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postado em: 11/6/2008
A Ceia e a Transubstanciação Em S. João 6:53-58, Jesus nos manda comer o Seu corpo e beber o Seu sangue, se quisermos ressuscitar no último dia. Segundo a crença católica, nós comemos a Sua própria carne e bebemos o Seu próprio sangue, tão vivo como está no Céu. Os crentes não crêem nessa transubstanciação. Como se explica isto? A DOUTRINA da transubstanciação não foi instituída por Cristo ou pelos apóstolos, mas surgiu das resoluções do IV Concílio Lateranense, em 1215 de nossa era. “O dogma [da transubstanciação] vem a ser isto: quando o sacerdote eleva a hóstia e o cálice, repetindo as palavras: ‘Este é o Meu corpo ..., este é o Meu sangue’, o pão e o vinho deixam de ser pão e vinho e se mudam no verdadeiro corpo e sangue de Cristo. A substância original dos dois elementos não mais os integra, embora os acidentes ou qualidades do pão e do vinho permaneçam, isto é, o sabor, a cor, o peso e a forma. Quando o comungante ingere a hóstia, ele recebe em sua boca o próprio corpo de Cristo. Segundo o Catecismo Tridentino, o ‘corpo real’ de Cristo, que é ‘o mesmo corpo que nasceu da Virgem Maria e se assenta à mão direita de Deus’, está tão verdadeiramente sobre todo altar em que os sacerdotes ministram, como Seu corpo natural esteve sobre a cruz do Calvário”. — Dr. Davi 5. Schaff, Nossa Crença e a de Nossos Pais, p. 304. Que não devemos interpretar literalmente as palavras: “Isto é o Meu corpo . . . “, evidencia-se pelo seguinte: A palavra “é”, em 5. Mat. 26:26, tem o significado de “representa”, pois Jesus disse: “Fazei isto em memória de Mim” (1 Cor. 11:24). Tanto no Antigo como no Novo Testamento são empregadas figuras, metáforas e comparações que não podem ser interpretadas ao pé da letra. Por exemplo: “O Senhor Deus é Sol e escudo” (Sal. 84:11); “Tu [Senhor] és a minha rocha e a minha fortaleza” (Sal. 31:3); “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (5. João 1:29); “Eu sou a porta” (5. João 10:9); “Eu sou a videira verdadeira” (5. João 15:1); “Nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo; porque todos participamos do único pão” (1 Cor. 10:17); “Este cálice é a nova aliança no Meu sangue” (1 Cor. 11:25); “Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia” (S. Luc. 12:1). Todas essas expressões são figuradas e não podem ser interpretadas literalmente, O mesmo sucede com o pão e o vinho, os quais são figuras ou símbolos do corpo e do sangue de Jesus Cristo. “Já Agostinho observava, faz muito tempo, que ‘Cristo é metaforicamente muitas coisas que, estritamente falando, Ele não é. Metaforicamente, Cristo é ao mesmo tempo uma rocha, porta, pedra angular, pastor, leão e cordeiro. Quão numerosas são tais comparações! Mas, se desejardes a significação estrita, então Ele não é nem rocha, porque não é duro e pesado; nem porta, porque nenhum marceneiro O construiu; nem pedra angular, porque nenhum construtor O empregou como tal; nem pastor, porque Ele não é guardador de quadrúpedes; nem leão, porque não Se chega aos animais; nem cordeiro, porque não pertence ao rebanho. Todos esses títulos servem como analogias’“. — Idem, pp. 308, 309. O Concílio de Trento ensinou que, instituindo a eucaristia, Jesus legou à igreja “uma oblação perpétua, pela qual nossos pecados podem ser expiados e nosso Pai Celestial pode retroceder da ira para a misericórdia”. “É Cristo ‘que, sobre o altar, Se oferece a Si mesmo a Deus, o Pai, sob a forma de pão e vinho’”. — Idem, pp. 317, 318. Isto contradiz o claro ensino das Escrituras, de que o sacrifício de Jesus foi perfeito e completo, tendo sido realizado uma vez por todas (Heb. 10:10, 12). A Santa Ceia não é uma repetição do sacrifício de nosso Salvador, e, sim, uma lembrança ou recordação do que Ele efetuou no Calvário (1 Cor. 11:24-26). Ao celebrá-la, “os cristãos se reúnem em obediência ao mandamento de Cristo, rendem graças pelo sacrifício que Ele cumpriu [...] em benefício deles e renovam os propósitos de união com o Senhor. O pão e o vinho devem ser encarados com respeito, quando separados para um santo propósito, mas não têm virtude em si mesmos, para conferir graça aos que participam deles ... [A Santa Ceia] é a comunhão a que Cristo está espiritualmente presente . .; e onde há verdadeira fé, .... a morte de Cristo se apresenta figuradamente e Ele é apreendido pelo crente através da fé e de maneira. celestial ou espiritual.” — Idem, pp. 326, 327. Que significa comer a carne e beber o sangue do divino Mestre, segundo as palavras de S. João 6:53-58? Essas expressões devem ser interpretadas de acordo com a própria explanação dada por Jesus: “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que Eu vos tenho dito, são espírito e são vida”. V. 63. Diz a Sra. Ellen G. White: “Comer a carne e beber o sangue de Cristo é recebê-Lo como Salvador pessoal, crendo que Ele perdoa nossos pecados, e nEle estamos completos. É contemplando o Seu amor, detendo-nos sobre Ele, sorvendo-o, que nos havemos de tornar participantes de Sua natureza. O que a comida é para o corpo, deve Cristo ser para a alma, O alimento não nos aproveita se o não ingerimos; a menos que se torne parte de nosso corpo. Da mesma maneira Cristo fica sem valor para nós, se O não conhecemos como Salvador pessoal. Um conhecimento teórico não nos fará bem nenhum. Precisamos alimentar-nos dEle, recebê-Lo no coração, de modo que Sua vida se torne nossa vida. Seu amor, sua graça, devem ser assimilados”. — O Desejado de Todas as Nações, p. 289. Participando conscienciosamente da Ceia do Senhor, reconhecemos ser o Senhor Jesus toda a nossa suficiência, do que o pão e o vinho constituem um emblema, símbolo ou figura. Fonte: Consultoria Doutrinária. Nota do Editor IASD Em Foco: Embora esteja bastante claro o assunto, para liquidar de vez a questão e, ao mesmo tempo, fornecer subsídios para os fiéis cristãos trabalharem junto aos sinceros e iludidos católicos, vou reproduzir abaixo o que diz um dos maiores especialistas do Brasil na teologia católica: Reproduzindo as palavras de Jesus, Paulo confirmou que a Ceia é um memória: “Fazei isto em memória de Mim”. Nenhum poder miraculoso existe no ato, a Ceia é um sacramento. O sacramento é um sinal visível de uma graça invisível – signum visibile de gratia invisibile. A Igreja Católica ensina que o verdadeiro corpo de Jesus – corpo, sangue, alma e divindade – está presente na hóstia e no vinho. Mas o ensinamento evangélico é o de que os elementos da Ceia, o pão e o vinho, são a figura, o símbolo, o motivo para a lembrança, um memorial, a recordação do sacrifício de Jesus. Não há transubstanciação, não há transformação da matéria, os elementos não mudam. O pão continua pão e o vinho continua vinho. Qualquer um pode fazer a experiência. Esse dogma tem posto em prova, de uma maneira bem triste, os teólogos católicos, obrigando-os a formular os mais impertinentes, esdrúxulos e inimagináveis argumentos. Há uma série de situações decorrentes da transubstanciação que se ensinam ao noviço (a transformação do pão em carne e a do vinho em sangue puro de Jesus). Algumas perguntas mencionadas pelo autor de Roma, sempre a mesma, são verdadeiros absurdos: 1. Se um rato comer a hóstia? Resposta: O padre queimará o rato e lançará na pia ou em água corrente as cinzas do animal. 2. Se um comungante vomitar a hóstia? Resposta: Praticará um ato meritório o assistente que tomar aquele vômito; mas se ninguém quiser absorver o vômito, este deverá ser queimado, e as cinzas lançadas na piscina. 3. Se o sangue no cálice se congelar? 4. Um padre em pecado mortal pode operar a transubstanciação? Como se vê, esse dogma cria situações absurdas, mistério proposto acima de nossa imaginação e insultuoso ao Senhor Jesus Cristo; é menosprezo à capacidade humana de raciocínio sensato. - Alcides Conejeiro Peres, “O Catolicismo Romano Através dos Tempos”, págs. 65-66.