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postado em: 25/6/2008
Unção: Quando e Como Ministrar “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (Tiago 5:14 e 15). A oração deveria estar sempre no coração da obra pastoral, e a oração pelos doentes é uma parte importante desse ministério de oração. O pastor deve orar pela cura do doente espiritual, do doente emocional e do doente físico. A unção formal é, porém, tipicamente reservada para o doente físico. O texto pergunta: “Está alguém entre vós doente?” Ele não pergunta: “Está alguém entre vós morrendo?” A cerimônia de unção não deveria ser usada para qualquer problema físico insignificante. Ela deve ser reservada para doenças graves, mas não apenas para doenças fatais. Em alguns lugares, a unção é quase um ritual extinto, por causa das tradições de algumas denominações não adventistas, que têm usado a unção como se fosse um rito final. O propósito do ato de ungir não é abençoar o moribundo, mas curar o que está vivo. Significa que reconhecemos um grave problema físico e o enfrentamos colocando nossa confiança em Deus, antes mesmo de procurar todos os recursos da medicina. Denota que procuramos a Deus em primeiro lugar, e não somente no final. Os primeiros líderes adventistas utilizavam o rito da unção freqüentemente. ElIen White e sua família foram ungidos diversas vezes por causa de várias enfermidades. A unção era mais a regra do que a exceção. Quem Oficia Tiago 5:14 diz que o doente deveria chamar os anciãos da igreja. Os anciãos locais podem realizar a unção na ausência de um ministro, mas devem fazê-lo com a aprovação do pastor. Idealmente, um ministro dirige a cerimônia, com a companhia e as orações dos anciãos disponíveis. Preparativos Para a Cerimônia Onde realizar A unção pode ser realizada na igreja, em casa, num asilo ou num hospital. Se for num hospital, deve ser realizada de tal maneira que não interfira no trabalho do médico e do pessoal do hospital. A duração e a formalidade da cerimônia dependem de onde será realizada e da condição do enfermo. Quem participa Além do pastor e dos anciãos, podem estar presentes outras pessoas com o dom especial da oração. O enfermo talvez deseje convidar parentes e amigos. Normalmente, não são convidados familiares ou amigos que não são cristãos, mas não é necessário pedir que se retirem, se estiverem presentes. Os que oficiam devem ter significativa ligação com Cristo, crer firmemente na cura divina, e preparar seu próprio coração para a ocasião. Preparar o recebedor A pessoa enferma deve ser encorajada a examinar sua vida, antes da unção. “Se eu atender à iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá” (Sal. 66:18, Almeida, antiga). O estudo do capítulo ‘Oração Pelos Doentes”, do livro A Ciência do Bom Viver, contribui para um excelente preparo pessoal para a cerimônia. Respeite a privacidade das pessoas, não falando muito especificamente sobre a natureza de seu mal. Por outro lado, você precisa inteirar-se do que o paciente estiver disposto a partilhar, para que sua oração possa ser mais específica. Programa da Cerimônia: Considerações preliminares Como pastor, você deve explicar ao grupo o propósito da unção e como ocorre. A pessoa que vai ser ungida pode ser convidada a testemunhar de sua fé e apresentar os motivos por que deseja a cura. Quando o doente não está em condições críticas, pode ser dedicado um tempinho, antes do período de oração, para a leitura bíblica, destacando alguns requisitos prévios para a cura divina, tais como: 1. Crer que Deus pode realizar curas. 2. Confissão dos pecados. 3. Compromisso de um viver saudável. Muitas enfermidades resultam de hábitos errôneos. Assegure ao doente que Deus perdoa gratuitamente os nossos pecados do passado, mas é presunção pedir que Ele cure nosso corpo se pretendemos continuar abusando do mesmo. 4. Disposição para utilizar os recursos humanos. “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto” (Tiago 1:17). Deus pode já haver capacitado algum médico, a quem Ele quer dirigir o doente para que seja curado. Deus opera milagres, mas quase sempre prefere realizá-los por meio dos dons que Ele coloca em mãos humanas. 5. Confiança na resposta de Deus. Algumas vezes Deus cura imediatamente, outras vezes demora mais, e às vezes a cura não acontece. Se a pessoa aflita não é curada imediatamente, isso não deve ser interpretado como um sinal de fraqueza espiritual do indivíduo, nem de relutância divina em curar. A cerimônia deveria culminar com a certeza de que tudo foi depositado nas mãos de Deus, e Ele merece toda a confiança. Textos bíblicos sugestivos, para antes da unção: Tiago 5:14-16 “Façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo.” Núm. 21:8 e 9 As pessoas eram curadas ao seguir o ritual prescrito por Deus. Salmo 103:1-5 “Quem sara todas as tuas enfermidades.” Sal. 107:19 e 20 “Então, na sua angústia, clamaram ao Senhor, e Ele os livrou das suas tribulações.” Marcos 16:15-20 “Se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.” A oração de unção Você, ou outra pessoa que estiver dirigindo, deve ter um pequeno recipiente com azeite de oliva. Todos se ajoelham. O enfermo pode desejar orar. Neste caso, ele/ela provavelmente deve orar primeiro. Outros líderes escolhidos oram em seguida. Você ora por último. Quando iniciar a oração, coloque um pouco de óleo nas pontas dos dedos da mão. Perto do fim de sua oração, aplique o óleo na fronte daquele que vai ser ungido. Isto simboliza o toque do Espírito Santo no enfermo, de modo especial e específico. A prática seguida por alguns, de aplicar o óleo na parte do corpo onde está a enfermidade, não é seguida ou aprovada pelos ministros adventistas do sétimo dia. Concluindo a cerimônia Assim que terminar o período de oração, vá embora. Antes da cerimônia, você pode passar alguns minutos no local, travando conhecimento com o enfermo e seus familiares, mas não é aconselhável ficar mais tempo após a unção. Retire-se enquanto prevalece o espírito de reverência, e a presença de Deus é sentida no aposento. Fonte: Guia Para Ministros Nota do Editor IASD Em Foco: Aqui temos outra cerimônia solene e importante que – muitas vezes – tem o seu sentido original pervertido por pastores, anciãos e/ou outros líderes e membros familiares dos enfermos. Erros Comuns: 1) A confusão “clássica” é pensar que a unção é para casos de pacientes terminais e/ou doenças em que o indivíduo foi desenganado pelos médicos. A esse respeito, o “Guia Para Ministros” é taxativo: “O texto pergunta: ‘Está alguém entre vós doente?’ Ele não pergunta: ‘Está alguém entre vós morrendo?”’ 2) Outro erro é um parente ou um pastor ou ancião – já vi vários casos assim – sugerir ou querer até impor a unção ao enfermo. Nesse caso, como a maioria das pessoas já possui uma visão errada da unção – que a iguala à visão católica: extrema unção – são causados sérios constrangimentos aos familiares e ao próprio enfermo. Já vi casos de as pessoas falarem: “É... tão querendo me empacotar mesmo!” A orientação do “Guia Para Ministros” é clara e precisa: “Tiago 5:14 diz que o doente deveria chamar os anciãos da igreja”. Não diz que os amigos ou os parentes devem determinar o ato da unção; nem tampouco diz que o pastor deve se oferecer para fazer a unção. 3) Tenho colegas – e até amigos – pastores que têm mania de ungir todo mundo que aparece e por qualquer motivo: Frieira, dor de barriga, diarréia, etc. Com certeza, não é esta a orientação bíblica e nem do Espírito de Profecia – esta não é uma prática Adventista, como deixa claro o “Guia Para Ministros”. Esses dias, uma irmãzinha querida – que deve ter vindo de uma dessas denominações que usam “água do Rio Jordão”, “pó do Monte Sinai”, “trombetas de Josué”, etc. – estava com uma dor de cabeça e perguntou se eu não tinha, na igreja, óleo para ungi-la. Nada nos impede, como nesse momento, de orar pela pessoa; no entanto, não vamos banalizar a cerimônia da unção: “Significa que reconhecemos um grave problema físico e o enfrentamos colocando nossa confiança em Deus, antes mesmo de procurar todos os recursos da medicina. Denota que procuramos a Deus em primeiro lugar, e não somente no final”.