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postado em: 18/6/2008
O Inferno e o Tormento Eterno Desejo explicações sobre o inferno e o tormento eterno, que parecem ser defendidos pelos seguintes versículos: S. Marcos 9:43-48; Isaias 66:24; S. Mateus 25:41 e 46 e Apocalipse 14:10 e 11; 20:10. No Antigo Testamento, a palavra ‘inferno’ é sempre tradução da palavra hebraica sheol. . . No Novo Testamento a palavra inferno é tradução dos seguintes vocábulos gregos: hades, geena e tartaros. “Nada há na definição ou no uso de sheol que implique um lugar de queima ou tormento, O mesmo se pode dizer dos termos hades e tartaros. A palavra geena é nome próprio, transliteração do nome hebraico de um local de incineração, que ficava fora de Jerusalém. Temos aqui a figura literária da símile. O juízo final, ou a destruição dos ímpios, é comparado aos fogos ardentes do vale de Hinom. Os fogos de Hinom não se apagavam; esse era o motivo da certeza de consumirem tudo quanto neles fosse lançado”. — Objeções Re futadas, pp. 87 e 88. “Autoridades concordam quanto à definição dessas palavras. Hades significa ‘a sepultura’; geena significa ‘um lugar de destruição’; e tartaros, ‘um lugar de trevas exteriores’. Pedro utilizou a palavra hades em seu sermão no Pentecoste quando falou da ressurreição de Cristo dizendo que ‘Sua alma não foi deixada no inferno [hades]’ (Atos 2:31). Cristo usou a palavra geena em Sua declaração: ‘temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno [geena] tanto a alma como o corpo’ (Mat. 10:28) . Pedro posteriormente falou dos anjos maus sendo precipitados ‘no inferno tartaros]’ (II Pedro 2:4). O Geena, termo grego para Vale de Hinom (Jer. 19:2), era, como diz Martin, ‘o depósito de lixo que ardia perpetuamente fora de Jerusalém’. . . . Dejetos ali depositados eram destruídos pelo fogo ou por decomposição. O que o fogo não destruía, os vermes ou putrefação o fariam. Tornou-se, portanto, uma ilustração adequada para o fim de pecado e pecadores. O Geena não era certamente um lugar de preservação, mas um local de destruição”. — Doctrinal Discussions, p. 120. De acordo com o consenso do ensino bíblico, não existe presentemente um inferno ou lugar de suplício. O “inferno” ou “lago de fogo” será a Terra, no fim do século, em que os ímpios e Satanás serão completamente queimados. Em S. Marcos 9:43-48 a expressão “inferno” deriva do termo geena, já analisado. O Dicionário Grego, de Babster, ao referir-se ao vale de Hinom declara ainda: “Foi outrora célebre pelo terrível culto de Moloque, e posteriormente contaminado por toda sorte de imundícia, tais como cadáveres de animais e corpos mortos de malfeitores. Com o fim de consumi-los para evitar a pestilência que semelhante massa de corrupção poderia ocasionar, mantinha-se constantemente aceso o fogo”. Conta Roy Allan Anderson, ilustrando o problema do fim do pecado e início de uma nova era: “Recentemente passamos pelo Vale de Hinom, perto do Monte Sião. Não é mais o depósito de lixo da cidade, mas um vale fértil coberto de casas e bem cuidados jardins. Dezenove séculos atrás era ilustração apropriada para o fim do pecado e da rebelião, mas os tempos mudaram. Os fogos há muito se apagaram ali. Hoje poderia prover uma limitada ilustração do plano final de Deus para o mundo. Quando o diabo e todas as suas hostes forem destruídos nos fogos quentes do inferno, sendo que o fogo desce de Deus, procedente do Céu, e os devora (Apoc. 20:9), o lugar da destruição será a Terra. Declara Deus a respeito do diabo: ‘Eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu, e te reduzi a cinzas sobre a terra’ (Ezeq. 28:18). “O Geena foi outrora um lugar de horror e morte; hoje é um ambiente de beleza e vida. Nenhum sinal de queima foi deixado. Sem nada ter a queimar, o fogo se extinguiu. Assim será quando os ímpios encontrarem seu fim nos fogos de Deus no último grande juízo” * — Doctrinal Discussions, p. 121. Isaías 66:24: “A linguagem desse versículo evidencia que a descrição de Isaías revela como os novos céus e a Terra teriam sido estabelecidos se a nação dos judeus tivesse aceito o destino marcado por Deus. Antes que a Nova Terra da qual fala João (Apocalipse 21:22.) se torne a habitação dos justos, todo traço de pecado terá sido removido, e não haverá mais corpos mortos a mancharem a perfeição daquele Éden restaurado (ver II 5. Pedro 3:10) . Assim, as palavras de Isaias não devem ser compreendidas como se aplicando diretamente à Nova Terra futura. Outra aplicação deve ser feita, em harmonia com as declarações de posteriores escritores inspirados, que nos informaram como serão, por meio da igreja cristã, realizados os eternos propósitos de Deus”. — The SDA Bible Commentary, vol. 4, pp. 338 e 339. Os vermes não morreriam e o fogo não se apagaria enquanto houvesse alguma coisa para ser consumida ou queimada. O fogo que destruiria a Jerusalém também não devia apagar-se enquanto não houvesse realizado a sua obra (Jeremias 17:27). Hoje, porém, ele não continua ardendo. Essa declaração de Isaías “deve logicamente tratar-se de uma metáfora, pois como um verme poderia permanecer vivendo em meio a um fogo inextinguível?” — Doctrinal Discussions, p. 121. Para entender Mateus 25:46 devem-se levar em conta os seguintes pontos: “As palavras ‘eterno’ e ‘todo o sempre’ e também ‘pelos séculos dos séculos’ não significam necessariamente que nunca terão fim. Quando encontradas no Novo Testamento, vêm do termo grego aion, ou do adjetivo aionios, que é derivado daquele substantivo. Ao examinarmos os vários textos da Escritura que contêm a palavra aion, descobrimos em seguida como seria impossível fazer esse radical grego significar sempre um período que não tem fim. “De Cristo lemos: ‘Tu és Sacerdote eternamente [aion]’. Hebreus 5:6. Nesta passagem, ‘eternamente’, ou aion, significa este tempo presente, visto que todos os teólogos concordam em que o serviço de Cristo na qualidade de sacerdote terá seu fim quando o pecado for apagado. (O trabalho de um sacerdote é lidar com o pecado. Ver Hebreus 2:17 e 5:1.)” — Objeções Refutadas, pp. 73 e 74. Referindo-se à volta de Onésimo, disse Paulo: “A fim de que o possuísseis para sempre [aionios], não já como escravo”, etc. (Filemon 15 e 16). Sodoma e Gomorra sofreram a pena do “fogo eterno” [aionios]. S. Judas 7 e II S. Pedro 2:6. Esse fogo constituía uma advertência para os ímpios, e se apagou. Portanto, o fogo do último dia também se apagará. No Antigo Testamento, olam (em hebraico) equivalia ao vocábulo grego aion. Por isso, em Êxodo 21:1-6 temos o interessante relato de que se um servo desejasse continuar trabalhando para o seu senhor, este devia furar-lhe a orelha com uma sovela, e assim aquele homem o serviria para sempre [olam]. É óbvio que nessa passagem “para sempre” tem o significado de “enquanto viver”. Eis como o dicionário grego de Liddel e Scott define a palavra aion: “Um espaço de tempo, especialmente toda a vida; vida... idade; um longo período de tempo; eternidade: um espaço de tempo claramente definido e demarcado; uma era; . . a vida presente; este mundo”. A relatividade de sentidos da palavra hebraica que se traduz normalmente por “eternamente” e “para sempre”, pode ser observada em certas passagens do profeta Isaias. Profetizando acerca de Jerusalém, declara: “O palácio será abandonado; a cidade populosa ficará deserta; Ofel e a torre da guarda servirão de cavernas para sempre, folga para os jumentos selvagens, e pastos para os rebanhos; até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto: então o deserto se tornará em pomar e o pomar será, tido por bosque”. Isaías 32:14 e 15. Notem-se as expressões “para sempre” e “até que” numa associação desnatural em nosso idioma, Como algo pode ser estipulado “para sempre ... até que” aconteça um certo fato? Contudo, no hebraico isso é possível. Isaías ainda se vale de linguagem hiperbólica semelhante ao falar do fim dos edomitas que Deus havia destinado “para a destruição”. Declara o profeta: “Os ribeiros de Edom se transformarão em piche, e o seu pó em enxofre; a sua terra se tornará em piche ardente. Nem de noite nem de dia se apagará; subirá para sempre a sua fumaça; de geração em geração será assolada, e para todo o sempre ninguém passará por ela”. Isaías 34:9 e 10. É sabido que os edomitas desapareceram há muitos séculos. Poder-se-ia dizer que existem ainda piche ardente e fumaça subindo na terra de Edom? Logicamente que não, mas o castigo a que foram submetidos seus moradores teve a duração do material combustível que proviam, e o fogo ali não se apagava “nem de dia, nem de noite”. Sua fumaça subiu “para sempre”, pois o castigo deles, bem como de todos os ímpios, no final, permanecerá eterno em seus efeitos. Explica o erudito H. G. Moule, analisando o texto de Filemon 15 e sua expressão “para sempre”: “O adjetivo aionios tende a marcar a duração enquanto a natureza da matéria o permite. E no uso geral tem íntima relação com as coisas espirituais. ‘Para sempre’ nesse texto significa, permanência de restauração tanto natural como espiritual”. Ligado a Deus, aion e aionios expressam algo eterno, para sempre. Também ligados a “vida”, que provém de Deus, significa uma vida de duração sem fim. Levando em conta essas observações, e comparando 5. Mateus 25:46 com 5. Judas 7 e II 5. Pedro 2:6, chega-se à conclusão de que o castigo final dos ímpios não será interminável, mas produzirá efeitos de duração eterna, pois os ímpios que forem queimados no lago de fogo nunca mais existirão (Salmo 37:10). Sobre Apocalipse 14:10 11, diz o S.D.A. Bible Commentary: “As sete últimas pragas caem sobre os adoradores da besta e de sua imagem (Apocalipse 16:2) . Além disso, esses cultuadores da besta ressurgirão na segunda ressurreição, para receber o castigo (capítulo 20:5 e 11- 15). Não é bem definido a que aspecto do castigo o revelador faz alusão. Talvez seja aos dois. Em ambos haverá tormento. O primeiro terminará em morte quando Jesus descer do Céu (capítulo 19:19-21); e o segundo, em morte eterna (Apocalipse 20:14)”. Os fatos descritos em Apocalipse 20:9 e 10, por outro lado, ocorrem depois do Milênio. Todas as nações, formadas pelos ímpios que ressuscitam na segunda ressurreição, sitiarão a Nova Jerusalém. Note-se que essa multidão de condenados se esparramam, qual areia do mar, “nos quatro cantos da Terra”. Desce então, fogo do Céu para consumi-los. Dá-se a “segunda morte”, da qual não haverá ressurreição. Após descrever esses fatos, o vidente de Patmos declara no capítulo 21 que viu “novo céu e uma nova Terra, pois o primeiro céu e a primeira Terra passaram, e o mar já não existe”. Se os ímpios foram destruídos sobre a Terra, no imenso “lago de fogo”, e a seguir a Bíblia apenas fala do novo céu e uma nova Terra, onde já não existirá morte, nem pranto, nem dor, para onde teriam ido os que estavam sob os efeitos do “fogo eterno”? A resposta é encontrada em Malaquias 4:1: “Pois eis que vem o dia, e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho; o dia que vem os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo”. Inúmeras passagens bíblicas confirmam a destruição total dos iníquos: os ímpios perecerão (Salmo 37:20); serão destruídos (Salmo 145:20); morrerão (Ezequiel 18:4); serão consumidos (Salmo 21:9); não mais existirão (Salmo 37:10); serão eliminados (Provérbios 2:22); a vida lhes será tirada (Provérbios 22:23); tornar-se-ão em cinza (Malaquias 4:3); desfazer-se-ão em fumaça (Salmo 37:20). Fonte: Consultoria Doutrinária.