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postado em: 5/6/2013
Como a Bíblia se tornou um best-seller
A história da popularização do livro mais vendido e lido no mundo
Vandir Dorta Jr.
O livro mais vendido e lido no mundo tem batido recordes de distribuição no Brasil. Em 2011, somente a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) entregou 7,4 milhões de exemplares. Mas fazer o Livro Sagrado dos cristãos chegar à maioria das casas do país não foi fácil. Essa história fascinante tem no roteiro uma menina do País de Gales, o divórcio entre Igreja e Estado no Brasil e a loucura dos evangélicos que fundaram uma editora sem a intenção de ganhar dinheiro.
Tributo a Mary
Para ter uma Bíblia, Mary Jones trabalhou duro por seis anos e andou sozinha 40 km.
Por causa dela, foi fundada a primeira sociedade bíblica do mundo, em Londres, em 1804.
146 sociedades distribuem Bíblias completas ou porções dela em 2.500 idiomas, em 200 países.
Em terras tupiniquins
Os primeiros exemplares chegaram ao Brasil com os protestantes franceses e holandeses, nos séculos 16 e 17.
D. Pedro II, que lia a Bíblia todos os dias, recebeu um exemplar protestante, em 1881. O imperador deu uma forcinha para os evangélicos.
A separação entre Igreja e Estado, em 1891, deu liberdade para o avanço protestante e a produção de Bíblias. Durante 193 anos, os padres só autorizaram a leitura de edições católicas.
Produção em massa
Até a criação da SBB, em 1948, americanos e ingleses imprimiram Bíblias em português.
106 milhões de Bíblias foram produzidas pela SBB em 17 anos de gráfica própria. A editora, a maior do gênero no mundo, respondia por 47% da produção nacional, em 2003.
Antes da web ou call center, as sociedades bíblicas investiram na venda de casa em casa, a chamada colportagem.
Bons de Bíblia
Nos anos 90, o número de evangélicos dobrou: 26 milhões. A popularização da Bíblia pegou carona nesse crescimento.
73% foi a participação das editoras evangélicas na produção nacional, em 2003. Os protestantes compram mais Bíblias, seja para leitura ou evangelização.
Os adventistas são bons de Bíblia. Eles venceram o Concurso Bíblico Internacional (1961), e as duas primeiras competições nacionais (1966 e 1971).
Para todos os gostos
Foi preciso investir em versões e paráfrases mais atuais, como a NTLH, NVI, Bíblia Viva e A Mensagem.
As edições personalizadas fazem sucesso. Na capa, aparece logo de centenário de igreja até ícones de tribos urbanas.
Depois de migrar dos rolos para o livro, a Biblia entrou na era digital através dos softwares, sites e aplicativos.
Da praça ao museu
A Bíblia também tem ganhado mais destaque. No calendário nacional, por exemplo, o segundo domingo de dezembro é o dia dela.
Em 2006, mais de 200 monumentos e praças já haviam sido dedicados à Bíblia.
Além de pop, a Bíblia é cult. Ela tem um centro cultural no Rio, e um museu e biblioteca em São Paulo. O acervo tem 17 mil volumes, com exemplares em mil línguas.
Fontes: História da Bíblia no Brasil, de Luiz Antonio Giraldi (SBB, 2008); sites unitedbiblesocieties.org e sbb.org.br, Dr. Erní Seibert, secretário de Comunicação e Ação Social da SBB.
Fonte: http://www.conexao20.com.br/