DECÁLOGO
A LEI DE
DEUS
O Sr. Prado levantou os olhos
do livro que estava lendo.
– Que deseja de mim? –
perguntou.
– Desejo trabalhar – foi a
pronta resposta de Júlio Souza.
– Trabalhar? E como soube que
tenho trabalho?
– Li seu anúncio no jornal.
– Ah! Leu no jornal? Pois bem.
Preenche você as condições exigidas no anúncio?
– Não sei, Sr. Prado. Mas
pensei que talvez pudesse experimentar e ver.
– Bem. Então vejamos. Que você
pode fazer?
Júlio hesitou um minuto. Sabia
fazer muitas coisas boas, mas não sabia como dizê-las em uma
resposta breve. Respondeu afinal:
– Faço tudo que me ordenar.
– De fato? Se você estiver
inteiramente certo do que diz, é na verdade um rapaz
bastante útil.
– Bem, eu queria dizer –
falou Júlio corando – que posso tentar fazer tudo.
Suponho que um cavalheiro não me ordenará coisas que não
devo fazer.
– Mas imaginemos que eu o
empregasse e no dia seguinte o mandasse ao meu armazém, e
tivesse de subir vinte e cinco vezes a ladeira que fica
defronte à porta de trás. E então?
– Ora, – disse Júlio
sorrindo – tenho certeza de que poderia fazer isso e que
o faria o mais depressa possível.
– Bem, suponhamos ainda que eu
o mandasse ao armazém vizinho, a fim de esperar uma boa
oportunidade para tirar o melhor bacalhau dos que estão
expostos e correr para me entregar. E então?
– Isso eu não poderia fazer,
senhor – disse Júlio.
– Por que não? Não disse você
que faria tudo o que lhe ordenassem?
– Sim, mas tenho algumas
ordens que estão acima de tudo. "Não furtarás" diz uma
delas. E eu preciso cumpri-la.
– Ah! Então minhas ordens
ficariam abaixo dessas?
– Sim, Sr. Prado. Sempre!
E a voz de Júlio era mais
firme do que nunca. Começou a pensar que estava diante de um
homem desonesto e que seria até bom que não o empregasse.
Mas justamente nesse momento o Sr. Prado lhe estendeu a mão:
– Deixe-me apertar-lhe a mão,
meu jovem. Quero experimentá-lo por algum tempo para ver se
é verdade o que diz. Preciso de um empregado que ponha as
leis de Deus em primeiro plano e as minhas em segundo. –
African Division Outlook.
A
RECONCILIAÇÃO APLICADA E ACEITA
I João 2:1
e 2
Jesus Cristo é nosso Advogado,
e o Juiz no tribunal de justiça é o nosso Pai. Ambos nos
amam mais do que pode ser expresso por palavras. Se, ao
enfrentar o julgamento, você soubesse que seu irmão, a quem
você ama, e em quem você tem confiança, devia ser seu
advogado, e soubesse também que seu pai, a quem você
respeita e compreende, seria o juiz, porventura você não
deporia seu caso em suas mãos com espírito tranqüilo? Você
poderia fazê-lo, uma vez que tudo estivesse bem entre vocês
três. Tal é o nosso privilégio hoje, uma vez que deixamos
nosso Irmão mais velho cuidar de nosso caso.
Conta-se a história de uma
mulher cujo marido falecera deixando grande propriedade. O
testamento, no entanto, foi contestado, sendo necessário
passar pelos processos regulares e legais para assentar a
questão. Um advogado do lugar, conhecido do marido,
ofereceu-se para cuidar do caso.
A mulher, não querendo pagar o
trabalho do advogado, começou a adiar sua decisão, até
aperceber de que estava prestes a perder toda a propriedade.
Correu então ao consultório do advogado para aceitar o
oferecimento que lhe fizera. "Sinto", disse ele, "mas fui
designado para juiz nessa questão, depois que lhe falei.
Agora é demasiado tarde."
Um dia, caso não
aceitemos o oferecimento de nosso Salvador, de ser nosso
Advogado, será demasiado tarde para nós. Entretanto,
confiando a Ele nosso caso, e ao nosso Pai celestial, não
precisamos temer. Que paz de espírito podemos fruir! Que
maravilhosa segurança esta verdade proporciona à alma! –
P. C. H.
JÓIA DE
ALTO VALOR
Um dia um joalheiro estava a
trabalhar em sua banca quando entrou na loja um homem
pobremente vestido. Entregando ao joalheiro uma rude pedra
vermelha, perguntou-lhe quanto cobraria para cortá-la e
lapidá-la.
O joalheiro examinou-a
cuidadosamente. Então, volvendo-se para o cliente,
perguntou:
– Onde arranjou esta pedra?
– Oh! está em casa há muitos
anos! Meu pai, faz muito tempo, achou-a na Hungria, e eu
sempre gostei dela. Quando saí de minha terra para vir para
a América, minha mãe a colocou na minha mala. As crianças
gostam de brincar com ela. Nosso último bebê andava
mordendo-a quando lhe nasciam os dentes. Uma vez a perdemos,
e depois a encontramos num buraco de ratos. Mas diga-me:
vale alguma coisa?
– Se vale alguma coisa?! -
exclamou o joalheiro. É legítimo rubi, no valor de pelo
menos quinze milhões reais!
O homem ficou estupefato.
– E nós temos lutado tanto por
toda a vida, para conseguir o pão de cada dia, quando
tínhamos em mãos uma pedra desse valor rolando pela casa!
A Lei de Deus pode ser
assemelhada a essa pedra. Podemos não julgá-la de grande
beleza ou valor, e talvez a deixemos "rolando" em nossa
vida, mas para aquele que a tenha examinado com cuidado,
estudando-a, meditando e orando em relação a ela, e
observando-a, ela é uma jóia que reflete a beleza do caráter
divino. – Revista Adventista.
CONVERSÃO
DE UM ATEU
Um incrédulo de espírito muito
agudo propôs-se a estudar a Bíblia e começou a leitura no
Gênesis. Ao chegar aos Dez Mandamentos, disse a um amigo:
"Vou dizer-lhe o que eu pensava. Eu supunha que Moisés
tivesse sido o guia de uma horda de bandidos; que, por ter
espírito forte, adquiriu grande influência sobre povos
supersticiosos; e que no Monte Sinai ele exibiu alguma
espécie de fogos de artifício, para assombro de seus
ignorantes seguidores que, no misto de temor e superstição
que possuíam, imaginavam ser sobrenatural aquela exibição.
Agora, tenho estado a considerar a natureza da lei. Tenho
procurado ver se poderia acrescentar-lhe qualquer coisa, ou
dela tirar algo, de maneira a torná-la melhor. Senhor, não o
consigo. Ela é perfeita.
"O primeiro mandamento
nos leva a fazer do Criador o objeto de nosso supremo amor e
reverência. Está certo; se é Ele nosso Criador, Preservador
e Benfeitor Supremo, devemos como tal tratá-Lo, a Ele e a
nenhum outro.
"O segundo
proíbe a idolatria. Está muito certo.
"O terceiro proíbe a
profanidade.
"O quarto
determina um período para o culto religioso. Se existe Deus,
por certo que deve ser adorado. É justo que haja uma
homenagem exterior, expressiva de nosso respeito interior.
Se Deus deve ser adorado, é apropriado que seja posto à
parte certo período para esse propósito, quando todos O
possam adorar unânimes, e sem interrupção. Um dia dentre
sete na verdade não é demais, e também não me parece que
seja demasiado pouco.
"O quinto define
os deveres peculiares procedentes das relações de família.
"As ofensas a nosso próximo
são a seguir classificadas pela lei moral. Dividem-se em
ofensas à vida (6º m.), à castidade (7º m.), à
propriedade (8º m.) e ao caráter (9º m.); e
noto que em cada um deles é expressamente proibida a maior
ofensa. Assim, a maior ofensa à vida é o assassínio; à
castidade, o adultério; à propriedade, o furto; ao caráter,
o perjúrio. Ora, a maior ofensa tem de incluir a menor, da
mesma espécie. O assassínio tem de abranger todo o prejuízo
à vida; o adultério, toda a ofensa à pureza; e assim por
diante.
"E o código moral é rematado
por uma ordem que proíbe todo desejo impróprio, em relação a
nosso próximo (10º mandamento).
"Tenho ficado a pensar: Onde
terá Moisés buscado essa lei? Tenho lido a História. Os
egípcios e as nações circunvizinhas eram idólatras. Assim
também eram os gregos e os romanos; e o mais sábio ou melhor
dos gregos ou dos romanos jamais produziu um código de moral
como esse.
"De onde recebeu Moisés essa
lei que ultrapassa a sabedoria e a filosofia dos séculos
mais adiantados? Viveu ele numa época relativamente bárbara;
deu, porém, uma lei na qual a erudição e sagacidade de todos
os tempos subseqüentes não descobrem uma falha sequer. De
onde a recebeu? Não pode ele ter sobrepujado tanto a sua
época, que a produzisse ele mesmo. Estou persuadido quanto a
sua origem. Ele a recebeu do Céu. Estou convencido da
verdade da religião da Bíblia."
O incrédulo (já não mais
incrédulo) permaneceu até à morte firme crente na verdade do
cristianismo. – 6.000 Sermon Illustrations.
ACEITA A
PROPICIAÇAO
Zaleuco, antigo rei de Locres,
instituíra uma lei contra o adultério, com a penalidade de
perder o transgressor ambos os olhos. A primeira pessoa
culpada de transgressão foi o próprio filho do rei. Zaleuco
sentiu-se como pai para com o filho, mas sentiu-se também
como rei para com o seu governo. Se perdoasse o filho, com
que razão poderia esperar que a lei fosse respeitada pelos
demais súditos seus? Como poderia castigar a qualquer
transgressor no futuro?
O caso era difícil.
Depois de muito pensar, procurando um meio que pudesse
conciliar seu amor de pai com o respeito à lei concluiu o
seguinte: Ele próprio faria vazar um de seus olhos, e o
filho perderia um dos seus. Por este meio se preservaria a
honra de sua lei e ao mesmo tempo se estendia ao ofensor a
misericórdia de seu coração. -
Dr. Jenkyn
DE TODAS
AS FORÇAS
Um dia fui ver um dos
professores nativos, no campo em que eu era obreiro.
Chamava-se Thara Myat Po. Encontrei-o
justamente à mesa do almoço, tendo ao lado seu filhinho
Salomão, de três anos de idade.
Enquanto eu esperava, vi que o
pequeno segurava o prato exatamente como o pai. Observei-o a
olhar bem ao rosto do pai, e quando este baixou os olhos,
seu rostinho brilhou de contentamento, e disse:
– Eu amo o senhor, papai!
Os pais gostam de ouvir um
filhinho falar assim, e aquele pai sorriu e perguntou:
– Quanto você ama ao papai,
Salomão?
O pequeno Salomão estendeu os
bracinhos gorduchos o mais que pôde, e disse:
– Tanto assim!
– Então, disse o pai
sorrindo, se você ama tanto assim ao papai, não será
capaz de me trazer uma caneca de água?
Salomão saltou da cadeira e
correu para o pote de água; mas este estava colocado muito
alto. Por uns momentos olhou para ele, depois para a caneca
dependurada junto, mas também estava muito alto. Então, sem
um instante de hesitação, pôs-se na pontinha dos pés, com a
barriguinha apertada contra o esteio e o bracinho estendido
para a caneca. Apenas a podia tocar. Mas esforçou-se quanto
podia, e enquanto seus dedinhos, tocando-a de leve faziam a
caneca balançar e retinir, ele chamava:
– Papai! Papai! Papai! ...
Vi a alegria estampada no
rosto do pai. Esperou um momento apenas, gozando a prova do
amor de seu filhinho, e então se levantou apressadamente da
mesa, foi para junto do filho e o ergueu nos braços até que
sua mãozinha pôde alcançar a caneca e tirar água do pote.
Então o pai o desceu ao chão de novo e o pequeno correu para
a mesa, levando a caneca de água. Quando lá chegou, a metade
da água da caneca se havia derramado, mas bem ouvi o pai
dizer:
– Esta é a caneca de água mais
doce que já bebi em toda minha vida!
Assim é que se dá entre nós e
nosso Salvador. Quando Lhe perguntamos o que precisamos
fazer para ter vida eterna, Ele diz: "Se queres entrar na
vida, guarda os mandamentos."
Mas os mandamentos estão muito
alto, e nós somos fracos demais. Que poderemos fazer, então?
Servir ao Senhor com todo o coração e toda a alma e todas as
forças. E tendo feito isto, Jesus nos ergue, cobre com a Sua
gloriosa justiça as nossas faltas, e nós estamos completos
nEle. – Érico B. Hare.
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