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postado em: 5/9/2015
Definindo Missão
O fundamento para toda a missão é o ato de Deus para entrar no mundo em Cristo, para sofrer e morrer e ser ressuscitado. Na verdade o autor está dizendo que a missão é sobre a Missio Dei[1] (GUIMARÃES, 2010) – o movimento eterno de Deus no mundo, o “auto envio” de Deus para o bem do mundo. O falecido teólogo Sul Africano David Bosch (1991, p.391) colocou bem: "Missão não é primariamente apenas uma atividade da Igreja, mas um atributo de Deus.”
Van Engen (1999, p. XVII) enfatiza que Teologia de missões necessita ser um campo multidisciplinar que lê as Escrituras com olhos missiológicos e “se fundamenta nesta leitura, continuamente reexaminada, reavaliando e redirecionando o envolvimento da Igreja na Missio Dei, no mundo de Deus”
Para Bosch (1991, 390) não é a Igreja que envia, e sim Deus que envia a Igreja. Para ele ser uma Igreja é "Deus, o Pai enviando o Filho, e Deus o Pai e o Filho enviando o Espírito, ou seja, isso se expandiu para incluir ainda outro "movimento": o Pai, Filho e Espírito Santo enviando a igreja para o mundo ". Missão não acontece por iniciativa da Igreja; missão acontece por iniciativa de Deus. Missão não é apenas algo a mais no calendário eclesiástico anual de uma igreja. A missão de Deus é a razão de ser de uma Igreja.
Para Russell Burril (2009) a igreja não existe para servir seus próprios objetivos ou até mesmo para garantir sua própria sobrevivência. Nós existimos apenas para participar com Cristo em expressar o amor de Deus ao mundo, um amor que "se esvazia" para o bem do mundo, até mesmo ao ponto da morte. Como Jürgen Moltmann (1975, p.10) observou: “O que temos de aprender não é que a Igreja tem uma missão, mas o inverso: que a missão de Cristo cria a sua própria Igreja.” Ele continua afirmando que não é a Igreja que tem uma missão de salvação para cumprir com o mundo, é a missão do Filho e do Espírito através do Pai que inclui a Igreja.
O chamado da Igreja deve ser de uma comunidade de testemunho e participação no futuro de Deus. A Igreja está reunida pelo Espírito de Deus e chamado por meio de seu testemunho corporativo para proclamar que, em Cristo, Deus está moldando uma nova vida para o mundo. A Igreja é enviada ao mundo, encorajada pelo Espírito de Deus para dar testemunho da vida nova em Cristo diante de quem a Bíblia fala desta nova vida em vários termos "todo joelho se dobrará." Darrell Guder (1998, p.66 e 67 tradução nossa) coloca a questão de forma sucinta: “É essencial para a missão, como testemunho de que a realidade do reino se torna tangível na igreja - não que a igreja é o reino, mas que a igreja demonstra a proximidade do reino, os primeiros frutos de sua vinda”.
Carl E. Braaten em sua obra The Flaming Center (1977, p.55) afirmou que uma igreja sem missões ou uma missão sem a igreja são contradições e tais coisas não existem.
[1] O Pastor e Professor Aguinaldo Guimarrães em sua tese descreveu que a expressão Missio Dei vem do “latim para “o envio de Deus”, no sentido de “ser enviada”, uma frase usada na discussão missiológica protestante, especialmente desde a década de 1950 (McINTOSH, 2000, p. 631 citado no trabalho acadêmico do autor Aguinaldo Leônidas). Em inglês significa “a missão de Deus”.
Via: http://ew-willianlira.blogspot.com.br