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postado em: 17/7/2008
“O Fim da Lei é Cristo” Paulo declara que não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça (Rom. 6:14). A lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo (João 1:17). Paulo também declara que “o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê?’ Rom. 10:4. Estes textos provam que a lei foi abolida por Cristo. Não há nenhum conflito entre lei e graça, ou entre lei e evangelho. Uma ou duas simples definições nos ajudarão neste assunto. Por “lei” queremos dizer a norma divina sobre o certo e o errado — o padrão pelo qual podemos garantir se temos falhado quanto aos requisitos de Deus. A palavra “evangelho” significa boas novas — boas novas de salvação do pecado (veja Mateus 1:21). E a Bíblia define pecado como qualquer violação da lei divina (veja I João 3:4). Assim, então, o evangelho é a boa nova do plano de Deus para salvar-nos da transgressão de Sua santa lei. Portanto, em vez de a lei e o evangelho estarem em oposição, eles se acham em íntima comunhão. E a própria existência do evangelho prova que a lei ainda está em vigor, pois qual seria o propósito na pregação das boas novas de salvação da violação da lei se a lei não estivesse mais em vigor? O ser humano não pode transgredir o que não existe. Leiamos, em seu contexto, o texto-chave desta discussão: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei e sim da graça. E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei e sim da graça? De modo nenhum!” (Rom. 6:14 e 15). Descobrimos imediatamente que, não importa o que mais Paulo deseja que compreendamos desta passagem, ele não quer que pensemos que o reino da graça nos livra da obediência à lei. “E daí?”, diz ele, “havemos de pecar”, isto é, transgredir a lei, “porque não estamos debaixo da lei e sim debaixo da graça? De modo nenhum!” O verso seguinte esclarece que Paulo usa a frase “debaixo da lei” com o significado de “sob sua condenação”, e “debaixo da graça” tendo o significado de “vivendo sob o plano que Deus tem oferecido para salvar da escravidão do pecado”, pois Paulo continua, dizendo: “Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça? ... e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.” Versos 16-18. O contraste está entre servos “do pecado” e servos “da obediência para a justiça”. O que é que dá força ao pecado? E a lei, diz Paulo (veja I Cor. 15:56). O fato de que a lei existe e pronuncia a pena de morte para a prática do mal é o que confere ao pecado seu poder sobre aqueles que condescendem com atos ilícitos. A lei não lança sua forte mão contra o homem que não a está violando. Sua força é sentida somente pelo transgressor. Paulo afirma que o pecado não tem mais domínio sobre nós porque estamos vivendo debaixo, ou aceitamos, o plano divino da graça, que nos dá o poder para quebrar o controle do pecado. Deste modo, em vez de sermos servos do pecado, nos tornamos servos da “obediência para a justiça”. E o que é justiça? E o procedimento correto, o justo viver — uma condição do coração oposta à pecaminosidade ou ilegalidade. Em um capítulo subseqüente, Paulo diz como a graça do evangelho de Jesus Cristo nos traz justiça, e como essa justiça está diretamente relacionada com a lei. Lemos: “Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rom. 8:3 e 4). Paulo lida com o mesmo problema em Gálatas 3:24 e 25: “De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados pela fé. Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio.” A lei pode mostrar-nos nossa pecaminosidade e levar-nos a tal convicção do pecado que sejamos conduzidos a Cristo, que pode livrar-nos dos nossos pecados. Quando recebemos a Cristo não mais estamos sob o domínio (a condenação) da lei. Mas não estamos livres da obediência à lei de Deus, porque aceitando a Cristo recebemos o poder divino para obediência a essa lei, como está explicado na passagem já citada de Romanos 8. De modo que Gálatas 3:24 e 25 não dá nenhum apoio à alegação de que a lei foi abolida. Quão claro e simples é, portanto, que quando aceitamos o Filho de Deus e a graça que Ele oferece, não viramos as costas à lei. Pelo contrário, descobrimos que a “justiça da lei se cumpre em nós”, Em vez de sermos pecadores, transgressores da lei de Deus, descobrimos que somos obedientes a ela. A luz desses fatos, não há nenhuma dificuldade no texto: “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.” João 1:17. Embora Moisés servisse a um grande propósito no plano de Deus — porque através dele Deus deu ao mundo a forma escrita do código moral — foi por meio de Cristo que veio a graça divina, sem a qual a lei não pode realmente ser guardada. A pessoa que aceita a Cristo não mais luta para obter justiça pela observância da lei. Em vista de sua aceitação de Cristo, a justiça do Salvador é-lhe imputada. Diz Paulo: “Mas agora, sem [ou, à parte da] lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que crêem” (Rom. 3:21 e 22). A “justiça de Deus” pode ser obtida à parte da lei; por isso, Paulo pode afirmar: “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Rom. 10:4). A todos os que nEle crêem, Cristo leva a um fim absoluto o uso da lei como um meio de obter justiça. Ou, novamente, podemos compreender a palavra “fim” como significando o objetivo ou propósito [finalidade]. Cristo era o objetivo que a lei tinha em vista; porque o propósito da lei é levar os homens a perceber sua pecaminosidade, sua injustiça, para que possam ir a Cristo em busca de Sua justiça, que é imputada na justificação e comunicada no viver diário, algo claramente ensinado em Gálatas 2:20. Esse uso da palavra “fim” é encontrado em Tiago 5:11 ei Timóteo 1:5. A lei e a graça vieram do Céu. Quão felizes somos como cristãos por não termos a obrigação de rejeitat uma a fim de ter a outra! Pelo poder da graça de Deus, não mais permanecemos sob a condenação da lei, mas somos nEle erguidos para o elevado plano de completa obediência a esse código divino. Jamieson, Fausset e Brown, em seu comentário bíblico, fazem esta observação em uma nota no final do seu comentário sobre Romanos 6: “O princípio fundamental de obediência do evangelho é tão original quanto é divinamente racional; de que ‘somos libertados da lei a fim de guardá-la, e somos trazidos graciosamente sob a servidão da lei a fim de sermos livres’ (versos 14, 15 e 18). Enquanto não conhecemos nenhum princípio de obediência, exceto os temores da lei, que condena todos os seus violadores e não conhece absolutamente nada de graça, seja para perdoar o culpado ou para purificar o manchado, somos encerrados debaixo de uma impossibilidade moral de genuína e aceitável obediência. Por outro lado, quando a graça nos ergue dessa condição e, por meio da união com um justo Fiador, nos leva a um estado de consciente reconciliação, e amorosa entrega do coração a um Deus que salva, imediatamente sentimos a gloriosa liberdade para sermos santos, e a certeza de que ‘o pecado não terá domínio sobre nós’. Isso é tão agradável aos nossos gostos e aspirações renovados como sentir que o seu fundamento está firme ‘porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça’. - Extraído e adaptado de Francis D. Nichol, Respostas a Objeções.