Política é a arte de bem governar os povos. Precisamos de políticos para que liderem as atividades sociais e façam a comunidade funcionar para o bem público. Os políticos são muito importantes porque nossa qualidade de vida numa comunidade depende em grande escala do que eles determinam para o funcionamento da mesma. Decisões quanto a um hospital municipal, segurança e organização no trânsito, policiamento, rede de escolas, e tantas outras coisas têm que ver com os políticos que lideram neste momento nossa sociedade.

Fiquei pensando no fato de que, como em qualquer segmento da sociedade, há pessoas sadias e não sadias mentalmente no mundo político. Há pessoas honestas e empreendedoras para o benefício da sociedade, como há o contrário disto. Pude observar que alguns deles possuem importantes distúrbios mentais só que não paralizadores das atividades sociais. Alguns com megalomania, distúrbios de caráter, com ironias e agressividade fácil, manipuladores, explícita e cinicamente desonestos e mentirosos, portadores de desvios sexuais, furtadores reincidentes e aparentemente incorrigíveis, são apenas alguns exemplos de patologia mental nesta classe social. E, o pior, se candidatam novamente e são reeleitos! Possuem imunidade partidária penal (não sei se o nome técnico é este) em função da posição política o que favorece a cronicidade da enfermidade de caráter. Como pode não haver uma lei que impeça um indivíduo sabidamente culpado de crimes de continuar elegível ou na função na ativa política? Triste isto. E revoltante.

Gostei de uma declaração do atual vice-presidente da República (na época, José de Alencar...) que, sofrendo de câncer, disse não ter medo da morte, mas sim da desonra. Medo da desonra. Uma raridade ouvir isto de um líder político.

Que tipo de conduta mental comportamental indica ser uma pessoa capaz de exercer um mandato político benéfico para a população? Vamos enumerar alguns:

1. Ter visão correta da necessidade de determinada comunidade.
2. Possuir idéias de fazer o que a comunidade precisa e não o que a pessoa quer, seja para beneficiar alguém (proteger interesses pessoais ou de empresários), por vaidade (megalomania, exibicionismo, orgulho…) ou por atrito com o antigo líder político (isto indica muita imaturidade emocional).
3. Ter compaixão pelas pessoas. Não é ter pena. Compaixão não é pena, é compreensão com a razão e o coração de que os seres humanos têm valor como indivíduos independentemente da classe social, econômica e cultural. A pena leva ao superprotecionismo enquanto que a compaixão leva a ação útil e a deixar que cada pague o preço de suas escolhas.
4. Determinação em fazer o que é o certo porque é o certo e que irá favorecer o bem público social geral.
5. Resistência às correntes contrárias corruptas que pressionam para a manutenção das desonestidades no manuseio do dinheiro público. Dizem que isto é o mais difícil no mundo político. Ouço dizer que ou você entra na rede da corrupção ou sai de cena (expulso, ameaçado de morte ou por iniciativa própria).
6. Agir dentro do poder adquirido por escolha popular realizando o que prometeu em campanha. Se o candidato promete o que é irreal, não é bom candidato. Ou é ignorante ou hipócrita. Frases prontas tipo: “No meu governo acabarei com a violência!” é um exemplo de irrealidade! Ou então, “Darei saúde para o povo!” Será que quem promete isto sabe quanto é o custo um hospital? Será que sabe que a prevenção é o melhor remédio e pode e deve ser feita por campanhas educativas e isto é diferente de vacinação em massa?
7. Separar o fútil do essencial para a comunidade e concentrar-se na realização deste último. Antes de fazer festas alcoólicas para enganar o povo (ou o povo quer se embriagar mesmo de idéias, prazer carnal e drogas?), por que não oferecer programas de educação em saúde através de seminários e educação continuada? Quinze segundos de uma frase de efeito na TV é educação em saúde suficiente para a comunidade?
8. Apoiar empresas que apóiam o povo ao invés de explorá-lo e favorecer a concorrência sadia para que surjam melhores opções (custo, serviços) ao invés de um monopólio. Como pode empresas grandes manter um monopólio de serviços à comunidade de um Município honestamente (sem propina) para evitarem que entrem concorrentes?
9. Ter profissionais técnicos capazes que conheçam o assunto de que irão se ocupar, ao invés de empregar pessoas conhecidas, parentes ou não, incompetentes para o cargo.
10. Agir de maneira tal que ao voltar para casa possa deitar e dormir com o coração e o espiritual do seu ser em paz sabendo que fez o correto e o melhor que podia.
11. Entender que o contrário de saúde mental tem muito que ver com egoísmo. E corrupção. E isto mata a pessoa, mesmo que a longo prazo e mesmo que produza riqueza material.
12. Entender que a arte da política tem que ver essencialmente com o caráter do indivíduo.

Fica uma pergunta para a reflexão: qual líder comunitário ou político quer mesmo justiça e verdade? Não há saúde mental genuína sem justiça, verdade, misericórdia, atitude positiva, honestidade, compaixão, visão, competência técnica, etc.

Nada ficará impune no final. Tudo NÃO acabará em pizza. A justiça virá em breve.

Autor: Dr. César Vasconcelos

Fonte: portalnatural.com.br