESCRAVO DO PECADO” (JOÃO 8:34). E O QUE É PECADO? “PECADO É A TRANSGRESSÃO DA LEI” (I João 3:4). Portanto, é o indivíduo cuja vida não está em obediência à lei de Deus que é privado da liberdade. O homem justo obedece voluntariamente à lei de Deus e encontra felicidade em tal obediência.
Lei e liberdade não são palavras opostas. Você não precisa se desfazer de uma a fim de ter a outra. Na verdade, há homens que ficam nas esquinas das ruas e declaram que a única maneira de ter verdadeira liberdade é abolindo todas as leis. Mas como bons cidadãos nós não levamos a sério tal conversa.
Ao contrário, sabemos que leis sabiamente feitas e bem guardadas provêem o único fundamento seguro para a liberdade em qualquer país. De fato, alguém observou apropriadamente: “Obediência à lei é liberdade.” Esta frase é freqüentemente encontrada inscrita em edifícios públicos no país que ama a liberdade, os Estados Unidos.
Em qualquer país, os únicos que acham na lei uma restrição à sua liberdade são aqueles cujos hábitos de vida estão em oposição à lei.
O homem que está acostumado ao furto ou ao homicídio acha que a lei restringe grandemente a liberdade de suas ações. Se como cidadãos do mundo encontramos liberdade na obediência à lei feita pelo homem, por que, como cidadãos do mundo celestial, precisaríamos que a lei de Deus fosse abolida a fim de termos liberdade? É porque as leis do Céu são injustas e nos privam da liberdade que devia ser nossa? Seria blasfêmia exprimir tal pensamento.
A lei de Deus proíbe fazer ou adorar ídolos. Ninguém que se chama cristão pode sentir-se privado da liberdade por causa de tal proibição. A lei também nos ordena não tomar o nome de Deus em vão ou profanar o Seu santo dia de sábado. O filho de Deus deseja ser liberado dessas proibições? Semelhantemente, a lei ordena respeito aos pais, e proíbe o homicídio, adultério, furto, mentira e cobiça. Certamente nenhum seguidor de Cristo sentirá que esses preceitos o privam da liberdade.
Em vez disso, a Bíblia fala claramente da santa lei de Deus como “a lei da liberdade” (veja Tiago 2:10-12). É verdade que se a lei for pregada separadamente do evangelho, que é o poder salvador de Deus, o resultado será apenas um sentimento de condenação da parte dos ouvintes. Eles serão simplesmente levados à percepção de que são culpados. Mas quando o elevado código celestial é apresentado em função da promessa de Deus de dar-nos o Seu divino Espírito para cumprir os santos requisitos da lei, então os ouvintes podem encontrar felicidade e liberdade em tal pregação; porque “onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.” II Cor. 3:17.
Ninguém jamais teria pensado em apresentar contra os adventistas a acusação de privar as pessoas da liberdade cristã se não fosse o fato de que pregamos a lei exatamente como está registrada na Bíblia. Muitas denominações protestantes crêem na lei e declaram que sua obediência é necessária. Acreditam tão fortemente que os Dez Mandamentos devem ser obedecidos por todos, que têm persuadido as legislaturas da maioria dos países cristãos a promulgar estatutos para a observância do quarto mandamento, o mandamento do sábado, como o interpretam.
Uma das estranhas contradições da religião moderna é que nós que invocamos apenas a graça de Deus para habilitar os homens a obedecer ao mandamento que ordena a santificação do sétimo dia devemos ser acusados de legalistas, enquanto as hostes de guardadores do domingo que invocam o braço forte da lei a fim de compelir os homens a repousar no primeiro dia da semana alegam ser expoentes da graça.
Os adventistas sempre se opuseram ao princípio de abordagem ao descanso sabático do ponto de vista legal, ao passo que os pregadores da observância do domingo são aqueles que têm pressionado quase todos os corpos legislativos dos países cristãos para aprovar rígidas leis a fim de impor o repouso dominical.
Porém, por que a pregação sobre a santidade do primeiro dia — como, em geral, fazem as denominações protestantes — permite que seus defensores se aqueçam ao calor da graça, enquanto a pregação da santidade do sétimo dia consigna seus pregadores ao frio limbo do legalismo? A explicação não pode ser encontrada na teoria de que nós que pregamos a santidade do sétimo dia o fazemos mais severa e rigorosamente do que os pregadores do primeiro dia.
Mesmo um conhecimento superficial da história protestante revela que a santidade do domingo geralmente tem sido proclamada com tal severidade que levou a maioria à submissão por temor e jogou o restante na prisão. Se há hoje um certo relaxamento dessa severidade, isso certamente não reflete qualquer mudança de opinião em relação ao primeiro dia pelos líderes religiosos guardadores do domingo. Eles lamentam a complacência atual.
Quando dizemos que um dia definido foi separado como santo, freqüentemente deparamos com o argumento de que não há nenhuma diferença entre os dias na era cristã, que é irrazoável afirmar que um significado especial associa-se a um dia específico do ciclo semanal. Mas evidentemente pelas ações e declarações dos próprios observadores do domingo há uma grande diferença nos dias, tão grande que a guarda de determinado dia significa que você está algemado pelo legalismo e a guarda de outro dia significa que você caminha livremente sobre as vastas expansões da graça. Os adventistas jamais ensinaram um contraste mais pronunciado nos dias do que este.
Portanto, o assunto em debate não é se os Dez Mandamentos devem ser obedecidos ou não; virtualmente todos os credos protestantes ensinam claramente a obediência ao Decálogo. Nem é uma questão de haver ou não diferença nos dias. Os protestantes em geral crêem que há uma tão grande diferença a ponto de justificar as leis civis e penalidades para manter a diferença.
A real questão é esta: percebendo que o Decálogo está em vigor e vendo-se que há uma diferença nos dias, qual dia é o correto, o sétimo ou o primeiro?
Fonte: Francis D. Nichol, Respostas a Objeções, págs. 97-99.