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postado em: 7/11/2008
Mandamentos Cravados na Cruz
Paulo afirma especificamente, em Colossenses 2:14-17, que o sábado foi abolido.
PASSAGEM DIZ O SEGUINTE: “TENDO CANCELADO O ESCRITO DE DÍVIDA, QUE ERA CONTRA NÓS E QUE CONSTAVA DE ORDENANÇAS, O qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz, e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz. Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo,”
Na objeção 2, vimos que há duas leis, uma lei moral e a outra cerimonial, e que apenas a última foi abolida por Cristo. Na objeção 11, aprendemos que Paulo, em Colossenses 2:14-17, está falando da lei cerimonial. Na objeção 28, constatamos que a lei cerimonial tem certos sábados anuais. Por isso, podemos adequadamente concluir que Paulo, nessa passagem, nem mesmo está se referindo ao sábado do sétimo dia.
Se ele estivesse se referindo ao sábado semanal do Decálogo, então a única conclusão a que podíamos chegar é que na era cristã não há nenhum dia santo de descanso semanal. E a cristandade, em geral, crê nisso? Não. As leis dominicais severamente impostas nos diferentes países cristãos em todas as gerações passadas oferecem agressiva, desconcertante e mesmo vergonhosa prova de que a crença geral é que um dia santo semanal é adequado, correto e escriturístico.
Em muitos casos, os defensores do domingo têm empregado como primeira prova em defesa dessa crença o fato de que o Decálogo ordena um dia santo semanal. Quando aplicam “o primeiro dia da semana” ao mandamento, isso apenas prova eloqüentemente que crêem que a obrigação de guardar um dia santo semanal deve ser encontrada no quarto mandamento do Decálogo.
Embora os adventistas tenham coerentemente denunciado as leis dominicais como uma violação da consciência, têm de bom grado admitido que em geral aqueles que decretaram essas leis agiram de boa-fé e em harmonia com o que imaginavam ser o mandamento bíblico. Mas o objetor do sábado, a menos que alegue que descobriu o verdadeiro significado das palavras de Paulo que evitavam todos os seus antepassados guardadores do domingo, deve acusar aqueles antepassados de consumada hipocrisia e de fugir em face das Escrituras. Diz Paulo: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de ... dia de festa, ... ou sábados.” Mas as leis dominicais julgam os homens com referência a um dia santo, um dia de sábado, e violentamente.
Não, a cristandade em geral nunca acreditou que a declaração de Paulo suprimia toda distinção em dias e que na era cristã alguém pode, com completa, imunidade espiritual, abster-se de considerar qualquer dia santo. É verdade que alguns teólogos, como revelam certos comentários da Bíblia, têm imaginado que encontraram nas palavras de Paulo a justificação para virar as costas ao sábado do sétimo dia, mas eles sempre se apressaram em acrescentar que na era cristã temos um novo sábado. Isso, porém, é distorcer as palavras de Paulo. Ele nem mesmo insinua que um novo dia santo deve tomar o lugar do sábado. Fala apenas da abolição de certos dias santos. Por isso, o raciocínio honesto exige que, se somos obrigados a guardar um dia santo na era cristã, tal obrigação deve ser encontrada em uma lei que está acima e além do alcance da declaração de Paulo. E essa lei é o Decálogo, que Paulo não está discutindo nessa passagem de Colossenses.
Que Paulo não estava discutindo o sábado do Decálogo é francamente admitido por alguns dos melhores comentaristas da Bíblia, e com seus comentários encerramos esta discussão.
Diz Adam Clarke, metodista, em comentário sobre Colossenses 2:16: “Não há aqui nenhuma insinuação de que o sábado foi abolido, ou que a sua aplicação moral tenha sido suplantada pela introdução do cristianismo.”
Jamieson, Fausset e Brown, em seu comentário sobre esse texto, observam primeiro que os sábados anuais “tiveram fim com os serviços judaicos aos quais pertenciam”. Então, acrescentam imediatamente: “O sábado semanal repousa sobre um fundamento mais permanente, tendo sido instituído no Paraíso para comemorar o término da criação em seis dias.”
Observa Albert Bames, eminente comentarista presbiteriano:
“Não há nenhuma evidência nesta passagem [Col. 2:16] de que ele Paulo] ensinasse que não havia nenhuma obrigação de observar qualquer tempo sagrado, porque não há a mais leve razão para crer que ele visava ensinar que um dos dez mandamentos tivesse cessado de ser obrigatório para a raça humana. ... Ele mirava o grande número de dias que eram observados pelos hebreus como festivais, como uma parte de sua lei típica e cerimonial, e não a lei moral, ou os dez mandamentos. Nenhuma parte da lei moral, nenhum dos dez mandamentos podia ser mencionado como ‘sombra das coisas que haviam de vir’. Estes mandamentos são, por causa da natureza da lei moral, de aplicação perpétua e universal.”
Autor: Francis D. Nichol
Fonte: Respostas a Objeções.