LAR
O QUE É
O LAR?
Oitocentas respostas foram
enviadas a um magazine de Londres para responder à pergunta
acima citada. As respostas foram enviadas por pessoas que
representavam todas as classes sociais.
Vieram de lares abastados,
ricos e também humildes e pobres. Sete destas, as quais o
diretor chama "gemas", foram escolhidas e publicadas.
Ei-las:
LAR – Um mundo de
contrariedades lançadas fora, e um mundo de amor condensado.
LAR – O lugar onde os pequenos
são grandes e os grandes são pequenos.
LAR – O reino do pai, o mundo
da mãe e o paraíso da criança.
LAR – O lugar onde mais
murmuramos e o lugar onde nos tratam melhor.
LAR – O centro de nossas
afeições, em redor do qual circulam os menores anelos do
nosso coração.
LAR – É o lugar onde o nosso
estômago recebe três refeições completas, e o nosso coração,
milhares.
LAR – O único lugar na Terra
onde as faltas da humildade são ocultas sob o doce manto da
caridade.
DR. BILLY
GRAHAM E O CULTO DOMÉSTICO
No jornal "Christian
Herald" o célebre conferencista Billy Graham assim
fala a respeito do culto doméstico:
1.
Produz união na
família e acaba com atritos e contrariedades.
2.
Faz a família
sentir a presença de Deus no lar.
3.
Ensina aos
filhos que o Evangelho é aplicável à vida diária e não é só
para os domingos.
4.
Oferece
oportunidade a cada membro da família para examinar o seu
coração e sua vida.
5.
Fortalece os
membros da família para as tarefas e responsabilidades do
dia.
6.
Prepara cada um
para os contratempos que possam surgir e ajuda a suportá-los
com paciência.
7.
É parte
suplementar do trabalho da Igreja e faz do lar um santuário
para Cristo.
A ATRAÇÃO
DO LAR
"Uma criança falava de seu lar
a um amigo, quando este lhe perguntou: "Onde é o seu lar?"
Fitando sua mãe com olhos amoráveis, respondeu: "Onde mamãe
está." – 6.000 Sermon Illustrations.
O LAR E
A ESCOLA
Diz uma velha fábula que
alguns peixes se sentiram muito incomodados por verem uma
porção de lagostas nadarem para trás em vez de nadarem para
a frente, como é natural. Reuniram-se os peixes e ficou
resolvido abrirem uma classe destinada a ensinar as pequenas
lagostas a nadarem corretamente. Bom número de jovens
lagostas compareceu, porque os peixes sabiam que começando
com as pequenas, quando essas crescessem estariam nadando
direito e não esqueceriam mais.
A princípio, aprendiam bem;
mas, em seguida, ao voltarem para casa e vendo seus pais e
mães nadarem na antiga maneira incorreta, logo esqueceram as
lições aprendidas.
Assim, muito do que uma
criança aprende bem na escola é prejudicado por uma má
influência do lar. Não raro, o lar desfaz o que é aprendido
na escola. – Bible Class Magazine.
FELICIDADE
NO LAR
Narra J.R. Miller a história
de um casal que, logo nos primeiros dias, começou a viver em
atritos contínuos, de maneira que bem cedo a jovem senhora
se sentiu desanimada, concluindo ter sido um erro o seu
casamento.
Um dia, à mesa do almoço, de
novo se acalorou a conversa, e por tal modo que o marido,
erguendo-se irritado, voltou ao trabalho sem mesmo se
despedir da esposa. Esta, prorrompendo em inconsoláveis
soluços, subiu ao quarto para dar livre curso às lágrimas.
Ao entrar, deu com os olhos num formoso cromo que adornava a
parede.
Embora já muitas vezes as
tivesse lido, nunca lhe penetraram tão vivamente na alma as
palavras que ali se achavam: "Que faria Jesus?" Procurou,
desde logo, responder à sugestiva pergunta. Jesus, concluiu,
sem dúvida não procederia dessa maneira. Seria bondoso,
paciente, e não voluntarioso e irritadiço.
A atitude da esposa para com o
marido mudou completamente, daí por diante. Ao voltar este
para casa, no fim do dia, ela o aguardava bem disposta e
gentil. O amor egoísta cedera lugar a um amor abnegado,
pronto para servir. Contou ao esposo o ocorrido, e ele
também sentiu o benfazejo influxo da pergunta: "Que faria
Jesus?" Ajoelharam-se ambos, em fervorosa prece a Deus, que
ouviu, como sempre ouve os sinceros e penitentes. Ambos os
corações se fundiram ao calor de um amor verdadeiro, que
encontrou sua finalidade em servir, em vez de ser servido.
O singelo cromo, com sua
incisiva pergunta, salvara o lar em perigo. Não valeria a
pena todos os recém-casados levarem para seu novo lar um
cromo com essa legenda? – Matrimônio Feliz.
NOSSO LAR
– A RESPOSTA DE DEUS
Durante a guerra, grandes
aviões com sua carga mortal sobrevoaram a Áustria. Milhares
de casas foram destruídas, fábricas incendiadas e a capital
passou por grande aflição. Inúmeras famílias foram deixadas
sem lar, como só acontece quando há guerra.
Um dia Gene e Maria voltaram
da escola para a casa apenas para descobrir que não somente
a casa tinha sido destruída pelas bombas, mas tanto o pai
como a mãe haviam sido mortos. Os vizinhos os levaram, com
muitas outras crianças sem lar, para o grande orfanato da
cidade. Bem podemos imaginar a tristeza e a amargura
daquelas pobres crianças. Contudo, não esqueceram os
ensinamentos dos pais e muitas vezes, ao se encontrarem no
vestíbulo do orfanato, cruzavam as mãozinhas e oravam ao Pai
celeste. Não sabiam o que o futuro lhes reservaria.
Um dia foi anunciado que um
país vizinho se oferecia para arranjar lares para muitas
daquelas crianças. Todos estavam excitados e felizes no dia
da partida. Gene e Maria saíram correndo com seus poucos
pertences debaixo do braço e entraram no ônibus que os havia
de levar até à estação, onde tomariam o longo trem
sibilante. Seria sua primeira viagem de trem. Centenas de
crianças seriam levadas da pátria para um país estranho,
onde deveriam encontrar novos lares – novos papais e novas
mamães.
Quando soou o apito, o trem
começou a movimentar-se, ganhando velocidade. Logo cortava
os campos com rapidez enquanto ansiosos olhinhos
perscrutavam cenários que nunca seriam esquecidos. Gene e
Maria, contudo, não estavam desmaiado ocupados para poderem
cruzar de vez em quando as mãozinhas e curvar as cabecinhas
para uma oração:
"Querido Jesus, Tu sabes que
perdemos nosso papai e nossa mamãe: dá-nos, por favor, um
novo lar. Não permitas que sejamos separados e envia-nos
para o lar conveniente."
Logo o trem diminuiu a
velocidade e parou numa estação. Crianças e mais crianças
emergiram dos superlotados carros e fizeram filas na
plataforma. Muita gente da cidade ali estava, a fim de
escolher uma criança e adotá-la. Aqui e ali uma era
escolhida por ansiosos casais que fitavam aqueles órfãos de
um país estranho. Aqueles rostinhos tristes se voltavam para
cima para verem seus novos pais.
Os que sobravam voltavam para
o trem e viajavam para a próxima cidade. O dia inteiro
repetiu-se a cena, enquanto o grande trem, hora após hora,
carregava aqueles pedacinhos da humanidade para novas
aventuras. De quando em quando Gene e Maria repetiam a
oração para que de qualquer maneira Deus encontrasse para
eles o devido lar.
Estava quase escuro quando o
trem parou outra vez numa grande estação. Gene e Maria
separaram-se ao descerem do trem para a fila, onde, conforme
pensavam, seriam passados por alto, como tantas vezes já
havia acontecido antes. Essa manhã, em certa cidade, um
casal cristão estava fazendo o culto quando uma batida na
porta anunciou a chegada do jornal matutino. Depois de
terminado o culto, passaram os olhos pelo jornal para lerem
as manchetes:
"Trem de crianças austríacas
chega esta noite", foi o que lhes atraiu a atenção. A
bondosa senhora olhou para o marido, e disse: "Querido, esta
é a nossa oportunidade de conseguirmos o menino que há tanto
tempo você deseja." O marido respondeu com um sorriso: "Não,
querida, você sempre desejou uma menina e não quero ser
egoísta.
Enquanto vou trabalhar, você
vai à estação e, quando o trem chegar, escolha uma linda
menina de cabelos crespos para nós." Por algum tempo
estiveram considerando se devia ser menino ou menina. De uma
coisa estavam convictos: que só poderiam cuidar de uma
criança. Existia no coração de ambos uma simpatia especial
pelos austríacos, pois ambos tinham parentes na Áustria.
Finalmente chegaram à conclusão de que adotariam um menino
que tivesse cabelos crespos, ombros largos e se parecesse
com o pai adotivo.
Quando o trem parou em sua
cidade aquela noitinha e as centenas de crianças fizeram
fila para procurar novos pais, a Sra. Bergman estava lá.
Andou avidamente de um lado para outro, contemplando os
rostinhos magros e tristes das pequenas vítimas da guerra.
Podia ler a história de desapontamento, desolação e fome em
muitas faces. Afinal notou um rapazinho que parecia ter as
feições procuradas, ombros largos, cabelos crespos e ar
tranqüilo e calmo. Havia algo nele que lhe atraiu a atenção.
Era parecido com alguém que ela já tinha visto antes.
Aproximou-se dele com um sorriso:
– Você quer vir para a nossa
casa? Temos um balanço no quintal e nenhuma criança para
brincar nele. Eu gosto de um homenzinho como você. Você vem
comigo?
Gene continuou de pé. Afinal
respondeu com sua voz fina:
– Sim, eu gostaria de ir com a
senhora e brincar no balanço, mas tenho uma irmãzinha e
queremos ficar juntos.
Sua voz tremeu um pouco na
última palavra e lágrimas brilharam-lhe nos olhos.
– Oh, mas sua irmãzinha será
escolhida em outra parte! Nós só podemos ficar com um. Venha
comigo – rogou a Sra. Bergman.
– Mas nós pedimos a Jesus que
nos mandasse para a mesma casa e temos certeza de que Ele
terá um lugar onde poderemos ficar juntos, pois perdemos
nosso pai e nossa mãe – disse o pequeno, num soluço.
O coração da senhora ficou
tocado. Ali estava um menino que cria em Deus e cria que Ele
havia de responder à sua oração. Respondeu rapidamente:
– Onde está sua irmãzinha? Vá
buscá-la, para eu vê-la.
O pequeno correu, procurando-a
na fila, e voltou em seguida com ela pela mão. Ambos
pararam, fitando a bondosa senhora com olhar súplice.
– Aqui está ela – disse Gene
com um sorriso.
Lágrimas assomaram aos olhos
da senhora enquanto sentia um nó na garganta. Que injustiça
estaria praticando ao separar aqueles irmãozinhos, únicos
sobreviventes daquela família destruída pelo bombardeio!
Convenceu-se de que devia aceitar os dois. Olhando-os
intensamente, disse:
– Bem, queridos, não sei o que
meu marido dirá, mas vou levar vocês dois. Venham comigo e
logo chegaremos em casa.
Com exclamações de alegria
eles disseram adeus aos companheiros e logo se perderam no
meio da multidão, seguindo sua nova mãe até o auto lá em
baixo, na estação. Pouco depois estavam sentados na sala de
uma boa e ampla casa, esperando algo para comer.
A Sra. Bergman estava na
cozinha preparando alguma coisa para os famintos aditamentos
de sua família. Com os olhos bem abertos, os pequenos
olhavam tudo o que havia na casa. Realmente estavam
contentes de estar nesse novo lar, mas ainda um pouco
receosos do futuro. De repente Gene apontou o dedo magro
para o retrato de uma mulher que estava sobre o piano.
– Veja – disse ele a Maria –
parece...
Não pôde continuar. Um soluço
embargou-lhe a voz e ambos começaram a chorar. Não podiam
controlar as emoções. Quando a Sra. Bergman ouviu os
soluços, veio correndo para ver o que havia.
– Que é que vocês têm? Que
aconteceu? Vocês não estão satisfeitos aqui?! – exclamou
ela.
– Sim – disse a menina por
entre as lágrimas – estamos contentes.
– Então, por que estão
chorando tanto? – perguntou ela.
Logo que se acalmaram um
pouco, olharam para a face maternal da Sra. Bergman e
apontaram para o quadro sobre o piano. A senhora, fitando o
retrato, disse:
– Sim, é minha irmã. Por que
vocês choram ao ver essa fotografia?
A menina soluçou:
– Essa é nossa mãe!
Então a Sra. Bergman concluiu
que sua irmã, que fazia anos havia ido para a Áustria e dela
não tinha notícias já havia quatro ou cinco anos, teria sido
morta no bombardeio. Depois de considerável interrogatório,
ficou convicta que estes eram realmente os filhos de sua
irmã.
Oh, que alegria houve naquele
lar e que gratidão por Deus ter ouvido as orações daquelas
crianças deixadas sem lar! Compreenderam que há um Deus que
ouve e responde de modo maravilhoso às orações.
– M.V. Kit –
Spring 1958.
REMÉDIO
COMPROVADO
Meus pais viviam em boa
harmonia. Nunca trocavam palavras violentas. Quando tinham
alguma briga, reconciliavam-se calmamente. Era meu pai o que
terminava mais cedo o amuo, estendendo a mão à mamãe.
Um dia sobreveio-lhes, por
minha causa, um desses desentendimentos. Mamãe estava
magoada, de costas para o papai, e fazia como se não o
visse. Papai ficou logo cansado dessa situação e almejava a
volta da paz. Mamãe, porém, mantinha-se amuada, não
atendendo ao costumeiro empenho de papai para se
reconciliarem.
Então papai acendeu uma
lanterna, em pleno dia, e com ela começou a percorrer a
casa. Foi da sala para o quarto, passou para a cozinha e o
corredor, e subiu ao sótão. Voltou para a sala e começou de
novo a busca. Apesar de muito admirada, mamãe permanecia de
lábios fechados, nada perguntando. Quando, porém, papai
abriu as gavetas e as portas do armário, tudo iluminando com
sua lanterna, remexendo entre as peças de roupa e atrás de
panelas e vasos, não se conteve ela por mais tempo, e
perguntou que era que ele estava procurando com tanto
empenho. Papai lançou-lhe um olhar ansioso e disse:
– Estou à procura de uma boa
palavra sua!
E com isso alcançou, afinal, a
reconciliação.
– Augusto Winnig.
UM
CONSELHO
Certa ocasião uma senhora
procurou o grande evangelista Gipsey Smith e disse-lhe:
– Sr. Smith, sou mãe de doze
filhos, mas Deus revelou-me ultimamente que devo pregar o
Evangelho.
– Muito bem, replicou-lhe o
cigano pregador, a senhora deve considerar-se muito feliz. É
que Deus, chamando-a para pregar o Evangelho, preparou-lhe
uma magnífica congregação. Volte para casa e comece a sua
importante missão. – Voz Missionária.
AONDE
FORES IREI EU
Rute 1:16
Por ocasião do naufrágio do
Titanic, no norte do Oceano Atlântico, foi feito supremo
esforço para recolher as mulheres e as crianças nos botes
salva-vidas, pois o navio estava indo a pique. Mas a Sra.
Isadora Straus recusou-se a entrar no salva-vidas, e
voltando-se para seu dedicado marido, disse: "Aonde fores,
irei eu", e submergiu-se com o navio, agarrada ao esposo.
As palavras do texto se acham
cravadas na base do monumento aos pioneiros do Old Oregon.
Que coragem foi necessária àquelas mães pioneiras para
entrar no Oeste desconhecido com seus esposos, segurando a
mão de seus filhinhos! Também elas tiveram o espírito de
Rute, e poderiam dizer: "Aonde fores, irei eu".
Esta qualidade da constância é
um belo característico. Disraeli, o eminente
primeiro-ministro do Império Britânico durante o reinado da
rainha Vitória, disse que o segredo do êxito é a constância
de desígnio.
Addison foi ainda mais longe e
declarou: "Sem constância não há nem amor, nem amizade, nem
virtude no mundo."
Shakespeare exclamou: "Ó Céu!
fosse o homem tão-somente constante e seríamos perfeitos."
Não admira que a constância de
Rute a tornasse cara ao coração de Deus.
DEUS
DOMINA AS TORMENTAS
"Deus opera de maneira
misteriosa as Suas maravilhas; Ele faz o Seu caminho no mar
e cavalga as tempestades."
Deus cavalgou uma tormenta na
vida de um homem. Estava ele na taberna bebendo com os seus
companheiros, como de costume. Mas essa noite eles estavam
debatendo sobre quem tinha a melhor esposa. O homem que
tinha esposa adventista, finalmente disse: "Vocês não sabem
o que estão dizendo. Eu tenho a melhor esposa do mundo.
Venham à minha casa e eu lhes darei a prova."
Era mais de meia-noite quando
se dirigiram para a casa do que convidara. Logo na escada
ele chamou pela esposa. Ela respondeu bondosamente: "Já vou,
querido. Já estou descendo." Quando ela chegou à escada, o
homem viu não um rosto irado, mas uma fisionomia bondosa e
um sorriso nos lábios, enquanto dizia: "Que deseja,
querido?"
"Estes são meus amigos", disse
ele, "e estamos com fome."
"Está bem; fique conversando
com os seus amigos na sala, enquanto eu vou preparar alguma
coisa para comerem."
Logo o aroma de alimentos
gostosos chegou até eles. Os homens se levantaram e
disseram: "Não precisamos de mais provas. Você tem de fato a
melhor esposa do mundo." E saíram.
Quando momentos depois a
esposa entrou com a comida, os homens já se haviam retirado.
Ela então quis saber do marido o que havia acontecido.
"Querida", disse ele, "como pode você ser tão bondosa para
homens como eu?"
Esta foi a sua oportunidade.
"Querido", disse, "Jesus logo
virá, e eu então irei experimentar uma felicidade que
jornais terá fim. Como você não está fazendo planos para ir
para o Céu comigo, procuro dar a você aqui um pouco de
felicidade."
Ele olhou ternamente para ela,
e disse: "Se você vai para o Céu, eu quero ir com você.
Prometo-lhe que nunca mais tomarei um bago de álcool."
E manteve sua palavra. Nunca
mais bebeu. Um dia foi batizado e uniu-se à igreja. E o seu
lar que era um inferno se tornou um pedaço do Céu.
A ÁGUA
MILAGROSA
Referem os autores o caso
gracioso de uma pobre mulher que se foi queixar do marido a
um velho sacerdote.
– Logo que entra em casa é uma
tormenta de impropérios e de injúrias. Todos os dias se
repetem estas cenas violentas, que escandalizam a
vizinhança. Ando consumida, já me é impossível a vida;
diga-me padre, que devo fazer nesta situação?
O padre, depois de ouvi-la com
toda a paciência, foi buscar um frasco de água e o entregou,
dizendo:
– Esta água, tirada de uma
fonte junto à igreja de São Geraldo, é milagrosa. Todas as
vezes que seu marido aparecer colérico, e começar a
maltratá-la com palavras ásperas, tome um pouco desta água
na boca, e conserve até que ele fique calado. Você verá que
a água de São Geraldo possui uma virtude maravilhosa.
A esposa fez exatamente como
lhe ensinara o padre, e observou que quando colocava a água
na boca, a ira do marido ia se tornando cada vez menos
freqüente, até que enfim cessou e reinou a paz entre o pobre
casal. A mulher foi ao padre agradecer o portentoso efeito
da água milagrosa de São Geraldo.
– Minha filha – disse-lhe
então, o sacerdote – a água que lhe dei só teve uma virtude:
a de fazer você calar, porque enquanto estava na boca, você
não podia proferir palavra. A este silêncio, e só a ele,
você deve o benefício da paz e concórdia que você agora
desfruta com seu marido.
Se, quando um se agasta o
outro se calasse, nunca haveria discussões nas famílias.
Muitos casais seriam felizes e viveriam em perfeita harmonia
se o cônjuge sensato e prudente experimentasse sempre, nos
momentos precisos, o efeito milagroso da água de São
Geraldo.
– Das Lendas do Céu e da
Terra.
UNIDO COM
JESUS
Um viajante, atravessando
acidentada montanha, deparou com enorme rochedo caído sobre
o caminho, obstruindo a passagem, onde não havia desvio
algum.
Vendo que não podia continuar
sua viagem por causa do rochedo, tentou removê-lo, mas seus
esforços foram inúteis. Entretanto, assentou-se à beira da
estrada, cheio de tristeza, dizendo a si mesmo: "Que será de
mim! Sozinho, virá a noite, com seus perigos nesta medonha
solidão!" Quando meditava assim, outro viajante aparece, e,
por sua vez, tenta, debalde, remover o rochedo.
Então lhe diz o primeiro:
"Nada podemos por nós mesmos, oremos ao Pai Celeste e Ele se
compadecerá de nós." Prostrados, pois, levantaram suas mãos
aos céus numa fervorosa e humilde prece. Terminada a oração,
disse o primeiro viajante: "Aquilo que nenhum de nós pôde
fazer só, procuremos fazer juntos."
Uniram sua vontade, uniram
suas forças e o bloco de pedra tombou no abismo, o caminho
se abriu e juntos, na mais doce paz, prosseguiram sua
jornada.
O primeiro viajor é o homem, a
viagem é a vida, o auxiliar é a esposa fiel, esforçada e
santa, que Deus lhe depara; o rochedo são as misérias, as
doenças, os trabalhos, que se renovam e que se encontram a
cada passo no caminho da existência. Sozinho, o homem não
pode suavizá-los, mas unido à sua mulher, juntos, cantarão
vitória.
– Lição dos Fatos.
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