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postado em: 24/10/2008
Testemunhas de Jeová
Os Emissários do Reino
Elas podem ser vistas indo de porta em porta ou interceptando pessoas nos movimentados centros urbanos, para oferecer as edições mais recentes de Despertai! e A Sentinela. Independente de idade, sexo e situação sócio-econômica e cultural, todas são motivadas pelo dever comum de comunicar aquilo que supõem ser as novas do “Reino de Jeová” reveladas a elas através da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, sediada no Brooklin, em Nova lorque, EUA. Elas são as chamadas Testemunhas de Jeová, que hoje somam aproximadamente quatro milhões no mundo e umas trezentas mil no Brasil*.
Segundo alguns estudiosos, as Testemunhas formam um dos movimentos religiosos de crescimento proporcional mais rápido em todo o mundo. Elas dobraram o número de adeptos nos últimos dez anos.
A que se deve tamanho ímpeto missionário? Talvez a este simples fato: As Testemunhas consideram-se o povo exclusivo de Deus, comissionadas por Ele para o cumprimento de uma obra especial no mundo, antes que a impendente batalha do Armagedom seja travada. Esse pensamento infunde-lhes um notável senso de missão.
Estimuladas por um forte sentimento de que receberam de Jeová uma mensagem que precisam comunicar ao mundo para não porem em risco a própria salvação, são compelidas a um intenso programa de ação, caracterizado por um persistente contato com o público. Milhões de pessoas são visitadas cada ano e milhares doutrinadas nos postulados da Sociedade.
História
Embora as Testemunhas reportem o início de seu trabalho aos tempos de Abel, o filho de Adão e Eva, a fundação do movimento deve, na realidade, ser tributada a Charles T. Russeil (1852-1916), filho de um comerciante de Pittsburgo, Pensilvânia. Presbiteriano de início e congregacionalista a seguir, Russeli acabou imergindo no agnosticismo ainda em sua adolescência.
Aos 18 anos, porém, assistiu a algumas exposições bíblicas feitas por Jonas Wendell, pregador adventista não do sétimo dia, as quais, citando as palavras do próprio Russell, foram suficientes “sob a direção de Deus, para restabelecer minha fé vacilante na inspiração da Bíblia e para mostrar que os registros dos apóstolos e dos profetas se acham indissoluvelmente ligados”. — Qualificados para ser Ministros, pág. 276.
Em lugar de se unir a Wendell, Russeil organizou sua própria classe de estudo da Bíblia. Uma congregação foi formada ao
longo de cinco anos, durante os quais certas posições doutrinárias foram adotadas, entre elas a volta invisível de Jesus e a oportunidade de salvação após a ressurreição (teoria conhecida como segunda chance).
Em 1876 o grupo de Russell se uniu ao grupo de um tal N. H. Barbour, de Rochester, NY, por sustentarem opinião semelhante quanto à maneira da volta de Jesus. Um livro intitulado The Three Worlds (Os Três Mundos) foi publicado por Barbour e Russell, onde afirmavam que Jesus voltara invisivelmente em 1874 e que no transcurso dos quarenta anos seguintes, ou seja, até 1914, ocorreria a “grande tribulação”, os judeus seriam restaurados, o poder dos gentios seria quebrantado, os reinos do mundo passariam a pertencer a Deus, e a era do julgamento seria introduzida.
Barbour, todavia, discordava da teoria da segunda chance, e a coligação durou apenas dois anos. Em 1879 Russell lançou o primeiro número de A Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo, hoje A Sentinela, cuja disseminação contribuiu para o surgimento de novas congregações. Em 1881 criou a Sociedade de Tratados da Torre de Vigia de Sião, legalizada em 1884 e mudada para Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados em 1896.
A partir dessa época Russell publicou muitos artigos e discursos, e uma série de seis volumes conhecida como Studies in the Scriptures (Estudos nas Escrituras), precursores das atuais publicações das Testemunhas.
Deixando de lado a questão da validade das posições bíblicas assumidas por Russell, e o não cumprimento de suas profecias (algumas oriundas de cálculos baseados na extensão dos corredores da Grande Pirâmide do Egito), é difícil não considerar o primeiro presidente da Sociedade Torre de Vigia uma figura, no mínimo, controvertida.
Se, por um lado, ele foi um ardoroso defensor e disseminador das conclusões a que chegou, por outro não viveu uma vida inteiramente compatível com a mensagem bíblica. O processo de divórcio em que esteve envolvido, o “conto” do trigo milagroso, a farsa do seu conhecimento da língua grega, e outros incidentes que lhe valeram alguns processos na Justiça, não deixam dúvida a respeito.
Formado em Direito, foi fácil para Joseph F. Rutherford (1869-1942), sucessor de Russell, reformular os estatutos da Sociedade, agora em Nova lorque, e obter-lhe qualidade legal definitiva. Foi inegavelmente um homem de grande visão administrativa. Criou o slogan “Anunciai o Rei e o Reino”, incrementando o trabalho de campo e dando novo impulso ao movimento. Foi ele quem iniciou o programa de visitação de casa em casa, até hoje seguido pelas Testemunhas, e a prática de congressos regionais e periódicos, com a concentração de grande número de adeptos em estádios e outros locais adequados.
Revelou-se um prolífero escritor, escrevendo em média um livro por ano. Acredita-se que acima de trezentos milhões de cópias de suas obras foram distribuídas durante sua gestão. Alterou diversos pontos doutrinários estabelecidos por Russell, o que trouxe revolta e divisão, resultando na formação de movimentos paralelos, dois dos quais ainda permanecem: Dawn Bible Students Association, e Layman s Home Missionary Movement. Os emissários da Sociedade, que até 1931 eram conhecidos como Russelitas, Estudantes Internacionais da Bíblia, e Auroristas do Milênio, passaram a se chamar pelo seu nome atual: Testemunhas de Jeová.
Embora de forma muito mais intensa, Rutherford seguiu de perto o estilo de trabalho de Russell, escrevendo artigos e fazendo novas previsões proféticas tão temerárias quanto as do seu predecessor. Exemplo desse fato é o slogan que ele criou para uma campanha de pregação levada a efeito de 1918 a 1921, “Milhões que Agora Vivem Jamais Morrerão”, que serviu de título para um livro lançado em 1920.
O estabelecimento do Reino era previsto para 1925, e o mundo deveria muito logo testemunhar a ressurreição de Abraão, Isaque, Jacó e outros “príncipes”. Em 1929 foi construída em San Diego a mansão Beth Sarim, destinada a abrigar os ressurretos vultos bíblicos. Foi vendida em 1942, logo após a morte de Rutherford.
Nathan H. Knorr (1905-1977), o terceiro presidente, estabeleceu escolas de treinamento para as Testemunhas. O movimento desfrutou de considerável avanço em sua gestão, crescendo em recursos e adesões, apesar das baixas verificadas logo após 1975, quando o Armagedom era aguardado e não veio. O atual presidente, Frederick W. Franz, tem-se preocupado em aprimorar o pensamento teológico da Sociedade.
É tido pelas Testemunhas como um erudito em Hebraico, embora em 1954 tenha sido desacreditado nesse ponto num tribunal da Escócia. Muito provavelmente esteve à frente da comissão que preparou a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas. Por outro lado, tem enfrentado sérias dificuldades com o problema de dissidência na alta cúpula da Organização. O próprio sobrinho, Raymond Franz, não somente resignou o cargo, mas abandonou a fé.
A Obra no Brasil
Segundo pesquisa realizada pelo universitário Amarildo Gusmão, a mensagem da Torre de Vigia penetrou no Brasil em 1920, através de alguns marinheiros brasileiros que haviam sido abordados por Testemunhas em Nova lorque. O primeiro missionário chegou ao Brasil em 1922.
A revista Torre de Vigia foi publicada em nosso idioma pela primeira vez em 1923, tendo o nome sido alterado para A Atalaia, em 1940. Era a época da guerra e o primeiro nome não comunicava bem. Todavia, o segundo também não pôde permanecer devido a uma outra publicação homônima. Em 1943 recebeu definitivamente o nome de A Sentinela. Outra revista, Consolação, começou a circular na década de 40. Mais tarde passou a ser chamada Despertai!
Vez por outra têm as Testemunhas enfrentado sérios problemas com as autoridades civis e religiosas em virtude de seu comportamento agressivo. No tempo de Getúlio Vargas as publicações foram interrompidas e os trabalhos da Sociedade proibidos oficialmente.
O Brasil ocupa o terceiro lugar em número de adeptos, perdendo apenas para os Estados Unidos e o México. Mas a julgar pelas cifras de 1989, poderá em breve ocupar a segunda posição. Foram aqui batizadas 23.937 pessoas, mais do que em qualquer outro lugar do mundo, exceto os Estados Unidos, com 48.358 novas adesões.
Organização e atividades
As Testemunhas de Jeová não constroem templos, mas se reúnem nos conhecidos “Salões do Reino” formando as congregações locais, cujos líderes são chamados “servos de congregação”. Cada congregação possui uma área geográfica onde deve atuar. Várias áreas formam um circuito, que recebe a assistência de um líder, o “servo de circuito”.
Vários circuitos formam um distrito, supervisionado por um “servo de distrito”. Finalmente vários distritos determinam a obra num país, conhecida como ramo, e geralmente liderada por uma filial ou sede local. As diferentes filiais no mundo respondem diante da sede mundial nos Estados Unidos. Isto inclui o envio de relatórios das atividades de cada congregação.
Não são feitas coletas nas reuniões. Todas as despesas são cobertas por contribuições voluntárias dos membros mais o lucro advindo da literatura vendida. Existem nos lugares de reunião caixas ou urnas apropriadas para a entrega dos donativos.
Cada pessoa batizada é considerada um ministro ordenado de Jeová Deus, para participar da obra de expansão do Reino. Se alguém pode devotar pelo menos cem horas de atividade por mês é considerado um pioneiro. Os que atingem 145 horas são chamados pioneiros especiais.
A principal atividade é testemunhar de casa em casa, o que naturalmente envolve a venda de literatura; os que fazem isto são chamados publicadores. As reuniões nos salões do Reino visam ao estudo das doutrinas mediante a análise dos temas preparados pela Sociedade em Nova lorque. Reuniões de treinamento são feitas freqüentemente, onde são discutidas técnicas de oratória, de aproximação com o público, de doutrinamento, e de procedimento e argumentação em debates com não-Testemunhas.
Duas cerimônias são realizadas: o batismo por imersão nas águas, e a ceia da comemoração (ceia do Senhor). O batismo é administrado somente a pessoas que foram suficientemente instruídas para entender o que uma Testemunha crê, como deve viver e agir. Naturalmente é esperado que cada neófito amadureça espiritualmente mediante o contínuo estudo e aprendizagem. A ceia é oferecida apenas uma vez ao ano, na data da morte de Jesus. E esperado que apenas uma pequena minoria participe, exatamente aqueles que sintam fazer parte dos 144 mil de Apocalipse 7 e 14. Em 1989, apenas 8.734 pessoas em todo o mundo tomaram a ceia.
Pessoas desligadas da congregação são tratadas com o máximo rigor. “Ninguém da congregação deve cumprimentar tais pessoas quando se encontra com elas em público, nem deve acolhê-las nos seus lares. Até mesmo parentes consangüíneos, que não moram no mesmo lar, dando mais valor às relações espirituais, evitam contato com tais ao máximo possível. E os que são membros da mesma família do desassociado cessam de ter associação espiritual com o transgressor.” — Lâmpada Para o Meu Pé é a Tua Palavra, pág. 180.
O que crêem
As Testemunhas de Jeová se destacam por suas crenças peculiares, as quais, em diferentes áreas do ensino bíblico, se resumem no seguinte:
Teologia
— São unitarianos e esposam um monoteísmo absoluto. Rejeitam a Santíssima Trindade não aceitando a plena divindade de Jesus nem a personalidade do Espírito Santo, para elas a simples energia divina. Demonstram profundo interesse pelo nome Jeová, e atribuem-no exclusivamente ao Pai. Este criou o Universo usando o Filho como instrumento.
Cristologia
— Antes de nascer, Cristo vivia no Céu. Foi a primeira criação de Jeová e Seu nome era Miguel. Devido à Sua posição, era considerado “um deus”, mas não igual a Jeová. Veio ao mundo nascendo de uma virgem, sem contudo ocorrer a encarnação do Filho de Deus. Cristo foi nada mais que um homem perfeito. Morreu numa estaca e não numa cruz, e Sua ressurreição não foi corporal, mas espiritual e invisível, aparecendo aos discípulos em corpos materializados para este fim. Reintegrado à esfera celestial, voltou a ser o anjo Miguel.
Salvação
— A morte de Cristo não é considerada o sacrifício expiatório que salva o pecador, mas o pagamento do resgate que outorga ao homem uma segunda chance de ser leal a Jeová e labutar pela vida eterna. A aceitação do resgate é apenas um item entre outros a serem cumpridos por alguém que espera ser salvo.
Conseqüentemente o benefício do resgate não é para todos, mas apenas para os que são “dignos entre os filhos de Adão”. — Do Paraíso Perdido ao Paraíso Recuperado, pág. 143. Maior ênfase é dada à sobrevivência na batalha do Armagedom do que à salvação do pecado.
O ser humano
— O homem não possui uma alma imortal que vai, imediatamente após a morte, para o Céu, para o purgatório, ou para o inferno. A condição de uma pessoa na morte é de absoluta inconsciência. Com respeito ao destino eterno, a humanidade está dividida em três grandes grupos: os justos, aqueles que reconhecem o governo de Jeová e fazem Sua vontade acatando as orientações da Sociedade Torre de Vigia e preparando-se para sua recompensa no Céu ou na Terra; os ímpios, os que se rebelam contra o governo de Jeová, e que, conseqüentemente, ao morrerem são aniquilados, isto é, não têm perspectiva de ressurreição; e os injustos, que nesta vida não obtêm um correto conhecimento da vontade de Jeová, e que, portanto, ressuscitarão no transcurso do milênio para terem uma segunda oportunidade.
Povo de Deus
— A Igreja é constituída por apenas 144 mil membros, reunidos a partir do dia de Pentecostes do ano 33 AD. Naturalmente os líderes da Sociedade participam desse grupo, conhecido também como “classe ungida”, ou “pequeno rebanho”. Deus tem ainda “outras ovelhas”, em quantidade inumerável, que formam a “grande multidão”.
Expressões bíblicas como “justificação pela fé”, “novo nascimento”, “estar em Cristo”, “morrer e ressuscitar com Cristo”, “batismo com o Espírito Santo”, etc., definem experiências desfrutadas apenas pelos 144 mil. Estes têm sua recompensa com Cristo no Céu.
Para tanto, necessitam sacrificar sua vida terrena, como Cristo fez. Ressuscitam espiritualmente, então, e sobem para o Céu. A ressurreição espiritual dos 144 mil começou em 1918 e prossegue a cada instante em que um eleito morre. O grupo será completado algum tempo depois do Armagedom, o que significa que algumas Testemunhas terão de morrer durante o milênio. Os participantes da “grande multidão” viverão eternamente na Terra.
Últimos eventos
— O fim do mundo é na realidade o fim do atual “sistema de coisas”. A volta de Jesus ocorreu em 1914. Foi um evento espiritual e, portanto, invisível aos mortais. Não se deu o retorno literal de Jesus à Terra, mas Sua posse na direção do Reino, no Céu. Por isso as Testemunhas falam mais na “presença” de Cristo do que na Sua vinda.
A geração de 1914 não passará sem que venha o Armagedom, quando os reinos do mundo perderão o domínio. No fim do milênio ocorrerá o julgamento final de todos os que estiverem vivos sobre a Terra. Serão julgados segundo o que praticaram, não na presente existência, mas na existência que terão durante o milênio. Satanás e os derradeiros rebeldes serão então para sempre aniquilados.
Ética
— As Testemunhas de Jeová são incentivadas a manter um comportamento ético exemplar no meio em que vivem. Todavia, agem de forma inusitada em diferentes circunstâncias: recusam cumprir serviço militar, não cantam o hino nacional nem prestam deferência à bandeira, rejeitam transfusão de sangue, não participam de celebração alguma, cívica ou religiosa, não comemoram qualquer tipo de natalício, não vestem luto, não guardam qualquer dia semanal, não respeitam qualquer feriado, não se envolvem em qualquer assunto de natureza política, civil e filantrópica, e desaconselham os jovens a perseguirem cursos universitários. O que crêem e o que fazem, dizem, é por fidelidade à Bíblia.
Conclusão
Não nos cumpre aqui avaliar, do ponto de vista bíblico, suas posições doutrinárias. Muita coisa tem sido dita e escrita a esse respeito, e continuará a sê-lo. Todavia, uma consideração adicional e final deve ser feita.
As Testemunhas de Jeová se julgam o povo da Bíblia. Um simpatizante do movimento afirmou: “Provavelmente a característica mais notável das Testemunhas de Jeová é seu apelo à autoridade das Escrituras para tudo o que pensam e fazem.” — Marley Cole, Triumphant Kingdom, pág. 37.
Por sua vez, a Sociedade Torre de Vigia não hesita em afirmar seu monopólio da verdade. Somente as Testemunhas possuem a verdadeira fé cristã e cumprem a vontade de Deus. Qualquer outra religião é falsa.
Deve-se lembrar, porém, que essa tem sido a pretensão do movimento desde a sua origem. Russell declarou em seus Studies in the Scriptures que seria melhor ler seus estudos sem ler a Bíblia do que ler a Bíblia e ignorar seus estudos. Disse também: “Pessoas não podem ver o plano divino ao estudar a Bíblia por ela mesma.” A idéia era que a Bíblia devia ser estudada à luz do que Russell ensinava; caso contrário, o estudante seria antes desencaminhado do que conduzido à verdade. — Watch Tower, 15/09/19 10, pág. 298. Pretensão idêntica foi reivindicada em relação aos ensinos de Rutherford e aos escritos posteriores da Sociedade.
Hoje não é diferente. As Testemunhas continuam considerando a Sociedade Torre de Vigia o único instrumento ou canal usado por Jeová para instruir Seu povo na Terra. Para se confirmar esse fato, basta notar que seus “estudos bíblicos” são na realidade estudos de suas publicações. É difícil escapar à impressão de que não é a Bíblia que normatiza os ensinos da Sociedade e sim os ensinos da Sociedade que normatizam a compreensão da Bíblia.
Mais surpreendente ainda são as alterações que esses ensinos têm sofrido ao longo dos anos. William J. Schnell, uma ex-Testemunha, informa que em apenas onze anos, de 1917 a 1928, a Sociedade mudou suas doutrinas 148 vezes, e que mudanças têm ocorrido “muitas vezes de lá para cá”. — Into the Light of Christianity, pág. 13. Isto é muito sério para uma entidade que alega ter o monopólio da verdade.
As Testemunhas se defendem dizendo que o conhecimento da verdade é progressivo. Mas a ampliação do conhecimento da verdade jamais é feita em detrimento da verdade já revelada. Se ontem as Testemunhas, através da instrução de Jeová, faziam certas afirmações que hoje, igualmente pela instrução de Jeová, reputam como erro, não somos deixados senão com duas alternativas possíveis: ou Jeová não está seguro daquilo que revela, o que é uma impropriedade, ou a instrução não provém dEle.
Ademais, determinadas posições doutrinárias foram descartadas e substituídas por outras, tão-somente para serem readmitidas tempos depois. Quem então pode garantir que as “verdades” anunciadas hoje pelos emissários da Sociedade, continuarão “verdades” amanhã?
Autor: José Carlos Ramos, Doutor em Teologia e professor do Unasp, Engenheiro Coelho-SP
Fonte: Revista Adventista, Janeiro 93.
* Este e outros dados numéricos são da época da publicação desta matéria e, portanto, estão desatualizados; o teor principal, doutrinário ético e teológico, permanece incólume.