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postado em: 19/11/2013
Adão, Abraão e o Sábado
“No Éden, Deus estabeleceu o memorial de Sua obra da criação, depondo a Sua bênção sobre o sétimo dia. O sábado foi confiado a Adão, pai e representante de toda a família humana. Sua observância deveria ser um ato de grato reconhecimento, por parte de todos os que morassem sobre a Terra; de que Deus era seu Criador e legítimo Soberano; de que eles eram a obra de Suas mãos e, súditos de Sua autoridade. Assim, a instituição era inteiramente comemorativa, e foi dada a toda a humanidade. Nada havia nela de prefigurativo ou de aplicação restrita a qualquer povo.”1
“O sábado chama para a natureza nossos pensamentos, e põe-nos em comunhão com o Criador. No canto do pássaro, no sussurro das árvores e na música do mar, podemos ouvir ainda Sua voz, a voz que falava com Adão no Éden, pela viração do dia. E ao Lhe contemplarmos o poder na natureza, encontramos conforto, pois a palavra que criou todas as coisas, é a mesma que comunica vida à alma.
O sábado não se destinava meramente a Israel, mas ao mundo. Fora tornado conhecido ao homem no Éden, e, como os demais preceitos do decálogo, é de imutável obrigatoriedade. Dessa lei de que o quarto mandamento é uma parte, declara Cristo: ‘Até que o céu e a Terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.’ (Mateus 5:18 cf Lucas 16:17). Enquanto céus e Terra durarem, continuará o sábado como sinal do poder do Criador. E quando o Éden florescer novamente na Terra, o santo e divino dia de repouso será honrado por todos debaixo do Sol. ‘Desde um sábado até ao outro’, os habitantes da glorificada nova Terra irão ‘adorar perante Mim, diz o SENHOR’ (Isaías 66:22-23).
‘Se desviares o teu pé de profanar o sábado, e de cuidar dos teus próprios interesses no Meu santo dia, e se chamares ao sábado deleitoso, e santo dia do SENHOR, digno de honra… então te deleitarás no SENHOR.’ (Isaías 58:13-14). A todos quantos recebem o sábado como sinal do poder criador e redentor de Cristo, ele será um deleite. Vendo nele Cristo, nEle se deleitam. O sábado lhes aponta as obras da criação, como testemunho de Seu grande poder em redimir. Ao passo que evoca a perdida paz edênica, fala da paz restaurada por meio do Salvador. E tudo na natureza Lhe repete o convite: ‘Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei’ (Mateus 11:28).”2
O PRIMEIRO SÁBADO ENTRE CRIADOR E CRIATURA
Após Deus concluir a criação de todas as coisas (Gênesis 2:1-2) conduzira a Adão para que contemplasse juntamente com Ele as obras de Suas mãos. Foi naquele primeiro sábado que Deus encarregou-o de dar os nomes aos seres viventes e cuidar de forma especial do jardim do Éden (Gênesis 2:15-19). Durante seis dias, do primeiro ao sexto dia da semana segundo a ordem cronológica originada na criação, Adão realizara este serviço designado por Deus, mas aos sábados (sétimo dia), cessava essas atividades e reservava-o exclusivamente para passá-lo com o Criador; seguindo desta maneira aquilo que foi determinado quanto ao descanso sabático e a sua santificação (Gênesis 2:3).
Preocupado com a negligência e ataques contra o sábado que o homem lhe proporcionaria ao longo dos tempos, Deus redigiu o quarto mandamento com um imperioso: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar”, seguido da justificativa:
“Porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou.” (Êxodo 20:11)
“… santificou o dia de Seu descanso, e deu-o ao homem para ser observado, livre de todo o trabalho secular. Ele não separou um de qualquer dia em sete, mas um dia especial, o sétimo dia.”3
A humanidade jamais deveria esquecer que por intermédio de Deus tudo foi criado e a Ele, unicamente, deveriam prestar as devidas honras e louvores, pois este é o dever de todos (Eclesiastes 12:13). Estes são os principais motivos que conduzem Satanás a atacar este mandamento mais ferozmente: Adoração exclusiva a Deus e obediência aos Seus desígnios (Isaías 14:13-14; Apocalipse 12:17). A respeito disso o profeta Isaías adverte:
“Assim diz o SENHOR: Mantende o juízo e fazei justiça, porque a Minha salvação está prestes a vir, e a Minha justiça, prestes a manifestar-se. Bem-aventurado o homem que faz isto, e o filho do homem que nisto se firma, que se guarda de profanar o sábado e guarda a sua mão de cometer algum mal.” (Isaías 56:1-2)
Este mesmo alerta quanto a justiça do SENHOR, a Sua soberania, direito único de adoração e obediência, é encontrado em Apocalipse 14:7: “… Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e adorai Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.”
Ignorando essas revelações bíblicas e, na ânsia de encontrar pretexto para se desvencilhar de qualquer forma do quarto mandamento, os violadores da Lei de Deus acusam até mesmo a Jesus de ser transgressor do sábado instituído por Deus na criação(a). Esta mesma condenação é feita contra Adão e Abraão com a alegação adicional de que Deus não determinou que ambos guardassem o Seu santo dia.
Jesus ao rebater as acusações farisaicas contra os Seus discípulos disse: “O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Marcos 2:27). Os fariseus tinham o sábado como algo mais importante do que o ser humano. E Jesus rebateu seus enganos ensinando que Deus tinha o homem como mais precioso, e que concedeu o sábado para o seu benefício. A palavra “homem” que é traduzido do grego “anthrôpos“, abrange a homens, mulheres e crianças, ou seja, refere-se a qualquer ser humano. E neste ponto a acusação feita contra Adão é anulada, pois, a menos que se proveque Adão não se enquadre nessa categoria (anthrôpos) a obediência ao descanso sabático também fora designada à ele. Resta que seus acusadores revelem as provas na qual ele negligenciava este preceito divino.
Quanto a Abraão, Deus o defende com as seguintes palavras:
“Porque Eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do SENHOR e pratiquem a justiça e o juízo; para que o SENHOR faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito… Abraão obedeceu à Minha palavra e guardou os Meus mandados, os Meus preceitos, os Meus estatutos e as Minhas leis.” (Gênesis 18:19; Gênesis 26:5 cf Gênesis 13:14-17).
Desprezando essas declarações direta de Deus, os acusadores do patriarca fazem desastrosas e capciosas interpretações desses versos alegando que: (1) Deus estava valendo-Se de linguagem figurativa quanto a obediência de Abraão; (2) que as palavras mandado, preceito, estatutos e leis são sinônimos e (3) que o sábado não estava incluído nas orientações divinas (o mesmo sábado que foi confirmado no monte Sinai e escrito em “tábuas de pedra”).
São investidas inúteis e vergonhosas contra o SENHOR e seus filhos, pois:
Mandado(b) provém da palavra hebraica “mishmereth” e significa: ofício; serviço; função; obrigação.
Preceito(c) origina do termo hebraico “mitsvah” e significa: mandamento, regra; coletivamente – Lei.
Estatuto(d) procede do vocábulo hebraico “chuqqah” e significa: leis; decretos; lei em geral.
Lei(e) origina-se da expressão hebraica “towrah” e abrange a: instrução; orientação; conjunto de ensinos proféticos; lei deuteronômica ou mosaica; leis específicas, por exemplo: lei de ofertas queimadas; códigos específicos, por exemplo, o Decálogo.
Com base nessas informações, os versos em questão nos dizem que:
Abraão foi escolhido pelo SENHOR para exercer todos os mandados (ofícios, funções - mishmereth) designados e, desempenhou todas as atividades inerentes a eles. Estes mandados por sua vez eram orientados pelos preceitos (mandamentos, regras - mitsvah). E estes preceitos, dependendo do objetivo de cada um e em conjunto formavam os estatutos (decretos, leis em geral - chuqqah). Abraão obedeceu a todos os estatudos (todas as leis), dentre elas, as leis específicas contidas na Torah (towrah), como por exemplo, a lei dos Dez Mandamentos e a lei de ofertas queimadas. Estas últimas foram posteriormente anunciadas no monte Sinai e adicionadas no Livro da Lei ou Livro de Moisés.(f)
Somente especulações maléficas, e em geral para se esquivar do 4.º mandamento, conduzem a degradante atitude de acusar os patriarcas de não obedecerem a Deus quanto a observância sabática e aos demais preceitos de Sua lei. Os insubordinados que sustentam essa patética difamação não percebem que estão a transgredir todo o Decálogo pela negligência sabática e falso testemunho (Tiago 2:8-13).
Satanás valendo-se dos últimos momentos que lhe resta conduzirá de forma voraz os seus súditos a menosprezar e perseguir à todos aqueles que com fé em Cristo obedeceram e obedecem integralmente ao Decálogo; legislado pelo Deus Criador e mantenedor de todas as coisas.
“Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Pois, “… o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” (Romanos 8:7-8; I Coríntios 2:14)
a. Acesse: O Maior santificador do Sábado
b-e. STRONG, J. (2002). Nueva Concordancia Strong Exhaustiva. Publisher: Thomas Nelson, referências: 04931; 04687; 02708 e 08451. GENESIUS, W. (1950). Hebrew and Chaldee Lexicon to the Old Testament Scripture, London: Samuel Bagster & Sons, p. 518b.
f. Acesse: Lei de Deus & Lei de Moisés
1. WHITE, E. G. Patriarcas e Profetas, sec. I, cap. 2, p. 48.
2. WHITE, E. G. Desejado de Todas as Nações, O; p. 241-283. (seção IV - Dias Promissores, capítulo 29 - O Sábado).
3. WHITE, E. G. Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, sec. IV, cap. 14, p. 136.
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Via: http://setimodia.wordpress.com