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postado em: 11/6/2013
Que fazer se seu cônjuge diz estar em dúvida quanto ao amor por você?
É comum uma pessoa casada, esposas na maioria, anos depois de casar, dizer ao marido que tem dúvida quanto ao sentimento por ele. Ela se torna fria, distante e diz estar confusa. O que o marido que ama sua esposa pode fazer nesta situação?
Primeiro, esta esposa vai, em algum momento da vida, precisar canalizar um tanto da energia afetiva dela para outras coisas e não só para o marido (ou outro homem com quem ela possa vir a querer se relacionar, caso se separe em busca do “amor da minha vida”). Segundo, o marido precisará nutrir afeto para com ela, o que é diferente de sexo. Mulher precisa de afeto com e sem sexo. E o afeto sem o sexo é a melhor nutrição para um casamento e a “vitamina” para o bom sexo.
Na verdade, homens também precisam de ambas formas de afeto, mas uma maioria pode não ter consciência da sua própria necessidade de afeto sem sexo, talvez porque mistura sexo com afeto, tem medo de abrir o coração, não tem habilidade para falar de sentimentos, coisa em geral fácil para mulheres, ou por causa da pressão dentro de si e da cultural sobre ter que ser “macho”, como se “machos” não tivessem dor emocional, tristeza, medo, insegurança em necessidade de serem expressadas e desejo de carinho.
É normal um marido numa situação assim, ficar espantado quando a esposa fala da perda do sentimento por ele. Ela deve ter se sentido sozinha afetivamente nos anos anteriores e o sentimento pelo marido foi murchando. A mulher necessita de palavras de incentivo e afeto para que o amor dela pelo homem se mantenha e floresça.
Porém, este marido não deve agora superproteger e ou paparicar a esposa, pois isso poderá incomodá-la e não ser genuíno, pois ninguém muda assim da noite para o dia. Ou seja, por causa do medo de perdê-la é que ele pode ficar super afetivo com ela após o susto de saber que o sentimento dela por ele está abalado, e não porque na verdade o jeito de amar dele tenha mudado genuinamente. Se ele, por medo de perdê-la, ficar muito em cima dela agora, ela sentirá que isto não é amor e poderá piorar.
Ele precisará ser natural e não “mendigar” afeto e atenção. Deve pensar no valor dela como pessoa e falar disto para ela de maneira natural e honesta. Deve expressar sentimento para com ela se ele realmente estiver sentindo. Se não, ela captará e verá que, ainda que ele esteja fazendo força para melhorar, não estará expressando algo do coração, mas movido pelo medo de perdê-la. Daí fica a dúvida nela: “Ele faz isto porque está me amando agora ou porque tem medo de me perder?” Porém, é importante também expressar carinho por meio de atitudes honestas, mesmo na ausência de um sentimento, definido, livre, pois amar não é só sentir, ele envolve fazer o bem para a outra pessoa mesmo sem ter sentimentos naquele momento.
Claro que ela terá que ter paciência também para esperar que ele mude no dia-a-dia da vida conjugal. Se ela não tiver paciência para esperar, complica, e poderá ser fácil ela cair num assédio masculino, se deixando iludir com a fantasia de ter achado a pessoa ideal. É importante, nesse contexto, lembrar que uma pessoa “interessante” também tem problemas, não evidenciados de imediato, mas escondidos por detrás da fachada de romance, pessoa atrativa e, às vezes, dizendo-se vítima de um relacionamento anterior. A mulher madura emocionalmente não cairá facilmente em armadilhas afetivas.
O saudável é que uma esposa com esta história não caia num envolvimento extra-conjugal, pois isto piora tudo e não resolve nada de verdade e de maneira duradoura. E que ela aprenda a valorizar o amor do marido por ela, exercendo paciência para que ambos possam crescer juntos, ela esperando um pouco menos dele e se voltando para outras coisas na vida sem ser o romance com o marido, e ele dedicando mais afeto e valorização para ela por causa da pessoa que ela é e não por causa do medo de perder o casamento. Há uma diferença entre querer a esposa ou o casamento. E há uma diferença entre amar o marido e ter obsessão por romance. O resto, é cada um administrar sua angústia interior ao invés de jogar sua solução num amor idealizado.
Autor: Dr. Cesar Vasconcellos de Souza
Dr. Cesar Vasconcellos de Souza, médico psiquiatra e psicoterapeuta, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, membro da American Psychosomatic Society, consultor psiquiatra da revista Vida & Saúde onde mantém coluna mensal, professor de Saúde Mental, visitante, do College of Health Evangelism e "Institute of Medical Ministry" do Wildwood Lifestyle Center and Hospital, Estados Unidos, Diretor Médico do Portal Natural, autor dos livros "Casamento: o que é isso?" e "Consultório Psicológico".
Fonte: http://www.portalnatural.com.br/