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postado em: 7/9/2012
A Verdade Pavimenta o Caminho Para a Justiça
A filosofia pluralista é uma marca da pós-modernidade. Com isso, ela agrega o relativismo e outros ismos. Cada pessoa escolhe ou tem sua própria verdade, mas todas vivem ou devem viver debaixo do mesmo “guarda-chuva” sem constranger o outro. Esse é o axioma pós-moderno. A partir de então, tudo deixa de ser absoluto. Essa fragmentação da verdade é vista na política, na ética e na religião. Ela está presente em todas as facetas da sociedade brasileira.
Contudo, com o abandono dos absolutos e sem os princípios fundamentais que norteiam à vida, a conduta, o procedimento e as ações das pessoas, a sociedade entra em colapso moral. As evidencias estão diante dos nossos olhos. Os telejornais e os demais veículos de comunicação noticiam diariamente as falcatruas na política. Elas ocorrem no governo municipal, estadual e federal. Tais práticas estão impregnadas como um ranço contagioso por toda parte da sociedade.
Com isso, a incoerência é notória entre o que se diz e o que se faz, entre o discurso e as obras. A lei é burlada em benefício próprio. O direito é torcido e a justiça sonegada. Embora todas essas práticas sejam obras das trevas, entretanto são praticas à luz do sol.
Diante disso, a situação não deve ser considerada como uma epidemia isolada que vem e passa rapidamente, mas como uma pandemia instalada por toda parte da nação brasileira. É claro que existem exceções, mas de um modo geral, a prática da maldade ocorre por todo país. Sendo assim, a povo está enfermo.
Contudo é espantoso, que mesmo diante dos fatos, a sociedade não consegue perceber os danos provocados a curto e a longo prazo, pois se encontra num estado de letargia, cujo intelecto está adormecido, cuja capacidade critica está atrofiada e cuja vida espiritual está num coma induzido profundo. Na verdade, falta o conhecimento de Deus e por conta disso, o povo está sendo destruído (Oséias 4. 6). A sociedade está embriagada pelo hedonismo desenfreado e enfeitiçada pelo “cântico da sereia”.
No entanto, o povo ainda não atentou para as consequências de tudo isso. Ele não tem tido a capacidade de discernir que a corrupção escancarada na política, a falta de ética social, o divorcio entre a fé verbalizada e a fé praticada, é um sintoma endêmico de uma rejeição deliberada da verdade de Deus.
Sendo assim, um dos motivos pelo qual a justiça não consegue prevalecer é que, os homens têm detido a verdade em nome da injustiça. A verdade tem sido peiada [amarrada] com as cordas das trevas, fruto de corações ímpios e gananciosos. Na verdade, existe uma tentativa concentrada para amordaçá-la. Essa tentativa tem alcançado êxito, pois aqueles que devem exercer o papel de legislador na criação de leis justas e mecanismos para o cumprimento das mesmas, muitas vezes tem se eximido da responsabilidade para qual foram colocados, além disso, os infratores não são punidos e tantas vezes escapam ilesos, provocando assim uma sensação de desleixo com o bem comum de todo cidadão. A impunidade é um verdadeiro descaso com a nação inteira.
Por outro lado, a igreja tem se acovardado diante da sua missão, sua responsabilidade e função profética. Ela tem assumido uma posição de expectadora. A ética é pisoteada sem nenhum pudor, os valores são invertidos e a verdade é sonegada. É por conta disso, que os representantes do povo tem se valido constantemente dos sofismas. Eles falam mentiras com cara de verdade. Iludem o povo. Criam e usam as leis em benefícios pessoais.
Portanto, a falta da verdade faz com que a injustiça e a mentira imperem, favorecendo assim, o florescimento da maldade. Quando a verdade é banida, o mal predomina. Quando a luz da verdade é apagada, o povo chama o mal de bem; o amargo de doce; as trevas de luz. Vivemos numa época em que a iniqüidade é aplaudida, porém, a verdade é vaiada. Uma recebe cântico de louvor, a outra de maldição. As pessoas dizem não à verdade, mas, em contra partida dão as boas vindas à injustiça e a mentira. Elas fecham o coração e mente para a verdade, mas abre os braços para o engano.
Entretanto, nem tudo está perdido. A verdade só é verdade porque não fica prostrada e nem pode ser detida pelos homens. Se ela tropeça, logo se apruma. A tentativa em aprisioná-la não conseguirá impedir a entrada da justiça, pois esta não pode ser confinada para sempre pelos ímpios. No entanto, enquanto isso não acontecer, a hegemonia será da injustiça.
O triunfo da verdade acontece efetivamente quando a mesma é erguida por meio da comunicação e é vivenciada pelos homens que a recebem. A verdade proferida, também deve ser vivida. A verdade que vence a iniqüidade é aquela que se materializa na história social dos homens, pois se ela for abstrata, nenhum sistema ou povo será mudado. A verdade é o caminho que pavimenta a solidificação da justiça. Ela é o instrumento por meio do qual a equidade é exercida, estabelecida e plenificada.
Portanto, a verdade e a justiça andam de mãos dadas. Elas são irmãs siamesas. A segunda é o resultado da primeira. Quando a verdade é negada, então, a justiça não será exercitada e fracassará em seu intento. Mas, se ela permanecer levantada, então a justiça penetrará por todos os seguimentos da sociedade brasileira. É tempo da igreja, que é coluna e baluarte da verdade, erguer a sua voz profética e denunciar a injustiça como fizeram os profetas. As peias que amarram a verdade só serão despedaçadas quando a igreja assumir o papel para o qual foi chamada.
Que a verdade seja colocada de pé! Que a justiça encontre a porta de entrada! Que a verdade pavimente as veredas para a justiça! Que a justiça entre pelos caminhos da equidade e alcance o triunfo sobre a injustiça!
Postado por Fábio Henrique
Fonte: http://fe-argumento.blogspot.com.br/