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postado em: 26/4/2009
O Santo Batismo
O Batismo – Pelo batismo confessamos nossa fé na morte e na ressurreição de Jesus Cristo, e atestamos nossa morte para o pecado e nosso propósito de andar em novidade de vida. Assim reconhecemos a Cristo como Senhor e Salvador, tornamo-nos Seu povo e somos aceitos como membros por Sua Igreja. O batismo é um símbolo de nossa união com Cristo, do perdão de nossos pecados e de nosso recebimento do Espírito Santo. É por imersão na água e depende de uma afirmação de fé em Jesus e da evidência de arrependimento do pecado. Segue-se à instrução nas Escrituras Sagradas e à aceitação de seus ensinos. – Crenças Fundamentais, 14
O que o batismo significa para mim pode bem ser expresso por uma experiência que tive quando estava no início do meu ministério. Pelo correio, recebi o nome e o endereço de uma senhora que havia completado seu segundo curso bíblico por correspondência. Pelo que constava no cartão, ela aceitara todas as verdades apresentadas nas lições e desejava ser batizada.
Ciente de que interessados “quentes” assim não aparecem todos os dias, alterei meu roteiro de modo que pudesse visitá-la logo no dia seguinte. No início de nossa conversa, descobri que de fato ela desejava muito ser batizada. Recebera o batismo por aspersão, quando criança, mas as lições bíblicas a haviam convencido de que o batismo correto era por imersão. Então, decepcionada com o seu primeiro batismo, ela desejava ser batizada por imersão em nome de Cristo.
Entretanto, minha alegria de ganhar um novo membro durou pouco. A continuação da conversa revelou que ela não via qualquer validade nas doutrinas distintivas adventistas, como o sábado ou o estado dos mortos. Eu poderia ter encarado isso como uma falta de compreensão que seria sanada com estudos posteriores. Ocorre que ela foi muito clara ao afirmar que não tinha nenhum interesse em continuar estudando. Ela simplesmente queria ser batizada por imersão e nada mais.
É claro que, naquelas circunstâncias, eu não pude atender ao seu desejo. Mas a experiência me levou a ponderar um pouco sobre determinadas situações: O que o batismo significa para a Igreja, o corpo de Cristo? O que ele significa para o crente individual? O que ele significa para mim?
Entrando Para uma Comunidade
Como uma porta pela qual o pecador arrependido entra para participar do corpo de Cristo, o batismo é mais do que uma formalidade. Aqueles que já participam do corpo têm o direito de esperar dos membros em perspectiva que se interessem pelo bem-estar do corpo como um todo, pois o corpo de Cristo é uma comunidade. E nessa comunidade, a experiência de um é partilhada por todos (I Cor. 12:12-26).
Através do batismo, o crente expressa seu compromisso de:
(1) ocupar seu lugar no corpo;
(2) ajudar a desempenhar a tarefa dada pelo Senhor a Seu corpo;
(3) glorificar a Deus amando àqueles que compõem esse corpo;
(4) participar dos destinos desse corpo, quer sejam glórias ou sofrimentos. E o mais importante, através do batismo o crente entra numa relação de concerto com Deus.
Em certa época, a circuncisão da carne representava uma relação de concerto na qual Deus circuncidava o coração do pecador e o recebia em Sua comunidade. Cada membro da comunidade do concerto tinha uma responsabilidade diante de Deus e em relação aos demais membros. Colossenses 2:11 e 12 ensina que o batismo tomou o lugar da circuncisão como sinal do “despojamento do corpo da carne”. Mas as responsabilidades dos membros em relação à comunidade – o corpo de Cristo – permanecem.
Participando da Promessa
O candidato ao batismo não somente assume responsabilidades em relação à comunidade do concerto, como também ganha a segurança de que também os demais membros passarão a se sentir responsáveis por ele (I Cor. 12:12-16). Além disso, ao ser batizado o indivíduo herda as promessas do concerto.
O apóstolo Paulo disse aos gálatas “porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes. E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa”. Gál. 3:27 e 29. As promessas do concerto abraâmico incluem a redenção através de Cristo, o prometido descendente (Gál. 3:16), a vida eterna e um lar celestial.
O Novo Testamento associa o arrependimento com o batismo. Com base nessas duas experiências, ao crente é assegurado o perdão (Atos 2:38). O batismo é a lavagem da poluição do pecado. Uma vez lavado, o cristão não necessita ser rebatizado cada vez que cai em pecado; basta arrepender-se*. A cerimônia do lava-pés simboliza essa purificação posterior através do sangue de Cristo (João 13:10).
No dia do Pentecostes, Pedro prometeu à multidão o dom do Espírito Santo a quem fosse batizado. O Espírito certamente já estava trabalhando no coração daquelas pessoas para convencê-las do pecado e da necessidade de aceitar a Cristo. Mas a promessa feita por Pedro era de que o Espírito, o terceiro membro da divindade, Se tornaria a influência controladora da vida daquelas pessoas.
Essa promessa está relacionada com a outra, feita por Paulo, de que Deus distribui os dons do Espírito capacitando-nos para o cumprimento de nossa missão (I Cor. 12 e 13; Efés. 4:11-13); e ambas são hoje tão verdadeiras quanto no dia em que foram pronunciadas.
Em Novidade de Vida
O batismo também indica que entramos em uma especial relação com Cristo. “Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na Sua morte? Fomos, pois, sepultados com Ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.” Rom. 6:3 e 4.
Essa passagem geralmente é usada para apresentar a imersão como o método adequado para o batismo. Entretanto, podemos nos aprofundar mais na dimensão espiritual dessas palavras.
Paulo entende o batismo como uma experiência pela qual passamos a participar da paixão de nosso Senhor. Portanto, ele não está apenas fazendo uma analogia, está descrevendo uma realidade. Quando somos batizados, nos tornamos participantes da morte de Jesus. Frases como “batizados em Cristo Jesus”, “batizados em Sua morte”, “sepultados com Ele pelo batismo”, descrevem de forma real esse relacionamento, o qual deve durar “até a morte”.
Como temos visto, Paulo conclui sua argumentação no verso 4 expondo o propósito dessa morte e sepultamento: “Para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.” A vida pós-batismal deve ser uma nova vida, diferente, “mortos para o pecado, mas vivos para Deus” (verso 11). Tendo entrado em relação de concerto com Deus, passamos a participar de uma comunidade de crentes que aceitaram esse concerto bem como suas condições. “Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo.” Jer. 31:33.
O problema é que freqüentemente deixamos de sentir a realidade dessa experiência de participar da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus. Mas o fato é que, de forma real, a morte de Jesus se torna a minha morte; a ressurreição de Jesus se torna a minha ressurreição, e a vida de Jesus se torna a minha vida. Acho que isso, mais do que qualquer outra coisa, é o que significa o batismo para mim.
Autor: George Rice, foi secretário associado do Patrimônio White, em Washington, D.C., Estados Unidos
Comentários do IASD Em Foco
* É óbvio que o sentido da afirmação é com relação aos pecados ocasionais – o batismo não é imunização (vacina) contra o pecado. É lógico que gostaríamos de poder dizer ao batizando que a partir daí ele não terá mais problemas com o pecado, mas, isso não é verdade. O que ocorre, e isso é sinal evidente da renovação de vida e morte para o pecado que o batismo simboliza, que o domínio do pecado foi quebrado: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados em na Sua morte? Fomos, pois, sepultados com Ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós em novidade de vida” (Romanos 6:1-4).
Como dizia Martinho Lutero: “Em Adão o pecado reina, em Cristo ele é dominado”. Essa “novidade de vida” é a caminho da santificação – o que significa que, a partir daquele momento, o pecado deixa de ser uma “prática” e passa a ser um “acidente” na vida do cristão converso.
Para estes pecados “acidentais”, que não constituem transgressão aberta à Lei de Deus trazendo opróbrio ao Evangelho e à Igreja, basta a confissão a Deus e o arrependimento (Provérbios 28:13); para os últimos, que geralmente envolvem outras pessoas, muitas vezes há necessidade de uma reparação pública – tal qual o batismo, em si mesmo, foi (e é) uma manifestação pública de um compromisso de uma nova vida com Cristo e abandono do pecado – e, portanto, nesses casos aplica-se o rebatismo: a renovação da aliança – que fora quebrada – com Jesus.