Digite uma palavra chave ou escolha um item em BUSCAR EM:
postado em: 28/8/2008
Como Entender a “Peleja no Céu”?
Pergunta: Como entender a “peleja no Céu” mencionada em Apocalipse 12:7?
Apocalipse 12:7-9 diz: “Houve peleja no Céu. Miguel e os Seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no Céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a Terra, e, com ele, os seus anjos.”
A alusão a “Miguel, o grande príncipe” em Daniel 12:1 (ver também judas 9) sugere que Miguel seja o próprio Cristo, e não uma mera criatura angelical, como pretendem alguns intérpretes. Já o dragão é identificado, em Apocalipse 12:7, como sendo Satanás. Fica evidente, portanto, que a peleja no Céu ocorreu entre Cristo e Seus anjos, de um lado, e Satanás e seus anjos, do outro.
O conflito foi marcado por fortes acusações de Satanás ao governo de Deus, com referência especial à pessoa de Cristo. Descrevendo a estratégia de Lúcifer para persuadir os anjos celestiais, ElIen White declara: “Lúcifer havia a princípio dirigido suas tentações de tal maneira que ele próprio não pareceu achar-se comprometido. Os anjos que ele não pôde trazer completamente para o seu lado, acusou-os de indiferença aos interesses dos seres celestiais. Da mesma obra que ele próprio estava a fazer, acusou os anjos fiéis. Consistia sua astúcia em perturbar com argumentos sutis, referentes aos propósitos de Deus. Tudo que era simples ele envolvia em mistério, e por meio de artificiosa perversão lançava a dúvida sobre as mais claras declarações de Jeová” (Patriarcas e Profetas, p. 41).
Mas o conflito celestial não se restringiu apenas a uma luta de idéias. Apocalipse 12:7-9 afirma que houve “peleja” entre os seres celestiais, e que Lúcifer foi “expulso” do Céu, não se achando mais lá o “lugar” deles. Essas expressões deixam evidente que houve um confronto físico que resultou em uma expulsão física das hostes rebeldes, e não apenas em uma expulsão ideológica do Céu.
Ellen White descreve o conflito nos seguintes termos:
“Todo o Céu parecia estar em comoção. Os anjos foram dispostos em ordem por companhias, cada divisão com o mais categorizado anjo à sua frente. Satanás estava guerreando contra a lei de Deus, por causa da ambição de exaltar-se a si mesmo, e por não desejar submeter-se à autoridade do Filho de Deus, o grande comandante celestial.
“Todo o exército celestial foi convocado para comparecer perante o Pai a fim de que cada caso ficasse decidido. Satanás ousadamente fez saber sua insatisfação por ter sido Cristo preferido a ele. Permaneceu orgulhoso e instando que devia ser igual a Deus e introduzido a conferenciar com o Pai e entender Seus propósitos.
“Deus informou a Satanás que apenas a Seu Filho Ele revelaria Seus propósitos secretos, e que requeria de toda a família celestial, e mesmo de Satanás, que Lhe rendessem implícita e inquestionável obediência; mas que ele (Satanás) tinha provado ser indigno de ter um lugar no Céu.
“Então Satanás exultantemente apontou aos seus simpatizantes, quase a metade de todos os anjos, e exclamou: ‘Estes estão comigo! Expulsarás também a estes e deixarás tal vazio no Céu?’ Declarou então que estava preparado para resistir à autoridade de Cristo e defender seu lugar no Céu pelo poder da força, força contra força” (História da Redenção, p. 17, 18).
Em realidade, “houve então guerra no Céu. Anjos se empenharam em batalha; Satanás desejava derrotar o Filho de Deus e os que estavam submissos a Sua vontade. Mas os anjos bons e leais prevaleceram, e Satanás, com seus seguidores, foi expulso do Céu” (Ellen White, Primeiros Escritos, p. 146).
Essa batalha e essa expulsão não foram meramente uma questão de discórdia ideológica, como alegam alguns, pois “as batalhas entre os dois exércitos [de anjos bons e anjos maus] são tão reais como as travadas pelos exércitos deste mundo, e do resultado do conflito espiritual dependem destinos eternos” (Ellen White, Profetas e Reis, p. 176).
Autor: Dr. Albert Ronald Timm
Fonte: Revista do Ancião, Outubro-Dezembro de 2007.