Casamento Entre Crentes e Incrédulos

postado em: 24/12/2011

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Casamento Entre Crentes e Incrédulos

Deus proibiu o casamento de crentes com incrédulos. Como se explica Juízes 14:4, onde diz que isto vinha do Senhor?

O versículo citado se refere à experiência de Sansão. Diz o relato bíblico que ele viu em Timna uma mulher, das filhas dos filisteus, que lhe agradou. E pediu a seus pais: "Tomai-ma, pois, por esposa" (Jz 14:4). Os pais se opuseram, "mas seu pai e sua mãe não sabiam que isto vinha do Senhor; pois procurava ocasião contra os filisteus; porquanto naquele tempo os filisteus dominavam sobre Israel." (Jz 14:4).

Realmente, Deus havia proibido que os israelitas se casassem com estrangeiros (Ex 34:15 e 16). Não queria que Seu povo se corrompesse incorporando a adoração de ídolos e outras práticas pecaminosas. Com toda clareza repetiu isto através de Moisés no livro de Deuteronômio: "Quando o Senhor teu Deus te introduzir na terra, a qual passas a possuir, e tiver lançado fora muitas nações de diante de ti . . . não farás com elas aliança ... nem contrairás matrimônio com os filhos dessas nações; não darás tuas filhas a seus filhos, nem tomar ás suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de Mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra vós outros, e depressa vos destruiria." (Dt 7:1-4).

Esta associação familiar não somente afetava aos indivíduos que a praticavam, mas também à nação inteira. Exemplo disto foram alguns grandes personagens bíblicos. Salomão, com esta prática, produziu consequência de caráter nacional (1R 11:1). Também podem ser citadas as trágicas experiências de Esaú (Gn 26:34 e 35) e Sansão (Jz. 14:1).

Nos tempos neotestamentários, este ensinamento tornou a repetir-se. Paulo diz: "Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto, que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? ou que comunhão da luz com as trevas? Que harmonia entre Cristo e o maligno? ou que união do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como Ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e Eu vos receberei." (2Co 6:14-17).

Com estas declarações, Paulo está proibindo toda e qualquer associação com incrédulos que transforme o modo de vida cristão, que conduza o cristão a desviar-se dos padrões divinos de conduta, e que tenda a diminuir seu amor por Deus. Entre elas encontra-se o casamento. O cristão não está autorizado a casar-se com incrédulos.

Através deste contexto, a expressão "não sabiam que isto vinha do Senhor", em relação com o desejo de Sansão de casar-se com uma filisteia, não significa que Deus aprovasse este casamento, nem sequer que Ele o estava planejando. A razão exclusiva aparece no mesmo versículo: "Pois procurava ocasião contra os filisteus".

Esta expressão não deixa claro quem procurava ocasião contra os filisteus: se Deus ou Sansão. De qualquer maneira, em ambos os casos, a ênfase não está no casamento, mas no elemento que produzia esta ação. Nem Deus nem Sansão aprovavam o casamento com uma filisteia. Pretendiam, especialmente, encontrar uma razão para enfrentar os filisteus. É possível que Sansão não tivesse compreendido totalmente a obra que lhe correspondia fazer, e quando seria o momento oportuno para executá-la. Necessitava de algum acontecimento que o impulsionasse à ação. Se era Deus que estava procurando este acontecimento como pretexto, tudo que este texto indica é a firmeza de propósito, da parte de Deus, quando decide fazer alguma coisa.

Deus havia planejado que Sansão libertasse o povo de Israel, cativo sob o domínio dos filisteus, e executaria o Seu plano. Deus estava dirigindo os acontecimentos para a consecução de Seus desígnios.