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postado em: 4/5/2012
Levítico 3:17 proíbe comer sangue: "Estatuto perpétuo será durante as vossas gerações, em todas as vossas moradas: gordura nenhuma nem sangue jamais comereis". Mas essa não foi a primeira ocasião em que tal ordem foi dada. Após o dilúvio, quando Deus deu permissão à família humana para comer carne, Ele declarou: "Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis" (Gn,9:4).
Ao tempo do Novo Testamento, quando surgiu a questão sobre se os conversos gentios ao cristianismo deveriam ser requeridos a guardarem as leis judaicas, o consenso a que chegou o Concílio de Jerusalém foi que não. Todavia, certas proibições foram mantidas: "Pelo que julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os gentios, se convertem a Deus, mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como da incontinência, da carne de animais sufocados e do sangue" (At 15:19 e 20). Dessa forma, a proibição contra o comer sangue foi aplicada aos cristãos neotestamentários.
A ordem, como encontrada no Pentateuco, reza: "Tão somente o sangue não comerás: sobre a terra o derramarás como água" (Dt 12:16). Em outras palavras, quando um animal fosse morto, o sangue deveria escorrer totalmente. Sendo que animais estrangulados reteriam o sangue, não deveriam ser usados como alimento.
A Bíblia não explica até que ponto a proibição tinha propósitos higiênicos. Mas provavelmente havia uma base sanitária para isso, assim como no caso de proibição sobre carnes imundas. Ao mesmo tempo, muitas restrições do Velho Testamento visavam prevenir os israelitas de seguir práticas pagãs. Aparentemente, nos sacrifícios pagãos a ingestão de sangue desempenhava papel importante. Há indício desse fato no Salmo 16: 4: "Muitas serão as penas dos que trocam o Senhor por outros deuses; não oferecerei as suas libações de sangue, e os meus lábios não pronunciarão os seus nomes".
A citação seguinte, de Ellen White, lança luz sobre a proibição bíblica quanto à ingestão de sangue: "Os gentios estavam acostumados a comer a carne de animais estrangulados, ao passo que os judeus tinham sido divinamente instruídos de que, quando animais fossem mortos para alimento, se tomasse particular cuidado para que o sangue fosse derramado do corpo; a não ser assim a carne não poderia ser considerada saudável. Deus havia dado estas injunções aos judeus a fim de preservar-lhes a saúde. Os judeus consideravam pecaminoso usar sangue como artigo alimentar. Consideravam que o sangue era a vida, e que o derramamento do sangue era consequência do pecado.
"Os gentios, ao contrário, costumavam aparar o sangue derramado da vítima sacrifical e usá-lo na preparação de alimentos. Os judeus não podiam crer que estivessem obrigados a mudar os costumes que haviam adotado sob a especial direção de Deus" - AA, pp. 191 e 192.
Por que a igreja adventista não tem falado mais especificamente sobre uma proibição que na Bíblia parece ser realçada tão preeminente quanto à relativa às carnes imundas? Não sabemos. Talvez a igreja tem imaginado que os adventistas que sacrificam animais para alimentação, escrupulosamente os sangram.
Portanto, a instrução contida tanto no Velho como no Novo Testamento é suficientemente clara para nossa orientação. Ademais, a declaração do Espírito de Profecia de que "Deus havia dado estas injunções aos judeus a fim de preservar-lhes a saúde" demonstra que há um princípio sanitário envolvido, e tal princípio é de aplicação universal e não se limita no tempo.