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postado em: 14/11/2008
A Estranha Teologia Católica “Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mateus 15.9). Os imperadores romanos convocaram e presidiram os oito primeiros concílios, chamados “Concílios do Oriente”, e os homens, fora do alcance do poder de Deus e de seu Espírito, contrariando todos os princípios evangélicos, em seu desvario, sem a oposição dos crentes fiéis e com o apoio do Estado, introduziram ou oficializaram “doutrinas que são preceitos de homens”, como em sua Onisciência antevira Jesus, quando afirmou: “Hipócritas! bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de Mim” (Mt 15.7,8). A Igreja de Jesus perde mais uma batalha na marcha do paganismo com a oficialização da união Igreja-Estado. O sínodo reunido em Constantinopla (381) sob Teodósio, para desfechar no arianismo o golpe de misericórdia, não é menos digno de nota. Era o segundo concilio geral. Convocado pelo imperador e presidido pelos bispos que ele nomeava, esse concílio, que foi, quase do princípio ao fim, um tempestuoso pronunciamento contra as tendências usurpadoras do “papa” Dâmaso, igualou à metrópole de Roma a de Constantinopla, Alexandria, Antioquia, Efeso e Cesaréia, elevou em privilégio a capital do Oriente à altura do metropolita italiano, que não protestou. E, posto fosse o segundo sínodo geral, posto nele se tivesse completado o símbolo niceno com o dogma do Espírito Santo, não teve o bispo de Roma naquela assembléia nem um representante sequer. Um dos primeiros erros foi o surgimento da hierarquia, conforme discutido antes. Em Atos 15, também vimos os apóstolos às voltas com a solução de um problema que só surgiu na Igreja por culpa de crentes fora do alcance do Espírito Santo, quando queriam soluções humanas para problemas espirituais. Na reunião de Atos 15, revela-se que a igreja, a congregação de crentes, agia democraticamente, pois todos tiveram direito de opinar, e por votação resolveu-se o assunto: “Então pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos com toda a igreja (...)” (At 15.22). No entanto, a Igreja passou da democracia à ditadura papal, e hoje o papa “infalível” não pode admitir contestação. Roma locuta est, causa finita est (“Roma falou, está falado”). A segunda introdução, como já vimos, foi a regeneração pelo batismo e o batismo de crianças, que se tornou obrigatório em 416. Isso estabelecido por lei, dois princípios do Novo Testamento foram quebrados: o do batismo dos crentes e o da obediência voluntária ao batismo. Assim, a Igreja desviada logo se foi enchendo de membros inconversos. Não se passaram muitos anos até que fosse quase totalmente composta de incrédulos. Resultou daí que os costumes dos cristãos se corromperam, e que, na nova religião, a sociedade conservou seus antigos vícios. As heresias, que até ali não tinham sido mais do que disputas de escola, tomaram um caráter mais sério, a ponto de lançarem a desordem na ordem pública. Os crentes verdadeiros, aqueles que procuravam seguir à risca os preceitos bíblicos, não aceitavam em suas congregações a filiação de pessoas oriundas da igreja desviada. Os que se convertiam eram novamente batizados conforme ensina a Bíblia: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16). Outrossim, o nome de cristão era negado aos membros das igrejas que rebatizavam — eram considerados, e chamados, “hereges”: É fácil imaginar as perseguições que sofreram daí para a frente. Digno de nota é o fato de que as perseguições, agora, não partiam dos imperadores romanos, pagãos, por instigação dos pagãos, e sim daqueles que se diziam “cristãos” e seguiam doutrinas espúrias. Estas gozavam o privilégio de ser a “Igreja do Estado”, a “Igreja Oficial”. No Concílio de Calcedônia, em 451, foi promulgada a doutrina que ficou conhecida depois como “mariolatria”. No princípio, mesmo entre os que se diziam “cristãos”, a nova doutrina criou sérias objeções e grandes tumultos, mas depois foi aceita por toda a Igreja Católica. Outras doutrinas foram surgindo com o passar do tempo, mas nenhuma delas tinha por objetivo o retorno à pureza dos Evangelhos. Um erro sempre provoca outro erro, maior. Nesse caso não vale a boa intenção. Com o batismo de crianças, as igrejas iam enchendo-se de incrédulos, como ainda acontece em nossos dias. Pergunte-se ao povo, ao homem da rua, aos viciados, aos depravados, aos ladrões, aos condenados por crime hediondo, aos homicidas, aos estupradores, enfim, a todo tipo de desviados, às pessoas mais honestas e puras ou ao mais depravado dos seres humanos sobre a religião que adotam. A maioria responderá: “Sou católico.” Não têm responsabilidade com o testemunho, não se importam com o zelo da Igreja, não contribuem para o engrandecimento do reino de Deus, não se importam com o homem pecador, não cuidam dos benefícios que o ensino dos Evangelhos trará a este mundo tão conturbado. Quão maravilhoso seria se os que se dizem “cristãos” o fossem de fato! Os evangélicos costumam admitir como membros em suas igrejas só os que assumem compromisso de levar uma vida nos moldes dos ensinamentos de Jesus. Admissão pelo batismo, e batismo por imersão, como Jesus foi batizado no rio Jordão. As igrejas evangélicas não descuidam dos seus membros. Não tolhem seus membros da liberdade de fazerem o que quiserem. Essa é a dotação de Deus para toda pessoa humana. Porém, está sempre atenta. Se um congregado praticar algo incompatível com os princípios evangélicos, será advertido, aconselhado, tentar-se-á a sua recuperação. Em caso extremo, será excluído de entre os membros. São preceitos bíblicos (Mt 18.17,18). Jesus ensinou que o testemunho do crente tem muito valor: “Mas qualquer que fizer tropeçar um destes pequeninos que crêem em Mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse na profundeza do mar” (Mt 18.6). Foi fácil para a Igreja Oficial legislar, modificar ab-rogar, transformar os ensinamentos do Novo Testamento ao seu bel-prazer. Indulgências purgatório, celibato, adoração dos santos, tonsura, hóstia, penitência abstenção de alimentos confessionário um sem-número de coisas que Jesus não ensinou e muitas que a Bíblia frontalmente condena. - Extraído de Alcides Conejeiro Peres, O Catolicismo Romano Através dos Tempos.