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postado em: 5/12/2008
“Fanáticos em Questão de Alimentação” Os adventistas mantêm opiniões fanáticas sobre reforma da saúde e vegetarianismo e, com esses ensinos, restringem a liberdade que pertence aos cristãos. De fato, a restrição que fazem quanto ao que é correto comer e beber coloca-os sob a condenação da Bíblia (veja Rom. 14:2; 1 Tim. 4:3). QUANDO ESSA ACUSAÇÃO FOI FEITA PELA PRIMEIRA VEZ, PARECIA TER ALGUMA FORÇA, E ÉRAMOS FORÇADOS A REFUTÁ-LA SOZINHOS. Mas hoje, depois de muitos anos de pesquisa da medicina, os cientistas enfrentam essa acusação por nós. Geralmente, os cientistas mudam a palavra “fanático” para “são” e “científico” no que diz respeito à visão sobre bebidas alcoólicas, fumo, chá preto, café, etc. Sustentamos que certas coisas chamadas de “alimento” são, em grau maior ou menor, prejudiciais ao corpo. Portanto, cremos que elas não têm lugar adequado em nossa dieta. Paulo exclama: “Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (I Cor. 6:19 e 20). Como pode o cristão participar de um alimento ou bebida que é de algum modo prejudicial e ainda obedecer ao solene mandamento de glorificar “a Deus no vosso corpo”, não sabemos. A Bíblia afirma que “se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá” (I Cor. 3:17). E mais: devemos cooperar com Deus em nossos hábitos e costumes para o desenvolvimento de um caráter cristão perfeito. E um fato conhecido que hábitos corretos de comer e beber têm muito a ver com uma boa disposição e com uma sã constituição. O inverso, certamente, é válido. O apóstolo Pedro mostra claramente que há uma relação direta entre alimento e santidade. Ao escrever: “Tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento”, ele se refere à passagem do Antigo Testamento que continha a condenação de Deus aos alimentos imundos (veja I Ped. 1:15 e 16; Lev. 11:44-47). Pode-se, porém, argumentar: “A Bíblia não permite comer certas carnes ‘limpas’?” Sim, a permissão é dada. Mas deixe-nos perguntar: o que você pensaria de uma pessoa que, baseada no paladar, incluísse em sua dieta uma erva que a ciência tem provado que é prejudicial ao corpo, e que defendesse o seu perigoso procedimento dietético argumentando que a Bíblia disse que poderíamos comer de qualquer erva? (Veja Gên. 1:29.) Provavelmente você lhe responderia que essa declaração de Gênesis deve ser considerada à luz da contínua degeneração que ocorreu como resultado da maldição que repousa sobre o mundo. O mesmo ocorre com o uso do que foi outrora denominado carne “limpa” nas Escrituras. Além disso, o alimento cárneo não fazia parte da dieta original do ser humano (Gên. 1:29), Contudo, reconhecendo que toda pessoa deve ser guiada por sua própria consciência nos assuntos não ordenados explicitamente nas Escrituras, a Igreja Adventista do Sétimo Dia não faz do comer carnes “limpas” uma prova de comunhão. Ela incentiva seus membros a estudar cuidadosamente a questão da sua dieta à luz das Escrituras e das descobertas científicas, a fim de que de nenhuma forma contaminem “o templo de Deus”. Enquanto nos lembramos do pronunciamento bíblico de que “o reino de Deus não é comida nem bebida”, não deixamos de guardar na mente o mandamento inspirado: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (Rom. 14:17; 1 Cor. 10:31). A tentativa de obedecer a essa e outras admoestações semelhantes têm levado os adventistas, contrariamente aos desejos do apetite carnal, a se tornarem abstêmios em relação ao que comem e bebem. Afirmamos que tal procedimento nos habilita a obedecer mais facilmente à ordem de Pedro para nos abstermos “das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma”, e a seguir a prática de Paulo, que disse: “Esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão” (1 Ped. 2:11; 1 Cor. 9:27). O objetor faz referência a Romanos 14:1-5. O texto, em seu contexto, diz o seguinte: “Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes; quem come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu. Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster. Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente.” Essa passagem já foi discutida no que se relaciona aos dias santos (veja a objeção 36). Ali concluímos que Paulo está considerando os dias santos judaicos e as restrições judaicas quanto a comidas e bebidas. Mas não foi discutido o assunto de comidas e bebidas. O ritual cerimonial judaico fazia vários contatos com a dieta dos judeus. Por exemplo, havia dias de jejum. E fácil ver como alguns judeus que tinham aceitado o cristianismo poderiam ainda achar que deviam honrar tais dias e, portanto, abster-se de alimento naqueles dias ou obedecer a outros requisitos cerimoniais relacionados. Escrevendo aos colossenses, diz Paulo: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa” (Col. 2:16). Paulo não está aqui discutindo a questão dietética do valor alimentar de coisas que podiam ser comidas ou bebidas. Ele está preocupado apenas em libertar os cristãos de restrições procedentes de requisitos cerimoniais ou da falsa idéia de que as pessoas podem ganhar a salvação por uma certa dieta. Como ressaltam vários comentaristas, os judeus dispersos, como era o caso daqueles de Roma, poderiam não ter certeza que era limpo o que compravam no mercado, segundo as normas judaicas; até mesmo a carne “limpa” poderia não ser cerimonialmente limpa. Portanto, alguns judeus poderiam abster-se de comer toda e qualquer carne. Além disso, nas cidades pagãs do Império Romano, freqüentemente a carne era primeiro oferecida aos ídolos, em uma espécie de dedicação, e então posta no mercado. Paulo fala à igreja de Corinto acerca desse mesmo assunto. Alguns cristãos não conseguiam comer tal carne sem problema de consciência; outros não eram assim perturbados. Isso leva Paulo a dar o mesmo tipo de conselho que ele dá em Romanos 14 concernente à tolerância de uns para com os outros (veja 1 Cor. 8). Alguns comentaristas crêem que 1 Coríntios 8 é realmente a explicação de Romanos 14:1-5. A luz desses fatos, que relação concebível tem Romanos 14:2 com a mensagem adventista de saúde? A diferença entre eles é tão grande como a diferença entre razões cerimoniais e razões dietéticas para comer ou não comer certos alimentos. Vejamos agora 1 Timóteo 4:3. O texto, em seu contexto, diz: “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento, exigem abstinência de alimentos, que Deus criou para serem recebidos, com ação de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ação de graças, nada é recusável, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado” (1 Tim. 4:1-5). Os comentaristas bíblicos concordam que essa passagem encontra seu cumprimento primário nos gnósticos e heresias afins que já estavam começando a tomar forma. E muitos comentaristas protestantes crêem que a passagem tem outro cumprimento mais completo na Igreja Católica Romana. A prova em apoio desta crença é abundante e persuasiva. Os gnósticos, que cedo fizeram profundas incursões na igreja cristã, acreditavam que a matéria é essencialmente má e que o alimento que comemos não foi criado por Deus, mas por uma divindade inferior. Denunciavam o casamento como mau. Os maniqueus, outra seita herética primitiva, “afirmavam que o vinho se originava do sangue e da bílis do diabo”, Veja o comentário de Lange sobre 1 Timóteo 4:3. Posteriormente, a Igreja Católica Romana, com a qual, observa Harnack, o gnosticismo ganhou a metade da vitória, estabeleceu o celibato do clero e instituiu proibições contra a carne em várias épocas do ano. Paulo bem poderia advertir contra tal heresia. Abster-se de certo alimento ou bebida pelas razões dadas pelos gnósticos e outros seria endossar seus falsos ensinos pelo próprio estilo de vida. Nem nós nem o objetor poderíamos praticar ou promover a abstinência do vinho, por exemplo, baseados nesses apóstatas. Mas a denúncia do objetor contra o raciocínio dos gnósticos ou maniqueus não o faria um crente na temperança ou na reforma dietética. E assim conosco. Juntamo-nos a Paulo na denúncia das heresias descritas em 1 Timóteo 4:1-4, mas ainda crendo que é melhor, por razões dietéticas, a abstinência de certos alimentos e bebidas. Finalizando, devemos acrescentar que a palavra “alimentos” em I Timóteo 4:3 é tradução do termo grego broma, que simplesmente significa alimento. Portanto, Paulo não focaliza a questão de alimento cárneo versus uma dieta sem carne. Em vez disso, ele está preocupado em prevenir heresias que levariam os cristãos a se “abster” de vários “alimentos”, não por causa de qualquer razão dietética válida, mas por causa de falsas razões filosóficas pagãs. Achamos que, se Paulo ressuscitasse hoje, ele ficaria mais do que sobressaltado ao perceber que suas palavras de advertência contra a heresia gnóstica que estava em desenvolvimento estão sendo interpretadas para aplicar-se às opiniões nutricionais adventistas do século vinte e um! - Francis D. Nichol, Respostas a Objeções