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postado em: 19/9/2016
I. Uma interpretação absurda?
E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como dragão. Também exercia toda a autoridade da primeira besta na sua presença; e fazia que a terra e os que nela habitavam adorassem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada. E operava grandes sinais, de maneira que fazia até descer fogo do céu à terra, à vista dos homens; e, por meio dos sinais que lhe foi permitido fazer na presença da besta, enganava os que habitavam sobre a terra e lhes dizia que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia. Foi-lhe concedido também dar fôlego à imagem da besta, para que a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta. E fez que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, lhes fosse posto um sinal na mão direita, ou na fronte, para que ninguém pudesse comprar ou vender, senão aquele que tivesse o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Apocalipse 13: 11-17 [1]
Ao longo de seus mais de 150 anos de história, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem sustentado uma interpretação historicista bem particular de Apocalipse 13. Segundo essa interpretação, a cabeça ferida da besta que sobe do mar representa o papado. Esse poder político-religioso exerceu uma supremacia sobre o mundo ocidental a partir de 538, quando os visigodos já haviam sido derrotados pelos francos, e os vândalos e ostrogodos pelos bizantinos. Esses três reinos professavam o arianismo, sendo, portanto, hostis ao papado. A partir de então, a Igreja Católica se fortaleceu como nunca, recebendo terras (como as que lhes foram doadas no centro da Itália por Pepino, o Breve, em 754) e atingindo o ápice do seu poder no século XIII. A natureza do poder papal foi definida de forma magistral por um historiador alemão no final do século XIX:
Afirmar que Cristo fundou um reino, e que esse reino é a Igreja Romana, equivaleria a dizer que lhe deu duas espadas, uma espiritual e outra temporal e que, portanto, secularizou o evangelho. Tampouco se pode sustentar que o espírito de Cristo tem a intenção de governar os reinos terrenos. O evangelho diz: 'O reino de Cristo não é deste mundo.' Mas a igreja estabeleceu um reino neste mundo. Cristo não ordenou aos discípulos que reinassem, mas que servissem. Mas na Igreja Romana os ministros governam o mundo. Cristo afasta seus discípulos da religião e das cerimônias políticas e põe os seres humanos diante de Deus: Deus e a alma, a alma e Deus, mas aqui acontece o contrário, o ser humano situa-se numa instituição cujas cadeias não podem ser quebradas, mas obedecidas. Somente quando obedece, o fiel aproxima-se de Deus. Houve um tempo em que os cristãos romanos derramaram sangue porque se recusavam a prestar culto a César, e rejeitavam a religião política. Hoje não agem mais dessa forma. Na verdade, não oram a um governador terreno, mas se submetem às ordens despóticas do soberano papal romano. (HARNACK, 2014: pp. 180-181)
Assim, ao longo da Idade Média, o poder papal agiu com extrema intolerância contra os "hereges" (como os valdenses e os albigenses), "infiéis" (como os muçulmanos, no período das Cruzadas) e mesmo contra autoridades civis, como na Querela das Investiduras, entre 1075 e 1122 (no auge dessa disputa, o imperador Henrique IV teve que se penitenciar ao relento por três dias, em pleno inverno europeu. Só então o papa Gregório VII lhe perdoou e suspendeu a excomunhão). Entre os séculos XIV e XVI, contudo, o Renascimento, o Humanismo e a Reforma Protestante enfraqueceram sobremaneira o poder papal. A Igreja reagiu, na chamada Contrarreforma. Dentre outras coisas, o clero reafirmou todos os dogmas católicos, reforçou a Inquisição e criou a Companhia de Jesus, os jesuítas.
O pior para o papado, no entanto, estava por vir. No século XVIII, o Iluminismo, a Revolução Americana (1775-1783) e, finalmente, a Revolução Francesa (1798-1799) contribuíram para reforçar o pensamento crítico, o anticlericalismo e a secularização através do Estado laico e republicano. Tudo isso gerou enormes dificuldades ao papa, acostumado que estava com as facilidades do Antigo Regime, quando as decisões eram tomadas nas "antessalas dos palácios". O mais duro golpe ao catolicismo, no entanto, foi desferido pelos revolucionários franceses, durante o Terror (1793-1794) e por ocasião da prisão do papa Pio VI pelo general Louis-Alexandre Berthier, em 1798.
A prisão do papa foi a "ferida mortal" que, segundo Guilherme Miller (1782-1849), assinalou o início do "tempo do fim" de Daniel 12:4 (KNIGHT, 2005: p. 43). Tal "ferimento" foi agravado com a Questão Romana (1861-1929), uma disputa entre a Igreja e o Estado italiano (provocada porque este anexou os Estados Pontifícios durante a unificação do país, concluída em 1870). Em 1929, o governo totalitário de Benito Mussolini selou com a Santa Sé o Tratado de Latrão, iniciando assim a cura da "ferida mortal".
Ao longo do século XX, o papado seguiu gradualmente recuperando a influência que perdera a partir do século XIV, quando os humanistas iniciaram o processo de secularização que está em curso até hoje. O Concílio do Vaticano II, entre 1962 e 1965, foi crucial ao fortalecer o diálogo ecumênico e, através da Constituição Pastoral sobre a Igreja no Mundo Atual, aproximar a Igreja Católica dos governos democráticos.[2] No entanto, nada ou ninguém representa melhor a recuperação do prestígio papal no século passado do que João Paulo II, pontífice romano entre 1978 e 2005.
Durante os 26 anos em que esteve à frente da Igreja Católica, o carismático papa polonês fez 104 peregrinações por 129 países, o que representa mais viagens fora de Roma do que a soma de viagens de todos os seus predecessores (MOORE, 2013: p. 73). Diálogos ecumênicos e acordos secretos com o governo americano para desestabilizar o comunismo foram algumas de suas ações mais marcantes. A sua popularidade pode ser avaliada pelo seu funeral, quando estiveram presentes nove monarcas e mais de setenta primeiros-ministros. Três presidentes norte-americanos, incluindo o que exercia o cargo à época, ajoelharam-se por cinco minutos perante o ataúde do papa. Em suma, "João Paulo II modificou a visão que o mundo tinha de seu cargo e sua igreja" (idem, p. 76).
Seria desnecessário enumerar aqui as ações do papa Francisco (2013- ), o primeiro pontífice jesuíta da história. Ninguém contesta que ele exerce um fascínio absoluto entre adeptos das mais diversas religiões, bem como entre os líderes mundiais, incluindo o presidente dos Estados Unidos. Assim, a posição histórica dos adventistas, de que a besta que emerge da terra (Estados Unidos da América) levará o mundo a adorar a primeira besta (o papado), mediante a imposição de uma marca (o domingo como dia de guarda ou santo), perseguindo os que não a aceitarem[3], é hoje pelo menos verossímil. Contudo, para os que ainda consideram essa interpretação audaciosa ou mesmo absurda, eu gostaria de compartilhar algumas reflexões.
II. De onde vêm os Direitos Humanos?
O psiquiatra britânico Theodore Dalrymple relata no seu livro Qualquer coisa serve (2016: p. 70) uma experiência que teve com uma jovem paciente. No início da consulta, ele a questionou sobre qual carreira ela escolheria. Ela respondeu que desejava estudar Direito. Dalrymple então quis saber qual seria a área do Direito na qual ela pretenderia se especializar. Ela então lhe disse que sua especialização seria nos Direitos Humanos. Foi então que o médico fez uma pergunta inquietante:
- E de onde os Direitos Humanos vêm?
Como ela pareceu não compreender a pergunta, ele explicou:
- Eles simplesmente estão por aí, como a América, esperando para serem descobertos por alguém que lhes sai à procura, ou foram elaborados por iniciativa humana, de modo que poderiam ser revogados sem mais nem menos, por meio de uma lei?
A jovem ficou chocada e respondeu que uma pergunta desse tipo não deveria ser feita.
Esse relato imediatamente me remeteu à visão apocalíptica que nós, adventistas do sétimo dia, defendemos. Temos pregado ao mundo que, muito em breve, a nação com a tradição mais profundamente democrática da Terra se aliará ao papado e promulgará um decreto “para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome” (Ap 13:17). Para os que consideram isso impossível, a primeira lição que têm a aprender é essa: entendidos a partir de uma lógica histórica e sociológica, os Direitos Humanos (incluindo a liberdade religiosa) foram elaborados por iniciativa humana, de modo que podem ser revogados a qualquer momento, por meio de uma lei. É importante observar que tais direitos constituem uma criação relativamente recente na história: surgiram com o Iluminismo e com as revoluções americana e francesa, no século XVIII. A maioria dos países democráticos desenvolveu uma compreensão "madura" dos Direitos Humanos há apenas algumas décadas (até 1981, a legislação francesa ainda autorizava execuções pela guilhotina; a "Constituição cidadã" do Brasil data de 1988). Mesmo no século XXI, uma boa parcela da humanidade sofre com restrições ou mesmo a falta de direitos fundamentais, mesmo em países pretensamente democráticos.
Ignorar ou não querer admitir que em tese os Direitos Humanos estão sujeitos às vicissitudes políticas e legislativas, como o fez a jovem paciente de Dalrymple, não mudará essa realidade.
III. Chifres de cordeiro, fala de dragão
Uma vez admitida a possibilidade de que direitos individuais sejam revogados pelo Estado, resta analisar como e se os Estados Unidos poderão fazê-lo. Assim, voltemos à interpretação adventista. As privações materiais decorrentes do decreto dominical imposto pelos Estados Unidos constituirão apenas o “princípio das dores” para o povo remanescente. Como escreveu Ellen G. White,
Como o sábado se tornou o ponto especial de controvérsia por toda a cristandade, e as autoridades religiosas e seculares se combinaram para impor a observância do domingo, a recusa persistente de uma pequena minoria em ceder à exigência popular, fará com que esta minoria seja objeto de ódio universal. Insistir-se-á em que os poucos que permanecem em oposição a uma instituição da igreja e lei do Estado, não devem ser tolerados; que é melhor que eles sofram do que nações inteiras sejam lançadas em confusão e ilegalidade. O mesmo argumento, há mil e oitocentos anos, foi aduzido contra Cristo pelos "príncipes do povo". "Convém", disse o astucioso Caifás, "que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação." João 11:50. Este argumento parecerá conclusivo; e expedir-se-á, por fim, um decreto contra os que santificam o sábado do quarto mandamento, denunciando-os como merecedores do mais severo castigo, e dando ao povo liberdade para, depois de certo tempo, matá-los.[4]
Como já foi mencionado, muitos consideram tal interpretação de Apocalipse 13 como surreal, no mínimo. Tal como a paciente de Dalrymple, concebem a liberdade religiosa como um direito impossível de ser revogado, tal como a lei da gravidade. Chama a atenção que o próprio Dalrymple, tão lúcido com relação à origem e à natureza dos Direitos Humanos, jamais concordaria com o papel profético que atribuímos aos Estados Unidos da América. Em outro ensaio, disponível no mesmo livro supracitado, ele declara:
A ascensão do cristianismo evangélico como força política nos Estados Unidos suscita a reação dos livres-pensadores da intelligentsia, que veem nesse crescimento o risco de uma teocracia. Se a ameaça é real e verdadeiramente temida, duvido muito; certamente a tradição política e a Constituição americanas têm força para impedir o surgimento de uma teocracia nos Estados Unidos. (DALRYMPLE, 2016: p. 166)
Um pouco adiante, reitera que a influência política dos cristãos evangélicos numa democracia em que eles existem em número expressivo é absolutamente normal. Na sua ótica, isso não implicaria na consolidação de qualquer teocracia.
A minha conclusão, frente a tão flagrante contradição, é que Dalrymple considera plausível que os Direitos Humanos possam ser revogados em qualquer país, menos nos Estados Unidos. Resta-nos apresentar, portanto, evidências de que os norte-americanos não estão incólumes a uma reviravolta legislativa em prejuízo dos direitos individuais de minorias. Na verdade, já avançam para tal situação.
A besta que se levanta da terra em Apocalipse 13 possui dois chifres (v. 11). John Bacon, em 1799, e posteriormente os adventistas, interpretam-nos como a liberdade civil e a liberdade religiosa, duas características fundamentais do governo dos Estados Unidos. Por outro lado, quando essa besta fala, ela se assemelha ao dragão (Satanás). Os pioneiros adventistas - incluindo Ellen G. White - não identificaram a besta de dois chifres aos Estados Unidos em si mesmos, mas com o poder perseguidor que essa nação exercerá sobre o povo de Deus no tempo do fim. Essa força perseguidora surgirá da fusão do Estado republicano com um sistema religioso ecumênico (DORNELES, 2012: pp. 42-43).
Explicar em detalhes esse processo seria ambicioso demais para um artigo. Para os interessados num maior aprofundamento, indico a bibliografia que consta ao final do artigo. Exporei aqui apenas certas mudanças dos sentimentos americanos com relação ao catolicismo. Tais mudanças mostram que naquela nação o protestantismo lança firmemente as mãos "através do abismo" ao poder romano. Ter isso em mente é fundamental porque antes que populações tenham sido perseguidas (como as vítimas do Holocausto ou do genocídio de Ruanda), ocorreram mudanças culturais importantes na sociedade. Pode parecer uma miragem que tamanha intolerância possa se abater sobre o mundo atual a partir dos Estados Unidos - o mesmo podia ser dito da culta Alemanha e de países europeus que apoiaram o extermínio de judeus há pouco mais de setenta anos.
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As Treze Colônias inglesas na América do Norte foram fundadas por puritanos que tinham uma visão bem clara da sua missão - o Destino Manifesto, a ideia de que formavam um povo com a missão de espalhar os seus valores de liberdade e civilização pelo mundo. De fato, os pregadores puritanos viam-se como "o farol" para guiar a humanidade "perdida". Assim,
Deslocados de seu contexto ou interpretados segundo a própria circunstância, expressões bíblicas como 'novo céu', 'nova Terra', 'nova Jerusalém' e 'nação eleita' se transformaram em elos entre os diversos textos da cultura norte-americana. É esse processo de encadeamento que sedimenta a identidade coletiva e a visão de mundo de uma cultura. (DORNELES, 2012: p. 87)
Deste modo, graças à influência do protestantismo - e do deísmo, por ocasião da Revolução Americana - a consciência nacional americana moldou a ideia de uma Nova Ordem a partir de um choque entre o bem e o mal. Certos cristãos - como os adventistas do sétimo dia - podem ser considerados dissidentes e mesmo oponentes da Nova Ordem (DORNELES, 2012: p. 77; pp. 131-132).
Assim, a fim de consolidar a sua Ordem, a nação americana não hesitou em falar como "dragão": essa é outra marca de sua história, ao lado da defesa das liberdades civis e religiosas. Essa postura agressiva em defesa do seu ideal de civilização produziu inúmeras vítimas: dos nativos norte-americanos, na colonização e expansão para o Oeste, aos fundamentalistas religiosos, no contexto da "Guerra ao Terror" neste início de século XXI.
Como uma nação formada por protestantes que fugiam de perseguições religiosas na Europa, os Estados Unidos se orientaram inicialmente por um intenso anticatolicismo. Ao longo dos séculos XVIII e XIX, contudo, diversos bispos estadunidenses endossaram a experiência democrática no país como compatível com o pensamento político católico. Isso enfraqueceu a hostilidade contra o catolicismo, embora a chegada de levas de imigrantes católicos no país no século XIX tenha provocado a desconfiança entre os nacionais - suspeitava-se os romanistas fossem mais leais ao papa do que às instituições republicanas estadunidenses.
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os católicos começaram a sair do interior e a ocupar os subúrbios das cidades. A partir de então, muitos passaram a ocupar postos mais elevados no governo e na indústria. Os americanos protestantes então quebraram preconceitos, e passaram a enxergá-los como cidadãos "normais". O que restava de anticatolicismo na sociedade norte-americana desapareceu de vez durante o curto pontificado do papa João XXIII (1958-1963), e o igualmente curto governo de John F. Kennedy (1961-1963), o primeiro presidente católico dos Estados Unidos. Ambos foram extremamente populares no país, e o assassinato de Kennedy, um dos grandes responsáveis por livrar o mundo de uma guerra nuclear durante a Crise dos Mísseis (16-28 de outubro de 1962), ainda lhe conferiu certa aura de mártir.
Os sentimentos do povo americano com relação à Igreja Católica mudaram tanto - ainda mais com o pontificado extremamente popular de João Paulo II, anteriormente mencionado - que nem mesmo os escândalos de abuso sexual envolvendo sacerdotes entre o fim do século XX e início do século XXI provocaram uma "onda" de anticatolicismo como teriam feito três ou quatro gerações antes (MOORE, 2013: pp. 168-169).
Enquanto ocorria essa transformação de sentimentos, os protestantes passaram a cooperar mais com os católicos, sobretudo após o Concílio Vaticano II. Entre os pontos de contato estão o reavivamento carismático entre os católicos, a oposição a certas frentes derivadas do avanço do secularismo (como o homossexualismo e o aborto), a promoção de valores morais na cultura e a adesão a maior liberdade religiosa (CAIRNS, 2008: p. 522). Além disso, católicos e protestantes se mostram cada vez mais engajados politicamente, e as suas causas se aproximam.
É justamente aí que o perigo aumenta. O risco de uma teocracia, negado por Dalrymple, é bem real. Os políticos católicos são informados pelo Vaticano de que estão pecando se suas decisões não estiverem em conformidade com os princípios morais da religião. Os protestantes da direita cristã, por sua vez, pressionam para que a lei bíblica seja o fundamento do sistema legal da nação, de modo que o cristianismo finalmente triunfe sobre o secularismo na sociedade norte-americana (MOORE, 2013: p. 243 e p. 278).
O fim se aproxima, embora alguns o neguem, como os antediluvianos negaram que choveria até que o dilúvio destruiu o planeta. É verdade que após 1844 não há profecia se referindo a uma data exata. De qualquer modo, surpreendi-me ao descobrir que, em pleno Grande Despertar do século XVIII, George Whitefield (1714-1770), imbuído dos escritos de outro pregador, Jonathan Edwards (1703-1758), convenceu-se de que "nações inteiras" seriam despertadas até 2016 (DAVIDSON, 2016: p. 64). Desconheço a natureza exata do "despertamento" que ele tinha em mente. Todavia, neste segundo semestre de 2016 grandes eventos ecumênicos têm marcado os Estados Unidos. Um deles foi o Together 2016, ocorrido em julho, com o apoio direto do papa Francisco. Devido às elevadas temperaturas do verão americano, o evento foi interrompido antes do horário previsto para o término. Contudo, líderes ecumênicos farão uma nova investida: trata-se do The Gathering, que ocorrerá já nesta quarta-feira (21/09). No site do evento, encontramos a estarrecedora declaração de que "a Igreja deve tornar-se novamente a consciência do governo".[5]
O momento não é de alarmismo, mas de oração e atenta vigilância. "Vigiais, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor" (Mt 24: 42).
Bibliografia Consultada:
CAIRNS, Earle E. Cristianismo através dos Séculos. São Paulo: Vida Nova, 2008.
DALRYMPLE, Theodore. Qualquer Coisa Serve. São Paulo: É Realizações, 2016.
DAVIDSON, James West. Uma Breve História dos Estados Unidos. Porto Alegre, Rio Grande do Sul: LP&M, 2016.
DORNELES, Vanderlei. O Último Império: a Nova Ordem Mundial e a Contrafação do Reino de Deus. Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2012.
HARNACK, Adolf von. O Que é Cristianismo? São Paulo: Reflexão, 2014.
KNIGHT, George R. Em Busca de Identidade - o desenvolvimento das doutrinas adventistas do sétimo dia. Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2005.
MAXWELL, C. Uma Nova Era segundo as Profecias do Apocalipse. Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2008.
MOORE, Marvin. Apocalipse 13 - leis dominicais, boicotes econômicos, decretos de morte, perseguição religiosa... isso poderia realmente acontecer? Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2013.
WHITE, Ellen G. O Grande Conflito [edição online].
Referências:
[1] As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revisada Imprensa Bíblica.
[2] O documento declara que "a comunidade política e a autoridade pública se fundam na natureza humana e que, por conseguinte, pertencem à ordem estabelecida por Deus" (IV.74). No entanto, é "desumano que a autoridade política assuma formas totalitárias ou ditatoriais, que lesam os direitos das pessoas ou dos grupos sociais" (IV.75). Disponível em: <GAUDIUM ET SPES - SOBRE A IGREJA NO MUNDO ACTUAL>. Acesso em 18 de setembro de 2016.
[3] "Em Apocalipse 12 a 14, as pessoas que recebem a marca da besta encontram-se em contraste com os santos que 'guardam os mandamentos de Deus'" (MAXWELL, C. Uma Nova Era segundo as Profecias do Apocalipse. Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2008, p. 392).
[4] O Grande Conflito, p. 615.
[5] Disponível em: <THE GATHERING>. Acesso em 18 de setembro de 2016.