AMOR
DIVINO E HUMANO
AMOR
DIVINO
S. João
3:16 e 17
Um ministro escocês em Glasgow
estava num sábado pela manhã buscando ilustrar o amor de
Cristo, e contou a história de uma mãe que tomou seu pequeno
filho numa noite e foi para uma das montanhas escocesas.
Caiu neve e ela perdeu o caminho. Exausta, foi forçada a
deitar-se na neve, depois cobriu a criança com seu "xale".
Na manhã seguinte ela foi encontrada morta.
Disse o ministro: "Seu filho
foi achado com vida, e cresceu, deve ser hoje um homem de
trinta anos de idade. Se ele ainda vive e se lembra daquela
história, como sua mãe o salvou desabrigando-se a si mesma,
estou certo de que se lhe expandiria o coração de amor por
haver tido uma mãe tal. Deve reverenciar-lhe a memória e
agradecer a Deus constantemente pelo que ela por ele fez. E
tu, amigo, se não amas a Jesus cristo, que morreu para te
salvar, em um filho ingrato."
Passados uns poucos dias, foi
o ministro chamado para conversar com um homem moribundo,
que havia muito estava enlameado no pecado. Era o filho
daquela mãe. Ele fora à igreja naquela manhã e ouvira a
narrativa. Não podia evadir-se da aplicação da mesma. Em seu
leito de morte aceitou o Cristo do Calvário. – Keith
L. Brooks.
O AMOR É
CORTÊS
O general Lee dirigia-se de
trem para Richmond. Havia muitos homens no carro. Numa das
estações embarcou uma senhora bastante idosa e visivelmente
enferma. Tinha já percorrido quase todo o carro, quando
chegou junto do general, que se levantou e lhe deu o lugar.
Imediatamente muitos homens se
ergueram para oferecer ao atencioso militar a sua cadeira.
"Obrigado, cavalheiros" – respondeu ele – "onde não há lugar
para uma senhora idosa e respeitável, muito menos haverá
para um general." – O.S. M.
UM NOBRE
ROMANO
Talvez vocês já tenham ouvido
a história de um jovem romano que fora condenado à morte.
Tinha cometido um crime de traição e acabava de ser
condenado à morte pelos juiz, quando se adiantou o seu irmão
mais velho que tinha servido à pátria nos campos de batalha,
defendendo-a contra os inimigos e perdendo os dois braços.
Este, pondo-se em pé diante
dos juízes, erguendo os tocos dos braços decepados,
intercedeu pela vida do irmão; não pelo que o irmão fizera,
mas pelo que ele, o intercessor, fizera. Reconhecia que o
seu irmão era criminoso e merecedor da morte; mas, pelo que
tinha feito em defesa da pátria, implorava que a vida lhe
fosse poupada. Considerando os argumentos deste nobre
romano, os juizes, pelos seus merecimentos, perdoaram o
irmão criminoso.
É exatamente o que Cristo faz
por todos nós, pecadores. Cristo morreu no Calvário para que
pudéssemos viver. Nós merecemos a morte; mas, pela
intercessão de Cristo, que deu a Sua vida para nos salvar,
Deus perdoa os nossos pecados. – The Traveler's Guide.
O PODER
DO AMOR
Há muitos anos, havia em
Chicago um rapaz que freqüentava uma das escolas dominicais;
sua família, porém, mudou-se para outra parte da cidade que
distava cinco quilômetros da escola mencionada. Depois de
haver mudado de residência, para assistir a sua antiga
escola tinha necessidade de passar em frente de outros
lugares onde se reuniam outros escolas dominicais.
Um domingo de manhã, uma jovem
estava buscando alunos para sua escola e, encontrando este
jovem no caminho, lhe perguntou por que ia tão longe para
assistir à escola dominical, havendo outras mais perto e tão
boas como a sua. O jovem respondeu:
– Talvez todas sejam boas para
as outras pessoas, mas para mim não o são; porque aonde vou,
me amam.
– Então, disse a senhorita,
foi o amor que te ganhou.
Quão fácil é ganhar almas por
meio de um verdadeiro amor!
– Moody.
AMOR
Conta-se a história de uma
órfã que foi adotada por uma adorável senhora que desejava
ouvir a disparada de pequeninos pés e o riso de crianças. A
menina estava encantada com o seu novo lar e os vestidos
novos que sua nova mãe lhe fizera. A senhora a ensinara a
chamá-la "mamãe". E puxou-a então a si e beijou-a. A
pequena, que jamais havia conhecido o amor de mãe, olhou
surpresa com os seus lindos olhos azuis, e perguntou:
"Mamãe, que é isso?"
"Querida", respondeu a
senhora, "isto é amor!" "Oh, mamãe", suspirou a menina, "se
isto é amor, eu desejo mais."
Quando provamos as
"insondáveis riquezas" do amor de Cristo, também desejamos
mais dele.
A CHAVE
DE OURO
O amor é a chave do coração
humano. Anos atrás, no intuito de ajudar alguns pequenos das
ruas escuras de Nova York, uma organização humanitária
recorreu a certos agricultores residentes nos distritos
adjacentes, a fim de tomarem esses rapazes em suas casas, no
campo, onde os verdes gramados de Deus, as árvores e os
belos prados espaçosos poderiam ser vistos pela primeira vez
por esses pobres párias.
E um dos garotinhos, um
"ratinho de armazém", como lhe chamavam, foi trazido para a
casa de um fazendeiro exatamente na ocasião em que eles iam
ter um convescote com os membros da igreja. Não sabiam que
fazer com ele. Não desejavam levá-lo consigo, para que não
lhes servisse de embaraço. Não queriam deixá-lo em casa
sozinho, receando que fizesse qualquer roubo. Escolheram,
portanto, o menor dos dois males, e o levaram também ao
piquenique.
Os meninos fizeram uma jangada
no rio e começaram a divertir-se com ela na corrente. Tudo
ia muito bem, mas eis que um dos pequenos caiu na água. Os
mais velhos achavam-se afastados da corrente, quando ouviram
os gritos frenéticos que soltava e correram a salvá-lo.
Antes que chegassem, porém, o "ratinho de armazém" atirou-se
à água e salvou o rapaz.
Era pleno inverno. Fazia frio
e a água estava, por assim dizer, gelada, o que produz uma
sensação deveras desagradável. Assim que o rapaz
tinha sido salvo, as pessoas presentes tiraram suas capas e
o envolveram. Animaram-no e sufocaram-no de beijos,
afagando-lhe ternamente o rosto. Entretanto, o outro
rapazinho permanecia de pé junto à multidão, tremendo de
frio. Alguém propôs fazerem ali uma subscrição para ele.
Tiraram 20 reais e mandaram o superintendente da escola
dominical oferecer o presente ao pobre pequeno. E ele disse:
"Meu homenzinho, desejamos dar-lhe isso como uma pequena
prova de nossa apreciação." E passou-lhe a carteira.
Mas o rapaz ali ficou a tremer
de frio, e disse: "Senhor, não aceito o seu dinheiro. Quero
antes que o senhor me faça uma coisa. Não quer fazer o favor
de dizer a alguém aí que me ame?"
Oh! O amor é a chave de ouro
que descerra o coração dos homens!
Quando Livingstone, a mil e
seiscentos quilômetros de Zanzibar, morreu de joelhos,
aqueles cinqüenta e seis nativos que o tinham acompanhado
através do continente tomaram-lhe o corpo, tiraram-lhe o
coração pois diziam: "Seu coração pertence à África, porque
ele a amava" E enterraram aquele coração sob uma árvore.
Depois carregaram o corpo com tudo quanto lhe pertencia por
mais de mil e seiscentos quilômetros através dos desertos,
enfrentando toda a sorte de perigos, combatendo tribos
hostis, e o foram depositar, e a cada objeto que lhe
pertencia, num porto. Ah! seu coração foi sepultado ali, à
sombra daquela árvore, no coração da África, porque ele
falava a língua da humanidade, o idioma do Amor. – A
Supremacia do Amor.
ROSA
BONHEUR E SEU LEÃO
Poucos há que não tenham visto
alguns dos lindos quadros da pintora Rosa Bonheur, cuja
especialidade era pintar animais.
Rosa possuía um leão
domesticado, ao qual deu o nome de Nero, e que lhe era muito
manso e dócil. Um dia Rosa teve de ausentar-se de Paris,
onde morava, e assim mandou Nero para o Jardim Zoológico,
certa de que lá iria ser bem tratado. Depois de viajar dois
anos, voltou e foi ver seu querido leão. Para sua tristeza,
encontrou-o muito doente e cego. Ali estava deitado sozinho
a um canto, quando sua dona lhe disse: "Nero!" O pobre
animal saltou imediatamente e, com grande rugido de
contentamento, correu com tanta força em direção de Rosa
que, batendo contra as grades da jaula, caiu atordoado. Rosa
tomou seu fiel amigo e o levou para casa, cuidando dele até
à morte.
Quando o grande leão estava a
morrer, nos braços de sua dona, com a língua, áspera como um
ralo, lambia debilmente as mãos bondosas de Rosa,
segurando-as firmemente com as garras, em sua agonia mortal.
Com essa derradeira carícia, parecia dizer: "Não me
abandone!" Assim o amor amansa até as criaturas mais
ferozes. – Dumb Animals.
AMAI-VOS
UNS AOS OUTROS
Em Miami, Flórida, jaz num
leito de hospital o pequeno Allen McDonalds, de 10 anos de
idade. Tinha mais da metade do corpo coberto de queimaduras
de segundo e terceiro graus. O cirurgião declarou que uma
operação de enxerto da pele era necessária a fim de
salvar-lhe a vida.
Sem um momento de hesitação, o
irmão de Allen, de 14 anos, prontificou-se a dar a
quantidade de pele que fosse necessária. Sua oferta foi
aceita, e o médico cortou 1625 centímetros quadrados de
tecido das coxas de João e enxertou-as no corpo queimado de
seu irmão.
Que admirável exemplo de
dedicação fraternal! João McDonalds aceitara o repto de
João, o apóstolo: "Amemo-nos uns aos outros." Aceitamos nós
também? Talvez não sejamos chamados a ajudar um irmão
queimado, mas que faremos ao deparar um animal ferido, uma
criança perdida, uma família em necessidade?
JESUS
AMOU-NOS QUANDO AINDA ESTÁVAMOS EM
PECADO
Rom. 5:8
Na linda ilha francesa de
Guadalupe estava sendo realizada uma reunião evangélica ao
ar livre. Um jovem, bastante alcoolizado, deteve-se para
ouvir. Henrique tivera boa educação e chegara a ter
perspectivas de uma brilhante carreira futura. Mas a bebida
forte e más companhias o arrastaram para a sarjeta do pecado
e da derrota. Agora, ao ouvir a pregação, o Espírito de Deus
penetrou-lhe o cérebro entenebrecido, levando-lhe a
convicção de que aquela vida inútil devia ser transformada.
Jesus Cristo desceu
muito Sua mão, para salvar Henrique de seus pecados. Quando,
anos mais tarde, me encontrei com ele, vi-me face a face não
só com um fino cavalheiro cristão, mas também com um
pregador voluntário de êxito testemunho vivo do poder
salvador de nosso Jesus –
Meditações Matinais.
CARIDADE
CRISTÃ
Houve uma disputa quanto à
situação de uma cerca. A disputa agravou-se, terminando num
processo. Nessa altura o lavrador Costa vendeu sua fazenda a
um advogado da cidade. Este ouvira da demanda e logo se
dirigiu ao local, para ver a tal da cerca. Apareceu o
fazendeiro Silva, pura cumprimentar o recém-vindo. Depois
das saudações, começou a falar na cerca e em suas
pretensões.
–
Onde acha o
senhor que a cerca devia estar? perguntou o novo
proprietário.
–
A cerca está
palmo e meio para cá, no meu lado, disse o senhor Silva.
Em resposta, o advogado
indicou uma linha a três palmos para além.
–
Ora, diz ele,
ponha essa cerca ali.
–
Mas, volveu o
fazendeiro, isso é mais do que eu pleiteio!
–
Sim, replicou o
advogado, mas eu prefiro ter paz com meus vizinhos, a ter
mais palmo e meio de terra.
–
Bem. . . bem. .
. tartamudeou, surpreso, o lavrador, isto não está certo!
Esta cerca não há de se mudar mais, absolutamente, meu
amigo!
E a demanda teve termo e os
vizinhos viveram em harmonia.
–
Aquilla Webb.
O PODER
DO AMOR
Era uma radiosa manhã de
primavera. O sol brilhante iluminava as ruas estreitas e
pitorescas de Florença, projetando uma profusão de luz no
gabinete de trabalho de um dos mais famosos pintores de
Toscana, André Verrochio. Um rapaz muito pálido,
curvado sobre seu cavalete, parecia completamente absorvido
no trabalho. Sua nobre flauta era envolta por densa nuvem de
tristeza.
De repente o jovem pintor foi
interrompido. Uma mulher idosa, entrando no aposento, lhe
disse com voz cheia de emoção:
– Meu filho, o mestre deseja
vê-lo. Vá logo ter com ele.
Imediatamente, Leonardo deixou
a palheta e os pincéis, e dirigiu-se ao quarto do seu
venerando mestre, que se encontrava entre a vida e a morte.
– Leonardo, disse-lhe o
doente, com voz muito sumida, estou prestes a morrer; quer
fazer-me um favor? É o último pedido que lhe faço.
O jovem ajoelhou-se junto do
leito de seu mestre, tomou entre as suas mãos a mão trêmula
que se lhe estendia e respondeu com forte emoção:
– Meu mestre, para satisfazer
um desejo seu eu irei aonde você quiser e tudo farei; não há
sacrifício algum que me pareça grande demais, se eu o fizer
pelo amor que tenho a você.
O doente fixou os olhos baços,
durante algum tempo, nos de seu discípulo e depois disse:
– Leonardo, o trabalho que eu
comecei para o altar do claustro de São João, você poderá
acabá-lo por mim?
Leonardo baixou os olhos e,
depois de alguns instantes, disse:
– Mestre, não sou capaz,
absolutamente não sou capaz! Eu estragarei a sua obra se
nela tocar.
Verrochio
sorriu e disse com voz calma e nítida:
– Não, meu filho, faça o
melhor que puder. Trabalha por amor a mim. A pintura precisa
de ser acabada e você podes fazê-lo.
A tarde descia com suas
sombras melancólicas. De uma pobre casebre de Florença
começou a subir para o céu a súplica de um coração ardente:
"Meu Deus, dizia Leonardo – porque era ele que se encontrava
de joelhos – ajuda-me por amor de meu mestre a fazer o
melhor que eu puder! Não sou digno dessa obra, bem o sei,
mas auxilia-me por amor dele."
Passou-se um mês – período de
sérias aflições para o jovem artista – pois ele sentia que a
hora da partida de seu mestre se aproximava rapidamente.
Afinal concluiu a pintura e apresentou-a ao doente, dizendo:
– Eu fiz o que pude, meu
mestre, e tudo por amor a você!
Com grande admiração o bom
velho, derramando lágrimas, respondeu-lhe, agitado por
grande emoção:
– Meu filho, meu filho, você
triunfou, e muito bem. Não preciso voltar mais ao trabalho e
Florença orgulhar-se-á um dia do nome de Leonardo da Vinci!
– Respigando.
DIVINAS
HARMONIAS
Um viajante que visitou a
catedral de Pisa conta como parou defronte da majestosa
cúpula e lhe contemplou as linhas graciosas.
Repentinamente o ar se encheu
de música. A grande cúpula vibrava de harmonia. Ondas de
música vibravam como sons de um grande órgão, para em
seguida suavizarem e perderem-se como ecos à distância. As
harmonias haviam sido produzidas pelo guia que, em dado
momento, havendo retardado os passos, tangera uma corda
tripla. Dentro da abóbada mágica, todo som se transforma em
harmonias, e nenhuma dissonância pode atingir o ápice da
cúpula e permanecer como tal.
Uma palavra, um passo, um
ruído ou murmúrio da multidão, em baixo são, de alguma
forma, transformados em notas agradáveis.
Se uma cúpula, obra das mãos
do homem, pode harmonizar todas as dissonâncias, podemos nós
duvidar que, sob a grande cúpula dos Céus divinos, todas as
coisas possam juntamente contribuir para o avanço do divino
propósito de redenção de todos quantos O amam?
Todo sofrimento, lágrima ou
dor, podem ser amalgamados em harmonias dentro da cúpula
celeste da divina graça.
DERRIBADA
A PAREDE DE SEPARAÇÃO
Efés. 2:14
Ao visitar Jerusalém,
encontramos duas raças ocupando a Cidade Santa, separadas
por entrincheiramentos de arame farpado, e uma faixa neutra,
cheia de casas danificadas por bombas. Por toda parte era
evidente a amarga animosidade existente entre esses dois
povos não cristãos.
Poucos dias depois visitamos
outro país, e ali assistimos a um culto. Havia, na
congregação, representantes de ambas as nações, de
Jerusalém. Juntos, cantaram nossos hinos. Oraram juntos.
Unidos, estudaram a Palavra de Deus. Nada de ressentimentos.
Qual a razão dessa diferença? – Jesus!
O amor de Cristo havia
derribado "a parede de separação que estava no meio". Eram
agora um em Cristo Jesus. – Meditações Matinais.
O AMOR É
LONGÂNIMO
Deus ama
você
Conta O. Funcke como
seu pai, que era médico, foi chamado para atender a um
menino acidentado, que, contra a proibição paterna, subira a
uma alta escada e levara uma queda. Depois de o haver
examinado, disse o médico aos pais:
– Aqui termina a minha arte.
Gustavo partiu duas vezes a espinha. Quanto antes morrer,
melhor para ele!
Então o pai se aproximou do
menino, dizendo-lhe, com um olhar quase hostil:
– Você está vendo, menino
desobediente, o que ganhou? Pois eu não proibira
expressamente subir na escada? Ai de mim! agora não tenho
mais filho e herdeiro!
A fisionomia do filho ficou
como empedernida. Logo, porém, sua mãe veio ajoelhar-se-lhe
ao lado, tomou-lhe uma das mãos e disse, num tom que
denotava infinita compaixão:
– Gustavo, meu pobre Gustavo,
Deus ama você, ama muito mais do que eu lhe posso amar. Crê
que o grande e glorioso Deus dos Céus ama você, mesmo que
agora o deixe descansar. . .
Nunca presenciei no rosto de
qualquer pessoa tão rápida e feliz transformação como no
rosto do pequeno Gustavo. Estendeu ambas as mãos, tanto
quanto pôde, e disse:
– Ele me ama, Ele me ama, Deus
me ama!
Morreu instantes depois,
inconsciente, mas tendo um sorriso nos lábios. – Er
ist unser Leben.
O INDIGNO
Certa mãe pedia o perdão para
seu filho a Napoleão. O imperador dissera que se tratava de
uma segunda ofensa, e a justiça exigia a morte.
–
Não peço
justiça, disse a mulher, pleiteio misericórdia.
–
Mas, respondeu o
imperador, ele não merece misericórdia.
–
Senhor, replicou
a mãe, se ele merecesse não seria misericórdia, e é
misericórdia tudo o que peço.
–
Está bem,
concluiu o imperador, terei misericórdia. – Adaptado.
O AMOR
O evangelista Moody contava a
seguinte história:
Em Brooklyn fiquei conhecendo
um jovem. Quando rompeu a guerra, esse jovem estava noivo de
uma moça da Nova Inglaterra e o casamento foi adiado. O
jovem foi muito feliz nas batalhas em que tomou parte, até
que, pouco antes de terminar a guerra, teve início a Batalha
do Deserto. A noiva contava os dias que levaria para o noivo
voltar. Esperava cartas, que não chegavam.
Afinal recebeu uma, trazendo
no subscrito uma caligrafia diferente da que lhe era
conhecida. A carta dizia o seguinte: "Houve outra batalha
terrível. Desta vez fui infeliz: perdi ambos os braços. Não
posso escrever eu mesmo, de maneira que estou ditando a um
companheiro. Escrevo para avisá-la de que você me é tão
querida como nunca; mas agora terei que depender de outras
pessoas para o resto dos meus dias, e faço-lhe esta para
desobrigá-la do compromisso do noivado."
Esta carta não teve resposta.
No trem seguinte a moça se dirigiu para o cenário da última
batalha e mandou avisar o capitão da finalidade de sua
chegada, e conseguiu o número da cama do rapaz. Percorreu a
enfermaria e, no momento que os olhos caíram sobre o número
dado, correu para o ferido e, lançando-lhe os braços em
torno do pescoço, beijou-o.
– Jamais o abandonarei, disse
ela. Estas mãos nunca o deixarão; sou forte para
sustentá-lo; hei de cuidar de você.
Meus amigos, vós não podeis
cuidar de vós mesmos. Pelo pecado estais condenados. Cristo,
porém, diz: "Eu cuidarei de ti."
O PODER
DO AMOR
Conta-se a história de uma
águia gigantesca, nas montanhas da Escócia. Certo dia
baixou ela a um quintal onde se achava uma criancinha num
berço. Tomou o pequenino infante e subiu, subiu, subiu, até
que afinal depositou o pobrezinho à borda de um rochedo. A
mãe estava como louca. Toda a vila ficou horrorizada. E
dirigiram-se para o pé do rochedo, discutindo ali a maneira
de poder alcançar a criança.
Um
musculoso marinheiro
declarou: "Hei de apanhá-la." E pôs-se a subir pelo rochedo.
Mal começou, porém, teve de voltar atrás. Então um
rústico montanhês,
acostumado a escalar montanhas, disse: "Eu a trarei." E
subiu, subiu, mas eis que não pôde avançar mais, e voltou.
Aproximou-se então
uma camponesa que,
vencendo toda resistência de todos, empreendeu a grande
ascensão, subiu, subiu, mais, mais, até que chegou afinal ao
pé da criança, descendo então pouco a pouco, chegando a
salvo.
Por que será que o marinheiro
e o montanhês não haviam sido capazes de alcançar a criança,
ao passo que uma simples camponesa pôde fazê-lo? Ah! é que
aquela mulher era a mãe da criança!
– A Supremacia do Amor.
AMOR QUE
SACRIFICA
O exercício da caridade, ou
amor, às vezes exige algum sacrifício de nossa parte. Um
menino tinha um lindo canário que cantava, maravilhosamente.
Como ele gostava de ouvir aquele trinado mavioso! E como
cuidava bem de seu canário, nunca lhe deixando faltar comida
nem água!
Um dia a mãe daquele menino
adoeceu e o canto do passarinho a incomodava muito. Vocês
sabem que se uma pessoa tem dor de cabeça forte, ou febre,
qualquer ruído a incomoda. Quando a mãe do menino lhe disse
como o canário a incomodava com o seu canto, o pequenino
ficou muito triste, mas não disse nada. Tomou lago a gaiola
com o canário, e levou-os ao seu primo. Disse então à mãe
que o canário não mais a incomodaria, pois havia dado de
presente ao primo. A mãe, admirada, perguntou se ele então
não amava o canário...
– Muito, disse o pequeno, mas
a senhora sabe que eu amo a senhora muito mais, e não
poderia ficar com uma coisa que lhe desse incômodo.
O PODER
DO AMOR
Um garotinho de quatro anos de
idade foi levado, das favelas de Chicago, para um orfanato.
Depois de lhe haverem dado o banho e o terem aprontado para
ir para a cama, à noite, quando a empregada lhe indicou o
leito alvo e macio, erguendo os lençóis limpos e
convidativos, ele fez um gesto de espanto, dizendo:
–
A senhora quer
que eu entre aí? Pra quê?
–
Claro, pois é
aqui que você vai dormir!
O pequeno arregalou os olhos.
A idéia de dormir num lugar desses era para ele compreender.
Nunca em toda sua vida, dormira em uma cama.
Foi posto carinhosamente no
leito e a empregada lhe deu o boa noite com um beijo. E
aquele pedacinho de dente tirou a mão de debaixo das
cobertas e esfregou na face, para enxugar o beijo.
– Por que a senhora fez isso?
– perguntou intrigado.
Mas na manhã seguinte se
achegou para a empregada e lhe pediu:
–
A senhora não
quer fazer aquilo de novo – aquilo que me fez ontem à noite?
Nunca dantes recebera um
beijo, nem sabia da existência de tal expressão de afeto.
Uma semana depois, o garoto
vinha para junto dela três ou quatro vezes ao dia e, com
expressão de doçura, rogava: A senhora me quer amar um
pouco?
Algumas semanas depois chegou
ao orfanato uma senhora, desejosa de adotar um órfãozinho
como filho, de maneira que a empregada lhe trouxe aquele
garotinho. A senhora, fitando-o, disse:
– Tomazinho, você não gostaria
de ir para minha casa? Ele ficou olhando para o chão. Tornou
ela: – Eu lhe darei um cavalinho e uma porção de brinquedos,
e você terá um tempo divertido, e lhe darei muitos
passatempos interessantes.
O pequeno continuou fitando o
chão, sem dar nenhuma atenção à senhora. Esta continuou
falando, procurando persuadi-lo, e por fim o pequeno lhe
fitou o rosto e disse:
– A senhora vai me amar,
também?
Digo-lhes, amigos, há nesta
historiazinha muito de patético, que nos fala eloqüentemente
do poder do amor. – 1001 Illustrations.
BEBA
BASTANTE!
Um rapazinho, duma irmandade
de sete, sofreu um acidente e foi levado nora um hospital.
Ele vinha de um lar humilde onde a fome era terrível. Ali o
copo de leite nunca estava bem cheio, ou, se estivesse, era
repartido entre dois ou três irmãos. Depois de a criança
haver sido acomodada confortavelmente no leito do hospital,
uma enfermeira trouxe-lhe um grande copo de leite.
Ele olhou bem para o copo e,
com a lembrança das muitas vezes em que tivera que repartir
outros copos com os irmãos, perguntou: "Até onde devo
beber?" Com olhar radiante e um nó na garganta, a enfermeira
lhe respondeu: "Beba tudo."
Ó alma faminta e sedenta;
quanto beberá do amor e da bondade de Deus? Não há
restrição. Beba tudo; beba outra vez, e outra mais!
Inexaurível é o suprimento.
– Cenáculo.
AMOR QUE
PERDOA E CRÊ
Uma jovem teve que abandonar o
lar por causa dos maus tratos que o pai, ébrio, lhe
infligia. Por muito tempo ela ficou muito ressentida com o
pai, mas depois aceitou a Cristo, e seus ressentimentos
cederam ao desejo de mostrar ao pai o que o amor de Cristo
fizera por ela, e resolveu voltar para casa. Falou ao pastor
acerca de sua resolução.
–
Que fará você,
perguntou-lhe ele, se seu pai continuar a implicar com você
acerca de tudo?
–
Esforçar-me-ei
um pouco mais, respondeu ela.
–
Que fará se ele
a maltratar e acusar injustamente e você for tentada a
perder a paciência?
–
Orarei um pouco
mais, foi a resposta.
–
Que fará se ele
a espancar e ferir, como tantos vezes fazia outrora? Não o
abandonará, então?
A menina pensou por um
momento, e então volveu:
–
Eu o amarei com
mais empenho.
Essa jovem possuía o amor de
que Paulo escreve em I Cor. 13:7, amor que "tudo sofre, tudo
crê, tudo espera, tudo suporta".
AMOR
INCONDICIONAL
Pessoas há que são descorteses
porque são egoístas. Outras, porque são ignorantes, e
outras, ainda, porque lhes falta imaginação. Jesus sempre Se
interessava nas pessoas. Crianças, mendigos, doentes, a
mulher junto ao poço, todos nEle encontravam um amigo.
Sempre é edificante encontrar uma pessoa que tenha
assimilado o espírito bondoso de Jesus.
Algum tempo atrás faleceu na
Inglaterra um desses homens: Frank Higgins. Milhares o
haviam ouvido falar, tinham-lhe visto o sorriso cativante e
sentido seu cordial aperto de mão. Deu a vida à pregação do
Evangelho aos rústicos trabalhadores nas derrubadas de
matas, e à organização da assistência social entre eles.
Frank Higgins amava os homens, não importava quão rude fosse
o seu aspecto. Tão corpulento e corado era ele que poucos
perceberam que estava literalmente dando a vida em favor dos
outros enquanto andava, de lugar a lugar, levando às costas
pesado cesto cheio de folhetos para distribuir aos
trabalhadores.
Quando afinal teve de ser
internado num hospital, para se submeter a uma intervenção
cirúrgica, um grupo daqueles robustos homens que ele
conduzira a Cristo combinou mandar um dentre eles em
companhia de Frank, para de algum modo lhe ser útil, pois
amavam muito aquele homem que lhes ensinara a amar ao
Senhor. O homem escolhido era desses tipos agigantados e
fortes, decididamente fora de lugar nos recintos de um
hospital, e deixou-se ficar pelos corredores, aguardando
oportunidade de ser útil a Frank. Ao chegar a hora da
operação, disse-lhe: "Frank, você sabe que nós o amamos e
queremos ajudá-lo; agora, enquanto os médicos vão fazer a
operação, ficarei junto da porta; e, Frank, se os médicos
virem que precisam de um litro de sangue, ou um pedaço de
osso ou pele, podem contar comigo. Frank, você pode receber
de mim a última gota de sangue ou cada um dos ossos deste
corpo; não se esqueça, Frank, que estou junto da porta!"
Porventura nós já dissemos
coisa semelhante Àquele que nos salvou, pela morte na cruz?
– 1001 Illustrations.
O AMOR É
PACIENTE
Uma das provas mais dolorosas
por que se pode fazer passar o caráter e a paciência de um
homem foi a que sucedeu ao célebre filósofo Abauzi,
quando residia em Genebra. Parece-se em diversos pontos com
a desgraça que aconteceu a Newton e que ele suportou com
igual resignação. Entre outras coisas, Abauzi
dedicava-se ao estudo do barômetro e de suas variações, com
o fim de deduzir as leis gerais que governam a pressão
atmosférica.
Durante vinte e sete anos fez,
todos os dias, numerosas observações que escrevia em folhas
de papel preparadas para esse fim. Um dia, a criada, que
recentemente entrara ao seu serviço, quis mostrar o seu
zelo, pondo tudo em ordem. O gabinete de Abauzi,
assim como todos os outros aposentos, foi limpo e arranjado.
Quando ele entrou, perguntou à empregada: – Que fez do papel
que estava à roda do barômetro?
–
Oh, senhor!,
estava tão sujo que o queimei e coloquei no seu lugar este
papel que está completamente novo, como o senhor pode ver.
Abauzi
cruzou os braços e, depois de alguns instantes de luta
interior, disse com toda a paciência, resignado:
– Destruiu o resultado de
vinte anos de trabalho; para o futuro não mexa em nada do
que estiver neste quarto! – Respigando.
DIFEREM
OS CONCEITOS DE DEUS E DO HOMEM
I Sam. 16:7
A uma senhora crente e muito
formosa, perguntou-se qual o segredo de sua formosura.
"Adorno meus lábios com a verdade, respondeu ela;
para a voz, uso a oração. Meus olhos são
ungidos com o colírio da pureza. Uso caridade para as
mãos, amor para o coração e retidão para o meu
corpo." – Meditações Matinais.
O AMOR,
CENTRO DO CRISTIANISMO
A parábola do bom samaritano
acentua o valor e a necessidade do serviço de amor entre os
crentes. Do livro Er ist unser Leben, págs.
105 e 106, extraímos o seguinte:
"Perguntando o missionário
Stanley Jones ao Mahatma Gandhi o que se deveria
fazer para introduzir o cristianismo na Índia, respondeu
Mahatma: 'Primeiro que tudo, eu aconselharia os cristãos
a começarem entre si mesmos a viver como Cristo viveu.' Eu
sabia, diz Jones, que através dos olhos de Gandhi me
observavam os trezentos milhões da Índia, e como que diziam:
Se os senhores quiserem vir a nós no espírito de seu Senhor,
não lhes poderemos resistir. Nunca foi lançada ao Ocidente
um repto maior que esse, e nunca foi feito com maior
sinceridade do que nessa ocasião, pelo Mahatma. 'Em
segundo lugar, prosseguiu ele, eu aconselharia que
traduzissem em atos a sua religião, sem lhe fazer violência
e a rebaixar.' Com estas palavras o maior vulto não-cristão
da atualidade nos repta a levar a seus compatriotas um
Evangelho não debilitado. Disse alguém que os chamados
cristãos têm vacinado o mundo com um cristianismo suavemente
degenerado, de modo que os homens agora estão imunes contra
o cristianismo verdadeiro. Era terceiro lugar, continuou
Gandhi, eu sugeriria que os senhores ponham ênfase no
amor, porque o amor é o centro e a alma do cristianismo.
Não se referia ao amor como simples sentimento, mas ao amor
como poder em ação, e desejava que ele encontrasse aplicação
por parte dos indivíduos, grupos, raças e nações, como poder
unificador e salvação do mundo." – X.
AMAREMOS
OS IRMÃOS
I João 3:14
Nas catacumbas de Roma
encontram-se maravilhosos atestados da graciosa fraternidade
que prevalecia na igreja primitiva. Os corpos de membros da
mais alta sociedade romana ali estão lado a lado com os
despojos de humildes camponeses, e mesmo escravos. As
inscrições naquelas sepulturas de cristãos primitivos não
fazem referência a posição ou casta. Eram irmãos em Cristo –
isso bastava. – Meditações
Matinais.
A
CONFIANÇA DO AMOR
O Dr. Clay Trimbull gostava de
contar o caso seguinte, que lhe demonstrou o segredo do
poder de Napoleão sobre os seus soldados e o poder do amor e
da confiança que estes lhe tinham: Encontrando-se com um
veterano francês que servira às ordens do grande comandante,
perguntou-lhe o Dr. Trimbull:
– Os soldados de Napoleão
gostavam dele?
– Se gostavam!, exclamou o
velho francês, aprumando-se todo, e com os olhos despedindo
chispas de entusiasmo. Se gostavam! Críamos nele. Se
Napoleão dissesse: "Vão para a Lua!", todos os soldados se
poriam em caminho para lá. E Napoleão haveria de achar o
caminho.
Nós temos um Comandante que é
maior do que Napoleão. Encetai o caminho cristão, caros
amigos, e Cristo no-lo abrirá. – 1001 Illustrations.
AMOR
MARAVILHOSO
Uma velha de rosto
encarquilhado e repulsivo, depois de uma vida de
incredulidade e pecado, se convertera, !ornando-se objeto de
perseguição de seus maus vizinhos. De todas as maneiras
procuravam perturbar, e provocar à ira, o espírito de
paciência e bondade que agora ela possuía. Finalmente, um
dos perseguidores, tendo esgotado todos os recursos para lhe
tirar a paciência, exclamou venenosamente:
– Eu acho a senhora a velha
mais feia que eu já vi!
Ao que a velhinha, rosto
brilhando de uma luz que lhe dava uma fisionomia atraente e
simpática, respondeu em lágrimas:
– E não é maravilhoso
que Jesus pudesse amar a uma velha feia como eu? –
1001 Illustrations.
O
SACRIFÍCIO DO AMOR
Quem não tem lido com
interesse o conto do toque de descanso?
Um jovem soldado, por uma
ofensa, foi condenado à pena de morte e a hora indicada para
sua execução foi o momento do toque de descanso.
Naturalmente tal morte teria
sido terrível na primavera da juventude; mas a morte desse
desventurado jovem foi duplamente terrível, porque ia logo
casar-se com uma senhorita a quem amava muito.
A jovem, que o amava tão
ardentemente, fez tudo quanto pôde para evitar sua morte;
foi suplicar ao juiz e ainda foi ver Cromwell, o grande
general, rogando-lhes que anulassem a pena de morte, mas
tudo em vão. Em sua desesperada condição procurou persuadir
e subornar o sineiro para que não desse o toque de descanso,
mas isto tão pouco teve êxito.
Aproximou-se a hora da
execução e todos os preparativos foram feitos. O oficial
tomou o criminoso e o levou para o lugar determinado,
ficando à espera de que se fizesse o sinal pura o toque de
descanso.
Todos ficaram pasmados porque
o sino não soou; só um ser humano sabia o motivo daquilo. A
pobre senhorita, meio louca de desespero, pensando na
terrível situação do noivo, havia subido à escada da torre,
até onde ficava o sino e se agarrou ao badalo com toda a sua
força. O sineiro estava no seu lugar à hora de costume,
puxou a corda que pendia do sino e este começou a bambolear.
A valente jovem agarrou-se com
mais força ao badalo e era sacudida juntamente com o sino. A
cada movimento parecia-lhe que iria ser atirada pela janela
da torre. Toda vez que o sineiro puxava a corda, a jovem
ainda que naquela desesperada condição, mais se agarrava ao
badalo, mesmo que suas mãos estivessem doridas e sangrentas,
e a sua força, se esgotando. Por fim, o sineiro se foi,
satisfeito de haver cumprido o seu dever. Sendo velho e
surdo não notou que o sino não havia tangido. A valente moça
desceu a escada, ferida e trêmula, e apressadamente foi do
templo ao lugar da execução.
O próprio Cromwell estava ali,
e no momento que ia mandar alguém saber o motivo do silêncio
do sino, ela o viu, e sua fronte, antes pálida e triste,
brilhou com esperança e valor. Contou o que havia feito e
lhe mostrou suas mãos e faces ensangüentadas; embora
desfalecida pela profunda angústia, encheu-se-lhe o coração
de piedade e uma luz deslumbrou-lhe os olhos.
– Vá embora – exclamou
Cromwell –, o toque de descanso não soará esta noite.
Pensa você que este jovem,
redimido da condenação da lei pelo sacrifício do amor,
consideraria difícil qualquer serviço ou sacrifício que
fizesse por quem o havia salvo de uma morte segura? De
nenhuma maneira; ele teria posto sua vida no altar do
sacrifício por ela.
Escutai outra história, de um amor mais
glorioso. A cena se deu no
Calvário: Jesus, o filho de Deus, estava na cruz. A fronte,
uma vez coroada com glória, agora está coroada de espinhos;
as mãos uma vez estendidas para feitos de amor, de
misericórdia, agora estão cravadas cruelmente na cruz. O
coração, que uma vez palpitava e se compadecia das tristezas
da humanidade, está atravessado pela lança que derramou seu
precioso sangue. Oh! que triste momento na história do
mundo! Ele tremeu, as montanhas estremeceram, o sol se
escondeu, a pobre humanidade caiu na escuridão porque o
Filho do Homem estava moribundo.
Escutai: "Está consumado!" O
grande plano da redenção, nascido no amor de Deus, agora
recebeu o último toque para cumpri-lo e Deus e o mundo se
encontram reconciliados.
Ó amigos! Isto foi por nós!
Correspondamos, não somente com nosso coração, e nossa vida,
mas também com tudo que temos para glorificar ao Filho e
estender Seu reino de pólo a pólo. – L.G. Broughton.
O
CRESCIMENTO DO AMOR
O crescimento do nosso amor e
de nossa vida espiritual, não é coisa do acaso, que nos
venha sem resolução de nossa parte. O novo nascimento de que
Jesus falou a Nicodemos implica cedermos à operação do
Espírito de Deus em nós.
O Dr. F.B. Meyer contou
certa vez a seguinte experiência de um velho ministro do
Evangelho:
Depois de fazer parte de um
retiro espiritual e de um Instituto de Especialização, foi o
ministro enviado para um campo em que não se verificava
progresso no trabalho havia alguns anos.
O seu primeiro ato foi
escolher um grupo de pessoas piedosas que todas as
sextas-feiras se reuniam para orar em favor de uma renovação
espiritual da igreja. Passados quinze meses a situação
permanecia a mesma. Parecia que os céus estavam fechados.
O velho ministro convocou
então a igreja para uma reunião de oração em conjunto.
Afluiu grande número de crentes.
Após a leitura bíblica e
oração, o ministro explicou o objetivo da reunião –
despertamento espiritual da igreja.
Seguiu-se um silêncio
sepulcral – todos esperavam e ninguém se manifestava.
Repentinamente um dos mais
antigos e preeminentes oficiais da igreja se levantou e
disse: "Penso que não veremos o Espírito Santo manifestar-se
enquanto eu e o Sr. Jones não fizermos as pazes."
Levantando-se, foi ao encontro do irmão citado e propôs-lhe
que se perdoassem mutuamente e dessem por encerrado o velho
caso que os separava havia cinco anos. Um longo aperto de
mão selou a paz havia tanto desejada. O oficial voltou ao
seu lugar e um profundo suspiro partiu do auditório.
Novo silêncio se fez no
templo.
Logo um crente se levantou e
disse: "Sr. Pastor, creio que não teremos um despertamento
espiritual enquanto eu lhe disser coisas agradáveis e
lisonjeiras na sua frente e falar do senhor pelas costas.
Peço que me perdoe as minhas faltas do passado". Um apertado
abraço traduziu o perdão do ministro.
Teve então lugar um dos mais
tocantes quadros que aquele ministro jamais presenciara.
Durante um quarto de hora todos os presentes se
movimentaram, em silêncio e num ambiente de paz e perdão,
procurando os seus adversários ou as pessoas ofendidas,
implorando-lhes o perdão das faltas cometidas.
Aquela reunião marcou o início
de um grande despertamento espiritual naquela igreja. –
Duzentas Ilustrações, pág. 84.
O AMOR
OBSERVA A REGRA ÁUREA
– Não te precipites com o
menino, disse Maria a seu marido, ouvindo-o exortar
asperamente o filho a que se não demorasse pela rua quando
tornasse da escola.
– Desejo apenas ser obedecido,
retorquiu o marido e, voltando-se para o menino, disse:
Agora vá para a escola e, quando voltarem, vem diretamente
para casa; do contrário eu te ensinarei.
Carlos despediu-se enxugando
as lágrimas que ocultamente lhe deslizavam pelas faces. Era
um belo e guapo rapaz de nove anos de idade, cheio de vida,
e, portanto, naturalmente disposto a toda sorte de
desenvoltura. O pai, porém, parecia antes inclinado a
olvidar que os meninos são meninos e que seria fora do
natural, em um tal rapaz, não ser desembaraçado e esperto.
Teve, porém, de aprender à sua
custa. Durante a tarde os seus negócios o embaraçaram um
pouco, pelo que volveu à casa um tanto indisposto. Ele não
era mau; enfadava-se, porém, facilmente quando as coisas não
corriam conforme os seus desejos. Muito exato e pontual em
tudo, não lhe suportava que outros não o fossem também.
Sentado ao fogão da sala, sua
fisionomia revelava mau humor, que ainda mais se acentuou
quando sua mulher lhe anunciou que Carlos voltara da escola
todo molhado e coberto de lama.
– Onde está ele?, perguntou
severamente o pai.
– Na cozinha, volveu a mãe;
ele teme entrar, porquanto a empregada o avisou de que
estavas em casa.
– Não admira que receie
entrar, pois ainda ontem o exortei a não ir tão perto do
rio. Manda-o entrar.
Carlos entrou, tiritando de
frio. Um olhar do pai bastou para o convencer do que o
aguardava.
– Não disse para você não ir
tão perto do rio? Amanhã mostrarei a você o que penso deste
procedimento, mas de um modo que você não esquecerá tão
facilmente.
– Mas papai, disse o menino,
permita-me que explique ao senhor como foi?...
– Não quero ouvir, vá para a
cama!
– Desejo somente dizer ao
senhor, papai, que...
– Já disse: cale-se! e com um
gesto significativo acrescentou: Você vá para a cama ou se
arrependerá.
O menino obedeceu
vagarosamente, recolhendo-se ao quarto sem haver jantado.
Quando Carlos deixou a sala, disse a mãe, comovida:
– Eu acho que você devia ter
escutado o que Carlos tinha a dizer. Você sabe que no mais
ele sempre tem sido bom filho, e que, se comete alguma
travessura, é mais por inadvertência do que acintosamente.
– Bem, mas ele devia
obedecer-me, visto como lhe proibi terminantemente de ir tão
perto do rio.
Entretanto, parecia que uma
nuvem sombria pairava sobre aquela habitação, em geral
risonha e alegre. Quando os dois esposos se recolheram, o
pai sentiu-se impelido a espreitar para dentro do quarto em
que Carlos dormia.
Aproximando-se cautelosamente
do leito e interceptando com a mão a luz da vela, fixou
longamente o rosto do menino que ressonava tranqüilo.
Intimamente se arrependia de sua atitude, embora procurasse
reprimir esse sentimento dizendo de si para si que a
consciência do dever o aconselhava a ser firme. Falando
depois com a esposa, prometeu ouvir primeiro o que Carlos
tinha a lhe dizer, antes de recorrer à medida extrema.
Essa ocasião, porém, não veio.
No dia seguinte, ao acordar, notaram com surpresa que o
menino tinha sida acometido de uma inflamação cerebral, de
que não mais conseguiu restabelecer-se. A despeito de todos
os desvelos e do desejo ardente com que estavam os pais de
que Carlos os tornasse a reconhecer, o infeliz menino
faleceu algum dias depois.
Quando a notícia da morte de
Carlos alcançou a escola, um dos colegas íntimos do menino
veio ter com sua família.
– Eu estava com ele quando
entrou na água.
– Deveras?, inquiriu o pai. E
você pode me dizer como foi?
– Sim. Dois meninos estavam
pescando, quando, não sei como, um deles escorregou e caiu.
Carlos, sem hesitar, atirou o boné, lançando-se após o
rapaz, conseguindo, com dificuldade, arrastá-lo para fora do
rio. Ele e eu o pusemos na margem. Carlos me pediu que nada
dissesse, porque lhe haviam proibido de ir perto do rio,
Pelo caminho sempre repetia: "Que dirá meu pai quando me vir
assim? Porém, eu não podia proceder de outra maneira, devia
salvar Tomé."
– Meu pobre e desventurado
filho!, exclamou o pai. Era isto que me desejava contar,
recusando-me a ouvi-lo. Deus me perdoe!
Lágrimas lhe rolaram
pelas faces e ainda muitos anos depois o aspecto dos
brinquedos e dos livros de Carlos lhe pungia o coração, o
que podia ter evitado, se tivesse ouvido o filho antes de o
condenar. – Pérolas Esparsas.
O AMOR É
PACIENTE
Alguns anos atrás, numa cidade
industrial da Inglaterra, uma jovem se ofereceu ao
superintendente de uma escola dominical para ensinar uma
classe. O superintendente lhe disse que não havia classe sem
professor, mas se ela quisesse sair a procurar um grupo de
meninos e ajuntá-los numa classe, apreciaria muito. Ela fez
isso, e reuniu uma classe de pobres meninos maltrapilhos.
Entre eles, o pior e menos promissor era um chamado Roberto.
O superintendente convidou os
meninos a irem a sua casa, um dia, que presentearia a cada
um com um terno. Foram, e cada um recebeu o seu terno novo.
Depois de dois ou três domingos, Roberto não apareceu.
A professora foi em sua busca
e descobriu que seu terno estava rasgado e sujo. Convidou-o
a voltar à escola. Ele foi, e o superintendente lhe deu
outro terno novo. Depois de comparecer uma ou duas vezes,
Roberto deixou de vir. De novo a professora foi a sua busca.
Viu que o segundo terno havia seguido o caminho do primeiro.
Referiu o caso ao superintendente, dizendo que estava
completamente desanimada acerca de Roberto, e que teria de
desistir de ajudá-lo.
– Não faça isso, disse o
superintendente; ainda tenho esperança de que existe em
Roberto alguma coisa boa. Tente mais uma vez. Vou-lhe dar um
terno pela terceira vez, se ele prometer assistir à classe
regularmente.
Roberto prometeu.
Recebeu seu terceiro terno e não mais deixou de vir à
escola. Começou a interessar-se. Tornou-se um fervoroso e
perseverante em buscar a Jesus e O encontrou. Tornou-se
membro da igreja. Estudou para o ministério, e o fim da
história é este: aquele menino maltrapilho, sujo e fujão
tornou-se o Dr. Roberto Morrison, o grande
missionário na China, que traduziu a Bíblia para o chinês. –
1001 Illustrations.
MORREU
POR ELA
Um vapor fora de encontro a
uma montanha de gelo, que lhe causara grande rombo.
Não havendo barcos salva-vidas
para todos os passageiros, o comandante, rapidamente,
numerou tantas papeletas quantos eram os lugares nos barcos
e misturou-as com outras em branco, que somavam o número dos
passageiros.
Quem tirasse papeleta
numerada, iria para o barco, quem tirasse papeleta em
branco, pereceria com o navio.
Havia um casal com uma
filhinha, o marido tirou papeleta numerada e a mulher
papeleta em branco.
Ele, rapidamente, levou a
esposa para o barco, colocou-a em seu lugar, e pondo-lhe a
filhinha nos braços, disse: "Quando ela tiver doze anos,
conte-lhe o que está acontecendo hoje, e que o pai morreu
para salvá-la."
Onze anos mais tarde a mãe
cumpriu o último desejo do marido, e no dia que a filha
cumpria o 12º aniversário, contou a história. Depois
de ouvir, admirada, tão impressionante história, subiu a uma
cadeira, colocada debaixo do retrato do pai e, tendo-lhe
admirado a face por alguns minutos, em profundo silêncio,
disse: "Eu te amo, papai, eu te amo, porque morreste em meu
lugar."
Há Um que morreu em meu lugar
e em teu lugar. Vamos amá-Lo!
O
MARAVILHOSO AMOR DE CRISTO
Em 1921 irrompeu um incêndio
em uma floresta no Himalaia. "Que estão olhando?", perguntei
a alguns homens que tinham os olhos fitos em uma árvore.
Apontaram então um ninho de passarinhos em uma árvore a
arder. Por sobre ela esvoaçava um pássaro em grande aflição.
Poucos minutos depois, o ninho pegou fogo: "Agora, a ave mãe
fugirá." Ao contrário, ela voou para baixo, estendendo as
asas sobre os filhinhos. Dentro em pouco, a pobre ave,
juntamente com os pequeninos, ficou reduzida a cinzas. Eu
disse aos que estavam ao redor: "Não é de pasmar esse
maravilhoso amor?
Pensem quão mais maravilhoso
deve ser o amor dAquele que amou tão abnegadamente Suas
criaturas! O mesmo abnegado amor trouxe Jesus Cristo aqui a
fim de tornar-Se homem, para que, dando Sua vida, pudesse
salvar-nos, a nós que estávamos perecendo em nossos
pecados."
– Maria R. Acomb, em The
Pilot.
PROVAS
VISÍVEIS
Um evangelista contou que ele
tinha estado a pregar o Evangelho no bairro mais perigoso de
uma grande cidade. Entre os seus ouvintes achava-se um bem
conhecido ateu que o desafiou pura um debate em público. O
desafio foi aceito pelo evangelista sob uma condição. Pediu
ao ateu que, no dia do debate, levasse um bêbado, que
tivesse deixado o vício pela influência do ateísmo; uma
decaída que tivesse mudado de vida pela leitura de livros
ateus; um jogador que tivesse abandonado o jogo por ter
abraçado o ateísmo.
Em seguida o evangelista
disse: "Prometo marchar à frente de um pequeno exército de
ex-bêbados, ex-meretrizes e ex-jogadores que abandonaram
seus vícios por terem ouvido a pregação do Evangelho de
Jesus Cristo e foram salvos pelo poder de Deus." O ateu
calou-se. Que podia ele dizer diante das "Provas Visíveis?"
– A Voz Missionária.
A FILHA
PRÓDIGA
Era uma vez um negociante que
tinha uma filha, prendada, bonita e inteligente. Filha
única, tornara-se o alvo de todo o afeto e de todas as
esperanças de seus pais. Possuidores de muito dinheiro,
conseguia a jovem tudo quanto desejava, mas o seu coração
era vazio. Nada havia que não estivesse ao alcance de suas
mãos.
Entregou-se de corpo e alma
aos divertimentos profanos. Percebia, entretanto, que a
felicidade que buscava, dando pasto às paixões, estava um
pouco adiante das suas realizações. Foi de queda em queda e,
depois, de abismo em abismo. Entrou pelos lupanares a
dentro, chegando aos lugares mais abjetos. Recebeu insultos
e tapas de miseráveis. Mas no fundo de seu coração guardava
imperecível o seu amor para com os pais. Os duros
desenganos, longe de apagar o seu afeto filial, mais o
intensificavam.
Certa noite recebeu a visita
de um dos seus amigos favoritos, moço de boa família e de
acurada educação. Estava, entretanto, completamente
transformado, o rosto cheio de manchas, a boca infecta, o
bafo impregnado de vapores alcoólicos. Ele tentou agarrá-la,
mas ela fugiu-lhe.
– Você tem medo de mim? –
perguntou-lhe. – Sou um farrapo de homem... Uma pústula
social... Você está certa. É verdade. Mas eu sou apenas um
espelho onde poderá também contemplar o seu próprio rosto
... Que é da menina de outrora? da moça rica? da jovem
elegante? Um farrapo, também. . .
Foi somente nesse dia que a
pobre decaída compreendeu a magnitude de sua miséria, moral
e física. Resolveu atirar-se em baixo de uma locomotiva.
Tinha apenas um desejo para satisfazer, antes da morte:
ouvir a voz saudosa da querida mãe.
Dispôs de tudo quanto tinha,
distribuiu entre suas infelizes companheiras as roupas e
objetos de estimação, preparando-se, depois, para uma longa
viagem, onde haveria uma interrupção, seguindo-se a
eternidade.
Viajou todo o dia, concentrada
em si, recordando os dias mais felizes de seu passado, a
juventude e a meninice.
E a viagem prolongou-se pela
noite a dentro. Checou, pela madrugada, à sua terra natal.
Temendo que o dia a surpreendesse, foi da estação a pé à
casa de seus pais. Pretendia encostar o ouvido à porta,
esperar que sua mãe se levantasse, na alvorada, como de
costume, dentro de uma ou duas horas, ouvi-la chamando pelo
marido, e depois retirar-se, como se fosse uma ladra receosa
da chusma de perseguidores.
Fez como havia pensado, mas,
ao sentar-se na soleira, ao colocar o ouvido à porta,
percebeu que estava aberta e se moveu sobre os gonzos. Lá
dentro se ouvia barulho, chinelos se arrastavam, cadeiras
eram empurradas. O coração batia descompassadamente, mas não
tinha forças para se levantar.
Então abriu-se a porta e
surgiu de dentro, com a lamparina na mão, a estremecida
velhinha por quem viera de tão longe.
– Minha mãe, perdoe-me, –
disse banhada em lágrimas. – Não queria entristecê-la com
minha presença. Desejava apenas ouvir sua voz, pela última
vez, antes da morte, mas a porta estava aberta... Não foi
culpa minha...
Levantando-a, carinhosamente,
beijando-a na face, sua mãe lhe respondeu:
– Filha, desde que você partiu
nunca mais esta porta se fechou, nem esta lamparina ficou
sem chama durante a noite. Quantas vezes o vento fez ranger
os gonzos, tantas vezes me levantei, pensando que você
estava de volta. Não queria que minha filha viesse um dia
procurar-me e pensasse que esta porta não lhe seria
aberta...
O AMOR
NUNCA DEIXA DE EXISTIR
Quando Romney, o grande
artista inglês, era jovem, enamorou-se de uma senhorita e se
casaram; porém a sua paixão foi maior pela sua arte. Um dia
soube que o Sr. Josué Reynolds dissera que fora uma lástima
o fato de Romney haver se casado, porque tinha talento para
chegar a ser um grande artista e então não poderia subir
muito devido a ter que cuidar de sua esposa. Ao ouvir isto
Romney separou-se de sua jovem esposa e foi para Londres.
Pintou vários quadros de pessoas da mais alta posição social
de toda a Inglaterra, produzindo assim, pinturas tão
notáveis que valiam muitos milhares de dólares. Isto fez com
que ele adquirisse renome e fama em Londres por algum tempo;
porém começou a envelhecer e enfermou. Juntou todas as suas
coisas e voltou para sua esposa, que ficara no norte da
Inglaterra. Ela o recebeu e cuidou dele ternamente até que
morresse. Alguém disse, então, que o espírito que sua esposa
manifestou foi de maior valor que todas as pinturas feitas
por ele.
Muitos professam ser de
Cristo, porém, deixam e desfazem os Seus planos. Afinal
voltam e morrem nos braços de Cristo, o qual, apesar de
tudo, nunca os deixa, mas com eles fica através dos anos.
– Tannyson's Poems.
O AMOR
CONSTRANGE
Faz alguns anos, edificamos um
templo em Chicago e por isso estávamos muito ansiosos por
mostrar ao povo o amor de Deus. Pensávamos que, se não
pudéssemos inculcá-lo nos corações mediante a pregação,
trataríamos de gravá-lo a fogo neles. Assim, com esta
intenção, fizemos colocar no púlpito estas palavras com
luzes: "DEUS É AMOR".
Numa noite em que caminhava
certo homem pela rua, olhou por dentro da porta da igreja e
viu o texto. Era um pobre pródigo. Seguindo adiante o seu
caminho ele pensou: "Deus é Amor". . . Não!.. . Ele não me
ama, porque sou um desgraçado pecador." Tratou de
esquecer-se do texto, porém ele parecia brilhar perante os
seus olhos com letras de fogo; com este pensamento caminhou
mais adiante, mas voltou atrás e entrou no templo.
Não ouviu o sermão; mas as
palavras deste lacônico trecho se haviam gravado
profundamente em seu coração e isto bastou.
É de pouca importância o que
digam os homens, se somente a Palavra de Deus tem entrada no
coração do pecador. Ele ainda permaneceu depois da bênção e
eu o encontrei chorando como uma criança. Expliquei-lhe as
Escrituras e a luz do Evangelho brotou em seu coração, o que
fez com que se regozijasse em Cristo. – D. L. Moody.
COM
VERGONHA DE VOLTAR AO LAR
Os filhos são os tesouros mais
preciosos dos pais. Os anelos do coração de um pai também
são bem ilustrados por Charles F. Brown, numa história que
lhe foi narrada por seu colega, que mora em Nova York.
Conhecia um homem que em sua
meninice ficou cansado de estar em casa, e portanto fugiu.
Tornou-se um marinheiro, e por dez anos trabalhou nos
navios, ficando grosseiro, duro e bruto. Nunca, durante todo
este tempo, escreveu uma carta ao lar. Pensou que em sua
casa já o teriam por morto. Finalmente seu desejo de voltar
ao lar tornou-se tão grande que decidiu voltar.
Entrou no porto, tomou um
pequeno barco e remou em direção ao lar. Sobreveio-lhe a
idéia de que talvez todos estariam mortos. Tinha vergonha de
ser visto durante o dia, portanto, esperou até à noite.
Então remou em direção da casa, mas viu uma luz, e alguém
que se movia na praia. Não desejava encontrar estranhos, e
por isso se retirou outra vez. Voltou às dez, mas a luz
continuava no mesmo lugar. Retirou-se outra vez e esperou
até às onze, mas a luz estava ali ainda, e alguém estava
andando pela praia. Aproximou-se do lugar e eis que seu pai,
de barba branca, olhos melancólicos, coração quebrantado,
estava ali. Noite após noite, durante dez anos, havia
colocado uma lanterna para guiar e receber o seu filho, que
voltaria ao lar paterno.
Deus é assim. É um pai, e
nenhum filho, jamais, será esquecido por Sua mente infinita
e dos propósitos inumeráveis de seu coração amante.
UM PAI
QUE AMA
Um jovem empregado numa igreja
de Londres perdeu sua esposa. Tinha um filhinho. Os anciãos
da igreja tinham a esperança de que algum dos parentes viria
e tomaria cuidado da criança, mas nenhum apareceu. Dois ou
três anos passaram-se. Um domingo, quando a igreja estava
cheia, o ministro subiu ao púlpito, guiando uma criança pela
mão, sentando-a adiante consigo. Começou o sermão.
Em seu sermão o ministro falou
da mãe de Cristo, e a agonia de sua alma ao ver Jesus morto
na cruz. Disse: "Pensai na vida de uma criança sem os ternos
cuidados de uma mãe! Quem jamais pode envolver um filhinho?
Quem pode cuidar, acariciar, quem pode amar como uma mãe?"
Tão grande era o seu
sentimento, que a voz forte e dominante parou, como que
esperando uma resposta. Em meio do silêncio de toda a
congregação uma voz suave, como de uma criança, fez-se
ouvir, tão clara e docemente: "Um papai também faria tudo da
mesma maneira, querido papai!"
Assim, nosso Pai, com um
coração mais amante que o de mãe, com uma simpatia mais
pronunciada que a de um irmão, com um amor que excede a todo
o amor humano em conjunto, procura fazer o maior bem à
família humana. Não podemos nós, então, dizer com Jesus:
"Nosso Pai?"
– The Lovers Love.
A
MAJESTADE DO AMOR DE DEUS
Um cavalheiro, que pensava
consistir o cristianismo somente em problemas misteriosos,
disse a um velho ministro: Parece-me muito estranha a
seguinte declaração: "A Jacó amei, mas aborreci a Esaú."
"Sim, é muito estranha", disse
o ministro, "porém, qual é a parte que lhe parece mais
estranha?" "Oh!", respondeu o cavalheiro, "o que concerne ao
aborrecimento de Esaú."
"Bem, senhor",
replicou-lhe o ministro, "quão maravilhosamente somos feitos
e quanta diferença há entre um e outro!" A parte mais
inconcebível desta história é como Deus pôde amar a Jacó.
Não há mistério tão profundo como o do amor de Deus. –
N.T.
PERDOADO
Sal. 32:1
Marc Guy Pears relatou certa
ocasião a seguinte história em Chantangna:
Havia um jovem musicista na
banda real de Hanôver; era muito brilhante, considerando-se
os poucos que havia; o seu método superior de tocar
conquistou-lhe fama. Ele gostava de tocar, à frente das
tropas, músicas de combate. Porém ao vir a guerra, teve que
ficar por muito tempo nas trincheiras, o que não o satisfez
e conseguiu fugir.
Sabemos que a morte é a pena
que se reserva aos desertores. Este jovem, todavia, escapou
de ser preso. Mais tarde tornou-se um grande organista e,
além disto, um astrônomo.
Construiu um telescópio e
noite após noite mirava as estrelas até que finalmente
descobriu um novo planeta. A princípio ficou atemorizado;
recebeu depois os aplausos de todos, tendo sido mandado
comparecer diante do Rei Jorge, de Hanôver, aquele mesmo que
tinha decretado sua prisão.
Cheio de temor o jovem
astrônomo não sabia o que o aguardava em tal circunstância e
grande foi a satisfação que teve quando, abrindo o envelope
que lhe foi dado, pôde ler a comunicação real do perdão de
desertor.
O Rei Jorge, reiterando ainda
o seu apreço, convidou-o a residir com ele em Windsor,
dando-lhe o nome de Sir William Herschel.
A maravilhosa graça de Deus é,
às vezes, refletida em corações humanos para atrair-nos ao
Seu coração paternal.
TODOS OS
MUNDOS PERTENCEM A NOSSO PAI
Jantei certa noite com o
professor Chamberlain, da Universidade de Chicago, e
perguntei-lhe qual é a linha de limite entre a geologia e a
astronomia: se eu fosse um pouquinho mais ignorante do que
sou, talvez pensasse que a ciência do geólogo terminava com
a superfície da terra; no entanto, sei mais do que isto.
O Sr. Chamberlain não hesitou
um só instante. Conhecia exatamente até que ponto a sua
ciência tinha direito. Respondeu-me que a geologia chegava
até o ponto em que de um lado um corpo cai para a Terra e no
outro para o Sol. Ele disse ainda que este ponto variava de
acordo com os três eixos desiguais das "esferas de controle"
e que se encontrava dentro do raio mínimo de 620.000 milhas.
Perguntei-lhe então se era
fato o que acabava de me dizer e a resposta foi que a
distância em milhas varia, porém o ponto onde a atração do
Sol é idêntica à da Terra é a linha de divisão entre
astrônomos e geólogos.
O geólogo trata da ciência que
se relaciona com a Terra; o seu negócio encontra-se
justamente sob seus próprios pés e, quando o mandamos
conservar-se sobre a Terra, ele requisita 620.000 milhas no
ar como sendo uma parte dos seus estudos.
Se o geólogo, cuja ciência o
envia a derrubar pedaços de pedra com o martelo, necessita
de 620.000 milhas de espaço acima de sua cabeça para
preencher sua ciência, eu não atenderei nem por um pouco aos
conselhos daqueles que me admoestaram a permanecer sempre no
nível do solo.
Sou um filho da Terra; apesar
disto, sou também filho de Deus, porque todas as coisas
pertencem a Ele, e se Deus é meu Pai, o que Lhe pertence é
meu.
– Dr. W.E. Barton.
DEUS
INFINITAMENTE CUIDADOSO
Jó 38:22
O professor W.A. Bentley tem fotografado milhares de flocos
de neve; porém jamais encontrou dois semelhantes.
Depois de quarenta anos
de estudos ele acredita que nunca foram formados dois flocos
idênticos ainda que os ângulos de cristalização de seus
filamentos sejam de 60 ou 120 graus. Não existe nada feito
mais ou menos por Deus. Nem dois flocos de neve, nem dois
rostos são iguais. Ele chama a cada um pelo seu nome; até os
nossos cabelos são numerados. –
Relatório Homilético.
CONFIANÇA
Um soldado perguntou a um
cristão se Deus perdoa ao pecador arrependido.
– Quando a sua capa se rasga
ou suja, perguntou-lhe o cristão, o senhor a abandona como
objeto inútil?
– Não, respondeu o soldado, eu
a conserto, lavo e continuo a usá-la.
– Se o senhor tem tanto
cuidado com uma simples vestimenta, como quer que Deus
abandone a Sua própria imagem, embora manchada e desfigurada
pelo pecado? – Lição dos Fatos.
DEUS É
AMOR
I João 4:7
O célebre orador romano Cícero
refere que Hieron, rei da Sicília, pediu a Simônides lhe
dissesse que idéia formava da natureza da Divindade, e
concedeu-lhe um dia para pensar sobre o assunto. No fim
daquele dia Simônides declarou que a coisa não lhe parecia
ainda claramente explicável e pediu mais dois dias para
refletir. Terminado esse tempo, pediu mais três dias; e
instando o príncipe pela definição de Deus, estranhando a
demora do filósofo, este francamente confessou que quanto
mais concentrava sua atenção sobre o assunto, quanto mais
refletia, menos capaz se julgava de responder quem era Deus.
O que Simônides não pôde
fazer, o discípulo amado fez numa só palavra: Deus é amor.
– Lição dos Fatos.
AMOR DE
DEUS
Um dia, no tempo das Cruzadas,
uma mulher de Alexandria apareceu na praça pública daquela
cidade, em presença de Luiz IX, tendo numa das mãos um vaso
cheio de água e na outra um archote aceso. Interrogada sobre
a significação daqueles objetos, respondeu: "Com esta água
eu queria extinguir as chamas do Inferno e com este archote
incendiar o Céu, a fim de que
Deus fosse amado não pela esperança de Suas recompensas, nem
pelo temor de Seus castigos, mas por suas perfeições
adoráveis."
Sublime sentimento, bem digno
de uma alma que reconhece em Deus um Pai de misericórdia e
quanto Ele merece por si mesmo toda a nossa confiança! –
Lição dos Fatos.
QUANTO
PODE UMA DÁDIVA
Quando Livingstone foi para a África, uma
senhora escocesa, que havia
economizado trinta libras, deu-as ao missionário com estas
palavras:
– Quero que o senhor se poupe
de fadigas e exposições desnecessárias, contratando com este
dinheiro um servo que lhe proteja o corpo, que o acompanhe
para onde o senhor for e partilhe de seus sacrifícios e
perigos.
Com esse dinheiro, Livingstone
contratou Sebantino, servo muito
fiel. No coração da África, um leão prostrou o missionado e
esmagou-lhe os ossos do braço esquerdo.
Contudo
Sebantino salvou Livingstone com o risco da própria
vida. Que teria acontecido se a dádiva não tivesse sido
feita? – Seleto.
O JUIZ
QUE PAGOU
Numa pequena cidade vivia um
zeloso cristão que se tornara magistrado. Certa manhã,
compareceu diante dele, na sala do Tribunal, um amigo de sua
mocidade, que se havia desviado do caminho da justiça e
cometera um delito contra a lei do país. Aqueles que
conheciam as relações que havia entre ambos, esperavam que o
juiz tratasse o homem misericordiosamente; ficaram, porém,
muitíssimo surpresos ao ouvirem que a sentença foi pesada
multa.
Ficaram ainda mais surpresos
quando o magistrado se dirigiu ao oficial, dentro do
Tribunal, e, tirando do próprio bolso o dinheiro, pagou a
multa. Cumprira seu dever como magistrado, defendera a lei,
mas também mostrou um pouco da misericórdia de Deus em favor
de seu amigo, ao pagar a penalidade que a sentença lhe
impunha. – Seleto.
O
ASSOMBRO DO ESCRAVO
Um negociante viajava num
navio turco pelo Mediterrâneo. Um escravo muçulmano que se
achava a bordo atraiu sua atenção. Procurou palestrar com
ele, descobrindo logo que era esperto e inteligente. Ao
saber das circunstâncias de sua vida, soube que era livre de
nascimento, mas que caindo prisioneiro de guerra, fora
reduzido à escravidão. O negociante penalizou-se muito com a
triste condição do pobre cativo. Quanto mais reparava nele,
mais se interessava por ele, mais simpatizava com ele. Por
fim, começou a nutrir o idéia de remi-lo da escravidão.
Indagando cautelosamente a respeito da quantia necessária,
logo viu que a mesma excedia muito todos os lucros que
esperava tirar daquela viagem. A idéia, contudo, não o
abandonava.
Por fim fez uma oferta, que
foi aceita. Ora, aconteceu que o escravo percebeu o negócio,
não sabendo o propósito do negociante, supondo, que ia
passar de senhor para senhor como qualquer peça de fazenda.
Saltou à frente e gritou: "Então o senhor que aparentava ser
tão bondoso e compadecido, não passa, afinal, de um vil
comprador de escravos?! Porventura não terei eu tanto
direito à liberdade como o senhor mesmo?
Continuou numa torrente
de invectivas enraivecidas, quando o negociante pôs
ternamente o olhar sobre ele e lhe disse: "Sim, eu comprei a
você, mas para lhe dar a liberdade." No mesmo instante
acalmou-se a tempestade de indignação. Debulhou-se em
lágrimas, e, caindo aos pés de seu libertador, bradou:
"O senhor libertou-me o corpo mas
cativou-me o coração. Sou seu escravo para sempre!"
– Guia do Viajante.
O AMOR
QUE SALVA
Conta-se que certa vez
José Wolff, o grande pregador do princípio do século
passado, havia ido ao Oriente Próximo com o propósito de
pregar a Segunda Vinda de Cristo entre as tribos maometanas
do deserto. Uns beduínos o surpreenderam enquanto avançava
por sobre a areia quente e, já que se tratava de um cristão,
prenderam-no e o fizeram comparecer perante seu chefe. Este
teria que decidir que espécie de castigo devia receber o
afoito infiel. Como
sheik, e não querendo condenar
um homem sem ouvi-lo, deu oportunidade a José Wolff de se
defender.
Este apóstolo aproveitou a
oportunidade para falar ao sheik e
seus homens do infinito amor de Deus, do sacrifício de
Cristo feito pela humanidade, de todas as coisas
maravilhosas que Deus está preparando para os que O amam, e
falou com tanto fervor e com tanto amor que, quando terminou
seu discurso, as lágrimas molhavam as faces morenas dos
habitantes do deserto.
O sheik
então pronunciou sua sentença. "– Deixem este homem livre –
disse – é um crente em Deus!"
O
TESTAMENTO
Em uma das primeiras ruas de
Nova York havia uma bela residência que se encontrava vazia
nessa ocasião, pois os moradores estavam veraneando. Uma
noite entrou um assaltante. Conhecia perfeitamente a casa
toda. Estava justamente ocupado em arrombar a escrivaninha
do chefe da casa. Era um ato detestável, pois não era outro
senão o próprio filho da casa!
Ele tinha se entregado a uma
vida de pecados. Desprezara as sérias advertências do pai.
Sua maldade quebrantara o coração da mãe. Abandonara o lar
porque seus irmãos o evitavam. Más amizades o instigaram
contra seus pais. Julgando que o pai o quisesse deserdar,
pretendia agora furtar o testamento paterno. Encontrou o que
buscava. Em letras graúdas escrito num envelope: "Cópia do
Testamento". Pela data, viu-se que fora feito logo após a
última desinteligência do filho com o pai. Muito sério, o
filho pôs-se a ler o testamento. Mas, que é que ele dizia?
"Meu amado filho Eduardo
deverá receber toda a sua parte. Quero que seus irmãos e
irmãs o acolham de novo, caso volte de seus desvarios.
Digam-lhe que eu quis bem a meu rapaz, até o meu último
alento."
Ali estava o assaltante,
confuso e prostrado. Com os olhos arregalados, fitou o
estranho testamento que tinha nas mãos. Sua consciência foi
atingida como por um raio reconhecendo como era um
miserável, inteiramente indigno do amor de semelhante pai.
Se tão-somente pudesse varrer de si a vergonha dessa noite!
Mas já não era possível. A escrivaninha violada falava uma
linguagem por demais eloqüente.
Passaram-se os minutos, as
horas. O desespero dilacerava o coração do pecador culpado.
E quem sabe que saída teria o caso, se Deus, em Sua
misericórdia, não tivesse vindo em socorro daquele filho
pródigo? Não fora debalde que naquela casa se faziam
orações, nem debalde que se lia a Palavra divina.
Eduardo prorrompeu em
lágrimas, prostrou-se de joelhos e ... orou. Na manhã
seguinte ele mandou um telegrama ao pai, pedindo
insistentemente para lhe falar. Chegara o momento da
reconciliação. O amor do pai partira o empedernido coração
do filho, e ele se tornou um homem diferente.
Por acaso esta história não
nos lembra o amor de Deus, o Pai? Que testamento Ele nos
deixou? Um documento de seu amor divino, que ao pecador
penitente, por mau e perverso que seja, oferece graça e vida
eterna, em virtude da morte expiatória de seu próprio Filho,
que Se deu a Si mesmo em favor dos pecadores! – Er ist
unser Leben.
"MEU PAI
DÁ; NÃO VENDE"
Uma pobre mulher jazia em seu
leito de morte prestes a render a alma ao Criador. Uma sede
abrasadora secava-lhe a língua, e ansiava por um pouco de
água fresca. À beira do leito sua filha, mocinha de seus
quatorze anos velava. Ela teve este pensamento: "Vejo
lindíssimas uvas, sempre que passo pelo palácio real. Vou
ver se me vendem um cacho, que não pode ser muito caro. Oh!
se pudesse ao menos conseguir um cacho para minha mãe!" Em
direção, pois, do palácio correu, e à entrada a sentinela
perguntou com voz áspera, o que pretendia ali.
"Quero falar com o rei",
explicou a mocinha. "É impossível! não pode!" "Mas minha mãe
está morrendo! tenha dó da gente!" "Estranho nenhum tem
licença de passar por aqui." Partiu-se o coração da moça, e
as lágrimas irromperam de seus olhos.
Nesse momento chegou ali o
príncipe, filho do rei, que, enternecido com o pranto dela,
indagou da sentinela o que havia. Virando-se então para ela
perguntou: "Menina, o que é que quer com o rei?" "Ah, meu
senhor, minha mãe está à beira da morte, e eu queria comprar
para ela um cacho de uvas, porque está abrasada por uma sede
horrível."
Ordenando que o acompanhasse,
levou-a a uma das parreiras, e, cortando com a própria mão
um dos cachos mais belos, entregou-lho dizendo: "Meu pai dá;
não vende." – Guia do Viajante.
VERDADEIRO
AMOR
O pintor Ambrósio já pintara
todos os quadros que pudera imaginar. Apenas um ele não
conseguira pintar: um quadro que representasse o que é o
verdadeiro amor. Acreditava ter encontrado esse verdadeiro
amor em sua noiva, e deu ao quadro os traços da noiva. E
esse quadro mereceu o primeiro prêmio.
Logo, porém, aconteceu que
devesse sofrer grande desilusão em seu amor. Apressou-se
então para o recinto da exposição onde se encontrava seu
quadro, e rasgou-o com as próprias mãos. Como doido andava
pelas ruas, dizendo sempre: "Procuro o verdadeiro amor!"
Passou-se muito tempo sem que
ninguém tivesse notícia do pintor. Tornou-se velho e
encanecido. Um dia o encontraram morto em seu estúdio,
diante de um grande quadro. Este representava a crucificação
de Cristo. O mais comovedor eram os olhos de Jesus, já
tomados da sombra da morte próxima, mostrando bondade
infinita, e dirigindo para o Céu o olhar súplice. Com o
último alento, escrevera o pintor ao pé do formoso quadro:
"O Verdadeiro Amor!" – Alberto Reinecke, Kraft und
Licht.
DEUS
PROVEU UM SUBSTITUTO
Isa. 53:5
Anos atrás, um pequeno mascote
do exército britânico na Índia, menino de dez anos de idade,
ofereceu-se para receber o castigo que cabia a algum
malfeitor desconhecido, em sua tenda. Com o quarto açoite o
pequeno desmaiou, caindo ao chão, coberto de sangue. Os
soldados levaram apressadamente o companheiro para o
hospital, onde por dias ele ficou entre a vida e a morte. O
culpado confessou o mal que fizera e apressou-se a ir ver o
pequeno ferido.
– Ó Quintino, sinto demais!,
soluçou o soldado comovido, você me poderá perdoar tamanha
covardia?
– Não se aflija, Bill, disse o
menino, calmamente; eu queria poupar-lhe o sofrimento. Jesus
ama você, Bill. Ele morreu por você. Você também O vai amar,
não vai, Bill?
O castigo fora tão grande que
o pequeno não resistiu a tanto, e com essas palavras ele
cerrou mansamente os olhos – acabaram para sempre os seus
sofrimentos. Mas Bill começou nova vida, com Deus. Quintino
deu a vida a fim de que aquele soldado, amigo seu, pudesse
viver.
– Meditações Matinais.
A FORÇA
DE QUE NECESSITAMOS
Isa. 40:29
Deus prometeu força suficiente
para enfrentarmos os desafios que nos vêm dia a dia. Esta
força é de três espécies básicas: força para enfrentar
crises físicas, força para fazer face às provas do espírito,
e força para vencer o pecado.
Um
exemplo de força física especial ocorreu em Tampa,
Flórida, faz pouco tempo. Um adolescente ergueu com o
macaco o automóvel, e meteu-se debaixo para fazer qualquer
trabalho no depósito de óleo. De súbito o macaco cedeu,
deixando cair o carro sobre o corpo do moço. Seus gritos de
socorro fizeram com que sua mãe e o padrasto viessem da casa
correndo.
O padrasto, imaginando que a
única maneira do erguer os 1.750 quilos do carro de sobre o
corpo do rapaz, era empregar o macaco. Segurou-o, e começou
a trabalhar. A mãe, porém, se bem que em mau estado de
saúde, agarrou impacientemente o pára-choque de trás, e
ergueu direito o carro no ar. O rapaz aprisionado safou-se
imediatamente. Ao ser-lhe perguntado como fez isto, a mãe
disse: "Eu só sabia que tinha de salvar meu filho."
Idênticas manifestações
poderiam ser citadas para mostrar como Deus capacita o
espírito do homem para enfrentar as provas e crises da vida.
¨
Um médico
missionário encontra-se paralisado pela poliomielite, mas
abre valorosamente seu caminho a certo grau de restauração
que lhe permite ocupar um lugar de utilidade na vida.
¨
Uma jovem, em
terra pagã, permanece fiel a Cristo a despeito da
perseguição.
¨
Uma viúva com
nove filhos ergue-se com êxito a seu novo papel de
mantenedora, bem como de mãe de família.
"PÃO DE
CASA"
Prov. 25:25
Um soldado na última guerra
tinha sido desenganado e o cirurgião ordenou que se
comunicasse aos seus progenitores. O pai veio de longe
trazendo consigo um pão fresco. Quando chegou, o moço estava
numa condição por demais melindrosa e não podia ser
excitado.
Mas o velho homem debruçou-se
sobre o jovem e cochichou-lhe: "Filho, aqui tenho um pão
feito por tua mãe."
"Pão de casa!" – debilmente
balbuciou o moço moribundo. – "Dê-me um pedaço, depressa!"
O seu desejo foi satisfeito;
curou-se-lhe o ponto fraco e, daí em diante, o jovem começou
a melhorar. – Relatório do Trabalho Cristão.
A ESTRELA
NA JANELA DIVINA
Rom. 5:8
Pouco depois de haver perdido
o único filho numa batalha, Sir Harry Launder, renomado
comediante e escritor, foi visitado por um homem no
vestiário de seu teatro. "Algumas noites antes que ele me
fosse procurar", – conta Sir Launder – "esse homem ia
descendo uma rua em Nova York acompanhado por seu filhinho.
O menino interessou-se muito nas janelas iluminadas das
casas, e batia palmas ao ver numa delas uma estrela (que
indicava que um membro da família estava servindo nas forças
armadas).
À medida que iam andando, ele
dizia: "Olhe, papai, outra casa que deu um filho. E ali está
outra! E ali uma caso que tem duas estrelas! E olhe! Aquela
casa não tem nenhuma estrela!"
Por fim chegaram a um terreno
vago. Pela abertura podia-se ver a estrela vespertina
brilhando vivamente no firmamento. O menino, respirou fundo.
"Oh, papai, veja ali", exclamou ele, "Deus deve ter dado Seu
Filho, pois Ele ganhou uma estrela na janela!"
FLORES –
MENSAGENS DE DEUS
Há muito tempo, Napoleão
Bonaparte lançou na prisão um jovem da nobreza, acusado de
conspirar contra o governo. Esse pobre homem acostumara-se à
vida em liberdade, criado que fora na abastança. Sua vida de
estreito confinamento numa cela exígua, sem amigos, sem
livros para ler, era por demais solitária. Apenas duas horas
por dia lhe era permitido ficar fora, num pequeno pátio
ladrilhado, onde gozava do ar puro e da luz do Sol.
Como os dias lhe decorressem
lentos, distraía-se ele fazendo, de pedacinhos de madeira,
pequenos navios, e rabiscando frases na parede. Entre estas
liam-se coisas muito tristes. Num lado da parede escreveu em
letras garrafais: "Todas as coisas vêm por acaso."
Um dia, quando andava para cá
e para lá, no pequeno pátio, notou uma plantinha a brotar no
interstício das pedras. Na falta de outra coisa para lhe
afugentar o tédio, abaixou-se e pôs-se a examinar a
plantinha. No dia seguinte fez a mesma coisa, e pareceu-lhe
que a planta crescera um pouco. Dia após dia renovava a
visita à planta, que se lhe tornou como um amigo. E ficou a
cismar: Teria essa planta também vindo por acaso?
Abaixo das palavras "todas as
coisas vêm por acaso", escreveu a palavra: "Talvez." Apôs
alguns dias, desabrochou uma flor, de linda cor branca e
púrpura, com um friso prateado. Como o prisioneiro se
alegrou! A bela florzinha parecia trazer-lhe uma mensagem.
Como que lhe dizia que coisa alguma acontece por acaso, que
o grande Deus tem um propósito em tudo que acontece. Isto o
reanimou, e reviveu-se-lhe a fé em Deus. A influência da
florzinha continuou. Chegou aos ouvidos da imperatriz a
história do interesse do prisioneiro na flor, e ela se
comoveu e persuadiu a Napoleão a dar liberdade ao preso.
Ao deixar a prisão, levou
consigo a plantinha e a plantou em seu jardim, a fim de que
lhe fosse um perpétuo lembrete da solicitude de Deus.
Essa bela história lembra
outra: O grande explorador Mango Park foi um dia assaltado e
roubado por selvagens, no coração da África, a 800
quilômetros da mais próxima colônia européia. Sem roupa nem
alimento, pensava em deitar-se ali no deserto e deixar-se
morrer, quando notou uma pequena flor junto do lugar em que
estava sentado.
Ao baixar-se para examiná-la,
veio-lhe o pensamento de que, por certo, Aquele que criara
aquela flor no deserto não ficaria indiferente a uma
criatura feita à Sua própria imagem. A idéia inspirou-lhe
novo ânimo, e resolveu prosseguir até que achou socorro.
Assim, a pequenina flor foi instrumento em incutir-lhe ânimo
e salvar-lhe a vida.
ARRIEM OS
BALDES
O grande Amazonas despeja
quantidade tão enorme de água doce no Oceano Atlântico, que
por quilômetros e quilômetros, fora de vista da terra, em
frente à foz do caudaloso rio, as águas do mar são doces
como as do rio.
Há anos um navio a vela,
partindo da Europa em demanda de um porto sul-americano,
encontrou tantas adversidades que a travessia dilatou-se
além de todo cálculo, e a água potável de bordo, não
obstante todo cuidado escasseou, faltando completamente.
Algumas horas depois de
acabada a última gota, o navio parado lá pelas alturas do
Equador, avistou no horizonte um vapor. Quando o mesmo já se
achava a distância conveniente para uma comunicação, içaram
sinais, telegrafando a sua condição desesperadora: "Estamos
morrendo de sede!" Imensa admiração! A resposta que no mesmo
instante içou-se no mastro do vapor parecia até uma
zombaria: "Água doce aí mesmo. Desçam os baldes!"
Ignoravam que se achavam na
poderosa corrente oceânica do Amazonas, e que, em vez de
águas salgadas, estavam cercados de água doce. Água doce com
fartura infinita!
Pode ser, meu companheiro de
viagem para a eternidade, que sua alma esteja bradando:
"Que preciso fazer para me salvar?", e você está
desconhecendo totalmente que a doce corrente do amor de Deus
está lhe cercando por todos os lados. Desça os baldes! –
Guia do Viajante.
OCULTAR
FALTAS
Um imperador da antiga
Macedônia mandou que um pintor lhe fizesse um retrato. O
artista percebeu que na fronte do monarca havia uma cicatriz
e sabendo que ela fora produzida por golpes que recebera em
combate na defesa da pátria, compadeceu-se dele e quis
ocultar-lhe a deformação da fisionomia. Como conseguiu
fazê-lo? Pintou o monarca com a cabeça recostada à mão, de
tal maneira que um dos seus dedos cobrisse a cicatriz.
Muitas vezes a missão da caridade consiste em cobrir
delicadamente os defeitos alheios. – Respigando.
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