Digite uma palavra chave ou escolha um item em BUSCAR EM:
postado em: 30/11/2016
Acompanhei, dentro do espírito de comoção nacional, todos os últimos grandes desastres aéreos ocorridos no Brasil. Tivemos, em 31 de outubro de 1996, aquela tragédia com um avião Fokker – 100 da TAM no bairro Jabaquara, em São Paulo, Capital, na qual morreram 99 pessoas, entre tripulação e moradores do bairro.
Sofremos com a tragédia de Congonhas, quando, descreve o jornalista Jorge Tadeu, que mantém um site especializado em desastres aéreos,“um avião da TAM com 187 pessoas a bordo derrapou na pista do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, atravessou a Avenida Washington Luís e bateu em um prédio de carga e descarga da companhia aérea. A aeronave, um Airbus A320-233, vôo JJ 3054, prefixo PR-MBK, partiu de Porto Alegre, às 17h16 de terça-feira, 17 de julho de 2007, e chegou a São Paulo às 18h45. O acidente é o maior da aviação no país”.
Ficamos, também, comovidos com a perda das 154 preciosas vidas do vôo 1907 da GOL, no acidente ocorrido em 29 de setembro de 2006; quando um avião dessa empresa foi atingido por um jato Legacy. Quando o Boeing 737 da Gol e o Legacy N600L, recém-comprado pela empresa Excel Aire Services da Embraer, se tocaram no ar, as aeronaves estavam mais rápidas do que um disparo efetuado por um revólver calibre 38, que tem média de 1.300 km/h, de acordo com o professor de tráfego aéreo (do ITA) Protógenes Pires.
No momento em que os jornais, revistas, blogs, sites, rádio e TV apresentavam notícias sobre estes acidentes, surgiam as histórias de vida de cada uma dessas pessoas; afinal, embora para a aviação aérea nacional e mundial elas fossem apenas mais um número nas estatísticas, para familiares e amigos que as conheciam e amavam eram pessoas, vidas, entes queridos. Para as seguradoras apresentavam-se como apenas mais um número nas apólices das empresas envolvidas; no entanto, todas elas tinham suas biografias, anseios, preocupações, planos e projetos de vida.
Lembro bem que surgiram histórias lindas, tais como a de um casal que estava em lua de mel, a da professora aposentada que estava para adotar uma criança, a de filhos que estavam levando os pais para uma viagem turística, a de crianças que estavam indo para visitar os avós e, com certeza, já pensando nas guloseimas, brincadeiras e passeios que fariam; a de um rapaz que viajava para pedir a noiva em casamento, a de profissionais que seguiam a fim de participar de congressos e cursos de enriquecimento em suas respectivas áreas; a de pessoas que faziam sua primeira viagem de avião; a de gente que estava “simplesmente” tentando voltar para casa para ver e abraçar os amados. Em suma: Todos tinham seus planos e projetos pessoais, lindos e maravilhosos, que a morte ceifou bruscamente!
Foi o que aconteceu, agora, com o time da Chapecoense. Todos nós brasileiros acordamos hoje chocados sob o impacto da maior tragédia de todos os tempos do futebol mundial. Praticamente todos os jogadores titulares e reservas da equipe catarinense que encantou o Brasil, sendo a primeira do seu estado a chegar ao final de uma competição internacional, mortos num desastre aéreo.
O time havia embarcado para a Colômbia na noite de segunda (28), para disputar a primeira partida da final da Copa Sulamericana, contra o Atlético Nacional, na quarta (30). No auge, a Chapecoense estava entre os 10 melhores times do Campeonato Brasileiro – dando muito trabalho para a equipe do Palmeiras, neste domingo, que com muito custo conseguiu vencê-la pelo placar mínimo: 1 X 0 – e havia vencido o Botafogo e outras grandes equipes, mesmo jogando fora de casa.
Junto com o sonho compartilhado por todos (do presidente, ao massagista e roupeiro...), havia os sonhos individuais: melhores contratos para a próxima temporada, transferência para algum dos grandes times do Brasil (o técnico Caio Júnior vinha sendo sondado por grandes equipes...), comprar um carro novo, reformar o apartamento, comprar uma casinha para os pais, etc. Bastante abalado pela tragédia, um dos irmãos do volante Gil afirmou: “Estávamos todos esperando que ele passasse o fim de ano com a gente novamente, só que desta vez campeão da Sulamericana”.
Resumindo: Eram tantos e variados sonhos, anseios e expectativas como eram as belíssimas histórias de lutas e superações pessoais de cada uma das mais de 70 pessoas (além dos jogadores e equipe técnica da Chapecoense, havia o piloto e sua equipe de voo e, também, alguns comentaristas esportivos) vítimas desta triste tragédia!
Diante disso tudo, amigos, percebemos que a vida neste mundo 100% afetado pelo pecado é instável, imprevisível e insegura! Portanto, temos que incluir Deus em nossos planos diários e em nossos projetos pessoais! Tiago nos lembra disso e adverte: “Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo” (Tiago 4:13-15).
Salomão, o homem mais sábio que já existiu, deixou-nos um solene conselho 100% aplicável a esta circunstância dramática e tão dolorosa para nós brasileiros e, por que não dizer, para todos os amantes do esporte em todo o mundo: “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração” (Eclesiastes 7:2).
Nós pensamos que podemos saber o futuro – quanto à nossa vida e a dos outros; que podemos traçar ou determinar o futuro. Estamos sempre fazendo planos e mais planos, sem levar em conta o preenchimento dos nossos mais fortes clamores interiores, na vida, por Deus! Mas a Bíblia é clara e precisa como um “feixe” de raio laser: nós NADA sabemos do futuro! Nós NADA sabemos do que vai acontecer conosco, individualmente! Não dispomos de nenhum conhecimento, neste sentido! Não sabemos sequer o que irá acontecer conosco dentro de poucas horas e minutos: “Vós não sabeis o que sucederá amanhã”, afirma Tiago.
A maioria das pessoas vive de forma louca e irresponsável, pensando que são eternas e, como tal, viverão para sempre: “Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa”.
A maioria das pessoas não possui – ou não aplica – o verdadeiro critério da escala de prioridades da vida: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e Sua justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:31).
A maioria das pessoas vive sem saber por que e para que estamos aqui neste mundo, não atinam para o verdadeiro sentido da vida: “Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (I Coríntios 10:31).
O Quarteto Arautos do Rei gravou uma belíssima música com o seguinte título: “Como Estás Com Teu Deus?” A letra, em suas duas primeiras estrofes, diz o seguinte:
“Mui afoito estás pelo teu viver Como estás com teu Deus? Se a morte vier hoje te levar Como estás com teu Deus?
Bem está (bem está) Teu viver (teu viver) Como estás (como estás) com teu Deus? Se a morte vier hoje te levar Como estás com teu Deus?”
Como escreveu a querida Professora Magali, “é hora de fazer um balanço da vida”. E, com certeza, esta – que é a principal pergunta da vida – só pode ser respondida individualmente! Infelizmente, eu não posso responder pelo meu filho; a minha esposa não pode responder por mim, nem tampouco eu por ela...
Portanto, junto com a solidariedade às centenas de famílias enlutadas e com as nossas orações pelos familiares das vítimas, deveríamos despertar para a solene reflexão sobre qual é o curso que estamos dando à nossa vida! “Como estás com teu Deus?”
Pastor Elizeu Lira, mestre em Comunicação Social (Umesp) e doutorando em Educação (UFU), distrital de Monte Alegre de Minas-AMC