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postado em: 2/10/2008
Somos Incapazes de Guardar a Lei!
Objeção: Por que pregar a lei se ninguém pode ser salvo por obedecer-lhe? Além disso, o ser humano é moralmente incapaz de guardar os mandamentos.
Esta objeção é, na verdade, apenas uma variante de objeções já refutadas. Mas, por causa do esforço para fazer o argumento contra a lei parecer tão plausível sob diferentes pretextos, iremos examiná-la.
Concordamos com o objetor que ninguém pode ser salvo pela observância da lei e que o homem é moralmente incapaz de guardá-la. Mas não concordamos com a conclusão que ele quer que tiremos destes fatos, a saber, que a lei foi abolida na cruz.
O que você diria a quem argumentasse que os espelhos devem ser abolidos como inúteis porque ninguém pode conseguir beleza olhando para eles? Diríamos que não é a função de um espelho tomar as pessoas bonitas, que ninguém jamais reivindicou isso para os espelhos. A função do espelho é mostrar se temos a aparência que deveríamos. Quando descobrimos como está a nossa fisionomia, podemos tomar medidas apropriadas para remediar as imperfeições.
Assim é com a lei. A lei jamais foi designada para tornar o homem santo, puro ou belo. Sua tarefa não é salvar o ser humano dos seus pecados e imperfeições, mas prover-lhe um meio para descobrir qual é a sua verdadeira condição.
Quando ele contempla a lei, com a mente avivada pelo Espírito de Deus, vê imediatamente onde este ou aquele defeito moral desfigura a beleza de sua alma, assim como ao olhar para um espelho ele descobre onde este ou aquele defeito físico danifica a beleza do seu corpo.
Quando as pessoas vêem os seus defeitos espirituais e tornam-se cônscias de sua impureza, adquirem a disposição de espírito para ouvir a mensagem que oferece purificação de sua contaminação. Em outras palavras, somente quando a pessoa descobre que é pecadora, está pronta para ouvir o evangelho, que são as boas novas de salvação do pecado.
É pela lei que temos o conhecimento do pecado (veja Rom. 3:20). Portanto, apenas quando a lei torna-se conhecida é que podemos ser levados a uma disposição de espírito que desperte o desejo de ouvir e aceitar o que o evangelho oferece.
Gostaríamos de perguntar: se o homem pecaminoso é incapaz de guardar a lei e quando ele se toma cristão não precisa guardá-la, por que foi dada a lei de Deus? Tornaremos a lei de Deus uma farsa e desafiaremos o Céu pela proclamação de um código que por milhares de anos foi impossível de ser guardado e que pelos últimos dois mil anos não precisa ser guardado?
Estamos desejosos de saber por que a objeção que está diante de nós deva ser usada para provar que a lei foi abolida na cruz. Os homens não eram mais moralmente capazes de guardar a santa lei de Deus nos séculos anteriores a Cristo do que têm sido nos séculos seguintes. Nem podiam eles naqueles anos antes de Cristo esperar obter salvação por meio da lei, porque, como já descobrimos, Deus tem tido apenas um meio de salvar os homens desde os dias de Adão: o sacrifício de Cristo. (Veja objeção 14.)
Assim, se a objeção acima realmente prova alguma coisa contra a lei hoje, prova-a em todos os dias passados, desde o início da história do pecado. Em outras palavras, não teria existido absolutamente nenhuma utilidade para a lei de Deus em toda a história do mundo.
O fato é que em vez de a lei ser abolida para o cristão, não há realmente nenhuma verdadeira observância da lei exceto pelos cristãos. O código divino seria uma letra morta se não fossem os cristãos que lhe obedecem. Pela fé, Cristo entra em nosso coração e vive em nós os preceitos do Céu. (Veja Efés. 3:20; Gál. 2:20; 1 Cor. 1:23 e 24.)
Assim, em vez de a lei de Deus ser totalmente ignorada e escarnecida neste mundo rebelde, há homens e mulheres preservando-a e estabelecendo-a da única maneira em que a lei pode ser preservada: vivendo em obediência às suas reivindicações.
Eis por que Paulo diz: “Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei.” Rom. 3:31. Nossa fé em Cristo não aboliu a lei, mas a tem estabelecido ou confirmado.
Fonte: Francis D. Nichol, Respostas a Objeções, 95-96.