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postado em: 26/6/2009
A Segunda Vinda de Cristo
A Segunda Vinda de Cristo – A segunda vinda de Cristo é a bendita esperança da Igreja, o grande ponto culminante do evangelho. A vinda do salvador será literal, pessoal, visível e universal. Quando Ele voltar, os justos falecidos serão ressuscitados e, juntamente com os justos que estiverem vivos, serão glorificados e levados para o Céu, mas os ímpios irão morrer. O cumprimento quase completo da maioria dos aspectos da profecia, bem como a condição atual do mundo, indica que a vinda de Cristo é iminente. O tempo exato desse acontecimento não foi revelado, e somos portanto exortados a estar preparados em todo o tempo. – Crenças Fundamentais, 24.
A segunda vinda de Cristo, nossa grande esperança adventista, contém um poderoso significado que afeta cada aspecto da minha vida. Quero apresentar esse significado dentro da estrutura das quatro razões por que creio que Cristo em breve retornará à Terra.
Base Bíblica
Primeiro, creio na segunda vinda em função da sua base bíblica. Posso contar com a confiabilidade e exatidão da narrativa dos evangelhos sobre quem era Jesus e o que Ele ensinava. E o relato que os evangelhos fazem sobre a vida terrestre de Jesus autentica Sua promessa de retorno. Durante Sua vida, Seus seguidores tiveram abundantes confirmações de Suas promessas. O relato do Novo Testamento a respeito da vida de Cristo é um testemunho de Sua fidelidade, a qual me dá total segurança quanto à Sua promessa de voltar.
Além disso, não posso ignorar o fato de que todos os escritores do Novo Testamento se voltaram confiantemente para o futuro, para o retorno de Cristo. Em acréscimo à segurança encontrada nos evangelhos (Mat. 24:30; Mar. 14:25; João 14:1-3), Paulo recordou aos coríntios ao se reunirem para a Santa Ceia que “todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha”. I Cor. 11:26. Na mesma carta, ele os admoestou: “Aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo.” I Cor. 1:7. Referências similares são encontradas em Atos 3:19-21; Heb. 9:28; Tia. 5:7; Apoc. 21:1-8.
Expressando essa doutrina vital os escritores do Novo Testamento são mais do que convincentes. Eles afirmam que dentro do desenvolvimento do plano de Deus a segunda vinda irá definir o destino final da humanidade.
Parte da Trama
Minha segunda razão, intimamente relacionada com a primeira, é que a verdade da segunda vinda de Jesus não pode ser separada da fé em Jesus. A doutrina da segunda vinda tem de ser vista dentro do conjunto que reúne toda a atividade salvadora de Cristo.
A Bíblia dá testemunho acerca de Jesus Cristo como o Filho de Deus, encarnado, crucificado, ressurreto, assunto ao Céu, glorificado e voltando à Terra para buscar os salvos. A Igreja, através dos séculos, tem confirmado esse testemunho. Mas cada nova época tem que redescobrir o que esse testemunho significa.
Ao fazer isso, entretanto, é preciso relacionar-se com o Jesus integral e não apenas com um Cristo parcial. Por isso a segunda vinda não pode ser separada de Jesus e de quem Ele é na Sua totalidade.
Ao reconhecê-Lo como o meu Senhor que retorna, vou desejar explorar a totalidade da verdade sobre Ele e valorizar mais e mais cada aspecto do que a Bíblia e a Igreja têm a dizer a Seu respeito.
Por exemplo, de Sua vida verdadeiramente humana vou aprender como é Deus e como quer que seja a minha vida. Vou ver nEle não apenas como Deus Se desloca em minha direção, mas também como devo ir até Deus. Ele era tão íntimo de Deus o Pai, sem deixar de ser absolutamente reverente. Ele amou as pessoas e parecia ter um espaço privilegiado em Sua afeições aos perdidos e desprezados da sociedade. Ele era capaz de manifestar uma contagiosa bondade.
Da mesma forma, tenho que levar em conta o impacto de sua vergonhosa morte. Ele sabia que o pior viria no final. Ele falou sobre o inescapável sofrimento do Filho do homem. Mas eu tenho que estar absolutamente oprimido pelo fato de que Ele sofreu e morreu por mim. O Servo Sofredor permitiu que homens e mulheres O tratassem da pior forma possível; e isso por amor. Tal amor “tão maravilhoso, tão divino, exige minha alma, minha vida, tudo o que sou”.
Sua ressurreição me abre outra dimensão vital. Ter a certeza de que Ele está vivo, que Deus Lhe deu o triunfo sobre a morte, me dá nova esperança. Isso reforça em mim Sua promessa de que Ele foi preparar um lugar para mim e voltará para me levar para esse local.
Em suma, Cristo é nosso Profeta, Sacerdote e Rei. Ele é o canal de toda luz, vida e amor. Quanto mais reflito na magnificência desse Cristo incomparável, mais fácil me é entender e aceitar que Ele irá cumprir Sua promessa de voltar.
Impacto Sobre a Vida Diária
Minha terceira razão para crer na segunda vinda tem a ver com o impacto dessa doutrina sobre a Igreja através dos séculos. Desde os tempos do Novo Testamento, a grande esperança do segundo advento tem dado significado à vida e direcionado ou alterado o comportamento dos cristãos.
Não tenho medo de reconhecer que os cristãos primitivos esperavam a volta de Cristo em seus dias. Essa expectativa estava presente em cada momento da sua vida diária.
Mas tanto para os primeiros cristãos quanto para mim a segunda vinda não representa uma forma de negar o mundo atual. É claro que cristãos, em vários períodos da História, têm ansiado pelo retorno de Cristo como forma de se livrarem das hostilizações e ameaças desta vida. Em algumas circunstâncias essa esperança os levou a desprezar a vida presente e até a preocupação com a salvação pessoal. Só que não é isso o que a Bíblia ensina.
A vida aqui na Terra é cheia de frustrações, tragédias e sofrimentos; ela clama por uma seqüência melhor. Ainda que a vida presente seja repleta de deleites, a promessa é tão grande que o cristão espera por uma seqüência. A bondade no mundo atual também nos faz olhar para o futuro, para o mundo feito novo.
Longe de representar um escape dos desafios do presente, a grande esperança do advento é o maior estímulo que dá sentido à minha vida e comportamento hoje. Ela me ajuda a não amesquinhar a capacidade ou o valor de uma pessoa, pois me diz que cada homem, mulher ou criança que encontro tem um valor infinito. Ela me fala da liberdade concedida por Deus a pessoas de todas as regiões e etnias; e que todas elas são herdeiras do Reino.
A realidade da segunda vinda afeta nossa atitude quanto a numerosas questões éticas, uma vez que nos ensina que o valor eterno de uma pessoa conta mais para Deus do que nossos preconceitos, conforto ou utilidade. Cada vez que participamos de um ato de amor altruísta estamos antecipando a segunda vinda em nossa vida diária.
A Grande Consumação
Finalmente, minha expectação do retorno de Cristo se fundamenta na capacidade divina para transformar Seus propósitos em uma grande consumação. A fé cristã sempre tem repetido que o Deus que Se entregou através de Cristo tem como propósito o maior bem para o mundo que Ele ama, e que esse objetivo se cumpre no final triunfo.
Deus me criou à Sua semelhança. Sua proposta é que eu tenha o mais íntimo relacionamento possível com Ele. Quer também que eu desenvolva companheirismo com Ele, um companheirismo que misture admiração com dependência. É nisso que repousa meu verdadeiro status, minha verdadeira liberdade e meu real destino. Deus me ama de forma tão ampla a ponto de desejar minha presença com Ele por toda a eternidade, fruindo tudo o que Ele tem para me conceder enquanto eu lhe devolvo tudo o que posso.
Se Deus não está conduzindo o mundo para um estado final muito superior à condição humana que conhecemos hoje, então seria preferível não crer em Deus. Portanto, quando um secularista diz que não haverá uma segunda vinda de Cristo, o cristão deveria responder: Eu creio em Deus. E se o humanista apontar para o excesso de males, frustrações, injustiças e o sofrimento inocente como problemas, o cristão deve reconhecer que o são de fato, mas destacar mais uma vez que tudo isso se constitui em razões adicionais para crer na segunda vinda de Jesus.
Se uma pessoa que só crê na ciência vier perguntar o que aconteceria com o propósito de Deus se a humanidade causasse sua própria destruição através de um holocausto nuclear, o cristão teria de afirmar que nada arquitetado pela humanidade ou conseqüência da natureza pode derrotar a Deus.
Podemos confiar em Deus para dar um final feliz à existência terrestre, o qual se constituirá, na realidade, em um novo começo. Portanto, a oração do cristão, e a minha particularmente, continua sendo: “Ora, vem, Senhor Jesus” (Apoc. 22:20).
Autor: Walter Douglas, foi professor de história da religião na Universidade Andrews, Estados Unidos.