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postado em: 7/11/2008
Os Adventistas e a “Porta Fechada”
Por vários anos depois do desapontamento de 1844, os adventistas do sétimo dia criam que a porta da graça havia se fechado para o mundo. Estava Deus dirigindo um movimento que acreditava em um ensino tão antibíblico como esse?
A RESPOSTA À OBJEÇÃO 58 É QUASE SUFICIENTE PARA ESTA. O PARALELISMO ALI TRAÇADO ENTRE OS DISCÍPULOS DE CRISTO E OS ADVENTISTAS pode ser ampliado para abranger a pergunta que está diante de nós. A Bíblia declara explicitamente que os discípulos, principalmente Pedro, achavam a princípio que sua mensagem de salvação era somente para os judeus. Assim, longe de incluir os gentios em sua pregação, eles pensavam que não era adequado nem mesmo se assentar e comer com eles. Pedro teve de receber uma visão no eirado a fim de prepará-lo para descer à casa do centurião.
Ao voltar da visita, contou aos irmãos de Jerusalém como o Espírito Santo havia sido derramado sobre aqueles que estavam reunidos na casa do centurião, e acrescentou: “Pois, se Deus lhes concedeu o mesmo dom que a nós nos outorgou quando cremos no Senhor Jesus, quem era eu para que pudesse resistir a Deus?” Atos 11:17. “E, ouvindo eles [os apóstolos e os crentes judeus que estavam em Jerusalém] estas cousas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida.” Verso 18.
Apenas lentamente os crentes judeus em Cristo vieram a compreender a sublime verdade de que o evangelho deveria ser pregado a todas as pessoas, até às mais distantes partes da Terra. Maravilhamo-nos ante sua exclusivista idéia original de salvação, e principalmente ante o fato de que os próprios apóstolos eram tão exclusivistas como qualquer um. Mas nunca ocorre a qualquer um de nós, nem mesmo aos críticos do adventismo, questionar a liderança de Deus na igreja apostólica. Sua idéia de salvação exclusiva para os judeus era antibíblica, mas acreditamos que Deus os estava dirigindo.
Nesse caso, por que deveria ser considerada uma coisa incrível que Deus também estivesse dirigindo o movimento do advento no início, embora eles sustentassem por algum tempo que a graça para o mundo havia terminado? É pior crer que a porta da misericórdia havia se fechado para as pessoas do que crer que ela nunca esteve aberta para elas?
Se a igreja apostólica tivesse deixado de ampliar sua visão e de corrigir sua opinião estreita, então uma real acusação poderia ser feita contra a Igreja Cristã como o baluarte de um exclusivismo não cristão. Igualmente, se nossos ancestrais espirituais da década de 1840 tivessem continuado a sustentar que o tempo de graça havia se encerrado para o mundo, então uma legítima acusação poderia ser feita contra os adventistas do sétimo dia. Mas em nenhum dos dois casos a doutrina errônea foi mantida. Em ambos os exemplos, o Espírito divino, cuja tarefa é guiar os filhos de Deus a toda a verdade, logo os levou a ver a verdade concernente ao escopo mundial do plano da salvação.
Não é relevante para este argumento mostrar como nossos antepassados adventistas rapidamente começaram a ampliar sua visão, de sorte que pelo início da década de 1850 (ou seja, uma década antes da organização formal da Igreja Adventista do Sétimo Dia) a doutrina errônea fosse completamente corrigida. (Para uma discussão ampla deste assunto, veja a obra Ellen G. White and Her Critics, do mesmo autor, págs. 161-252 e 598-615.) Precisamos apenas estabelecer o fato de que eles rapidamente corrigiram seu ponto de vista sob a iluminação do Espírito divino.
Autor: Francis D. Nichol
Fonte: Respostas a Objeções.
Nota do Editor IASD Em Foco:
Faz pouco tempo, recebi do Sr. Rinaldi – inimigo ferrenho dos adventistas – um e-mail questionando a evidência do Dom Profético na Sra. Ellen White com base nesta questão da “doutrina da porta fechada”.
Na sua última correspondência, o Sr. Rinaldi diz: “Sr. Elizeu: O que me surpreende quando polemizo com líderes adventistas é a facilidade de buscar algum exemplo bíblico para justificar os erros da falsa profetisa Ellen Gould White. E é exatamente isto o que V. S. faz em citar exemplos tirados da Bíblia para desculpar-se pela falsa profecia do FECHAMENTO DA PORTA DA GRAÇA EM 22 DE OUTUBRO DE 1844.
Aponta então que tal ocorreu "nos dias de Noé, uma porta fechada nos dias de Sodoma, uma porta fechada aos habitantes de Tiro, uma porta fechada aos habitantes de Jerusalém nos dias de Cristo – isto é, uma porta fechada aos que recusaram a mensagem, mas não aos que não tiveram conhecimento dela."
Segue a minha resposta, com a qual encerro essa discussão com o Sr. Rinaldi:
Prezado Sr. Rinaldi:
O sr. me entendeu mal. Não sou eu que cito estes exemplos de porta fechada – é Ellen White quem cita, ao explicar sua posição, e eu mencionei os livros nos quais se encontram estas citações.
Veja bem, Ellen White identifica essa “porta fechada” como sendo o pecado contra o Espírito Santo incorrido pela pessoa que rejeita as mensagens de Deus. Muitos antediluvianos cometeram o pecado contra o Espírito Santo. O mesmo ocorreu com os sodomitas, o mesmo ocorreu com muitos nos dias de Cristo e, segundo ela, o mesmo ocorreu com muitos em 1844. Esses, que cometeram o pecado contra o Espírito Santo, é que ficaram sem Cristo como seu Advogado, etc. Como eu disse, o sr. tem o direito de discordar dessa idéia, mas creio que o sr. deve prezar em dizer o que é correto a respeito de Ellen White (ou de quem quer que seja).
O sr. há de notar, também, que ela diz (na passagem que o sr. cita) ter acreditado antes da sua primeira visão (dez/1844), que a porta da graça estivesse fechada para todas as pessoas, mas que essa visão corrigiu seu erro.
Quanto à veracidade do dom de profecia, o próprio verso de Apoc. 12:17 revela a maneira de identificar se o dom é verdadeiro, ao mencionar as duas características que estariam presentes na Igreja dos últimos dias. Qualquer pessoa que reivindique o dom profético nestes últimos dias deve preencher as duas condições, e não apenas uma.
Continue na paz. Atenciosamente,
Pr. Elizeu C. Lira