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postado em: 25/9/2008
Sodoma & Gomorra: Exemplos do Fogo Eterno
Dúvida ou Objeção: “... como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição como aquelas, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição” (Judas 7).
Referindo-se à volta de Onésimo, disse Paulo: “A fim de que o possuísseis para sempre [aionios], não já como escravo”, etc. (Filemon 15 e 16). Sodoma e Gomorra sofreram a pena do “fogo eterno” [aionios]. S. Judas 7 e II S. Pedro 2:6. Esse fogo constituía uma advertência para os ímpios, e se apagou. Portanto, o fogo do último dia também se apagará. No Antigo Testamento, olam (em hebraico) equivalia ao vocábulo grego aion. Por isso, em Êxodo 21:1-6 temos o interessante relato de que se um servo desejasse continuar trabalhando para o seu senhor, este devia furar-lhe a orelha com uma sovela, e assim aquele homem o serviria para sempre [olam]. É óbvio que nessa passagem “para sempre” tem o significado de “enquanto viver”. Eis como o dicionário grego de Liddel e Scott define a palavra aion: “Um espaço de tempo, especialmente toda a vida; vida... idade; um longo período de tempo; eternidade: um espaço de tempo claramente definido e demarcado; uma era; . . a vida presente; este mundo”. A relatividade de sentidos da palavra hebraica que se traduz normalmente por “eternamente” e “para sempre”, pode ser observada em certas passagens do profeta Isaias. Profetizando acerca de Jerusalém, declara: “O palácio será abandonado; a cidade populosa ficará deserta; Ofel e a torre da guarda servirão de cavernas para sempre, folga para os jumentos selvagens, e pastos para os rebanhos; até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto: então o deserto se tornará em pomar e o pomar será, tido por bosque”. Isaías 32:14 e 15. Notem-se as expressões “para sempre” e “até que” numa associação desnatural em nosso idioma, Como algo pode ser estipulado “para sempre ... até que” aconteça um certo fato? Contudo, no hebraico isso é possível. Isaías ainda se vale de linguagem hiperbólica semelhante ao falar do fim dos edomitas que Deus havia destinado “para a destruição”. Declara o profeta: “Os ribeiros de Edom se transformarão em piche, e o seu pó em enxofre; a sua terra se tornará em piche ardente. Nem de noite nem de dia se apagará; subirá para sempre a sua fumaça; de geração em geração será assolada, e para todo o sempre ninguém passará por ela”. Isaías 34:9 e 10. É sabido que os edomitas desapareceram há muitos séculos. Poder-se-ia dizer que existem ainda piche ardente e fumaça subindo na terra de Edom? Logicamente que não, mas o castigo a que foram submetidos seus moradores teve a duração do material combustível que proviam, e o fogo ali não se apagava “nem de dia, nem de noite”. Sua fumaça subiu “para sempre”, pois o castigo deles, bem como de todos os ímpios, no final, permanecerá eterno em seus efeitos. Explica o erudito H. G. Moule, analisando o texto de Filemon 15 e sua expressão “para sempre”: “O adjetivo aionios tende a marcar a duração enquanto a natureza da matéria o permite. E no uso geral tem íntima relação com as coisas espirituais. ‘Para sempre’ nesse texto significa, permanência de restauração tanto natural como espiritual”. Ligado a Deus, aion e aionios expressam algo eterno, para sempre. Também ligados a “vida”, que provém de Deus, significa uma vida de duração sem fim. Levando em conta essas observações, e comparando 5. Mateus 25:46 com 5. Judas 7 e II 5. Pedro 2:6, chega-se à conclusão de que o castigo final dos ímpios não será interminável, mas produzirá efeitos de duração eterna, pois os ímpios que forem queimados no lago de fogo nunca mais existirão (Salmo 37:10). Sobre Apocalipse 14:10 11, diz o S.D.A. Bible Commentary: “As sete últimas pragas caem sobre os adoradores da besta e de sua imagem (Apocalipse 16:2) . Além disso, esses cultuadores da besta ressurgirão na segunda ressurreição, para receber o castigo (capítulo 20:5 e 11- 15). Não é bem definido a que aspecto do castigo o revelador faz alusão. Talvez seja aos dois. Em ambos haverá tormento. O primeiro terminará em morte quando Jesus descer do Céu (capítulo 19:19-21); e o segundo, em morte eterna (Apocalipse 20:14)”. Os fatos descritos em Apocalipse 20:9 e 10, por outro lado, ocorrem depois do Milênio. Todas as nações, formadas pelos ímpios que ressuscitam na segunda ressurreição, sitiarão a Nova Jerusalém. Note-se que essa multidão de condenados se esparramam, qual areia do mar, “nos quatro cantos da Terra”. Desce então, fogo do Céu para consumi-los. Dá-se a “segunda morte”, da qual não haverá ressurreição. Após descrever esses fatos, o vidente de Patmos declara no capítulo 21 que viu “novo céu e uma nova Terra, pois o primeiro céu e a primeira Terra passaram, e o mar já não existe”. Se os ímpios foram destruídos sobre a Terra, no imenso “lago de fogo”, e a seguir a Bíblia apenas fala do novo céu e uma nova Terra, onde já não existirá morte, nem pranto, nem dor, para onde teriam ido os que estavam sob os efeitos do “fogo eterno”? A resposta é encontrada em Malaquias 4:1: “Pois eis que vem o dia, e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho; o dia que vem os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo”. Inúmeras passagens bíblicas confirmam a destruição total dos iníquos: os ímpios perecerão (Salmo 37:20); serão destruídos (Salmo 145:20); morrerão (Ezequiel 18:4); serão consumidos (Salmo 21:9); não mais existirão (Salmo 37:10); serão eliminados (Provérbios 2:22); a vida lhes será tirada (Provérbios 22:23); tornar-se-ão em cinza (Malaquias 4:3); desfazer-se-ão em fumaça (Salmo 37:20). Fonte: Consultoria Doutrinária.
Comentários do Editor IASD Em Foco:
Está claro que quando, na Bíblia, se fala em “fogo eterno” o adjetivo “eterno”, em todos os casos descritos, diz respeito aos efeitos do fogo – queima completa: “de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo”; serão consumidos; não mais existirão; tornar-se-ão em cinza; desfazer-se-ão em fumaça, etc. – e nunca à sua duração (tempo em que os ímpios ficarão queimando). Pensar diferente, além de distorcer a lógica de cada um dos textos bíblicos, agride o caráter do Deus da bondade e do amor – que “... não tem [sente] prazer na morte do ímpio...” (Ezequiel 33:11).