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postado em: 30/3/2012
Páscoa - Seu Início e Significado Hoje
Estamos nos aproximando de um dos feriados mais importantes do ano: a PÁSCOA! Você já parou pra pensar sobre o significado desta data? Será que a páscoa se limita a um feriado em que as famílias trocam ovos de chocolate? Com certeza não! Existe um motivo mais especial para se comemorar esta data, e esse motivo está na Bíblia.
Houve um tempo em que o povo escolhido de Deus (os israelitas) estava sendo escravizado no Egito. Esse foi um período de aproximadamente 450 anos. Os israelitas estavam sofrendo muito com essa situação, e Deus interveio de forma maravilhosa. O livro de Êxodo, na Bíblia, registra com detalhes esse evento (Êxodo 1 a 13).
Deus envia Moisés ao Egito com a finalidade de convencer Faraó a libertar os israelitas da escravidão, mas Faraó resistiu e não deixou o povo sair. A partir dessa resistência de Faraó e seu descaso com o Deus soberano Criador do céu e da Terra, algumas pragas começaram a cair no Egito. Tais sinais deviam evidenciar que Faraó (que era considerado por seu povo um deus vivo) não tinha o controle sobre a natureza ou sobre o mundo espiritual, e sim o Deus Criador, adorado pelos israelitas. O curioso é que as pragas não eram apenas meras coincidências da natureza, ou efeitos do clima da época, pois atingiam apenas os egípcios, enquanto nada acontecia aos israelitas escravizados...
Foram enviadas 10 pragas sucessivamente:
1. As águas tornam-se em sangue;
2. Aparecem muitas rãs, que contaminam toda a comida e empesteiam as casas;
3. Piolhos em grande escala atingem a todos os egípcios e seus animais – nem mesmo a elite da corte escapo ao infortúnio!
4. Enxames de moscas contaminam tudo o que havia ao redor;
5. Peste que causava mortandade nos animais;
6. Úlceras malignas que causavam dores horríveis aos egípcios;
7. Chuva de pedras que destruiu casas e plantações egípcias;
8. Gafanhotos que consumiram o pouco que havia restado das plantações;
9. Trevas e escuridão total por três dias consecutivos;
10. Morte dos primogênitos – desde os animais até aos filhos egípcios, nem mesmo o filho primogênito de Faraó escapou dessa calamidade...
Talvez o leitor desatento possa imaginar que essa sequência de eventos tenha acontecido sem que ninguém soubesse, pegando os egípcios de surpresa, mas não foi esse o caso... Deus enviava Moisés para falar com Faraó, e cada vez que o monarca impedia os israelitas de saírem do Egito, Moisés era incumbido de alertar que essa desobediente resistência causaria uma calamidade em sua nação, e avisava especificamente o que aconteceria. Mesmo assim Faraó não deixava o povo sair, e todos os egípcios sofriam a praga anunciada.
Ao término das nove pragas Faraó se mostrava tão inflexível como no início. Por isso o Senhor manda uma décima praga, a mais terrível de todas – a morte dos primogênitos. Isso era tão assombroso que Deus deu ordens expressas a seu povo para que seguissem uma cerimônia a fim de que seus filhos primogênitos não fossem mortos. Essa cerimônia está registrada nos capítulos 11 e 12 de Êxodo.
Um anjo destruidor passaria pelo Egito por volta da meia noite e tiraria a vida de cada primogênito, tanto dos animais como dos seres humanos. Para que os israelitas não sofressem essa calamidade, eles deveriam, na noite que antecederia a matança, se reunir em família e cearem juntos, mas de uma forma diferente: Deveriam sacrificar um cordeirinho de um ano, sem defeito, assar sua carne e comê-la com pães sem fermento e ervas amargas. Contudo, antes de participarem desse jantar, eles deveriam recolher um pouco do sangue do cordeiro que havia sido morto e passar esse sangue nos batentes das portas de suas casas. O sangue do cordeiro nos umbrais das portas seria um sinal para o anjo destruidor passar por alto aquela casa e não ferir o primogênito dali.
As ervas amargas eram um símbolo do período em que os israelitas serviram aos egípcios como escravos – tempo de sofrimento e amarguras... O pão sem fermento significava o estilo de vida que cada israelita deveria ter – sem o fermento do pecado. E o cordeiro representava a Cristo, que um dia viria a este mundo e verteria Seu Sangue para nos salvar!
Todos os israelitas obedeceram ao Senhor e realizaram a cerimônia indicada, e nenhum mau lhes sucedeu. Mas nas casas dos egípcios houve a morte do filho primogênito. Até mesmo o príncipe herdeiro morreu! Essa foi uma das noites mais tristes e desesperadoras na história do Egito.
Depois desse último incidente Faraó entendeu que o Deus YHWH (IAVÉ ou JAVÉ) é o único Soberano do Universo, e permitiu que os israelitas partissem do Egito em liberdade, rumo a Canaã, a terra prometida.
A atitude do anjo destruidor de passar por alto a casa dos israelitas fiéis seria celebrada em todos os anos seguintes com uma festa específica, a festa do PESAH (do hebraico, que significa, literalmente, “passar por cima” ou “passar por alto”). Essa seria a festa mais importante do calendário judeu, e tinha como objetivo relembrar a libertação que Deus providenciou aos israelitas. Uma curiosidade: a tradução para o português da palavra pesah é “páscoa”.
No Novo Testamento a páscoa adquire um significado especial para os cristãos, já que é interpretada como figura da obra redentora de Cristo, o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29).
Logo após ter ceado a páscoa com seus discípulos, Jesus Cristo foi ao monte das Oliveiras para orar. Em seguida foi preso, torturado e morto no dia seguinte... Naquele final de semana se comemorava a páscoa judaica, algo a indicar que naquele ano o verdadeiro Cordeiro de Deus estava morrendo em lugar não apenas dos primogênitos, mas de toda a humanidade.
Portanto, a Páscoa representa muito mais que ovos de chocolate, ou um mero feriado para reunião familiar. A cada ano esta data deveria nos lembrar de que Cristo morreu por nossos pecados para que pudéssemos viver por Sua justiça. Esta é uma data que representa salvação a todos os seres humanos (não apenas aos israelitas, pois em Cristo, a salvação está disponível a todas as pessoas, independentemente de cidadania, idade, sexo ou condição social).
O Cordeiro de Deus (Jesus Cristo) já derramou Seu Sangue para nos libertar. Já suportou sofrimento e desgraça por nós, oferece-nos agora Sua misericórdia e graça, e com ternura nos convida: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei” (Mateus 11:28).
Autor: Pastor Moisés Móra, Distrital de Chapecó-SC
Fonte: http://refletindopontocom.blogspot.com.br/