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postado em: 24/10/2008
O Decálogo Passou e Sábado Também...
Quando nós, os guardadores do domingo, dizemos que a lei dos Dez Mandamentos foi abolida na cruz, os adventistas tentam nos confundir perguntando-nos se cremos que é correto na era cristã furtar, matar ou praticar qualquer outro dos atos hediondos proibidos pelo Decálogo. Nós não o fazemos. Cremos que Deus tem grandes princípios morais que têm governado o Universo desde a eternidade e que continuarão a governá-lo por toda a eternidade. O Decálogo foi simplesmente um reflexo parcial desses princípios. Os princípios permanecem, mas o Decálogo passou. Portanto, o sábado passou.
COMO O OBJETOR SABE QUE DEUS TEM TIDO ESSES GRANDES PRINCfPIOS MORAIS DESDE A ETERNIDADE? TEM ELE ACESSO À INFORMAÇÃO celestial que nós não temos? Não! O cristianismo é uma religião revelada. Não repousa sobre as especulações filosóficas de sábios, mas sobre a revelação de Deus, contida em um registro escrito chamado Bíblia. O que podemos deduzir pensando ou observando a criação deve sempre ser corrigido pelo que lemos no Livro, Esta é a posição do protestantismo histórico.
O objetor não tem nenhuma fonte autorizada de informação que não possuímos. Por isso, ele falha em dar-nos alguma informação quanto ao que são esses “princípios morais”. Ele cuidadosamente os deixa indefinidos e não descritos. Ele está inteiramente fundamentado em afirmar que Deus tem tido “princípios morais” que vigoram através de toda a eternidade.
A razão e o senso comum nos asseguram que um Universo governado por um Deus santo certamente deve ser controlado por “princípios morais”, ou, mais exatamente, leis morais, pois a teologia cristã sempre fala do Universo como sendo divinamente governado por leis morais. Mas nem a razão nem o senso comum podem definir com certeza o que está compreendido nessas leis. Repetimos, somente por um estudo da vontade revelada de Deus na Bíblia podemos saber ao certo o que são essas leis.
Sabemos pela Bíblia que, quando Deus a princípio chamou um povo pelo Seu próprio nome, entregou-lhe os Dez Mandamentos escritos por Sua própria mão, os quais deveriam ser a base moral do seu governo. Ora, gostaríamos de perguntar ao objetor se ele crê que qualquer um desses dez preceitos era parte das eternas leis morais de Deus.
Podemos imaginar ele rapidamente concordando que ao menos nove eram: os mandamentos contra os falsos deuses, a fabricação de ídolos, blasfêmia, homicídio, adultério, furto, mentira, cobiça, e o mandamento para honrar os pais. Assim, pela admissão do próprio objetor, quando Deus viu que era conveniente revelar aos seres humanos Suas eternas leis morais, Ele deu-lhes o Decálogo, nove décimos do qual consistiam de leis morais eternas.
A fala de Deus do Sinai simplesmente tornou audíveis ao ser humano essas leis morais eternas. E, escrevendo-as, Ele simplesmente as tomou visualmente evidentes. Assim, os homens poderiam ouvir, ver e conhecer ao certo essas eternas leis morais que deveriam governar sua vida. Afirmar que o Decálogo foi simplesmente um “reflexo” de leis morais eternas, como se fosse uma imagem sombria e não a dura doura realidade, é confundir a verdade simples com palavras sutis.
Poderíamos, então, dizer que a voz de Deus que pronunciou o Decálogo e Sua mão que o escreveu eram simplesmente um reflexo sombrio de Si mesmo. Os mandamentos do Decálogo eram tão verdadeiramente uma projeção das eternas leis morais dentro da esfera humana quanto a mão e a voz divina eram uma projeção de Deus dentro da nossa esfera mortal. Assim, seria tão irracional falar em destruir o Decálogo enquanto preservando as eternas leis morais como seria falar de destruir a voz e a mão divina embora preservando a Deus.
Portanto, quando alguém diz que o Decálogo foi abolido no Calvário está, por uma estrita lógica, realmente afirmando que os eternos mandamentos morais de Deus, ou ao menos nove deles, foram abolidos. Em outras palavras, depois de ter Deus revelado aos homens de maneira sobrenatural nove dos Seus eternos mandamentos morais e depois de tê-los exortado repetidamente à obediência por meio dos profetas, subitamente aboliu esses nove eternos mandamentos morais no Calvário. Isso é o que o objetor realmente declara. Contudo, ele acha que é grosseiramente injusto concluirmos que a lógica de sua declaração lhe permite mentir, furtar, matar, e assim por diante.
Não cremos que aqueles que dizem que o Decálogo foi abolido realmente acham que agora podem matar e furtar. Apenas afirmamos que as premissas a partir das quais arrazoam levam logicamente a essa conclusão, e que as defesas que erigem contra tal conclusão não se sustentam. Procuramos mostrar não que as suas normas morais sejam más, mas simplesmente que a sua lógica é. Evidentemente, o raciocínio é falho por causa da falsa premissa em que repousa e da conclusão errônea à qual conduz.
E como os defensores da doutrina da abolição da lei procuram evitar essa conclusão óbvia? Por uma variedade de argumentos, alguns dos quais já foram considerados. Por exemplo, dizem que na era cristã estamos cumprindo a lei se temos amor a Deus e ao próximo, e que tal amor não nos permitirá curvar-nos diante dos ídolos, mentir ou furtar. Mas o amor, que sempre existiu, torna desnecessárias as eternas leis morais, que sempre existiram? Não, o amor simplesmente nos dá discernimento espiritual para ver e um coração sensível para obedecer a essas leis morais. Além disso, a importância fundamental do amor a Deus e ao próximo está revelada no Antigo Testamento. Contudo, havia necessidade dos Dez Mandamentos nos tempos do Antigo Testamento, Por que não também em nosso tempo?
As razões primárias do objetor para alegar que a abolição do Decálogo lhe permite transgredir o quarto mandamento, mas não os outros nove, são estas:
1. Somente o quarto mandamento, entre os dez, era cerimonial e, com todas as outras cerimônias, expirou no Calvário. Portanto, não precisamos guardá-lo.
2. Os outros nove mandamentos eram morais, foram restabelecidos pelos apóstolos e, assim, são obrigatórios.
Embora essas duas alegações sejam na verdade partes da objeção que estamos discutindo e devam ser examinadas antes de oferecer uma resposta plena, elas também nos levam a novas áreas de discussão. Portanto, elas serão examinadas separadamente nas páginas seguintes [vamos apresentá-las aqui, nesta seção, na próxima semana; portanto, não percam!!!]
- Extraído de Francis D. Nichol, Respostas a Objeções.