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postado em: 23/2/2009
Abrindo a Caixa Preta de Darwin – Parte 3
A conclusão mais razoável
Tentativa após tentativa, os cientistas da origem da vida acabam de mãos vazias quando tentam teorizar sobre como as substâncias químicas poderiam evoluir até se tornarem matéria viva.
Recentemente, alguns deles têm utilizado modelos de computador para tentar mostrar como as reações químicas poderiam ter ocorrido na terra primitiva, mas esses cenários somente funcionam se o computador for programado para eliminar alguns dos obstáculos intransponíveis que as substâncias químicas teriam efetivamente encontrado no mundo real.
Quando um cientista do Instituto Santa Fé, onde algumas simulações de computador têm sido feitas, comentou: “Se Darwin tivesse um computador em sua mesa, quem sabe o que ele poderia ter descoberto”, comentou maldosamente o especialista em origem da vida John Horgan: “De fato, Charles Darwin poderia ter descoberto muita coisa sobre computadores e muito pouco sobre a Natureza.”
Com tantas teorias se evaporando sob o crivo do exame minucioso, pedi a Bradley sua avaliação pessoal do estado das pesquisas sobre o surgimento da vida.
— Não há qualquer dúvida que a ciência, pelo menos neste momento, está em um beco sem saída — respondeu. O otimismo dos anos 50 já se foi. O estado de ânimo na conferência internacional de 1999 sobre a origem da vida foi descrito como sombrio — cheio de frustração, pessimismo e desânimo. Ninguém faz de conta que qualquer alternativa ofereça uma explicação racional de como a vida evoluiu espontaneamente desde as substâncias químicas simples até as proteínas e daí até as formas básicas de vida.
Bradley apanhou um livro e localizou rapidamente a citação que buscava.
— Klaus Dose, o bioquímico que é considerado um dos maiores especialistas na área, sintetizou muito bem a situação — disse Bradley, lendo as palavras dele:
“Mais de trinta anos de experiências sobre a origem da vida nos campos da evolução química e molecular levaram a uma melhor percepção da imensidão do problema da origem da vida na Terra, em vez da solução. Presentemente, todas as discussões sobre teorias e experimentos de princípios nessa área terminam em impasse ou em uma confissão de ignorância”.
Bradley continuou:
Shapiro argumenta incisivamente que todas as atuais teorias estão falidas. Crick afirmou movido pela frustração:
“Toda vez que escrevo um trabalho sobre a origem da vida, juro que nunca mais escreverei outro, porque existe um excesso de especulação correndo atrás de muito poucos fatos”.
Mesmo Miller, cerca de quarenta anos após a famosa experiência, declarou ao periódico Scientific American, minimizando a questão: “O problema da origem da vida acabou sendo muito mais difícil do que eu e a maior parte das pessoas havíamos imaginado”.
Por coincidência, mais ou menos na mesma época da minha entrevista com Bradley, o loquaz evolucionista Stephen Jay Gould, da Universidade Harvard, foi convidado a escrever um ensaio para a revista Time respondendo se os cientistas algum dia descobrirão como a vida começou. O resultado foi um texto vago, equivocado e hesitante que nunca chegou perto de sugerir uma única hipótese sequer para explicar como a vida conseguiu surgir da matéria inanimada.
— O que fazer com esse impasse científico? — perguntei a Bradley.
— Isto depende bastante da metafísica — afirmou.
Shapiro, a quem muito respeito, diz que devem existir algumas leis físicas que ainda não descobrimos, que finalmente nos mostrarão como a vida surgiu naturalmente. Porém, não há nada na ciência que garanta uma explicação natural para o início da vida. A ciência é neutra com relação ao resultado. É difícil imaginar novas leis naturais, porque elas terão características necessariamente consistentes com as que já são conhecidas.
Perguntei então:
— Qual é a sua hipótese favorita?
Bradley não respondeu de imediato. Olhou para a pilha de trabalhos de pesquisa, refletindo por instantes antes de olhar novamente para mim. Quando os nossos olhos se encontraram, prosseguiu.
— Se não existe uma explicação natural e parece não haver a possibilidade de se encontrar, creio então que é apropriado levar em conta uma explicação sobrenatural. Eu acho que essa é a conclusão mais razoável com base nas evidências.
Parecia ser uma enorme concessão para alguém treinado em ciência.
— O senhor não vê problema em dizer que a melhor explicação parece ser um Planejador Inteligente?
— De maneira alguma. Acho que as pessoas que acreditam que a vida surgiu de modo natural precisam ter muito mais fé que as pessoas que concluem racionalmente que existe um Planejador Inteligente.
— O que impede que mais cientistas cheguem a essa conclusão?
— Muitos já chegaram a essa conclusão. Porém, em alguns casos, a filosofia atrapalha. Se eles estão persuadidos de antemão que Deus não existe, então, não importa quão convincentes sejam as evidências, sempre negarão: “Aguarde e nós encontraremos algo melhor no futuro”. Mas esse é um argumento metafísico. Os cientistas não são mais objetivos que qualquer outra pessoa. Todos eles se aproximam de questões como essa com idéias pré-concebidas.
Exclamei incontinenti:
— Sim, mas o senhor veio com a idéia pré-concebida de que existe um Deus.
Bradley assentiu.
— Claro — admitiu. — Fiquei agradavelmente surpreso, porque um nível inferior de evidência provavelmente me teria satisfeito. Mas o que achei é uma evidência absolutamente esmagadora que aponta para um Planejador Inteligente.
— Então o senhor acha que os fatos apontam de modo convincente para um Criador?
— Convincente é um termo muito leve — ele respondeu.
— As evidências são compulsórias. “Convincente” sugere que é um pouco mais provável que improvável; “compulsório” traduz que você realmente tem de se esforçar muito para não chegar àquela conclusão.
Mas isso parece tão... — interrompi, hesitando um pouco enquanto procurava a palavra certa, —pouco científico — disse finalmente.
Ao contrário — Bradley respondeu, — é muito científico. Nos últimos cento e cinqüenta anos, os cientistas têm usado argumentos baseados em analogias com coisas que não compreendemos para formular novas hipóteses em áreas emergentes de pesquisa científica. E é disso que estamos falando.
Raciocínio por analogia
O método analógico foi descrito no século XIX pelo astrônomo John E. W. Herschel, que escreveu: “Se a analogia de dois fenômenos for muito próxima e marcante, embora, ao mesmo tempo, a causa de um seja muito evidente, torna-se quase impossível deixar de admitir a ação de uma causa análoga na outra, embora a analogia não seja tão evidente.”
— Como isso se aplica à questão da origem da vida? — perguntei a Bradley.
— Se virmos informação escrita pelo menos uma vez — seja uma pintura na parede de uma caverna ou um romance do Amazon.com — é porque existe uma inteligência por trás dela. Isto também não seria verdadeiro em relação à própria Natureza? — retrucou Bradley.
— Em outras palavras, o que está codificado no DNA de cada célula de cada criatura viva é pura e simplesmente informação escrita. Nós usamos em inglês um alfabeto de 26 letras; no DNA, existe um alfabeto químico de quatro letras que se combinam em diferentes seqüências para formar palavras, frases e parágrafos.
Elas compreendem todas as instruções necessárias para ordenar o funcionamento da célula. Expressam de forma codificada as instruções sobre como uma célula produz proteínas. Isso funciona exatamente como as seqüências de letras alfabéticas em nossa língua. Agora, quando vemos uma linguagem escrita, podemos concluir, com base em nossa experiência, que ela tem uma causa inteligente. E podemos usar legitimamente o raciocínio analógico para concluir que as notáveis seqüências de informações do DNA também tiveram uma causa inteligente. Portanto, isso significa que a vida na Terra veio de “alguém”, e não de “algo”.
Inegavelmente, tratava-se de um argumento poderoso e persuasivo. Bradley parecia refletir sobre ele por alguns momentos antes de oferecer uma ilustração que iria arrematar o seu arrazoado.
— Você viu o filme “Contatos Imediatos de Terceiro Grau”?
— Claro — eu disse. —Foi baseado no livro de Carl Sagan.
—Correto — respondeu. — No filme, os cientistas estão vasculhando o céu em busca de sinais de vida inteligente no espaço. Os seus radiotelescópios só recebem estática — sons aleatórios do espaço. É razoável supor que não houvesse nenhuma inteligência por trás dela.
Certo dia eles começam a receber uma transmissão de números primos, números que são divisíveis apenas por si mesmos e por um. Os cientistas raciocinam que é muitíssimo improvável que houvesse uma causa natural por trás de uma série de números como essa. Não se tratava de mera estática não organizada; era informação, uma mensagem com conteúdo.
A partir disso, concluíram que havia uma causa inteligente por trás desse fato. Como o próprio Sagan disse certa vez, “o recebimento de uma única mensagem do espaço” seria suficiente para sabermos que existe uma inteligência lá fora”. Isso é raciocínio por analogia — nós sabemos que onde existe comunicação inteligente, existe uma causa inteligente.
Os olhos de Bradley penetraram nos meus quando apresentou sua conclusão.
— E se uma única mensagem do espaço é suficiente para concluirmos que existe inteligência, então o que dizer da enorme quantidade de informações contidas no DNA de cada planta e animal vivos?”, disse, crescentemente enfático. Cada célula do corpo humano contém mais informações que todos os trinta volumes da Enciclopédia Britânica. Certamente é razoável chegar à conclusão que isso não é produto casual de natureza espontânea, mas é o sinal inconfundível de um Planejador Inteligente.
Era um argumento sem resposta.
— Então — eu disse, — a origem da vida é o calcanhar de Aquiles da evolução.
— Exato. Como disse Phillip Johnson: “Se os darwinistas quiserem manter o Criador fora da equação, terão de oferecer uma explicação natural para a origem da vida.”
— Lee, eles não conseguiram fazer isso. A despeito de todos os seus esforços, nem mesmo apresentaram uma única possibilidade que tenha sentido, ainda que remotamente. E não há qualquer probabilidade de que o farão. De fato, tudo está apontando na direção oposta — na inconfundível direção de Deus. Hoje é preciso bastante fé para ser um cientista honesto e ao mesmo tempo ateu.
“Eu construo moléculas”
Por acaso, na cidade próxima de Houston, o cientista infinitesimal James Tour, professor do Departamento de Química e do Centro de Ciência e Tecnologia em Escala Infinitesimal da Universidade Rice, tinha acabado de pronunciar um discurso.
Com um doutorado em química orgânica da Universidade Purdue e estudos de pós-doutoramento na Universidade Stanford e na Universidade de Wisconsin, Tour está na vanguarda da pesquisa do mundo molecular. Ele escreveu mais de cento e quarenta artigos técnicos de pesquisa e detém dezessete patentes nos Estados Unidos.
Construo moléculas como meio de vida — disse ao se apresentar. — Mal posso lhes dizer como esse trabalho é difícil.
O propósito da sua palestra não era fascinar a audiência com descrições de seus mais recentes esforços de alta tecnologia no sentido de armazenar enormes quantidades de informações em escala microscópica, substituindo os chips de silício que são grandes e difíceis de manejar. Queria mais era descrever algo que ele descobriu quando mais profundamente sondava as impressionantes maravilhas moleculares: as impressões digitais de um Planejador Inteligente.
— Fico extasiado com Deus em virtude do que Ele tem feito por meio da Sua criação — exclamou. — Somente um principiante que nada sabe sobre ciência diria que a ciência prejudica a fé. Se você realmente estudar a ciência, ela o levará para mais perto de Deus.
Que irônico, pensei. Outrora, um entendimento rudimentar da ciência evolutiva me havia impelido para o ateísmo; agora, uma crescente compreensão da ciência molecular estava cimentando minha confiança em Deus. Como o caso de assassinato em Oklahoma, o meu veredicto inicial havia se baseado em evidências falhas que produziram uma conclusão falsa.
A idéia de que processos espontâneos pudessem de algum modo ser responsáveis por transformar substâncias químicas inertes em toda a complexidade dos seres vivos certamente é, como observou o microbiologista Denton: “nada mais nada menos que o grande mito cosmogênico” do nosso tempo.
A revista Time estava errada: Darwin não assassinou Deus. Existem simplesmente muitíssimos indícios poderosos — especia1mente na impressionante complexidade dos átomos invisíveis e na fantástica linguagem codificada na dupla hélice do DNA — para comprovar que o Criador está vivo e passa bem.
Fonte: Extraído e adaptado de Lee Strobel, Em Defesa da Fé, Editora Vida.
Ponderações
Perguntas para reflexão ou estudo em grupo
1. Descreva os ensinamentos que você recebeu da teoria da evolução. De que maneira eles afetaram a sua perspectiva acerca de Deus?
2. Antes de ler esta entrevista com Bradley, quão especifica mente você acreditava que a vida havia surgido na terra? A entrevista mudou o seu ponto de vista? Como e por quê?
3. Com base nas evidências, você acredita que é racional concluir pela existência de um Planejador Inteligente? Por que sim ou por que não? À luz dos fatos, você acredita que seria necessário mais fé para crer que a vida surgiu naturalmente ou através de uma causa inteligente?
Outras fontes de consulta:
Mais recursos sobre esse tema:
• DEMBSKI, William A. Mere creation. Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press, 1998.
• DENTON ,Míchael. Evolution: A theory in crisis. Chevy Chase, Maryland: Adler & Adler, 1986.
• HANEGRAAF, Hank. The face that demonstrates the farce of evolution. Nashville: Word, 1998.
• JoHNsoN, Phillip E. Darwin on trio], 2d ed. Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press, 1993.
• MORELANn, J. E., org. The creation hypothesis. Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press, 1994.
• THAXTON, Charles B., BRADLEY, Walter L & OLsEN,Roger L. The mystery of life’s origin. Dallas: Lewis and Stanley, 1984.
Em português:
· Ariel A. Roth, Origens: Relacionando a Ciência Com a Bíblia, Casa Publicadora Brasileira.
· Harry J. Baerg, O Mundo Já Foi Melhor, Casa Publicadora Brasileira.
· Harold G. Coffin, Aventuras da Criação, Casa Publicadora Brasileira.
· Dr. Gilead dos Reis Bergmann, Criou Deus Céu e Terra?, Editora Vector Type Ltda.
· Michelson Borges, A História da Vida, Casa Publicadora Brasileira.
· Michelson Borges, Por Que Creio, Casa Publicadora Brasileira.