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postado em: 11/6/2008
Dedicação de Crianças Biblicamente Apropriada A dedicação de crianças ao Senhor, especialmente dos primogênitos, era praticada nos tempos do Antigo Testamento. Ana dedicou seu filho Samuel a Deus e ao serviço de Sua casa (I Sam. 1:27 e 28), Maria e José trouxeram o menino Jesus ao templo em “Jerusalém para O apresentarem ao Senhor” (Luc. 2:22). ElIen White diz sobre o assunto: “O sacerdote fez a cerimônia de seu serviço oficial. Tomou a criança nos braços, e ergueu-a perante o altar. Depois de a devolver à mãe, inscreveu o nome ‘Jesus’ na lista dos primogênitos.” — O Desejado de Todas as Nações, pág. 52. Embora o Novo Testamento não faça uma recomendação direta a respeito desse ritual, a maneira como Jesus Se referia aos pequeninos incentiva a dedicação de crianças a Deus. Do incidente de Jesus abençoando as crianças (ver Mat. 19:13-15; Mar. 10:13-16; Luc. 18:15-17) podemos extrair seis pontos importantes: 1. Jesus abençoou as crianças. “Então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava” (Mar. 10:16). 2. A bênção concedida às crianças foi um acontecimento profundo. Todos os três Evangelhos sinópticos contam a história. 3. As crianças pequeninas foram incluídas, “Traziam-Lhe também as crianças, para que as tocasse” (Luc. 18:15). 4. Jesus não ordenou nem introduziu a bênção. Mateus registra: “mas os discípulos os repreendiam” (Mat. 19:13). E improvável que os discípulos se tivessem oposto à bênção, caso Jesus a tivesse iniciado. 5. Jesus incentivou a bênção quando os pais pediram: “Deixai vir a Mim as criancinhas, e não as embaraceis” (Mat. 19:14). 6. Jesus indignou-Se com os que se opunham à bênção: “... os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, vendo isto, indignou-Se” (Mar. 10:13 e 14). Ellen White aconselha: “Tomem os ministros do evangelho as criancinhas nos braços, e abençoem-nas em nome de Jesus. Sejam dirigidas palavras do mais terno amor aos pequeninos; pois Jesus tomou os cordeiros do rebanho nos braços, e os abençoou.” — Evangelismo, págs. 349 e 350. Entretanto, é compreensível que a dedicação de crianças seja questionada por aqueles cuja formação os leve a associá-la a igrejas que praticam o batismo de bebês. Por esta razão, na cerimônia de dedicação de crianças da Igreja Adventista do Sétimo Dia, não há padrinhos ou madrinhas, e o nome não é dado formalmente. Não é uma cerimônia de batismo, nem deveria parecer como tal. Objetivos da Cerimônia A cerimônia deve ser organizada para enfatizar seus quatro propósitos básicos: 1. Agradecer a Deus pelo milagre do nascimento da criança. 2. Compromisso dos pais de educarem a criança para amar a Jesus. 3. Compromisso da congregação para prover os meios e apoiar os pais em sua tarefa. 4. Abençoar a criança e dedicá-la a Deus. Se não houver um ministro para dirigir a cerimônia, um ancião pode oficiar na dedicação da criança. Contudo, o ancião não deveria oficiar sem a aprovação do pastor local. Planejamento da Cerimônia Local: Algumas culturas recomendam a “apresentação do bebê” em casa. No entanto, o ideal é realizar a dedicação como parte do culto divino, no sábado de manhã. Como o compromisso da congregação é um dos propósitos da dedicação, ela deve ser realizada quando houver maior representação possível dos membros. Época do ano: O calendário anual da igreja deveria conter datas para a dedicação de crianças. Duas vezes por ano pode ser suficiente. As ocasiões mais apropriadas são provavelmente o Dia das Mães, quando é reforçada a missão dos pais, e a época do Natal, quando se enfatiza o infante menino Jesus. A data da dedicação deve ser anunciada com algumas semanas de antecedência, sendo todos os pais interessados, com bebês recém-nascidos, convidados a participar. Convém tornar a cerimônia um evento evangelístico, encorajando os participantes a convidarem os familiares e amigos. Ficha de informações: Para individualizar a dedicação de cada bebê, e também preparar um certificado a ser entregue na dedicação, seria bom que cada família, antecipadamente, preenchesse uma ficha de informações, incluindo tais itens como: Nome completo do bebê, data do nascimento, local, peso por ocasião do nascimento, nome do pai e da mãe, os outros filhos do casal, e outros itens de interesse especial relacionados ao bebê. Idade: Os bebês podem ser dedicados tão logo os pais estejam preparados para trazê-los à igreja. Raramente são dedicadas crianças em idade escolar. Pode ser aberta uma exceção no caso de crianças que são filhos de membros recém-batizados. Dirigindo a Cerimônia Uma cerimônia típica de dedicação tem quatro partes: 1. Os pais são convidados a ir à frente. Transforme a dedicação do bebê num importante acontecimento familiar. Estimule os cônjuges não adventistas a estarem presentes quando da dedicação de seus filhos. Envolva os irmãos do bebê, que podem estar se sentindo um pouco rejeitados devido à atenção que o bebê está recebendo, fazendo com que se juntem aos pais na cerimônia de dedicação. Os avós talvez também desejem ser incluídos. Ocasionalmente, um avô ou uma avó pode trazer o bebê, se os pais estiverem relutantes em vir, embora não seja o ideal. Convide os pais a irem à frente enquanto for cantado o hino de abertura, escolhido para combinar com a ocasião. Algumas sugestões: “Amor no Lar”, “Jóias Preciosas”, “Manso e Gentil”, etc. Dessa maneira, ao ser cantado o primeiro hino, não somente se inicia a dedicação, mas poupa-se tempo, pois esse hino seria cantado de qualquer maneira. A última estrofe do hino poderia ser cantada após a dedicação, enquanto os pais deixam a plataforma. Toda a cerimônia de dedicação não deveria levar mais de 4 a 5 minutos. A mensagem pastoral deve ser bem curta. Mensagens antes de tais eventos como casamentos, batismos, ou dedicações de bebês, comumente não surtem muito efeito; a antecipação do que virá é tão forte que as pessoas pouco ouvem do que é dito antes. Os pais também ficam temerosos de que seu bebê chore. Cinco minutos parecem uma eternidade. Se a mensagem durar mais do que um ou dois minutos, poderá ser dada enquanto os pais ainda estão na congregação, talvez no primeiro banco. 2. Mensagem do pastor. Os pais poderiam ficar de pé, voltados para a congregação. Há algum significado espiritual no ato de o pai, como líder espiritual, segurar o bebê. Por outro lado, a mãe pode saber melhor como manter quieta a criança. O melhor é que os pais decidam quem vai segurá-la. A mensagem deve enfatizar a missão ou o desafio dos pais, e o compromisso da congregação. Podem ser extraídos pensamentos de passagens como: “Tu as inculcarás a teus filhos...” (Deut. 6:4-7). “Por este menino orava eu; ... pelo que também o trago como devolvido ao Senhor” (I Sam. 1:27-28). “Herança do Senhor são os filhos” (Salmo 127:3-5). “Ensina a criança no caminho em que deve andar” (Prov. 22:6). “Eis-me aqui, e os filhos que o Senhor me deu” (lsa. 8:18). “Onde está o rebanho que te foi confiado?” (Jer. 13:20). “Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em Mim” (Mat, 18:2-6 e 10). “Trouxeram-Lhe então algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos, e orasse” (Mat. 19:13-15). “Deixai vir a Mim os pequeninos, não os embaraceis” (Mar. 10:13-16). O cântico de Maria (Luc. 1:46-55). “Levaram-nO a Jerusalém” (Luc. 2:22-38). “Traziam-Lhe também as crianças” (Luc. 18:15-17). “Mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (Efés. 6:4) Os conselhos de Ellen White podem também ser incluídos nos pensamentos apresentados: A Ciência do Bom Viver, págs. 40 e 41: “Pensavam que essas crianças eram muito tenras para receber benefício da visita a Jesus. ... Uma mãe deixara a casa com o filhinho para ir em busca de Jesus. No caminho, ela disse a uma vizinha o que ia fazer.” Idem, pág. 351: “Das obras, confiadas a seres humanos, nenhuma existe tão repleta de conseqüências de grande alcance, como a obra dos pais”. Idem, pág. 394: “O espírito que prevalece no lar moldar-lhes-á o caráter”. O Desejado de Todas as Nações, págs. 511-517: “Deixai Vir a Mim os Meninos.” O Lar Adventista, págs. 159-276: “A Herança do Senhor”; “A Família Feliz”; “O Pai — Laço de União Entre os Membros da Família”; “Mãe — Rainha do Lar”. Encerre suas considerações com tais palavras como estas: “Pais, antes de separar o seu filho em dedicação a Deus, convido-os a realizar um concerto com o Senhor, Ao trazer este pequenino para a dedicação cristã, vocês estão aceitando diante de Deus as sagradas responsabilidades da paternidade e maternidade. Através deste ato simbólico, vocês procuram expressar sua crença de que este bebê não é apenas seu filho, mas filho de Deus. “A congregação se une a vocês ao dedicarem essa vida preciosa a Deus, ajudando-os nessa tarefa até o dia em que este ato de dedicação seja seguido, na idade apropriada, pelo batismo, passando a pessoa, assim, a pertencer à família da igreja, como membro feliz e pleno. “Portanto, como pais, prometem fazer tudo o que puderem para educar essa criança no caminho e na admoestação do Senhor? Concordam com esse compromisso. Os pais respondem: “Sim, concordamos.” [o voto de educar a criança no caminho do Senhor] 3. A Oração de Dedicação O pastor e os pais se ajoelham para a oração de dedicação. A congregação costuma permanecer sentada. É importante que prevaleça um ambiente individualizado durante a dedicação. Uma maneira de consegui-lo é que o pastor segure o bebê durante a oração. Se fizer isso, e o bebê sorrir, você vai gostar de tê-lo pego, mas se ele chorar, você vai desejar que não o tenha feito. Um método alternativo é os pais segurarem os bebês, e você colocar as mãos sobre a cabeça de cada criança, ao ir mencionando o nome de cada uma na oração. Se o grupo for grande, os anciãos podem participar na hora de impor as mãos. Os quatro propósitos da dedicação de crianças, incluídos acima, devem ser mencionados na oração. Idealmente, cada criança e os pais deveriam ser mencionados pelo nome. O pastor, os pais e a congregação poderiam orar o Pai Nosso, em uníssono. 4. Certificado e cumprimentos Costuma-se entregar os certificados aos pais, depois da oração. Tipicamente, eles incluem a matrícula na unidade do Rol do Berço da Escola Sabatina, e você pode desejar que a líder dessa unidade o ajude a cumprimentar os pais e entregar os certificados. Estes podem ser obtidos nas lojas do SELS ou diretamente da Casa Publicadora Brasileira. Fonte: Guia Para Ministros Nota do Editor IASD Em Foco: Dentro da tendência à progressiva perda da sacralidade (caráter sagrado) das cerimônias da Igreja, aliada à inexperiência ou falta de conhecimentos da parte de alguns líderes religiosos, esta cerimônia está entre as mais desvirtuadas (afastada dos seus objetivos primordiais) na Igreja Cristã atual. Vejamos alguns erros primários e grosseiros cometidos costumeiramente, à luz das orientações do “Guia Para Ministros”: 1. A vulgarização desta cerimônia solene – ratificada e respaldada pelo Senhor Jesus – começa pelo uso de uma outra nomenclatura: “Apresentação de Crianças”. Este termo é inadequado; o melhor é “Dedicação”, que, entre os seus significados, inclui: “Consagração” e “devotamento”. Não se trata de um fato ou circunstância meramente social – apresentação – é a consagração, entrega, dedicação daquele pequeno ser ao seu Criador. 2. Via de regra, os oficiantes – pastores ou anciãos – apenas chamam os pais à frente (às vezes nem estes: um tio, tia ou avó) e fazem uma oração pela criança. Ora, nada impede que façamos uma oração em favor de uma criança – por inúmeros motivos: gratidão, em favor da sua saúde, etc. Mas isso não se configura numa Cerimônia de Dedicação – bíblica, como é descrita no Espírito de Profecia e vimos, acima, claramente explicado no Guia Para Ministros. Uma Cerimônia de Dedicação de Crianças tem que – obrigatoriamente – constar de uma pequena mensagem direcionada aos pais, orientações sobre a educação infantil, seguida de votos solenes que os pais (ou pelo menos um dos responsáveis pela criança) fazem quanto a educar a criança no caminho do Senhor. 3. Onde nós mais temos errado: Tanto a Bíblia, em diversos dos textos sugeridos para a mensagem na Cerimônia de Dedicação, como o Espírito de Profecia e o Guia Para Ministros deixam claro que um dos pais ou responsáveis pela criança tem que necessariamente estar ligado à fé – à Igreja. Relembrando: “Portanto, como pais, prometem fazer tudo o que puderem para educar essa criança no caminho e na admoestação do Senhor? Concordam com esse compromisso. Os pais respondem: “Sim, concordamos.” [o voto de educar a criança no caminho do Senhor] Como é que alguém vai ser cobrado neste sentido e vai prometer educar uma criança no caminho do Senhor se não está trilhando o caminho do Senhor? Vejam que foram assinalados vários pontos nas orientações que indicam a profissão de fé ou ligação espiritual dos pais. Nada impede – eu já fiz isso inúmeras vezes – que um líder, pastor ou ancião, faça uma oração por uma criança filha de um visitante e/ou parente de alguém da Igreja que solicite tal coisa; mas, deve ficar claro que não se trata de uma Cerimônia de Dedicação. Vale a pena ler, ainda, o excelente livro do Dr. Horne Pereira Silva: “Culto e Adoração”, na página 250 ele aborda a Dedicação de Crianças. O Dr. Horne, a quem tive honra de ter como professor de Liturgia, enfatiza o caráter solene desta cerimônia e, inclusive, sugere vários tipos de votos condizentes com a solenidade do compromisso assumido pelos pais nessas ocasiões. O Prof. Horne é direto: “O plano de ter um dia especial de dedicação e bênção das crianças nascidas na família da Igreja, torna-se cada vez mais concorrido e difundido. [...] Mais tarde, quando já chegou ao uso da razão, os pais poderão dizer: ‘Quando você nasceu nós o dedicamos ao Senhor. Você pertence a Ele. Você é filho de Deus. Olhe aqui o seu certificado de dedicação’. Isto tem na vida do filho um significado de alcance que não se pode medir”. – Culto e Adoração, págs. 250 e 251.