PACIÊNCIA,
PERSEVERANÇA
O TESOURO
DA PACIÊNCIA
Conta-nos Stewart Robertson de
duas fontes. Uma encontra-se na Islândia, fora de vistas, no
interior de profunda cratera. Os turistas gostam de jogar
uma pedra ou um pedaço de sabão nessa cratera, e então
afastar-se e esperar. Daí a pouco ouvem um som de água que
murmura e ferve, e uma irada coluna de água suja, juntamente
com pedaços de rocha, lixo e lama, é projetada no ar.
A outra fonte de que ele nos
fala encontra-se nos planaltos da Escócia. A fonte mana uma
água cristalina, num constante e brando murmurejar. Se se
lança nela uma pedra, detém-se uns momentos o murmurejar,
mas logo a pedra é engolida e a fonte continua plácida como
sempre.
Algumas pessoas são como a
primeira fonte: a qualquer observação desagradável, a
qualquer ofensa do semelhante, lança de si ressentimento e
ira. Outros – e estes devem incluir todos os cristãos – são
como a pequena fonte da cena: se uma falta de bondade lhes
atravessa o caminho, têm uma resposta branda, e jamais se
lhes perturba a calma interior. Isto é o que é dar uma
resposta branda, como diz Prov. 15:1.
Palavras que se digam em
resposta a uma pessoa irada geralmente agem como um chicote,
fustigando-lhe o temperamento e tornando-o mais furioso. Mas
a ira que encontra o silêncio, bem depressa desvanece.
Refreie o cristão a língua, resolvendo firmemente não falar
palavras ásperas, impacientes. Com a língua refreada, poderá
ele ser vitorioso, cada vez que for chamado a passar por uma
provação da paciência.
O
COLPORTOR CEGO E O GERENTE DO BANCO
O irmão cego J.B. foi, por
mais de 20 anos, um fiel colportor-evangelista. Era bem
conhecido dos homens de negócios da cidade comercial, os
quais o recebiam sempre cortesmente e o ajudavam a
atravessar os cruzamentos da cidade, em que havia intenso
tráfego.
Certo dia dirigiu-se a um
estabelecimento bancário da cidade. No seu caminho, dentro
do Banco, deixava um exemplar de pequeno livro a cada
funcionário, dizendo-lhes que nele havia uma mensagem de
amor da parte de Deus; e que nesse meio tempo o examinassem
e que logo após voltaria. Quando o colportor chegou à
escrivaninha do gerente, se apresentou com o mesmo livro.
O gerente se enfureceu, atirou
o livro no ar, e dirigiu-se rapidamente a todos os
funcionários, arrebatou-lhes os livros e os jogou
violentamente contra a porta do estabelecimento, e intimou o
velho colportor cego a ir embora. Mas, à semelhança de seu
Salvador, o colportor cego orava: "Pai, perdoa-lhe, porque
não sabe o que faz".
Em seguida abaixou-se e com as
mãos procurava em todo o piso a fim de recolher os preciosos
livros que continham a mensagem do amor de Deus. Cada vez
que achava um, exclamava: "Deus seja louvado, salvei mais
um". Assim continuou, até que achou a todos. Durante todo o
tempo o gerente do Banco o observava e quando o velho
colportor estava perto da porta para ir embora, o gerente
correu até ele, segurou-o pelo braço e lhe disse:
– Por favor, perdoe-me, agi
como um louco. Volte para dentro e dê-me todos estes livros.
Em seguida foi pessoalmente
distribuir um exemplar do livro a cada funcionário do Banco.
Indagou do colportor o preço de cada livro, e pagou-lhe o
dobro do preço devido. E ainda se escusou humildemente,
dizendo: "Hoje, o senhor me ensinou uma lição maravilhosa de
educação e de verdadeiro cristianismo. Por favor, volte aqui
sempre que tiver outros livros, e eu pessoalmente o ajudarei
a colocá-los".
Naquela ocasião se confirmou o
que o sábio disse em Provérbios 15:1: "A resposta branda
desvia o furor".
– Extraído do Boletim de
Colportagem, da Itália.
CONSTRUINDO A PONTE
Autor
desconhecido, Tradução
Seguia um velho em solitária
estrada,
Quando, ao cair da tarde,
longa e fria,
Se viu perante a fauce
escancarada
De abismo em que revolta água
rugia.
Ao rio se lançou sem hesitar,
Transpondo-o, o viajor
experiente;
E noutra margem, ei-lo a
levantar
Sólida ponte sobre essa
torrente.
"Por que, amigo, as forças
desperdiça",
Observa alguém, "ao termo da
viagem?
Seria justo abandonar a liça
E descansar, após árdua
passagem..."
O sábio construtor ergueu a
fronte
Encanecida pelos largos anos,
E diz: "Além, um jovem desce o
monte;
Ingênuo sonhador, sem
desenganos,
Não conhece os perigos dos
caminhos;
Ele amanhã terá de atravessar
O hiante abismo, os pedregais
e espinhos...
Para ele a ponte: deixe-o,
pois passar!..."
APRENDENDO
A PERSEVERANÇA COM A FORMIGA
Timur, o famoso guerreiro que
conquistou rapidamente várias nações do Oriente, costumava
contar a seus amigos o seguinte fato ocorrido em sua
juventude:
Uma vez – dizia – vi-me
obrigado por meus inimigos a me refugiar em um edifício em
ruínas, onde permaneci sentado durante muitas horas.
Desejando desviar o pensamento de minha condição
desesperada, fixei a vista em uma formiga que tentava subir
por uma parede, carregando um grão de trigo maior do que
ela. Observei os esforços que desprendeu para conseguir o
que desejava. O grão caiu ao chão 69 vezes, mas o inseto
perseverou e por fim, na septuagésima vez, pôde chegar ao
alto. Isto me confortou grandemente naqueles momentos e
jamais me esqueci da lição. – Respigando.
FABRICANDO
UMA AGULHA
Conta-se a história relatada
pelos chineses de um de seus filósofos que, durante os anos
escolares, lançou o livro em que estudava ao solo, certo de
que nunca poderia assenhorear-se dele. Depois deste
incidente se encontrou com uma senhora que estava esfregando
uma barra de ferro sobre uma pedra.
– Por que está fazendo isto? –
perguntou o estudante.
– Porque desejo obter uma
agulha e assim estou afinando esta barra até que fique em
condições de ser usada para coser.
A lição de paciência e
perseverança não foi desprezada pelo jovem, que tomou
novamente seus livros e, dedicando-se a eles, tornou-se um
dos maiores mestres chineses.
Nossos deveres poderão
parecer-nos tão pesados como a tarefa de tornar uma barra de
ferro numa agulha. Entretanto, com paciência e a ajuda de
Deus, conquistaremos todos eles.
Bem disse o poeta que
escreveu: "Mais alto do que o temor e mais forte do que o
destino é o amor e a fé que pacientemente esperam".
– Amós R. Welles.
A
PRECIOSA JÓIA DA PACIÊNCIA
Apoc. 14:12
Paciência, obediência e fé,
eis três das jóias da coroa de Cristo nosso Rei. Nestes
últimos dias essas qualidades são raras, mas o olho
pesquisador de Deus discerne o que estão exibindo ao mundo
essas preciosas gemas.
A Paciência é uma das maiores
e mais sublimes qualidades vistas no homem. Shakespeare
exclamou: "Quão pobres são os que não têm paciência!" Mas
muitas pessoas jamais aprenderam esta gentil arte. Admiramos
qualquer pessoa que revele tal virtude.
Um dos populares clérigos da
antiga história de Boston era o Dr. Cotton Mather. Era um
homem muito querido por sua disposição amável e, por sua
paciência mesmo. Mas ele tinha alguns inimigos porque tomou
partido político em alguma coisa de interesse da região e
também porque reprovava fielmente a iniqüidade. Como
resultado foram-lhe enviadas algumas cartas muito abusivas,
as quais ele amarrou num pacote e escreveu em cima:
"libelos. Mather esquecê-las."
Este é um século de
impaciência. No caso de muitas pessoas o ânimo está sempre
em ponto de ebulição. A velocidade de nosso mundo moderno
não é de molde a ajudar desenvolver esta qualidade chamada
paciência. Acostumados a correr, as pessoas se irritam
quando têm de parar na presença de um sinal vermelho.
Você fica exasperado quando
tem de esperar por uma refeição? Por que você não aproveita
para ler um livro de bolso? Como empregaríamos o tempo na
eternidade se não sabemos o que fazer com meia hora? Para
ser paciente é preciso ter a mente de Jesus.
Um tirano pagão surrava um
cristão e lhe perguntava: "Que coisa importante já fez por
você o seu Cristo?" "Isso mesmo", respondeu o cristão, "que
eu lhe possa perdoar apesar de me tratar assim tão
cruelmente".
PERSEVERANÇA
Os dois pintainhos ainda se
encontravam dentro das cascas, mas conversavam, cheios de
animação:
– Que escuridão, dizia um
deles. Não posso mais sofrê-la.
– Tem paciência, irmãozinho.
Depois da noite vem a madrugada.
– História. Não creio nestas
coisas. Quem garante a você que algo melhor nos espera?
– A lógica e os fatos. Nada
éramos há vinte dias. Estranhos acontecimentos, harmonizados
por uma força inteligente, teimaram em tramar coisas mil
para nos dar carne, ossos, penugem, corpo, membros, cabeça.
Por que tudo isso, senão para uma finalidade mais
importante? Não seria um tempo perdido, dessa força
inteligente, se houvéssemos de nos extinguir, nesta
escuridão?
– Não sei. Tenho um certo
ceticismo.
– Esperemos, então.
O pintainho ateu, sem coragem,
desanimado, não reuniu as energias de que dispunha, para
romper a casca. Mas aquele que acreditava num futuro
diferente, saiu da escuridão para a vida. Como haviam crido,
assim aconteceu, a cada um deles.
TEMOS DE
PERSEVERAR
Mat. 24:13
O local era o Estádio
Imperial, em Vancouver, na Columbia Inglesa. O tempo, 7 de
agosto de 1954. A ocasião, a corrida maratona de uns 40 Kms,
dos jogos do Império Britânico.
Um dos atletas na corrida era
Tiago Henrique Peters. Quilômetro após quilômetro ele esteve
à frente no campo, ganhando distância a cada passo. Ao fim
desse exaustivo exercício, ele se achava a bons vinte
minutos na frente de seu mais próximo competidor. E penetrou
no estádio por entre as aclamações da multidão.
Mas que era isto? Peters ia
diminuindo; cambaleava; caía! Tombava na pista. Companheiros
o incitaram a erguer-se. Incerto, pôs-se de pé, deu alguns
possas adiante, e tornou a cair. Mais uma vez os
companheiros gritaram-lhe palavras de animação, e novamente
Peters se levantou, foi vacilando adiante alguns passos, e
caiu. Doze vezes ele se levantou e doze vezes tombou, e
finalmente, tateou em direção de uma linha branca que ele
parecia julgar a linha final. E ali desfaleceu nos braços de
seu treinador.
Peters não venceu a corrida.
Estava a 60 metros do alvo. Vinte minutos depois um escocês
por nome Tiago McGhee saltou através da linha e foi
declarado vencedor.
Que decepção! Peters fizera
metro após metro, quilômetro após quilômetro. Fizera a maior
parte da corrida. Apenas 60 metros a sua frente! Mas deixou
de resistir "até ao fim", e daí perdeu a corrida.
PACIÊNCIA
NESTA ÉPOCA DE PRESSA
Vivemos na era do "momento" –
era das bebidas do momento, pudins, leites, batatas do
momento. E muitas pessoas estão à procura de descobrir a
religião do momento. Demasiado ocupadas e impacientes demais
para estudar a Bíblia e meditar em suas profundas lições,
precipitam-se daqui para ali à sua maneira secular.
Pessoas assim perdem muito,
pois a impaciência é inimiga da reflexão, da descoberta, de
uma apreciação profunda pelas coisas grandes e belas da
vida.
Anos atrás, um professor, em
um laboratório, entregou a um aluno uma planta, dizendo-lhe
que a estudasse, fizesse desenhos dela e escrevesse o que
visse. Impacientemente, o jovem olhou às folhas, às raízes,
às flores, e dentro de cerca de 15 minutos relatou ao
professor:
"Continue", disse o professor,
"você apenas começou". O aluno serviu-se do microscópio de
mão por um pouco, tomou mais algumas notas, depois se
aproximou outra vez do mestre. "Continue", disse ele, "você
nem começou o ver tudo quanto há naquela planta". Isto
prosseguiu por quatro dias. Então, para surpresa sua, o
aluno começou a ficar fascinado pelas veias da planta, seus
arranjos, o canalzinho do estame. Era como se ele estivesse
explorando um mundo inteiramente novo. Começou a compreender
a observação de Rodin, o escultor: "A lentidão é beleza".
Como esse estudante,
necessitamos maior paciência no estudar as coisas profundas
de Deus.
EXEMPLO
DE PACIÊNCIA
O famoso cientista genovês,
Abauzit, que no século XVIII surpreendeu seus contemporâneos
pela excelência de seu saber, caracterizava-se também pela
sua imensa bondade.
O fato a seguir mostra a
medida de sua imensa paciência. Sua criada um dia atirou ao
fogo, porque estavam amarelados e sujos, os papéis nos quais
Abauzit havia anotado 27 anos de observações do barômetro. O
sábio, cruzando os braços, lutou um instante contra sua
justa indignação, e disse em tom muito calmo: "Você destruiu
27 anos de trabalho; de hoje em diante, não tire nada mais
do meu escritório".
– Fé e Vida.
PERSEVERANÇA
Conta-se que certa vez Bruce
estava na prisão desconsolado e desanimado por causa do peso
da campanha que fizera para libertar seu povo. Meditava em
deixar a luta quando foi atraído por uma aranha que
procurava tecer uma teia; para fazer isto, tinha que
estender um fio entre dois objetos num quarto, para base da
teia. Em sua primeira tentativa caiu; mas voltou e outra vez
lutou para cruzar o espaço entre os dois objetos e outra vez
caiu. Prosseguiu, porém, lutando e caiu sete vezes; na
oitava teve êxito e com o primeiro fio como base pôde
construir sua teia com mais facilidade. Com este incidente,
Bruce se animou de tal modo, que resolveu prosseguir avante,
nunca deixar a campanha até que seu povo fosse liberto. Por
fim ele venceu. – H.W. Beecher.
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