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postado em: 25/6/2008
Lição da Escola Sabatina: Como é Feita Daqui para Lá Desde seu planejamento até chegar aos bancos da igreja, a Lição da Escola Sabatina requer cerca de três anos para ser produzida. Primeiro, é escolhido o autor, ou a pessoa a quem o Departamento da Escola Sabatina da Associação Geral, em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos, chama de colaborador principal. Então, a lição é escrita, revisada e editada; finalmente, é impressa. Tudo isso leva tempo. Aproximadamente 2,7 milhões de lições da Escola Sabatina — o que inclui todas as cinco edições (alunos, professores, lição fácil, lição condensada e uma versão em letras grandes) em 85 línguas e dialetos — são impressas e distribuídas ao redor do mundo, a cada trimestre, por meio das lojas de livros adventistas e igrejas locais, segundo Gary Swanson, diretor associado do Departamento de Ministério Pessoal e Escola Sabatina. Entretanto, a maioria dos membros de igreja que usam a Lição da Escola Sabatina, ao abrirem a lição no início do trimestre, provavelmente não têm conhecimento do longo processo de produção, nem imaginam quão trabalhoso ele é. Entretanto, embora a maioria de nós nunca se tenha preocupado com o processo de criação da lição, essa mentalidade não é universal. Material Precioso Para muitas pessoas, em partes remotas do globo, como na Divisão do Sul do Pacífico, de onde estou escrevendo, a Lição da Escola Sabatina é preciosa e muito apreciada. As pessoas que falam inglês no Sul do Pacífico (embora o francês também seja falado), consideram que seu valor intrínseco é maior do que seu preço. Para alguns, é a única literatura adventista a que têm acesso, além da Adventist World. Para eles, a lição vale “ouro’ Na economia em desenvolvimento do Pacífico, há pouca infra-estrutura fora da capital e em algumas cidades do interior. Para chegar a tempo às muitas comunidades, a lição precisa iniciar sua jornada meses antes do início do trimestre. O crédito deve ser dado à igreja que trabalha para que, a cada sábado, em todo o mundo, seus membros estudem o mesmo assunto, que é enriquecido por uma grande diversidade de idéias. O Início da Jornada Uma vez confirmada a aprovação final da lição pela comissão da Associação Geral, ela é preparada para a produção. Em formato eletrônico, é distribuída para os tradutores autorizados pela igreja e para as muitas casas publicadoras da igreja, em várias divisões do mundo. Na Divisão do Sul do Pacífico, por exemplo, ela é impressa pela Sings Puglishing Company, em Melbourne, Austrália. Uma vez impressa, a lição é embalada para ser despachada. Parece que, na linha de produção, é sempre corrido aprontar tudo para o malote seguinte, e o pessoal da expedição freqüentemente trabalha até tarde ou nos fins de semana para cumprir o prazo, às vezes até deixando para trás outras produções urgentes. A lição é despachada de Melbourne para uma viagem de mais de três semanas até as ilhas de Fiji, Papua-Nova Guiné, Taiti, Vanuatu e Nova Caledônia. Os barcos para esses países são relativamente freqüentes e regulares, mas esse não é o caso para muitos outros lugares. Para Regiões Distantes A maioria das nações do Pacífico está espalhada por uma vasta extensão de oceano, pontilhada por pequenas ilhas. Assim, quando as lições chegam aos escritórios da união ou missão, a remessa precisa ser dividida em lotes menores para cada ilha e remetida para o destino seguinte — os escritórios das missões locais — por meio de embarcações que navegam entre ilhas. Desde que a lição é impressa, é necessário um período de dois a três meses até ela chegar ao destino. Esse, porém, é apenas o início do processo. Agora, uma mensagem é enviada por rádio UHF e radiotelefonia para os diretores dos distritos e pastores das igrejas no alto das montanhas e em postos de fronteira sob seu cuidado: o precioso suprimento de lições chegou. Nessa etapa, missionários locais, pastores e anciãos de igreja fazem sua jornada para a missão ou sede de distrito, para buscar as lições. Para os moradores das montanhas de Papua - Nova Guiné, onde não existem estradas interligando a maioria das vilas, isso pode significar de dois a três dias de difícil caminhada, somente de ida. Se tiverem sorte, um avião da missão pode entregar os pacotes em um campo de pouso do outro lado do vale, o que requer apenas um a dois dias de dura caminhada pelos precipícios de Papua- Nova Guiné. Embora seja possível lançar uma seta através do vale, a descida e subida nas duas direções são realmente “de matar’: Para as igrejas nos atóis da grande Lagoa Marovo, nas Ilhas Salomão, por exemplo, pode significar lotar uma canoa e ir de ilha em ilha por vários dias. Embora haja lanchas a motor, o preço do combustível, quando disponível, é inacessível. Uma vez que a igreja adventista mais distante do escritório central do Sul do Pacífico está na Ilha Pitcairn, a República de Kiribati, composta por 33 ilhas dispersas numa área de 3.5 milhões de quilômetros quadrados, ela é provavelmente o melhor exemplo de lugar remoto, tanto em distância como em acesso. A ilha mais próxima que tem escritório de missão é Fiji, que dista 1.500 quilómetros, enquanto a mais distante está a 3.300 quilômetros. Além da distância, há dificuldades em relação ao acesso, uma vez que poucos barcos navegam entre as ilhas em horários regulares, fazendo com que as lições esperem pacientemente. Mas, vale a pena. O Pão e a Manteiga do Estudo da Bíblia Piuki Tasa, diretor do SELS (loja de livros e revistas) da União-Missão de Papua-Nova Guiné, diz que a lição da Escola Sabatina é o pão e a manteiga do estudo da Bíblia e do culto familiar diário, naquele campo. Ele já morou e trabalhou como pastor e administrador de uma loja de livros adventistas, tanto em Papua-Nova Guiné quanto nas Ilhas Salomão e sabe que isso é verdade. Ele diz que as lições não chegam às comunidades mais remotas antes da quarta ou quinta semana do trimestre, os adventistas sentem muita falta. Tasa considera a lição como uma “grande bênção” para os membros da igreja em sua região, e diz que os membros apreciam muito seu estudo. “O estudo da lição da Escola Sabatina, cada trimestre, traz força espiritual e discernimento aos membros”, diz Tasa. Ele acrescenta que a lição sempre chega aos lugares mais difíceis. Os membros de muitas outras denominações compram lições regularmente, quando há exemplares disponíveis nas lojas, uma vez que, à semelhança de seus amigos adventistas, têm pouca publicação espiritual acessível financeiramente e de fácil compreensão. Resgate por Meio da Lição da Escola Sabatina Brian Brunton, gerente do Departamento de Publicações de Papua-Nova Guiné até 2005, relata como, certa ocasião, dois colportores evangelistas visitaram Daru, um remoto país na costa sudoeste, para participar de um seminário de treinamento seguido da venda de literatura. Para ir da vila onde moram até o lugar do seminário, tiveram que caminhar por três dias através da floresta, cruzando rios inundados e infestados de jacarés, e ainda precisavam de dinheiro para voltar para casa, mas logo ficaram sem livros para vender. Foi quando alguém se lembrou de haver visto pacotes de lições de trimestres anteriores em um depósito da loja adventista local. As lições haviam chegado muito tarde para o trimestre correspondente e haviam sido abandonadas. De posse desse material, os homens foram, mais uma vez, de porta em porta vendendo os panfletos para pessoas que ignoravam a data e a má aparência das lições. Os dois homens, ao voltarem para casa, ainda venderam lições. Já ouvi outras histórias, como a de pessoas que usaram a lição da Escola Sabatina para enrolar cigarros, arrancando página por página, à medida que iam fumando, até começarem a ler as páginas restantes e, posteriormente, encontraram a igreja. O Fim da Jornada - ou Não? Damos mais valor às coisas que são mais caras. Por isso, os pescadores das ilhas do Pacífico e os camponeses das montanhas de Papua-Nova Guiné que sabem quanto custa uma lição em termos de esforço para obtê-la, a consideram um tesouro precioso. Para eles, a lição não é descartável no fim do trimestre. Pelo contrário, passa a fazer parte de suas bibliotecas, sendo manuseada e compartilhada até se tornar tão gasta e rasgada que seu uso se torna praticamente impossível. Autor: Lee Dunstan, editor-chefe da Signs Publishing Company, em Vitória, Austrália Fonte: Adventist World, junho 2008