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postado em: 23/2/2009
Um Tiro no Pé de Darwin
No editorial “Darwin, 200” (Folha de S. Paulo, 10/02/2009), Darwin foi mencionado como sendo o único dentre os pensadores mais influentes dos séculos 19 e 20, como sendo o único que sobreviveu incólume ao teste do tempo. Nada mais falso. Marx e Freud já foram para a lata do lixo da História. Darwin não se sente muito bem, e só sobrevive porque é blindado de quaisquer críticas pela Nomenklatura científica e a Grande Mídia Internacional e Tupiniquim. Ao contrário do afirmado no editorial, os 200 anos de seu nascimento comemorados nesta semana encontram sua reputação em excelente forma somente nos arraiais darwinistas onde Darwin apenas será louvado. O editorial da FSP denuncia seu lado folhetim ao aceitar sem nenhum ceticismo (condição sine qua non para se fazer ciência) que nunca foi tão válido o mantra surrado de Theodosius Dobzhansky (1900-1975): “Nada em biologia faz sentido a não ser sob a luz da evolução.” Contrariando Dobzhansky e o editorial da FSP: “Nada em biologia faz sentido a não ser sob a luz das evidências.” O editorial afirmou que a teoria darwiniana sofreu aperfeiçoamentos, mas que a seleção natural, seu cerne principal permanece intacto. Ninguém discute o fato de a teoria darwiniana ter sofrido aperfeiçoamentos e nem que o mecanismo foi exposto em obra clássica, Origem das Espécies (150 anos em novembro) como sendo a diversidade observável nos organismos fruto da acumulação de incontáveis e discretas características hereditárias que tenham contribuído para a sobrevivência e a reprodução de seus portadores.
O que se discute, e a Nomenklatura científica, a FSP e a Grande Mídia se recusam discutir publicamente, é a robustez da seleção natural como mecanismo evolutivo em explicar a diversidade e a complexidade dos objetos bióticos. A seleção natural de Darwin, como mecanismo evolutivo, está em baixa entre os cientistas desde 1859. Eu não sei quem orientou o editorial da FSP nas questões científicas (Marcelo Leite? Cláudio Ângelo?), mas afirmar que o outro pilar da teoria darwiniana da ancestralidade comum (os milhões de espécies de plantas, animais e micro-organismos que vivem e já viveram sobre a Terra descendem todos de um ancestral comum, que surgiu há mais de 3 bilhões de anos) e que durante um século e meio reuniram-se inúmeras comprovações empíricas desses princípios, é ser encontrado em flagrante descompasso com a verdade científica dessas “inúmeras comprovações empíricas”. A hipótese do LUCA já foi por água baixo em Down há muito tempo. A Árvore da Vida está mais para gramado do que outra coisa. Não se discute a universalidade do DNA como sendo a substância presente no núcleo das células portadora de hereditariedade, mas Darwin está nu até hoje porque não sabemos a origem do DNA, código digital de informação par excellence que não é apenas um, mas vários. O editorial da FSP revela ignorância primária nessas questões científicas. A afirmação de que a teoria da evolução é “uma idéia poderosa, em sua simplicidade” é retórica vazia. Em ciência o que vale é uma teoria ser corroborada em um contexto de justificação teórica. O mais novo aperfeiçoamento da teoria da evolução de Darwin – a Síntese Evolutiva Ampliada (2010) – dará um papel inferior à seleção natural. Daniel Dennett, retoricamente afirmou que essa foi a maior idéia que toda a humanidade já teve. É, parece que está mais para pífia do que poderosa idéia. O editorial da FSP revela onisciência ao afirmar que “os organismos não são como são em obediência a um desígnio superior” e que “sua diversificação resulta do entrechoque de eventos inteiramente naturais – sobretudo mutações genéticas e modificações no ambiente – ao longo de um tempo muito profundo”. Engraçado, a teoria da evolução é uma teoria de longo alcance histórico, e o editorial da FSP sequer menciona as dificuldades epistêmicas de teorias assim. Será que ninguém na Folha de S. Paulo sabe a respeito do “Dilema de Haldane”? Em quantas gerações essas mutações genéticas aleatórias se instalariam nas populações? Umas 300.000? E a relação custo-benefício dessa pressão seletiva “ao longo de um tempo muito profundo” nessas populações? Nada disso a FSP discute em suas páginas sobre ciência. O editorial da FSP destaca que esse modo de encarar a biosfera torne problemáticas outras explicações para a miríade de formas que povoam o mundo, como as inspiradas na literalidade de textos religiosos, mas, e aí vem o Cavalo de Tróia para cooptar os de concepções religiosas: “é possível conciliar o mecanismo da seleção natural com a noção de um Deus que o tenha criado.” Parem o mundo da Lógica que eu quero descer! Os crentes de subjetividades religiosas afirmam: Deus criou ex-nihilo. Os crentes de subjetividade naturalista afirmam: “Se eu precisar de alguma ajuda externa, a minha teoria seria ‘bulshit’ (Darwin). Ora, a seleção natural é um processo cego e aleatório, que nem Deus pode guiá-lo. Como que agora, em pleno declínio heurístico da seleção natural explicar a evolução, Deus entra em cena e pode guiar o processo? Evolução guiada (Argh, isso é como cometer um assassinato!) é heresia para Darwin e seus atuais discípulos. O editorial da FSP acerta sobre “Darwin, ateu ou agnóstico, jamais fez de sua teoria uma arma antirreligião”, mas erra ao afirmar que é uma caricatura dele construída nos últimos 150 anos: St. George Jackson Mivart, protegido de Thomas Huxley, do círculo de Darwin, foi expulso e perseguido academicamente por Huxley e Hooker com o aval de Darwin (existem cartas sobre este affair, mas elas ainda não estão disponibilizadas online) por ter criticado a seleção natural no seu livro Genesis of Species (1872). O editorial da FSP pede aos crentes de subjetividade religiosa que digam amém para Darwin e que aceitem a insignificância do ser humano: “Deixar-se arrastar por ela não faz jus à grandiosidade de sua visão da vida, que está na raiz do enorme avanço da biologia nas últimas décadas e que tanto fez para dissipar ilusões sobre o lugar da espécie humana no universo.” O editorial da FSP não diz quem promove e a quem interessa essa “Kulturkampf”, mas isso fica bem nítido nos artigos de jornalistas da FSP e nas entrevistas de cientistas que defendem um naturalismo filosófico como se fosse ciência e os de concepções religiosas são atacados em suas crenças. Quanto às ilusões sobre o lugar da espécie humana no universo, aqueles crentes não precisam de Darwin, pois um texto sagrado oriental milenar, se não me engano, afirma: “pulvis es et in pulverem reverteris”. Fui, nem sei por que, pensando: a Folha de S. Paulo não é mais aquele jornal em que se possa confiar intelectualmente. (Desafiando a Nomenklatura Científica)
Marcadores: darwinismo, mídia
Fonte: http://www.criacionista.blogspot.com/
Comentários do IASD Em Foco
O amigo e gigante inconteste na defesa do Criacionismo Michelson Borges escreveu:
O editorial da FSP denuncia seu lado folhetim ao aceitar sem nenhum ceticismo (condição sine qua non para se fazer ciência) que nunca foi tão válido o mantra surrado de Theodosius Dobzhansky (1900-1975): “Nada em biologia faz sentido a não ser sob a luz da evolução.”
Faz alguns dias, o também jornalista e professor do UNASP Ruben Dargã, outro amigo e militante das causas justas e sensatas, nos fez a intrigante revelação:
“Em uma aula da pós-graduação, em 1999, com a professora Nair Ebling, ela nos revelou algo bombástico sobre Theodosius Dobzhansky, o patriarca dos darwinistas brasileiros. O problema, à luz das exigências da imprensa secular, é que ela foi a única testemunha da confissão do biólogo. Para quem não sabe, a professora Nair foi assistente desse pesquisador. Um dia, quando almoçavam em um restaurante, ele solicitou ao garçom um suculento abacaxi (sua fruta favorita), conforme o Criador o fizera. Assombrada pela declaração, pediu explicações ao professor, que lhe confessou ser criacionista há muitos anos, mas optara por continuar vivendo um falso conhecimento para não cair em desgraça diante da comunidade acadêmica. Insisti muito para a professora Nair sustentar o fato, mas ela se recusou a expô-lo a público, apesar da confissão diante de uns quinze alunos, pois acredita que os asseclas do darwinismo com certeza a processariam por "difamação". Lembrei-me do caso ao ler o nome dele no blog do Michelson. Fica aí o registro. Quantos mais também não se encontram em conflito consigo mesmos, ou talvez, com o próprio Criador?”