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postado em: 21/4/2009
Visões de Outro Mundo
O mundo do futuro será um ambiente perfeito para uma existência idealizada
Qualquer pessoa, religiosa ou não, pode perceber que este mundo está errado. Os desonestos prosperam enquanto os honestos são considerados tolos. Pessoas inocentes morrem, vítimas de todo tipo de violência. Há seca em alguns lugares e enchentes em outros, sem falar nos furacões, terremotos, incêndios, acidentes e doenças incuráveis. Qualquer observador consciente concorda em que o mundo caminha para a sua autodestruição.
Em meio a todas essas calamidades, chega até nós a visão do profeta João, registrada no livro do Apocalipse (21:1): "Vi novo céu e nova Terra, pois o primeiro céu e a primeira Terra passaram, e o mar já não existe."
O apóstolo Pedro confirma a visão de João com palavras semelhantes: "Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova Terra, nos quais habita justiça" (II Pedro 3:13).
Esta é a grande esperança do cristão: o estabelecimento do reino de Deus na Terra. Um reino de paz e felicidade perenes.
PLANETA RENOVADO
Como será a vida nessa nova Terra? A Palavra de Deus diz que "nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que O amam" (I Coríntios 2:9).
A linguagem humana não é adequada para descrever a recompensa dos justos. Nós podemos ter apenas uma pálida idéia das maravilhas que aguardam aqueles que amam a Deus. Mas de uma coisa podemos ter certeza: o Céu não será lugar de ociosidade.
A nova Terra é, antes de mais nada, este mundo, e não outro lugar. Ela será nova no sentido de que Deus removerá dela todo e qualquer vestígio do pecado. É, portanto, um lugar real, em que pessoas reais, com corpo e cérebro, viverão em felicidade completa e perene. O paraíso, portanto, será aqui.
A nova Terra tem uma capital, que é a Nova Jerusalém, "a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o Arquiteto e Edificador", e pela qual Abraão esperava (Hebreus 11:10). É nessa cidade que Cristo está nos preparando moradas.
A água que abastece a cidade é puríssima. Vem do rio da água da vida, que flui do trono de Deus, localizado no centro da cidade. Um dos alimentos será o fruto da árvore da vida. Esse fruto contém os elementos vitais que impedem o envelhecimento, desgaste ou simples fadiga (Apocalipse 22:2).
Entretanto, os redimidos não ficarão presos dentro dos muros da Nova Jerusalém. Eles poderão deixar seus lares na cidade e dirigir-se às suas "chácaras" ou sítios - um sonho que muitos têm para esta vida, mas nem todos conseguem realizar.
Lá, os leões e outros animais carnívoros serão vegetarianos, pois o reinado das garras e dos dentes terá chegado ao fim, e não haverá mais morte.
No Éden, Deus concedeu a Adão e Eva um jardim para cultivar. Se na nova Terra haveremos de plantar vinhas, por que não jardins e campos de cereais?
Se os remidos tocarão harpas, como diz o Apocalipse, por que não flautas, violinos e outros instrumentos? Deus dotou o ser humano de capacidade criadora e esta poderá ser desenvolvida de modo ilimitado na eternidade.
VIDA INTELECTUAL E SOCIAL
Na Terra renovada, poderemos desenvolver amizade com os santos de todas as épocas e aprender de sua experiência. Todos conservarão sua identidade, embora com nova aparência e novo vigor. Reconheceremos os amigos e familiares e manteremos relacionamento com aqueles que hoje conhecemos e amamos.
Além desses relacionamentos humanos, porém, será nosso privilégio manter contato com Deus, os anjos e os demais seres celestiais. Seremos uma família universal, unida e perfeita, e nossa felicidade será total.
E o casamento? Certa vez, os saduceus se aproximaram de Jesus e Lhe relataram o caso de uma mulher que havia se casado sete vezes. Então perguntaram qual deles seria seu marido na ressurreição. Imaginem a confusão que haveria se cada um dos maridos quisesse retomar o seu relacionamento com a ex-esposa, no Céu. Por isso, Jesus corrigiu essa idéia errônea ao responder: "Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus. Porque, na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no Céu" (Mateus 22:29 e 30).
Aqueles que são bem casados e felizes não precisam se angustiar com essa resposta de Cristo, pois a base do casamento, que é o amor, continuará no Céu, numa nova relação muito mais satisfatória e superior.
Todos amarão com intensidade suprema e serão correspondidos. Por isso, é importante desenvolvermos aqui e agora o amor a Deus e ao próximo, já que esse princípio se constitui a essência do próprio Deus e o fundamento de Seu governo.
À medida que comermos da árvore da vida, nos libertaremos das limitações físicas e mentais que séculos de pecado nos ocasionaram. Teremos então uma capacidade mental poderosa, com um potencial ilimitado.
Neste mundo, um estudioso consegue, com muito esforço e dificuldade, se tornar especialista num único ramo do conhecimento. E quanto mais especializado se torna, mais ele reconhece quão pouco sabe! Na eternidade, porém, poderemos nos tornar especializados em todos os ramos do conhecimento, pois teremos tempo, capacidade e condições para isso. Também nos dedicaremos a estudar pelos séculos infindos da eternidade o mistério da salvação.
A EXTINÇÃO DO MAL
O profeta João menciona algumas das conseqüências do pecado que não mais existirão no Céu: "A morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram" (Apocalipse 21:4).
Lá não farão parte de nosso vocabulário palavras como doença, acidente, fome, medo, falência, terrorismo, incêndio e terremoto, pois essas coisas já terão passado. Os assassinos e outras pessoas maldosas serão deixados de fora desse reino, para que não coloquem em risco a felicidade dos remidos.
Assim, todo vestígio do mal desaparecerá. Mas para sempre nos lembraremos do preço de nossa redenção ao contemplarmos nas mãos e pés de nosso Salvador os cruéis resultados do pecado. Essa lembrança deixará os remidos vacinados contra qualquer tentação de repetir tal experiência. ®
Autor: Rubem M. Scheffel é jornalista e mestre em Teologia
Fonte: Sinais dos Tempos, Edição Especial.