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postado em: 24/10/2008
Punição & Acender Fogo no Sábado
Em Êxodo 3 1:14, lemos que os violadores do sábado deveriam ser apedrejados até à morte. Vocês crêem que a mesma penalidade deve ser imposta hoje? Se vocês afirmam que a punição característica da lei sabática está abolida, então vocês realmente declararam o sábado abolido, porque a lei não tem força se não houver penalidade para a sua violação. Além
disso, lemos em Êxodo 35:3 que nenhum fogo deveria ser aceso no sábado. Se vocês crêem que a lei do sábado ainda está em vigor, por que acendem fogo nesse dia?
Diz ÊXODO 3 1:14: “PORTANTO, GUARDAREIS O SÁBADO, PORQUE É SANTO PARA VÓS OUTROS; AQUELE QUE O PROFANAR MORRERÁ; POIS
qualquer que nele fizer alguma obra será eliminado do meio do seu povo.” Se o leitor conferir Deuteronômio 13:6 e 10; 21:18 e 21; 22:21-28 e todo o capítulo 20 de Levítico, verá que havia toda uma série de condenações à morte de pessoas que eram idólatras, que eram rebeldes aos pais, que cometiam adultério ou eram culpadas de incesto, que amaldiçoavam pai ou mãe, enfim, que violavam qualquer parte do código moral. De fato, alguém estimou que não menos do que nove dos Dez Mandamentos são especificamente mencionados em conexão com a pena de morte por sua violação.
Agora gostaríamos de perguntar ao objetor do sábado: você acredita que o idólatra, por exemplo, deve ser condenado à morte? Ou o filho que amaldiçoa seu pai? Obviamente, a sua resposta é não. Então, de acordo com a sua lógica, se você crê que essa pena não deve ser imposta hoje, evidentemente você crê que não é mais errado, por exemplo, ser um idólatra, ou um filho que amaldiçoa o pai. Mas tal conclusão seria monstruosa, além de irrazoável. Contudo, não seria mais irrazoável do que a alegação de que, pelo fato de os atuais observadores do sábado não crerem que os violadores do sábado devam ser condenados à morte, a lei do sábado foi abolida. Este tipo de arrazoado prova demais, e assim não prova nada.
Concordamos que, se a lei não tem penalidade, ela não tem força. Mas isso não significa que, porque não cremos em apedrejar as pessoas, não haverá nenhuma punição para aqueles que violam o sábado ou qualquer outra parte da lei de Deus. A única diferença entre a antiga ordem judaica de coisas e a nossa hoje diz respeito ao tempo da punição e ao executor da punição. Quando Deus era o governante direto, Ele achou conveniente infligir uma punição imediata. Agora o malfeitor deve aguardar o último grande dia de julgamento (veja Heb. 10:26-29).
Portanto, que o violador do sábado não se sinta despreocupado em sua mente apenas porque Deus não tem trazido juízo súbito sobre ele pela violação do quarto preceito do Decálogo, que declara que o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus, Criador do Céu e da Terra.
Conta-se a história de um homem ímpio que gostava de alardear sua desobediência ao mandamento do sábado. Ele morava em uma localidade onde os outros lavradores vizinhos eram fiéis guardadores do sábado. Quando chegou o mês de outubro e ele ceifou sua colheita, descobriu que tinha em seu celeiro até mesmo mais do que seus vizinhos.
Encontrando-se um dia na rua com um pastor que observava o sábado, ele triunfalmente mencionou o fato. A única resposta do pastor foi: “Deus nem sempre faz um completo acerto de contas em outubro.” Nenhuma resposta melhor poderia ter sido dada.
O fiel observador do sábado aguarda o dia do julgamento final para receber o seu pleno galardão pela obediência a Deus, o Criador de toda a Terra. E, semelhantemente, o violador [consciente] do sábado deve aguardar o último grande dia do acerto de contas a fim de receber a recompensa final por sua falha em obedecer ao explícito mandamento de Deus. A violação da lei de Deus é pecado, nos informam as Escrituras (I João 3:4); e o salário do pecado é a morte (Rom. 6:23). Não é isso penalidade suficiente?
E quanto ao mandamento contra o acender fogo no sábado? Diz Êxodo 35:3: “Não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do sábado.” Nossa resposta, brevemente, é esta:
1. A proibição contra o acender fogo não é parte do quarto mandamento do Decálogo. E são os preceitos do Decálogo que consideramos morais e assim eternamente obrigatórios.
2. Havia muitos estatutos civis e cerimoniais dados a Israel que tinham duração limitada. Por exemplo, havia estatutos civis que declaravam como um escravo devia ser tratado (veja Exo. 21:1-11). O objetor do sábado não encontra nesses estatutos sobre a posse de escravos, por exemplo, nenhuma justificativa para a escravidão hoje. Em vez disso, ele concorda com o observador do sábado de que muitos dos estatutos dados a Israel através de Moisés eram uma adaptação de grandes princípios morais até ao nível de compreensão moral dos israelitas, ou a situações específicas que existiam localmente. Nisso está a distinção básica entre os mandamentos morais do Decálogo dados a Israel diretamente por Deus no Sinai e a multidão de outros estatutos dados por intermédio de Moisés.
Se o objetor do sábado sente-se livre para descartar o estatuto sobre o cuidado de escravos enquanto defende que nove dos dez mandamentos do Decálogo estão ainda em vigor, não somos igualmente razoáveis em descartar o estatuto contra o acender fogo no sábado enquanto defendemos que todos os dez mandamentos do Decálogo estão ainda em vigor?
3. Não se pode ter certeza, com base no contexto, que o mandamento dado aos judeus contra o fogo no sábado visava aplicar-se a outra circunstância além do seu jornadear no deserto. O mandamento vem como um prefácio a uma série de mandamentos concernentes à construção do tabernáculo, que deviam vigorar enquanto o tabernáculo estivesse em construção, e então morreriam por limitação. Os próprios judeus nunca estiveram de acordo sobre se a proibição contra o fogo no sábado se estendia além do período do deserto.
No deserto, a temperatura em geral era muito quente, e o fogo dificilmente seria necessário para proteger contra a enfermidade. Os israelitas foram instruídos a cozer no forno e ferver no sexto dia a quantidade de maná que desejassem comer dessa forma no dia de sábado. Portanto, não havia nenhuma necessidade de acender fogo para cozinhar nesse dia.
Além disso, “acender” um fogo naqueles dias significava empenhar-se em um trabalho muito real e extenso. Como observa o Pulpit Commentary em seus comentários sobre Êxodo 35:3:
Acender fogo nos primeiros tempos envolvia considerável labor. Era ordinariamente efetuado pelo atrito de dois paus, ou torcer um objeto arredondado rapidamente entre as duas palmas da mão em uma depressão sobre uma prancha ou tábua. O fogo só vinha depois de um longo tempo. Além disso, como no clima quente da Arábia e da Palestina o calor artificial não era necessário, o fogo ali só podia ser aceso para propósitos culinários, o que envolvia
mais trabalho desnecessário. ... Os judeus viam o preceito
como tendo tido apenas uma força temporária.
À luz destes fatos, como poderia a proibição contra o acender fogo suscitar qualquer possível dúvida quanto à qualidade moral e a permanência do quarto mandamento do Decálogo?
- Extraído de Francis D. Nichol, Respostas a Objeções.