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postado em: 17/5/2013
Soberba e Secularização
Quando alguém perde o controle sobre a soberba, entra mar a dentro no processo de secularização. Isso acontece porque a pessoa olha mais para ela do que para Deus. Esse desligamento de fundo religioso deságua naturalmente na secularização. Daí a crescente e escandalosa mistura de religião com empresa. A situação parece irreversível e é objeto de estudo da parte de cientistas religiosos, sociólogos, economistas e antropólogos. Estamos envergonhados por causa dessa situação.
Há uma busca por pastores habilidosos (antes se preferia pastores de grande comunhão com Deus, de conduta exemplar, cheios de paixão pelas almas etc.) para abrir novas igrejas no sistema de franquias. Assim como um executivo muda de uma empresa para outra que pague um salário maior, “está se tornando cada vez mais comum um pastor mudar de igreja para ganhar mais”, explica Paula Idoeta, da BBC Brasil. Em certa denominação, diz-se que o pastor tem de cumprir meta de arrecadação de dízimo, como qualquer vendedor de apólice de seguro ou de comércio atacadista. Os que obtêm os melhores resultados podem ganhar prêmios, como uma viagem a Israel.
O sociólogo Ricardo Mariano, professor da PUC-RS e autor de “Neopentecostais -- sociologia do novo pentecostalismo no Brasil”, lembra que em algumas igrejas “existe quase um plano de carreira que permite que [os seus pastores] passem para congregações maiores, vão para outros países e participem de programas de TV”.
Salários que variam de 3 mil reais (para iniciantes) a 20 mil reais (para os mais capazes) mais benefícios (casa mobiliada, escola para os filhos, plano de saúde e, em alguns casos, o carro do ano) substituem a velha receita de homens verdadeiramente vocacionados por Deus para o ministério.
Em defesa do mercado religioso, conhecido pastor acaba de declarar que “só uma pessoa ignorante acha que fé e lucro não podem caminhar do mesmo lado”.
Dias atrás, o celebrante de um casamento nos Estados Unidos foi “o pastor Bit”, uma espécie de robô! A orientação bíblica de mais de dois milênios atrás foi deixada de lado: “[Pastores e bispos] não usem o seu trabalho para ganhar dinheiro, mas com o verdadeiro desejo de servir” (1Pe 5.2).
Nota do Editor
Este artigo é um poderoso alerta contra os modernos “vendilhões do templo”. Em TODAS as Igrejas e denominações religiosas existem pessoas sinceras – discípulos dedicados prontos a morrer pelo Senhor Jesus –, líderes comprometidos e abnegados e, também, os reles mercenários. Portanto, é preciso saber discernir que há o “joio”, mas, também, existe o “trigo”. Com relação a estes ignóbeis sistemas de “franquias”, “premiações” e “promoções” atreladas meramente às questões materiais e/ou “expertise em assuntos políticos” [o que não deveria jamais ocorrer; mas, infelizmente, acontece em todos os lugares...], apesar dos pesares eu dou graças a Deus por fazer parte de uma Igreja que remunera igual – o mesmo “teto” – os seus pastores do Oiapoque ao Chuí. Pode até haver “lutas internas” e interesses escusos de alguns (status, “poder”, influência, etc.) em querer ocupar o púlpito das grandes igrejas do país (especialmente as “igrejas centrais” das capitais); no final, entretanto, isso não irá lhes acrescentar um centavo a mais do que ganham os pastores que ministram em cidades do interior ou nas periferias. É como dizia Salomão: “[...] vaidade de vaidades, tudo é vaidade!” (Eclesiastes 1:2).