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postado em: 24/10/2008
O Sábado Surgiu Após Cativeiro Egípcio
Êxodo 16:29 e Neemias 9:13 e 14 provam que o sábado só foi dado depois que Israel deixou o Egito. O próprio silêncio das Escrituras quanto à sua observância por alguém antes dessa época é forte prova corroborativa.
SÃO FEITAS DUAS ALEGAÇÕES AQUI, PRIMEIRO, QUE O SÁBADO FOI INSTITUÍDO EM UM CENÁRIO JUDAICO, ALEGAÇÃO QUE VISA PREPARAR o caminho para a próxima. Segundo, que o sábado foi feito somente para os judeus.
Êxodo 16:29 e Neemias 9:13 e 14, o que quer que declarem, são citados com a finalidade de neutralizar a declaração de Gênesis 2:2 e 3 e eliminá-la completamente do relato. Mas uma afirmação bíblica faz isso com outra? Não. Quando um texto parece contradizer outro, podemos ter certeza de que cometemos um erro em nossa interpretação de algum dos textos.
Já vimos, na objeção 20, que Gênesis 2:2 e 3 permanece firmemente como um testemunho de que Deus repousou no sétimo dia da primeira semana da história terrestre e imediatamente o abençoou. Assim, estamos preparados desde o começo para crer que seja o que for que ensinem Êxodo 16:29 e Neemias 9:13 e 14, eles não ensinam o contrário de Gênesis 2:2 e 3.
Êxodo 16:29 é parte da narrativa da dádiva do maná, que deveria ser colhido cada dia dos seis dias de trabalho e duas vezes mais no sexto dia, porque Deus não dava nenhum maná no sétimo dia. Mas alguns israelitas, contrários à ordem divina, saíram no sábado para colhê-lo. Isso levou o Senhor a inquirir Moisés: “Até quando recusareis guardar os Meus mandamentos e as Minhas leis? Considerai que o Senhor vos deu o sábado; por isso, Ele, no sexto dia, vos dá pão para dois dias” (Êxodo 16:28 e 29).
Neemias, muito tempo depois, relembra o que Deus fez por Israel ao tirá-lo do cativeiro, declarando em parte: “Desceste sobre o monte Sinai, do céu falaste com eles e lhes deste juízos retos, leis verdadeiras, estatutos e mandamentos bons. O Teu santo sábado lhes fizeste conhecer; preceitos, estatutos e lei, por intermédio de Moisés, Teu servo, lhes mandaste” (Neemias 9:13 e 14).
Essas passagens tratam essencialmente dos mesmos incidentes e são tão semelhantes em construção que podem ser consideradas juntamente. Notemos certas frases:
1. “O Senhor vos deu o sábado.” Êxo. 16:29.
2. Deste-lhes “juízos retos, leis verdadeiras, estatutos e mandamentos bons.” Nee. 9:13.
3. “O Teu santo sábado lhes fizeste conhecer.” Nee. 9:14.
Cremos que a resposta à objeção encontra-se claramente revelada na segunda destas três frases. Se, como se alega, a construção da primeira e da terceira frase requer a conclusão de que o mandamento sabático não existia antes do Êxodo, então a construção da segunda frase requer a conclusão de que o vasto alcance dos estatutos, leis e mandamentos que foram declarados formalmente no Sinai não existia anteriormente. Portanto, não somente não teria sido pecado trabalhar no sétimo dia, antes do Exodo, como não teria sido pecado, antes do Sinai, ter praticado qualquer uma das coisas proibidas pelas várias leis e mandamentos que Deus “lhes deu” naquele tempo.
Mas ninguém afirmará que teria sido correto praticar os últimos, porque concorda que nove dos Dez Mandamentos são uma expressão de eternos princípios morais. Quando, no Sinai, Deus ordenou: “Não adulterarás”, poderia ser dito, em um sentido da palavra, que Ele então ku a Israel a lei contra a imoralidade. Foi a primeira proclamação formal deste princípio para a nação recém-formada que necessitava de um código de leis claramente expresso. Mas ninguém crê por um momento que antes da entrega dessa lei contra o adultério do monte em chamas não havia nenhuma proibição divina ao adultério e, portanto, não havia pecado na condescendência com atos imorais.
O mesmo pode ser dito do mandamento sabático. Ele, juntamente com os outros grandes preceitos do Decálogo, e muitos outros estatutos, foi formalmente tomado conhecido a Israel ao iniciarem eles sua vida nacional. As longas trevas do Egito tinham obliterado completamente sua compreensão da vontade divina. Agora, à luz da coluna de fogo, Deus tomou-lhes claros todos os Seus requisitos, inclusive o sábado.
Deus declara: “Eu Me dei a conhecer a eles [os israelitas], para os tirar da terra do Egito.” Ezeq. 20:9. Arrazoaria o objetor, com base nesse texto, que Deus não existia antes do Êxodo? Não. Então por que afirmar que o sábado não existia antes daquele tempo simplesmente porque Deus o tornou conhecido a Israel? O fato é que o conhecimento de Deus e do sábado tinha se desvanecido em grande parte da mente dos israelitas durante seu longo cativeiro egípcio.
Apenas uma palavra precisa ser dita em resposta à alegação baseada no fato de que as Escrituras silenciam no tocante à guarda do sábado por alguém antes do Êxodo. As poucas páginas da Bíblia que precedem o relato do Êxodo cobrem cerca de dois mil e quinhentos anos. Obviamente, apenas alguns realces ou pontos culminantes do longo registro poderiam ser escritos.
Principalmente, Moisés procurou prover uma narrativa corrente para ligar a criação com os eventos que seguiram à queda do homem, passando pelo Dilúvio, a vocação de Abraão, o surgimento de Israel e sua saída do Egito. Pouco é mencionado das atividades religiosas em que as pessoas se engajaram durante aqueles dois mil e quinhentos anos. Apresentar o silêncio das Escrituras como uma prova contra o sábado do sétimo dia é apoiar-se em um argumento excessivamente fraco.
Aqueles que promovem a importância do domingo geralmente incluem em sua argumentação que o homem precisa de um dia de adoração que se repita a cada semana, mas não estabelecem limites de tempo ou lugar. Portanto, aqueles que viveram antes do Êxodo necessitavam de tal recorrente dia. Vendo sua necessidade, deixaria Deus de atendê-la?
Na verdade, não foi isso mesmo que Ele fez quando, na criação, separou para uso santo o sétimo dia? E precisamos encontrar uma menção específica da observância desse dia antes de concluirmos razoavelmente que homens santos como Enoque, Noé e Abraão guardaram esse santo dia? De fato, que outra conclusão seria razoável?
- Extraído de Francis D. Nichol, Respostas a Objeções.