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postado em: 9/4/2009
A Fé Cristã É uma Fé Objetiva
Antes de tratar das diversas provas que favorecem a fé cristã, deve-se esclarecer algumas idéias errôneas e entender várias questões fundamentais.
Uma acusação bem comum e contundente feita contra o cristão é: "Vocês, cristãos, me deixam doente! Tudo o que vocês têm é uma "fé cega"". Certamente essa é uma indicação de que o acusador crê que, para tornar-se cristã, a pessoa precisa cometer um "suicídio intelectual".
Pessoalmente, "meu coração não pode se alegrar com aquilo que minha mente rejeita". Meu coração e minha cabeça foram criados para juntos agirem e crerem em harmonia. Cristo nos mandou: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento "(Mateus 22:37).
Quando Jesus Cristo e os apóstolos conclamavam uma pessoa a exercitar a fé, essa não era uma "fé cega", mas uma "fé inteligente". O apóstolo Paulo disse: "Sei em que tenho crido" (2 Timóteo 1:12). E Jesus disse: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (João 8:32). Conhecer, saber, é o contrário de ignorar.
A fé de um indivíduo envolve "a mente, as emoções e a vontade". F. R. Beattie tem toda razão ao afirmar que "o Espírito Santo não opera, no coração, uma fé cega e sem fundamentos..." 2/25
E justificável que Paul Little escreva: "A fé no cristianismo baseia-se em fatos. Não é contrária à razão. No sentido cristão, a fé vai além, mas não contra a razão". 10/30 A fé é a certeza que o coração tem de que as provas são suficientes.
A fé cristã é uma fé objetiva; deve, portanto, ter um objeto. O conceito cristão de fé "salvadora" é o de uma fé em que se estabelece um relacionamento com Jesus Cristo (o objeto); esse conceito está numa posição diametralmente oposta ao uso "filosófico" da palavra fé que, hoje em dia, se faz em geral nas salas de aula.
Um clichê que se deve rejeitar é: "Não importa o que você crê, desde que você tenha convicção disso". Vou ilustrar. Mantive um debate com o chefe do departamento de filosofia de uma universidade localizada no meio-oeste dos Estados Unidos.
Ao responder uma pergunta, aconteceu de eu mencionar a importância da ressurreição. A essa altura, meu oponente me interrompeu e me disse com bastante sarcasmo: "Espere aí, McDowell. A questão principal é se a ressurreição aconteceu ou não? Ou se "você crê que ela aconteceu?"
O que ele estava sugerindo (na verdade estava, com muita coragem, afirmando) é que minha crença era a coisa mais importante. Repliquei imediatamente: "Professor, na verdade importa, e muito, aquilo que creio como cristão, porque o valor da fé cristã não está em quem crê, mas naquele em quem se crê, no objeto da fé". E prossegui: "Se alguém pudesse me provar que Cristo não ressuscitou dos mortos, eu não teria o direito à fé cristã" (1 Coríntios 15:14).
A fé cristã é fé em Cristo. O seu valor não está naquele que crê, mas naquele em Quem se crê — não naquele que confia, mas naquele em Quem se confia.
Logo após esse debate, um bolsista muçulmano me procurou para conversar e, durante um diálogo muito construtivo, ele disse com toda sinceridade: "Conheço muitos muçulmanos que têm mais fé em Maomé do que alguns cristãos têm em Cristo".
Respondi: "Pode ser verdade, mas o cristão é "salvo". Veja, não importa a quantidade de fé que você tenha, mas quem é o objeto da sua fé. Isso é importante do ponto de vista cristão.
Com freqüência ouço estudantes dizerem: "Alguns budistas são mais consagrados e têm mais fé em Buda (o que revela uma compreensão errada do budismo) do que os cristãos têm em Cristo". Só posso responder o seguinte: "Talvez, mas o cristão é salvo".
Paulo disse: "Sei em Quem tenho crido". Isso explica por que o evangelho gira em torno da pessoa de Jesus Cristo.
John Warwick Montgomery afirma: "Se o nosso "Cristo da fé" se afasta um pouco do "Jesus da história" que a Bíblia apresenta, então, na proporção desse afastamento, perdemos também o autêntico Cristo da fé.
Conforme Herbet Butterfield, um dos maiores historiadores da nossa época, o expressou: "Seria um erro perigoso imaginar que as características de uma religião histórica continuariam inalteradas caso o Cristo dos teólogos fosse divorciado do Jesus da história"." 12/145.
A expressão "Não venha me confundir com os fatos" não é própria para um cristão.
Vi com meus próprios olhos
Os escritores do Novo Testamento ou escreveram na qualidade de testemunhas oculares dos eventos que descreveram ou registraram os acontecimentos, conforme relatados, em primeira mão, por testemunhas oculares.
"Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da Sua majestade" (2 Pedro 1:16).
Eles certamente sabiam qual a diferença entre mito, lenda e realidade. Um professor de uma turma de literatura universal, à qual eu estava falando, fez a seguinte pergunta: "Qual sua opinião sobre a mitologia grega?"
Respondi com uma outra pergunta: "Você quer saber se os acontecimentos da vida de Jesus — a ressurreição, o nascimento virginal, etc. — foram apenas um mito?"
E ele respondeu: "Isso mesmo". Respondi, então, que, entre essas coisas aplicadas a Cristo e essas mesmas coisas aplicadas à mitologia grega, existe uma diferença óbvia que geralmente é ignorada.
Os acontecimentos análogos da mitologia grega (como, por exemplo, a ressurreição) não se aplicavam a indivíduos reais, de carne e sangue, mas a personagens mitológicos. Na questão do cristianismo, esses acontecimentos estão ligados a uma pessoa que os escritores conheceram na dimensão tempo-espaço da história, o Jesus de Nazaré da história, que eles conheceram pessoalmente.
Ao que o professor disse: "Você tem razão. Eu não tinha percebido isso."
S. Estborn, em Gripped by Christ (Atraído por Cristo), explica essa questão com mais detalhes. Ele conta que Anath Nath "estudou tanto a Bíblia como os Shastras, sendo que dois temas bíblicos prenderam profundamente sua atenção: primeiro, a realidade da encarnação, e, segundo, a expiação do pecado humano.
Ele procurou harmonizar essas doutrinas com as Escrituras hindus e descobriu no sacrifício voluntário de Cristo um paralelo com Prajapati, o deus-criador veda. Também percebeu uma diferença vital. Enquanto o Prajapati veda é um símbolo mítico, que tem sido aplicado a inúmeras personagens, Jesus de Nazaré é uma pessoa histórica. Por isso ele disse: "Jesus é o verdadeiro Prajapati, o verdadeiro Salvador do mundo"." 6/43
J. B. Phillips, citado por Blaiklock, afirma: ""Já li, em grego e em latim, dezenas de histórias de mitos, mas não encontrei a menor idéia de mito na Bíblia". A maioria das pessoas que conhece grego e latim, não importa qual seja sua atitude para com as narrativas do Novo Testamento, concordaria com ele..."
"Pode-se definir mito como uma tentativa pré-científica e imaginativa de explicar algum fenômeno, real ou aparente, que desperte a curiosidade daquele que faz o mito, ou, talvez, mais exatamente um esforço por alcançar um sentimento de satisfação, em vez de perplexidade, diante de tais fenômenos.
Freqüentemente apela mais às emoções do que à razão, e, de fato, em suas manifestações mais típicas, parece ter surgido em uma época quando não se exigiam explicações racionais"." 3/47
Testemunhas oculares
"O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós igualmente mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo" (1 João 1:l-3).
"Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares, e ministros da palavra, igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem" (Lucas 1:1-3).
A obra The Cambridge Ancient History (A História Antiga de Cambridge), falando da preocupação de Lucas com a exatidão, afirma:
"Ele está naturalmente interessado em fazer uma boa defesa da religião que professa — e não apenas porque cria que era verdadeira (e não havia atrativo algum para se professar o cristianismo, a não ser que se estivesse totalmente convencido de sua veracidade)..." 4/258
"Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus fez e ensinou, até ao dia em que, depois de haver dado mandamentos por intermédio do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, foi elevado às alturas. A estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus" (Atos 1:1-3).
"Depois Jesus foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora, porém alguns já dormem. Depois foi visto por Tiago, mais tarde por todos os apóstolos, e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo" (1 Coríntios 15:6-8).
"Na verdade fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome" (João 20:30,31).
"É nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez na terra dos judeus e em Jerusalém; ao qual também tiraram a vida, pendurando-O no madeiro. A este ressuscitou Deus no terceiro dia, e concedeu que fosse manifesto, não a todo o povo, mas às testemunhas que foram anteriormente escolhidas por Deus, isto é, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois que ressurgiu dentre os mortos; e nos mandou pregar ao povo e testificar que ele é quem foi constituído por Deus Juiz de vivos e de mortos" (Atos 10:39-42).
"Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada" (1 Pedro 5:1).
"Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos" (Atos 1:9).
John Montgomery diz que "a inviabilidade de fazer distinção entre a afirmação de Jesus sobre si mesmo e a afirmação dos escritores do Novo Testamento não deve causar espanto, pois (1) a situação tem um paralelo exato com a de todas as personagens históricas que não optaram por escrever (por exemplo, Alexandre o Grande, César Augusto, Carlos Magno).
Nesses casos, dificilmente diríamos que é impossível chegarmos a descrições históricas aceitáveis. E, também, (2) os escritores do Novo Testamento... registram testemunhos oculares sobre Jesus, pelo que se pode confiar, pois apresentam uma descrição histórica cuidadosa de Jesus." 11/48
Os apóstolos foram testemunhas de sua vida ressurreta:
Lucas 24:48
Atos 1:8
Atos 2:32
Atos 3:15
Atos 4:33
Atos 5:32
Atos 10:39
Atos 10:41
Atos 13:31
1 Coríntios 15:4-9
1 Coríntios 15:15
1 João 1:2
Atos 22:15
Atos 23:11
Atos 26:16
Autor: Josh McDowell
Fonte: Evidência Que Exige Um Veredito – Vol. I