PASTORADOS
Requisitos, Conselhos,
Admoestações, Responsabilidades
PASTOR
I Timóteo
3:1.
"Excelente obra!" Realmente! E
quando Jesus fez referência a João Batista, disse: "Entre os
que de mulher têm nascido, não há maior do que João
Batista", porque veio o servo de Deus realizar a "excelente
obra" de precursor do Messias.
O mistério é glorioso! E um
dos seus aspectos mais preciosos é o pastorado, ou seja, as
relações pessoais do ministro com as suas ovelhas nos
momentos de aflição por doenças, assalto de heresias,
desvios da vida moral, morte, etc., ou nas ocasiões de
aniversários, casamentos e tantos outros aspectos da vida
humana que cercam um discípulo de Cristo.
Recordemos alguns trechos da
Palavra de Deus, para que possamos aquilatar as
responsabilidades de um ministro de Deus, no pastorado:
"Veio-lhe a idéia de ir
visitar seus irmãos" (Atos 7:23). Coração de pastor.
"Procura conhecer o estado das
tuas ovelhas e cuida dos teus rebanhos” (Prov. 27:23).
Conhecer sem visitar, sem relações pessoais?
"Voltemos, agora, para visitar
os irmãos... para ver como passam" (Atos 15:36). Paulo dá
nobre exemplo de cuidado pastoral.
"Vós dispersastes as Minhas
ovelhas, e as afugentastes, e delas não cuidastes; mas Eu
cuidarei em vos castigar a maldade das vossas ações, diz o
Senhor." (Jer. 23:2). Tremenda advertência a todos nós,
pastores.
E faz uma promessa às ovelhas:
"Eu mesmo recolherei o restante das Minhas ovelhas " (Jer.
23: 4).
Zacarias 11:17, traz uma
verdadeira ameaça: "Ai do pastor inútil, que abandona o
rebanho! A espada cairá sobre o seu braço e sobre o seu olho
direito; o braço, completamente, se lhe secará, e o olho
direito, de todo, se secará."
Perguntamos, então, como
Paulo: "Quem, porém, é suficiente para estas coisas?" (II
Cor. 2:16).
Os poucos textos acima citados
bastam para fazer com que as igrejas suspirem por pastores
que realmente exerçam seu ministério pastoral dentro dos
limites da Palavra de Deus. – Altino Vasconcelos.
O CHAMADO
DO PASTOR
Morava na Escócia um pastor de
ovelhas, cuja filha abandonara o lar e fora para Glaskow,
onde começou a viver uma vida de vícios e corrupção moral,
esquecendo-se completamente do seu lar e seus queridos. Um
jovem levou notícias da moça ao pai camponês. Este foi a
Glaskow em busca da filha. Pôs anúncios nos jornais, mas
nada conseguiu. Lembrou-se da sua maneira peculiar de chamar
as ovelhas, maneira que a filha bem conhecia.
Numa noite fria e chuvosa,
saiu pelos bairros duvidosos de Glaskow, chamando ovelhas.
Depois de muito andar, uma moça, esquálida e em andrajos,
saindo de um lupanar, vencendo o frio e a chuva, acorreu ao
chamado do pastor de ovelhas. Era a filha transviada, que
conhecera a maneira peculiar de seu pai chamar as suas
ovelhas. Voltou ao lar. Foi restaurada ao amor paterno.
REQUISITOS
DE UM LÍDER RELIGIOSO
Não será político.
Não se rodeará de amigos
especiais.
Será sempre animado.
Trabalhará em harmonia com seu
superior bem como com seu subordinado.
Seguirá as praxes da
denominação.
Não imporá suas idéias a
outrem.
Não criticará seu predecessor.
Tratará a todos os seus
subordinados igualmente.
Saberá manejar o dinheiro.
Será econômico em suas
despesas de viagem.
Será uma pessoa de decisão.
Será humilde.
Será cortês.
Será estudioso.
Desenvolverá sua vida
espiritual. – R.R. Fighur.
TEM
CUIDADO DE TI MESMO
O grande Charles Finney
empregou muito tempo treinando pregadores. Ele os advertia
com estes sugestivos conselhos:
1. Reconheça que o motivo de
pregar o Evangelho é o amor, como foi o motivo de Jesus em
dar-nos o Evangelho.
2. Procure constatar se você
tem o revestimento do poder do alto.
3. Certifique-se de que a
chamada para pregar o Evangelho não é só do intelecto mas
também do coração.
4. Mantenha-se constantemente
em íntima comunhão com Deus.
5. Que a Bíblia seja sempre
para você o Livro por excelência. Estude-a de joelhos
enquanto você espera a iluminação divina.
6. Acautele-se contra a
confiança demasiada em comentários. Consulte-os, apenas,
quando for conveniente. Tome, porém, as suas resoluções à
luz do Espírito Santo.
7. Conserve-se puro, tanto nas
manifestações da sua vontade como nos pensamentos, nas
palavras como nas ações!
8. Medite intensamente sobre o
amor e a compaixão de Cristo para com eles.
9. Medite constantemente sobre
o estado de culpa e de perigo em que vivem os pecadores, a
fim de que seu zelo pela salvação deles se intensifique.
10. Ame os pecadores tão
profundamente, a ponto de você poder oferecer a tua vida por
eles.
11. Creia firmemente na
promessa de Jesus de estar contido sempre e em qualquer
parte, para dar-lhe o auxílio de que você precisar.
12. Gaste longo tempo, mesmo
dias e noites, em oração, em comunhão direta com o seu Deus,
pois isso fará você poderoso na conquista de almas.
13. Cientifique-se de que o
tempo gasto em adquirir sabedoria e conhecimentos não
recompensa a ausência dessa comunhão. Se você falhar em
manter comunhão com Deus, você ficará fraco como qualquer
outro homem. "Sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a
obra dum evangelista, cumpre o teu ministério".
– M. do Crepúsculo.
PREGADORES
OU EMPREITEIROS
O Dr. Lliver Wendell Holmes,
poeta e famoso médico de Nova Inglaterra, declarou, certa
vez: "Eu poderia haver sido ministro, em vez de médico, se
certo clérigo a quem eu tinha que ouvir falar, quando
criança, não se tivesse parecido tanto com um empreiteiro."
– Benjamim
P. Browne – Let There Be Light.
OMISSÃO
TRÁGICA
Conta-se que em certa ocasião
três pessoas foram à igreja para receber ajuda. A primeira,
era um comerciante, que abriu falência e por isso pensava
suicidar-se. A segunda, era um jovem de gosto extravagante
que, crendo não ganhar suficiente, pretendia roubar de seu
patrão. A terceira, era uma jovem de hábitos alegres que se
viu tentada a abandonar a senda da virtude. O coro cantou um
hino referente a edificar os muros de Sião. O ministro
elevou uma oração eloqüente ao Senhor e logo pregou um
sermão sobre o tema: "Há habitantes em Marte?"
Desse modo, as três almas se
afastaram da igreja, havendo recebido pedras em vez de pão.
O negociante se suicidou; o jovem roubou e foi preso e a
jovem se entregou à uma vida de dissipação.
– Westminster Teacher’s
Quarterly.
O MAIS
ELEVADO ELOGIO
Um dos melhores elogios
tributados a um pastor de almas, foi o que Luís XIV dirigiu
a Massillon:
"Quando ouço outros
pregadores, volto à casa louvando-os; mas quando escuto o
senhor, regresso condenando-me à mim mesmo." Verdadeiramente
isto só pode ser dito a um pregador fiel. O mais alto e
valioso elogio que um membro pode tributar a seu pastor é
obedecer as verdades que ele prega. – The Ministry.
OVELHA
DOENTE
Certo homem que estava
viajando pelo Este dos EUA ouviu dizer que havia ali um
pastor que ainda conservava o costume de chamar as ovelhas
pelo nome. Foi ter com ele e lhe disse:
– Permita-me pôr suas roupas e
tomar seu bordão, e então vou chamar as ovelhas para virem a
mim.
O pastor lhe permitiu e o
estranho começou a chamar uma ovelha: "Mina, Mina"; porém o
rebanho todo pôs-se em fuga. Então disse ao pastor:
– Nenhuma me seguirá quando a
chamar?
Replicou-lhe o pastor:
– Sim, senhor, algumas ovelhas
hão de seguir. As ovelhas doentes sequem a qualquer pessoa."
Não passarei a fazer alguma
aplicação; isto deixo convosco.
– Moody Monthly,
maio.
PREGAR O
EVANGELHO
Um velho membro da igreja
aproxima-se de seu pastor certa manhã e lhe diz, triste mas
com firmeza: “Há certamente alguma coisa que não vai bem na
sua prédica ou na sua obra pastoral, pois que a igreja este
ano não conseguiu mais do que um membro novo, e esse mesmo
não passa de um garoto.”
O velho pastor pregou nesse
dia com o coração magoado, e quando terminou a oração tinha
lágrimas nos olhos. Desejava naquele momento que sua
carreira estivesse terminada para que pudesse deitar-se para
o derradeiro sono sob os ciprestes do velho cemitério.
Deixou-se ficar na igreja querida, procurando solidão,
quando se aproxima um jovem com o rosto transfigurado pela
emoção.
– Acha que, trabalhando
bastante, eu poderia chegar a pregar o Evangelho? perguntou
com hesitação.
– A pregar o Evangelho?
– Sim, poderia tornar-me
missionário?
– Um longo silêncio; as
lágrimas banharam as faces do pastor e a ferida de seu
coração estava cicatrizada.
– Roberto, diz ele, vejo aí a
mão de Deus. Que o Senhor lhe abençoe, meu filho. Sim, penso
que você pregaria o Evangelho.
Esse rapaz era Roberto Moffat
que, mais tarde anexou à igreja uma nova província da África
Meridional, traduziu a Bíblia para a língua dos selvagens e
enriqueceu o mundo com suas descobertas geográficas. E não
passava, no entanto, de um garoto!
– Respigando.
O LIVRO
DE QUEIXAS DO PASTOR
Certo pastor tinha sobre sua
escrivaninha um livrinho de notas cujo título dizia:
"Queixas de Membros contra Membros". Quando alguém de sua
grei vinha a ele para lhe falar das faltas de outro,
costumava dizer: "Veja aqui o meu "Livro de Queixas"; eu vou
anotar o que me contar e depois você poderá assiná-lo. Pois,
mais tarde quando oficialmente tiver de tratar dessa
questão, hei de saber o que você há de testificar."
O aspecto do livro aberto e da
caneta a seu lado, teve o seu efeito. "Não, não vou assinar
alguma coisa como essa". Logicamente, nenhuma anotação foi
feita.
O mesmo pastor relata que
usara o livro por 40 anos, e talvez o abrisse mil vezes, mas
jamais escreveu nele uma só linha. – Seleto.
A
OVELHINHA ABANDONADA
Em meu passeio matinal, na
encosta de uma montanha, encontrei-me com um pastor. Tinha a
sua capa bem cingida ao corpo, e via-se que havia alguma
coisa envolta nela, objeto de todo o cuidado do pastor.
Perguntei:
– Malcolm, que é que você tem
em sua capa?
– É uma pobre ovelhinha
abandonada, respondeu ele. Quando eu estava fazendo minha
ronda, esta manhã, encontrei-a deitada no frio chão: sua mãe
a abandonara, e haveria de morrer logo. Tomei-a, embrulhei-a
em minha capa, e vou levando-a para casa, para meu quarto.
– E que pretende você fazer
com ela?
– Vou dar-lhe alimento, e logo
voltará ao rebanho.
A pobre ovelhinha abandonada
reviveu, cresceu e tornou-se uma das mais fortes e vivas
ovelhas do rebanho, ao passo que, se o bondoso pastor não se
tivesse comiserado dela, teria sucumbido tristemente.
– Union Magazine.
CONSAGRAÇAO
Um jovem ministro sonhou em
seu escritório que um anjo entrava no aposento com uma
pequena máquina na mão, e perguntava-lhe: "Você quer medir
seu zelo e fervor por Deus?" Os resultados foram:
1.
Intolerância –
19%.
2.
Ambição pessoal
– 23%.
3.
Orgulho
denominacional – 15%.
4.
Orgulho pelos
talentos – 24%.
5.
Amor à
autoridade – 12%.
"Mas, não encontra nada mais
em minha consagração?", exclamou ele, cheio de assombro.
"Sim", responde o anjo, "há vestígios de outras duas
qualidades:
1.
Amor a Deus –
4%.
2.
Amor ao homem –
3%."
Paramos alguma vez para
analisar os motivos que nos impulsionam à consagração?
PATERNIDADE DE DEUS
I Cor.
10:13
Anos atrás um jovem ministro
foi expulso de um cabaré em uma grande cidade, devido a sua
conduta com as garçonetes. Isto foi um terrível golpe para
muitos. Alguns jovens perderam a fé. Raciocinaram: "Se o
pastor Fulano não pode andar direito, como pode ele esperar
que nós o façamos?" Naturalmente ele perdeu suas
credenciais, e as semanas que se seguiram foram de decepção
para ele e sua família.
Meses mais tarde um amigo o
encontrou, e disse:
– Diga-me, Fulano, que
aconteceu? Por que você fez aquilo?
– Bem, respondeu ele, eu
estava sozinho na cidade, cansado e abatido. Passando por
aquele cabaré, um poder mais forte do que eu me impeliu para
dentro. Não o pude evitar.
– Mas, Fulano, disse o amigo,
Deus não permite que uma pessoa seja tentada acima de suas
forças; como você explica que não pôde evitar?
O jovem ministro tinha
confiança em seu amigo, de modo que lhe contou sua
experiência.
Por anos ele condescendera
mentalmente com o pecado. Sempre que estava esperando numa
barbearia ou noutro lugar, olhava revistas que lhe sugeriam
pensamentos que só tornavam as tentações mais difíceis de
serem resistidas. Era capaz de pregar poderosos sermões
contra o mal dos clubes noturnos e dos prazeres mundanos,
mas falhava em desviar-se da própria condescendência mental.
Um poder mais forte que ele o empolgou naquela noite.
E por quê? A razão é: "Um mau
traço de caráter que seja, um só desejo pecaminoso,
acariciado persistentemente, acabará neutralizando todo o
poder do evangelho." (Caminho a Cristo, pág.
34).
GANHAR
DINHEIRO OU SALVAR ALMAS?
Palavras
de Alberto Schweitzer
O grande médico da África,
Alberto Schweitzer, foi convidado para um jantar em casa do
presidente do Senado de Bruxelas (Bélgica), do qual
participaram membros do governo, e a rainha-mãe, Elizabeth.
Uma senhora presente, pensando fazer-lhe uma lisonja, disse:
"Senhor, eu não faria o que o
senhor está fazendo no centro da África para a redenção dos
indígenas nem por um bilhão de esterlinos". Ele respondeu
simplesmente: “Moi non plus, madame.”
"Tampouco eu, minha senhora".
O alvo desse importante homem,
deve ser também o alvo de cada obreiro! – Ganhar Almas para
Cristo!
O PASTOR
DEVE SER EFICIENTE E COMPLETO
Há, no grego, três palavras
relacionadas com o ofício pastoral:
poimenê, presbuteros e epíscopos.
A primeira refere-se ao pastor
como ensinador, o anunciador da Palavra. A forma verbal
dessa palavra é
poimainein, que significa apascentar, e
apascentar não consiste apenas em dar mensagens mas velar
pela instrução do rebanho.
O segundo termo,
presbuteros, indica o pastor como o
superintendente da disciplina e dos negócios internos da
igreja, cuidando do tono espiritual e moral dos membros da
igreja.
O último vocábulo,
epíscopos, apresenta o pastor como o
administrador das ordenanças da igreja, dando o verdadeiro
sentido ao batismo, à ceia, ao lava-pés – meios de graça
para o crescimento espiritual do rebanho.
Tal o sentido originário das
três palavras que, com o correr dos tempos, se perdeu.
PASSANDO
DE LARGO
A facilidade de "passar de
largo" nas experiências comuns da vida é apresentada por
Guilherme R. Moody, na biografia de seu pai, D.L. Moody.
Conta-nos que o grande evangelista estava em um trem com o
professor D.B. Towner, quando um jovem bastante bêbado e
ferido, com uma vista completamente fechada e terrivelmente
desfigurado, reconheceu a Moody e começou a cantar hinos e
murmurar algumas palavras consigo mesmo. Moody ficou muito
incomodado e pediu ao condutor que tirasse dali aquele
passageiro. O condutor falou mansamente ao jovem, levou-o ao
carro de bagagem e lavou-lhe a vista doente, atando-a com o
próprio lenço, depois do que o ébrio adormeceu.
Moody deteve-se a pensar um
pouco e então disse: "Towner, aquilo foi uma forte
repreensão para mim. A noite passada eu exortei o povo a
imitar o bom samaritano e esta manhã Deus me deu
oportunidade para praticar o que preguei e eu me coloquei no
caminho do sacerdote e do levita". Naquela noite ele relatou
o incidente ao auditório, confessando sua humilhação. –
Peloubet.
TRABALHAR
POR CRISTO
Em 1867, um velho missionário
causou profunda impressão ao falar a uma convenção
evangélica, reunida em Edimburgo, Escócia. Era conhecido
como "Dr. Duff". Gastou 25 anos de sua vida como missionário
na Índia. Encontrava-se com a saúde muito abalada. Deram-lhe
a palavra para fazer um apelo em prol de missões. Depois de
falar por algum tempo, teve uma síncope. Retiraram-no do
auditório, recebendo pronta assistência médica. Ao recobrar
os sentidos, disse aos que estavam ao seu redor:
"Não terminei meu discurso,
levem-me de volta e deixem-me encerrá-lo!" Disseram-lhe que,
se o fizesse, estaria pondo em perigo a sua vida. Ao que ele
retrucou: "Ainda que morra, desejo fazê-lo!" Levaram-no de
volta ao recinto das conferências. Foi uma cena emocionante:
ao entrar no recinto, o encanecido obreiro, todos ficaram de
pé; ninguém podia conter as lágrimas. Com voz trêmula disse
o bravo soldado de Jesus:
"Pais e mães da Escócia, é
verdade que não tendes mais filhos para enviar à índia para
o trabalho do Senhor?... Quando a Rainha Vitória deseja
voluntários para seus exércitos na Índia, dais livremente os
vossos filhos, não considerando a questão da saúde ou clima.
Mas quando o Senhor Jesus clama por obreiros, a Escócia diz:
Não temos mais filhos para dar!"
Voltando-se para o
Presidente da Assembléia, disse: "Se ninguém quiser ir
pregar as boas novas àqueles pagãos, voltarei amanhã mesmo
às praias do Ganges, mostrando que um velho escocês está
pronto a morrer por eles, como uma testemunha do Filho de
Deus". – S.N.A.
SOB O
SIGNO DA PRESSA
João 9:4
"As matas são belas,
profundas, escuras, Mas tenho promessas que importa cumprir,
E milhas de marcha até poder dormir."
Esses versos do poeta Roberto
Frost, foram usados no enterro do Dr. Tom Dooley, o médico
de 34 anos de idade, cuja obra médico-pioneira em Laos se
desenvolveu em uma operação de auxilio médico internacional.
Ao aparecerem os primeiros
sintomas de câncer no Dr. Dooley, ele conheceu que sua vida
seria abreviada, de modo que sua atividade redobrou. Segundo
um seu companheiro de viagem: "Ele tinha um ressentimento
patológico de que o dia tivesse apenas 24 horas". Em uma
viagem para falar ao povo, em 1959, abrangeu 37 cidades
americanas, fez 49 discursos e levantou quase um milhão de
dólares para a campanha de auxilio, em 60 dias. De volta ao
Laos, reassumiu imediatamente suas pesadas responsabilidades
– tratando de 100 doentes por dia, ditando quase a noite
inteira, atendendo a chamados de emergência. Menos de um ano
depois ele estava de regresso aos Estados Unidos, fazendo 55
discursos em 41 cidades dentro de seis semanas. Disse ele a
um amigo: "Tenho ainda tanto por fazer!"
A 18 de janeiro de 1960 ele
faleceu em Nova Iorque, a obra por terminar.
A vida de Jesus, mais ainda
que a de Tom Dooley, foi assinalada pela consciência de que
o tempo era breve. Trabalhava até ao ponto de exaustão.
PREGOU A
UMA CONGREGAÇÃO INVISÍVEL
Prov. 15:23
Certa senhora contou a um
amigo de O Companheiro da Juventude que um "Quaker",
passando por uma capela de sua congregação, foi subitamente
impulsionado a entrar e pregar, apesar de não haver
assistentes. Assim procedeu e retirou-se.
Anos mais tarde, quando se
achava em Londres, foi interrompido por um homem que lhe
disse: "Amigo, o senhor salvou a minha vida".
– O que você está dizendo? Não
lhe conheço.
– Bem, replicou o homem. Eu
passava por uma capela, um dia e, ouvindo que alguém estava
falando, parei a escutar. Era um preso recente e, portanto,
achava-me numa condição desesperadora; as suas palavras,
porém, salvaram a minha vida.
ELE ME
SALVOU DO SUICÍDIO
Heb. 7:25
Encontrava-me, em uma noite
quente, sentado no convés do vapor em que viajava, quando um
ancião tomou lugar a meu lado e começou a falar sobre
política, reforma social e religião. Depois de algum tempo,
conversando acerca de Jesus, eu lhe contei de um livro cujo
autor pretendia provar que Cristo era apenas um mito, uma
figura lendária e fictícia. “Um mito”, exclamou meu
companheiro, "chamam-no assim?"
Com um pouco de encorajamento
o velho ancião contou-me que o demasiado trabalho lhe havia
afetado os nervos e padecia horrivelmente de insônia;
consultara vários especialistas, internara-se em casas de
saúde e sanatórios, porém, baldados esforços, nada o podia
curar; os dias passavam-se em tristeza e sofrimentos.
Cada noite deitava-se pesaroso
e preocupado, sem poder dormir; levantava-se continuamente e
voltava ao leito, mas tudo em vão. Havia já decorrido um ano
sem que pudesse ler ou trabalhar, tornando-se a sua vida um
fardo insuportável. Às vezes, perdia o domínio de si mesmo e
pensava no suicídio. Numa noite, no entanto, em terrível
excitação, orava a Jesus expondo-lhe que conhecia casos em
que se fizera sentir o Seu auxílio salvando homens da última
situação e que também desejava ser socorrido. Contara-lhe
tudo por que passava e confiante foi repousar; naquela noite
dormira três horas e, desde então, ora sempre a Deus e dorme
em paz um sono reparador de cinco a seis horas cada noite.
Apenas, relata as suas dificuldades a Jesus e espera que Ele
as resolva.
– O senhor relatou isto a
nossos médicos? perguntei-lhe.
– Sim, contei tudo aos dois
melhores e ambos disseram que nada existia de anormalidade
sobre minha experiência; já o esperavam. Um deles, grande
especialista em moléstias dos nervos, declarou: "Se todos os
meus pacientes orassem antes de ir dormir, eu seria bem
pobre, pois ninguém mais se queixaria de insônia". –
In the British Weekly.
A
NECESSIDADE DE CONQUISTADORES DE ALMAS
Prov. 11:30
Em uma das reuniões do Sr.
Moody levantou-se um homem e disse:
– Eu tenho vivido no monte da
Transfiguração por cinco anos".
– Quantas almas você já levou
a Cristo?, replicou Moody.
– Não sei bem, diz o
cavalheiro.
– Você ganhou algumas? – ainda
insiste o Sr. Moody.
– Não sei, foi a resposta.
– Sente-se então, pediu-lhe, e
o fez.
Por que não queremos nós esta
qualidade de experiência em nossa Igreja? – Relatório
da Obra Cristã.
GANHANDO
OUTROS PARA JESUS CRISTO
II Cor.
5:20
O Dr. Len G. Broughton relata
que um ministro reuniu os membros de sua igreja e lhes disse
que estava pronto a deixar o trabalho naquela localidade por
não ter visto nenhum converso em tão longo período.
Pediram-lhe que não fizesse isso e procuraram demonstrar-lhe
quão edificados haviam sido pelas suas pregações.
O ministro então se dirige a
eles e procurando saber quantas almas tinham conduzido a
Cristo, obteve sempre uma resposta negativa. Finalmente,
todos prometeram que dentro de curto prazo, trariam alguns a
Jesus.
Na próxima segunda-feira, um
começa o trabalho com o secretário do seu escritório,
chegando a onze o número de pessoas que trouxera à reunião
no domingo seguinte.
Os demais procuraram também
fazer a parte que lhes cabia e em breve 30 pecadores vieram
ouvir a Palavra de Deus.
– O Metodista Unido.
BUSCANDO
O PERDIDO
Luc. 19:10
Um domingo, D.L. Moody pregou
numa tenda que ficava perto da exposição colombiana de
Chicago, usando o texto: "O Filho veio buscar e salvar o que
se havia perdido".
Logo depois, um policial
trouxe à plataforma uma criança que se achava perdida por
entre a multidão. O pregador, tomando o pequeno, fitou aos
presentes e disse: "Este menino tem um pai que, sem dúvida,
neste momento o procura com aflição: ele está mais ansioso
por encontrar o filho do que este por seu pai. De igual
maneira nosso Pai celestial está hoje nos buscando com
solicitude inexprimível. Durante longos anos Ele os tem
seguido, e ainda os seque".
Nesse instante, um homem, com
o rosto pálido, começa a comprimir a multidão e dirige-se à
frente; ao vê-lo, a criança correu impetuosa, lançando-se em
seus braços abertos. A multidão contemplava aquela cena,
estupefata.
"Assim", torna o Sr. Moody,
"Deus espera que cada um se lance em Seus braços abertos,
pois enviou o Seu Filho a fim de salvar o que se havia
perdido".
A impressão cansada pelo
incidente foi enorme; o Senhor providencialmente deu ao
pregador uma bem vívida lição objetiva com a qual pudesse
ilustrar e reforçar a mensagem.
TRÊS
CONSTRUTORES
I Cor. 3:10
Perguntou-se a três pedreiros
que se achavam trabalhando numa catedral o que estavam
fazendo. O primeiro respondeu: "Estou ansiosamente esperando
que sejam cinco horas." O segundo replicou: "Estou ganhando
100 reais por dia." O terceiro, porém, disse: "Eu estou
construindo uma catedral."
O primeiro era um escravo, o
segundo um simples ganhador de dinheiro e o outro um homem
que tinha uma grande visão e um ideal.
Enquanto estes três
trabalhavam no mesmo edifício, viviam, realmente, cada qual
em um mundo e ambiente diversos.
– F.G. Hoggarth.
A
CORAJOSA DIREÇÃO DO MAJOR MÜLLER
II Tim. 2:3
Se você está inclinado a
pensar que a pressão da vida diária é muita e que se acha
muito fatigado, talvez você se anime com a história do Major
Müller. Ele estava dirigindo o seu batalhão na linha de
frente do Avanço Americano pela Floresta de Argonne.
Após dois dias de intenso
esforço, era o seu dever levar os homens contra uma forte
posição inimiga, no Sul de Gesnes, no dia 28 de setembro de
1918. Exausto, devido às lutas dos dias anteriores,
organizou, apesar disto, as suas tropas e, revestido da
coragem costumeira, prosseguiu no ataque. O fogo alemão, de
metralhadora e artilharia, era muito forte e, quando as
forças americanas alcançaram o campo aberto, começaram a
vacilar.
O Major Müller conduziu o seu
batalhão para a frente passando entre as companhias de linha
avançada, encorajando a todos, sendo, porém, ferido na perna
direita e logo depois no braço. Mesmo assim o intrépido
Major continuou avançando até que, justamente antes de
alcançar o seu objetivo caiu por terra, havendo recebido uma
bala no estômago. Alguns dias mais tarde o Major Müller
morreu em conseqüência dos ferimentos graves que recebera. –
Os Cem Heróis do General Pershing. – Ladies Home
Journal.
COROA
Apoc. 2:10
A antiga Roma reservava uma
coroa de louros ao mortal que salvasse a vida de um cidadão.
Quanto mais bela, quanto mais rica coroa está reservada
àquele que salva almas, que as reconduz à senda da virtude e
as encaminha ao seu destino imortal! – Lição dos Fatos.
RECONHECIMENTO
Conta-se que Zaqueu teve a
felicidade de viver ainda muitos anos, depois que viu a
Jesus do alto de um Sicômoro. Desde aquele dia nunca mais
deixou de proceder com justiça e piedade diante de Deus e
dos homens. E todos os dias, ao despontar da aurora, ele
mesmo ia regar aquela árvore preciosa, de cima da qual
avistara a verdadeira luz.
"Por quê", perguntaram-lhe
seus amigos, você não confia aos seus criados o cuidado
desse Sicômoro que você tanto ama?" "Oh! não! não!"
respondeu, "a mim, a mim, somente esse cuidado, que a
gratidão impõe. Foi por meio dessa árvore que eu vi meu Deus
e Salvador, a Luz da minha vida!"
E nós, que veneração, que
reconhecimento e preito não devemos tributar às almas que
nos instruem, esclarecem, e nos levam ao conhecimento de
Deus e de Sua justiça! – Lição dos Fatos.
O SERMÃO
QUE FALHOU
Mar. 1:17
Certo senhor, chegando a Ohio
fez uma visita a uma grande igreja e, depois da reunião
elogiou muito o orador dizendo que o despedira como se fosse
um dos seus empregados.
Perguntado por que, respondeu:
"Você prendeu a minha atenção
com a sua aparência, voz e maneiras; suas apresentações
fizeram surgir em mim um quê de interesse; em meu coração
senti nascer um desejo ardente de possuir aquilo que você
pregou. Entretanto, você ali terminou sem convidar alguém
para fazer qualquer coisa; em negócio, a parte mais
importante, é fazer com que assinem na linha marcada".
– Relatório de Serviço
Cristão.
O CHAMADO
DO PASTOR
Ezeq. 34:15
Há muita intimidade entre o
pastor e o seu rebanho.
Muitas vezes saí pelos pastos
e regatos acompanhando um pastor que conduzia as suas
ovelhas. Ele ia, geralmente, cantando, à frente. Eu o vi
repetidamente assobiando junto às margens dos córregos; as
ovelhas seguiam o seu curso sobre as bordas rochosas em
busca de repouso; ao meio-dia ele se sentava num lugar onde
houvesse sombra e todo o rebanho o rodeava; as horas
passavam-se e ao cair da tarde o paciente pastor
desempenhava a sua tarefa de guiar a criação ao curral.
Precisamos compreender tal
intimidade se queremos tirar proveito das ilustrações do
pastor das Escrituras. A comunhão é tão íntima que Ele sabe
quando uma ovelha se extravia. – Dr. I. H. Jawett.
FEZ O
SEU MELHOR
Atos 3:6
Dwight L. Moody estava uma vez
pregando a um grande auditório e procurava pôr toda a sua
alma e espírito no sermão, como era o seu costume. Pensava
mais na mensagem e nos efeitos que estava tendo sobre os
ouvintes do que no arranjo das frases.
Havia presente um cavalheiro
fastidioso e ao terminar a reunião, ele se achega ao
pregador e diz: "Notei que você cometeu 11 erros
gramaticais". "Provavelmente", replicou o Sr. Moody, "não
duvido disto nem um só momento. A primeira instrução que
obtive tinha muito a desejar. Desejaria ter tido mais
oportunidades colegiais. Estou, porém, utilizando tudo que
conheço para o serviço de Cristo. Porventura você não faz o
mesmo? Assim como eu tenho eu dou".
Esta é a única atitude
aproveitável.
O AMOR
TORNAVA A TAREFA FÁCIL
Os monumentos do século XIII
guardados na Abadia de Westminster foram ultimamente
reformados e o homem que cuidou desse serviço teve que usar
preparados químicos fortíssimos.
Alguém, indo visitá-lo,
disse-lhe: "Naturalmente suas mãos foram muitas vezes
feridas e o senhor ficava por demais cansado, não?" "Nem
tanto", foi a resposta. "Ao chegar a hora do almoço, eu
sentia um desejo imenso de voltar logo ao trabalho. Nunca me
senti cansado porque soube amar o meu serviço. –
F.O. Salisbury, R.A.
PARA QUE
ME ZANGUEI?
Era uma vez um pastorzinho
que, nas montanhas, cuidava de um numeroso rebanho. As
ovelhas eram muitas, e entre elas havia um carneiro grande,
sempre disposto a dar cabeçadas.
Um dia o pastorzinho sentou-se
em um penhasco e começou a cochilar. E balanceava a cabeça
para a esquerda e para a direita, para a frente e para trás.
O carneiro grande que gostava de dar cabeçadas pensou que o
pastorzinho o desafiava para uma luta. Recuou uns passos e
arremeteu com valentia, dando no dorminhoco uma forte
marrada. Despertando com o violento golpe, o pastorzinho
ficou furioso. Ergueu-se. Agarrou o carneiro com as duas
mãos. Sacudiu-o pelos chifres e enraiveceu-se de tal sorte
que o arremessou pela ribanceira abaixo.
O animal assustado não pôde
suster-se, e rolou pelo despenhadeiro até o abismo.
Aterrorizado, o pastorzinho começou a puxar os cabelos, a
arrepender-se todo e a chorar desesperadamente. Por entre
soluços, exclamou:
– Para que me zanguei? Por que
é que não dominei minha raiva? Que culpa tinha o carneiro de
meu cochilo!
O
COMENTÁRIO DE SATANÁS
Tenham cuidado com os
comentários dos que não estão contentes com a Palavra de
Deus sem troca alguma. O primeiro comentador foi o diabo no
jardim do Éden. Ele propôs uma ligeira troca na linguagem,
fazendo com que a pequena palavra "não" fosse inserida:
"certamente não morrerás". A emenda foi aceita e o mundo se
perdeu.
Satanás está repetindo esta
espécie de comentários a cada geração de ouvintes. Ele
insiste em que Deus não quis dizer justamente o que disse.
No começo Satanás pediu que uma mulher aceitasse a sua
exegese. Agora há professores, teólogos, etc., que mantêm as
mesmas opiniões nestes pontos; e há milhares de homens e
mulheres que sequem o pecado porque confiam na palavra de
Satanás, e não crêem na Palavra de Deus.
– I. Parker,
D.D.
O CESTO
E O SERMÃO
Por bonito que seja, o
cesto do semeador, será inteiramente inútil se não tiver
semente dentro. Por mais bela que seja a forma ou o estilo
do sermão, e é bom que possua as duas qualidades, será
completamente inútil se não contiver as verdades da Palavra
de Deus, a semente que o semeador deve semear. –
M.G.H.
O
SACERDOTE E SPURGEON
O Sr. Spurgeon, em um discurso
pronunciado por ocasião do aniversário de seu instituto
chamado "Pastor's College", fez uma agradável narração
acerca de uma entrevista que teve com um sacerdote católico
romano na Itália.
Trata-se de ilustrar aquele
grande princípio e máxima de nosso Salvador: "Por seus
frutos os conhecereis", que era o tema do discurso.
"Estando eu em Roma, veio um
sacerdote ver o trabalho que eu estava dirigindo, e me
perguntou com que autoridade pregava. Disse-lhe: dois
cavalos puseram-se a correr numa praça ou hipódromo. Um
tinha o título de boa tradição, porém, faltava-lhe uma pata.
O outro não possuía o tal título, porém, com suas quatro
patas, pôde correr o seu trecho. Diga-me o senhor, agora,
qual dos dois ganhou a aposta? Pode o senhor encontrar
ladrões cavalheiros e decentes, e borrachos sóbrios e
temperantes? Venha ao meu "Tabernáculo" e eu lhe mostrarei
algumas centenas e então verá o certificado de minha
autoridade".
O apoio das pessoas que
escutavam deu mostras de grande contentamento, e o
sacerdote, que era um notório vagabundo, pôs-se em retirada.
– I.R.B.
ANDAR COM
DEUS
G. Campbell Morgan relata o
conto de uma criança que deu uma bela explicação de como
andar com Deus.
Ao voltar ela da escola
evangélica sua mãe perguntou-lhe: "Diga-me o que você
aprendeu na escola".
"Oh, mamãe, aprendi algo
acerca de um homem que andava com Deus. Seu nome é Enoque.
Ele costumava andar com Deus. E um dia eles andaram tanto
tempo a ponto de se afastarem do ponto de partida. Então
Deus lhe disse: "Enoque, você está muito longe de sua casa.
Pode vir comigo, e Enoque foi com Deus".
Esta foi a verdade. Enoque se
tornara tão familiar com Deus que "ficou com Ele". – A.B.R.
VASO DE
HONRA E DE DESONRA
Rom. 9:21
Ao entrarmos numa drogaria e
olharmos para as suas vitrinas veremos vasos de todas as
espécies. Suponhamos que entramos num tal estabelecimento
com o gerente para ver o depósito de remédios e curiosamente
perguntemos pelo conteúdo de cada vaso. Ele nos responderá
"Este é um vaso de nitroglicerina, aquele de aguarrás,
aquele outro de amoníaco, etc.", sempre dando nome ao vaso
conforme o seu conteúdo.
Bem, quando vejo alguma pessoa
cheia do Espírito de Cristo, ocupada em Seu serviço,
imitando o Seu exemplo, eu direi que tal pessoa é um vaso de
misericórdia que Deus preparou para Sua glória. Porém,
quando vejo um homem cheio de orgulho, malícia, ira, sem
misericórdia, buscando as coisas mundanas em lugar das
celestes, considero tal homem como um vaso de ira preparado
para a destruição e vergonha.
– C.L. Neal.
EMPREGO
PEQUENO
Lemos em Prophecy
uma bela e edificante história.
Um missionário na China,
obrigado, pelas circunstâncias da guerra, a deixar seu campo
de trabalho, recebendo ordenado pequeníssimo para enfrentar
o encarecimento da vida naquela região, foi procurado por um
industrial chinês que lhe ofereceu o lugar de chefe de um
dos Departamentos de sua organização, com magnífico
ordenado.
Travou-se no coração do
missionário uma luta titânica. De um lado, a precariedade da
situação financeira, a filhinha enferma, precisando de
tratamento adequado, a esposa sobrecarregada porque o
ordenado insuficiente não permitia o luxo de uma empregada;
do outro, a possibilidade de tudo se resolver com um emprego
honroso e bem remunerado.
Depois de pensar por algum
tempo, respondeu o nosso missionário ao industrial chinês:
– Agradeço-lhe, mas não posso
aceitar o emprego que me oferece.
– Por quê?, pergunta o chinês;
se acha pequeno o ordenado, podemos aumentá-lo.
– Não, foi a resposta, o
ordenado é bom, o emprego é que é pequeno.
E o
chinês, meio "queimado", foi dizendo:
– Não compreendo!
E o missionário:
– Não pretendo insultá-lo. Do
ponto de vista do mundo, a posição que o senhor me oferece é
a que se pode chamar de grande. Mas, não percebe o senhor
que, comparando-a com a tarefa que o Senhor Jesus me deu,
esta é incomparavelmente maior? Ganho um pequeno ordenado,
insuficiente para as nossas necessidades, mas eu tenho um
Grande Emprego: ganhar almas para Deus. Eu seria um louco se
deixasse essa obra magnífica para ir vender mercadorias.
Estava vencida a batalha e a
obra de evangelização ganhava um obreiro ainda mais
consagrado. – O Puritano.
"O AMOR
DE CRISTO NOS CONSTRANGE"
– Para onde vai, minha
senhora, pergunta um cavalheiro a uma enfermeira cristã, a
quem encontrou, quando a febre amarela estava devastando a
cidade.
– Vou para o hospital da febre
amarela, respondeu ela.
– Eu não iria lá, nem por dez
mil reais, disse ele.
– Nem eu, respondeu a
enfermeira, mas vou e com a melhor boa vontade, por amor do
Senhor Jesus Cristo. – Fé e Vida.
RESOLUÇÕES
DE UM PASTOR CRISTÃO
Conhecerei e visitarei, tanto
quanto possível, todos os membros de minha paróquia, orando
com eles, conhecendo os seus problemas, ajudando-os a
resolvê-los e orientando-os em sua vida espiritual.
Serei delicado e cortês para
com todos, serei pronto para atender a todos que me
procurarem, serei amoroso para com os tristes, enfermos e
desalentados; serei compassivo para com os pecadores
necessitados de arrependimento.
Terei uma vida reta, vivendo
modestamente, repartindo com os outros dos bens que Deus me
der, não permitindo luxo e conforto que dêem do ministério
idéia de meio de vida; pagarei minhas dívidas, darei
satisfação quando houver de atrasar algum pagamento; serei
justo e amoroso para com os meus empregados.
Não falarei de um membro da
igreja a outros, não criticarei a outros os defeitos dos
crentes, não falarei pelas costas o que não gostaria que os
meus paroquianos ouvissem, não criticarei meus colegas, não
diminuirei a autoridade dos oficiais da Igreja, não usarei
do púlpito para questões pessoais, nem serei ambicioso ou
mesquinho quanto ao meu ordenado.
Serei mais severo comigo, com
minha família e com minha casa, do que com os outros, mas
não deixarei de exortar os errados, repreender os pecadores,
despertar os tímidos, amparar os fracos, acordar os
adormecidos e animar as crianças.
Pregarei o Evangelho com
simplicidade, com humildade, com oração, sem confiar na
minha sabedoria, mas confiado no poder de Deus; pregá-lo-ei
com minhas palavras, com meu exemplo, com os bens de fortuna
que Deus me der, com minha vida reta e honesta, a tempo e
fora de tempo, e usarei todas as minhas oportunidades para
ganhar almas para Cristo, e promover a santificação dos
membros de minha Igreja. É este o meu desejo sincero.
A
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
Não há pregador que se
denuncie tão ligeiro como o que não estuda. Um sermão de
improviso não terá êxito nem que o orador seja eloqüente,
quando não se sabe qual é o rumo de seu pensamento.
– Certo Quaker velho, que
encontrou seu pastor passando o tempo numa caçada lhe disse:
– Sr. Parson, se eu fosse uma
raposa, saberia esconder-me de tal maneira que nunca me
acharia.
– E onde ia se esconder?
– Em seu quarto de estudo,
respondeu astutamente o Quaker.
Parece, às vezes, que alguns
sermões estão sendo produzidos como o foi o ídolo de Arão,
do ouro do povo.
Os melhores sermões raras
vezes são produzidos ao acaso; mas com a ajuda da oração e
com trabalho cuidadoso e persistente no laboratório. É
preciso aprofundar-se no assunto a ser apresentado.
Certo homem perguntou uma vez
a um outro:
– Para que vai à igreja? Não é
isso um costume antigo, que hoje em dia está fora de moda?
– O outro, porém, perguntou:
– Por que vai todas as semanas
à bomba de gasolina?
– Ora, para que ande bem o meu
carro; tenho de encher o tanque com gasolina e tenho de
comprar lubrificantes.
– Por esta mesma razão vou
todas as semanas à igreja. É preciso que meu tanque
espiritual esteja cheio de gasolina e de azeite para poder
andar na senda da justiça.
Um dos melhores sermões teve a
sua origem na vasta e longa experiência de uma pessoa.
Perguntou-se em certa ocasião ao famoso evangelista H.W.
Beecher:
– Quanto tempo levou para
preparar o sermão desta manhã?
– Quarenta anos, foi a
resposta.
O PASTOR
PAU SECO
A história do Pastor Pau Seco
não é nova. Já a ouvi contada por mais de um evangelista,
por isso deve ser verdadeira, e serve para ilustrar qualquer
espécie de tema em momento de apertura oratória.
O verdadeiro nome do jovem que
veio a ser conhecido pelo apelido de Pastor Pau Seco era
Moody. De linhas rígidas, alto, magro, nariz adunco, o
Moody, desde os dias escolares, fez-se famoso por sua
rispidez e sua exagerada severidade. Não gostava de
brincadeiras. Aos domingos ia à igreja, assistia
religiosamente ao serviço divino; terminado o culto, tomava
seu chapéu e seu grande guarda-chuva, cumprimentava
rapidamente três ou quatro pessoas e saía porta a fora,
ereto e firme como um mastro. Não obstante, no seminário
todos diziam que, no íntimo, ele era sensível e humilde.
Exemplar, inteligente e
estudioso, ganhou foros de erudito. Com tal apresentação, as
portas da sua Conferência Anual se lhe abriram facilmente.
Afirmava-se mesmo que, apesar de um tanto esquisito, ele era
uma das melhores esperanças da igreja.
Mas não foi assim. O pastor
começou a sofrer insucessos. Não sabia ser afável com as
crianças nem ter paciência com os fracos. As contrariedades,
em vez de concorrerem para corrigir seus defeitos,
aumentaram as suas esquisitices.
Seus sermões revelavam
cultura, mas demasiadamente frios, não atingiam as almas. Os
constantes contratempos tornaram-no pessimista. Seus colegas
costumavam dizer que o Pr. Moody era, todo ele, como uma
terra fértil que, por falta de chuvas, tornara-se estéril. O
bispo mandara-o para diversas igrejas sempre na esperança de
um melhor resultado. Mas em toda parte fracassou. Era um
peso morto. Nenhuma igreja o queria.
Certa vez um gaiato, ao sair
da igreja, disse: "Qual terra estéril, qual nada! – Um pau
seco é que ele é! O gracejo pegou: o Pr. Moody passou a ser
chamado o Pastor Pau Seco.
Finalmente, um dia, seu bispo
fê-lo sentir que não poderia permanecer no ministério. Muito
a contragosto ia oferecer-lhe uma localização "honrosa". Foi
um golpe terrível para o pastor. Aquela palavra – "honrosa"
pronunciada pelo bispo fora como uma punhalada em seu
coração. E o Pastor Pau Seco chorou.
À noite não dormiu. Sua esposa
foi diversas vezes ao escritório procurá-lo e o encontrou de
joelhos. Escutou e ouviu que ele chorava. A última vez que
escutou, já madrugada, notou que seu pranto não revelava
dor, mas alegria. Era como o debulho da última nuvem de uma
tempestade que passara. Quando amanheceu, o pastor estava
pálido, mas alegre como nunca. Todos notaram que havia
alguma coisa de extraordinário em seu semblante. Aquelas
linhas rígidas que tornavam esquisito o seu aspecto pareciam
quebradas.
Era domingo e ele foi pregar.
A congregação notou que o pastor estava diferente. Os rostos
se desnublaram. Pelo recinto espalhou-se um ambiente de
alegria. O sermão foi esplêndido. Viram-se olhos cheios de
lágrimas. Ao sair da igreja disseram: – "O Pau Seco pegou
fogo!" O fogo da sarça do Sinai, que ardia e não consumia,
jamais se apagou.
– O Expositor Cristão.
CADA UM
NO SEU LUGAR
Embora tivesse preferido
brincar com os meninos de sua idade, como aqueles que
avistava, em liberdade, nas praias públicas, Tanimor passava
sua infância curvado sobre os livros, cercado de preceptores
e de guardas. Um oficial do palácio o iniciou no manejo das
armas; um professor lhe ensinou as leis positivas das
matemáticas e as vertigens da astronomia; um outro o guiava
pelos mistérios da vida e da morte, enquanto mais um,
embonecado e ridículo, o instruía sobre as boas maneiras,
numa linguagem empolada, preparando-o para a profissão de
príncipe.
Aos dezoito anos, Tanimor
sonhava com a adolescente maravilhosa que ouvia suas ternas
confidências. Porém, como seu pai morresse bruscamente,
Tanimor teve que se consagrar aos negócios públicos, mais
depressa do que previra.
Reinava fazia dois anos e os
altos dignitários da corte se esforçavam por descobrir,
além-fronteiras, uma princesa digna de tão grande soberano,
quando explodiu a revolução. Conquistado pelas idéias do
filósofo Bentar, que proclamava constantemente que os
homens, sendo irmãos, deveriam ser, também, iguais, o povo
passeou pelas ruas, massacrou alguns judeus, saqueou as
tabernas e invadiu o palácio.
Tanimor estudava os planos de
um hospital para os pobres, que pretendia mandar construir,
quando três homens, que nem sequer conhecia, surgiram diante
dele. O mais idoso, que se apoiava a um bastão, torceu a
barba magra e branca e declarou:
– Sou o filósofo Bentar. Este
é Badager, condutor do burro-carqueiro e aquele é Zanq, o
carregador de água. Eles me ajudaram a fazer triunfar meus
princípios. Há mais de uma hora todos os homens são iguais
neste país. Irmão Tanimor, somos delegados pelo povo para
lhe anunciar sua deposição.
– Hum! . . . Muito bem, disse
Tanimor.
Os delegados trocaram olhares
cheios de surpresa. O príncipe, porém prosseguiu:
– Se bem compreendi... os
senhores tomam conta do poder?
– Isto é... fomos escolhidos
pelo povo!
– Sim, sim... Sei como é.
Neste caso cedo-lhes o lugar. Aqui estão os planos para o
hospital que eu pretendia construir para os pobres. Creio
que merecem ser examinados. Espero que nele me reservem um
leito, mais tarde, caso necessite.
– É inútil tal construção! –
declarou o carregador de água. – Consagremos seu palácio
para este fim. – Até já está ocupado.
Realmente, grande e alegre
rumor começava a encher o edifício. O condutor do
burro-cargueiro ergueu, com gesto teatral, um reposteiro,
para mostrar a Tanimor a multidão que percorria os
corredores do palácio.
– Quando eu era príncipe –
disse Tanimor – nunca imaginei que existissem tantos pobres
vivendo e comendo em minha capital. E logo acrescentou:
– Que devo fazer, agora, irmão
Bentar?
– Ganhar sua vida, como fazem
todos...
– Eis o que me agrada, porque,
até aqui, tanto me ocupei com os outros, que ficarei feliz
se puder trabalhar para mim mesmo. Apenas desejava uma
informação... Um dos presentes poderia me indicar uma
profissão qualquer? Creio que a profissão que sempre exerci
não cheque a constituir uma... boa recomendação.
Os três delegados voltaram a
trocar olhares, perplexos.
– O irmão Tanimor tem razão,
declararam finalmente. Cada um pode pretender um emprego
remunerador desde o instante em que se comprometer a
respeitar o novo estado de coisas...
– Nem imagina, afirmou
Tanimor. – Nem imaginam com que satisfação passo a ser como
os outros homens!
Os delegados, tendo
conferenciado um instante, propuseram ao príncipe deposto o
lugar de guarda do jardim palaciano, no qual poderia ser,
mais tarde, aposentado.
Desde séculos, os príncipes
reinantes tinham entretido, num fosso gradeado, uma dúzia de
leões, que recebiam, em outros tempos, banquetes sob a forma
de malfeitores e adversários políticos, prática esta que,
felizmente, fora abolida, desde muitos anos. Os leões eram,
agora, apenas figuras decorativas.
– Agora que o povo terá
permissão para ver as feras – disse Zang, o carregador de
água – isso pode ser instrutivo.
Tanimor aceitou o serviço de
alimentar os leões e limpar-lhes a jaula, em troca de
modesto salário. Livre das preocupações do poder, sentia-se
disposto e alegre. Todo dia se entregava à sua distração
favorita, de que se vira privado por tantos anos e que
consistia em soprar, habilmente, uma flauta. Os que
desfilavam diante das jaulas observavam o guardião, tanto ou
mais que as próprias feras. Porém, habituado à curiosidade
popular, Tanimor não se aborrecia com isso.
Certa manhã, visitantes
entusiasmados lhe contaram que Bentar, o filósofo, fiel a
seu programa, mandara abrir as portas da prisão e que os
condenados, reintegrados na sociedade, eram homens como os
demais e agora percorriam a capital, aclamados por uma
multidão embriagada de "igualdade".
– Que pensas de tudo isso, ó
tu, que foste príncipe?, gritou um mendigo.
Disse Tanimor:
– Vou imitá-lo, imediatamente,
como testemunho da admiração que tenho pela elevação de
pensamento do irmão filósofo. E abriu as jaulas!
Os leões fugiram para as ruas,
aterrorizando a população, devorando alguns retardatários
fazendo correr os presidiários libertados, que se esqueciam
de pilhar e incendiar, para fugir mais depressa. Quando,
finalmente, as feras se afastaram, na direção de seu deserto
natal, a milícia reapareceu e prendeu Tanimor, que foi
arrastado à presença dos representantes do povo.
– Irmão Tanimor, interrogou
Zang, o carregador de água, a quem cabia a vez de presidir –
por que soltaste os leões?
– Foi uma inspiração!
Realmente fui inspirado pelos princípios do irmão Bentar,
que restituía a circulação nossos irmãos assassinos, e
nossos irmãos ladrões. Julguei, que devia libertar nossos
irmãos inferiores, que não haviam a ninguém lesado e se
achavam presos!
– Ele tem razão!, disse o
filósofo. Onde chegaríamos se ignorassem meus princípios ou
não fossem eles reconhecidos e praticados? Lamento que as
feras tenham praticado algumas desgraças, mas...
– Sim, sem a intervenção das
feras, observou Tanimor, os que saíram da prisão talvez
tivessem feito maiores estragos...
A exceção confirma a regra,
afirmou o filósofo.
Zang, porém voltou a falar:
– O irmão Tanimor, fica
destituído de seu emprego de guarda dos jardins públicos.
– É pena, disse Tanimor,
sinceramente, porque não tendo mais que cuidar dos leões, eu
poderia tocar minha flauta o dia todo.
Mas, obediente à sentença,
deixou a capital e foi ser pescador, não muito distante,
junto do mar. A costa era agradável e ele vivia feliz, na
cabana que construíra com suas próprias mãos. Na aldeia
vizinha residia, com seu pai, uma linda adolescente, chamada
Raali, que depressa distinguiu Tanimor entre os demais
pescadores, devido a sua perfeição física e seu talento de
tocador de flauta. Breve se amaram e sentiram grande prazer
em trocar e repetir indefinidamente ternas confidências.
Quando Tanimor via Raali, sentada na proa de sua embarcação,
ajudando-o no lançamento da rede, pensava:
– Ela é a criatura com quem eu
sempre sonhava, quando era príncipe! Representa a
felicidade, que eu nunca teria conhecido, sem o desastre do
meu reinado. Razões políticas imperiosas me teriam forçado a
desposar alguma feia e seca princesa. Teria sido velho com
vinte anos, ao passo que junto de Raali serei sempre jovem.
É verdade que foram as mesmas razões políticas que me
conduziram a seu encontro. A vida, verdadeiramente, é bem
simples e bem complicada.
Uma tarde em que pescava,
junto da costa, com sua doce companheira, viu na praia três
homens que lhe dirigiam acenos, rogando que se aproximasse.
Reconhecendo Bentar, o filósofo, Bandajer, o condutor do
burro-cargueiro e Zang, o carregador de água, governou a
embarcação para a encosta.
– Irmão Tanimor, disse o
filósofo. Estamos contentes por te ver e queríamos te pedir
um conselho, porque sempre apreciamos teu julgamento e teu
saber.
– Apreciais um pouco tarde,
disse o pescador, enfim... de que se trata?
– Os impostos são mal
cobrados, explicou Bandajer, desprezando toda diplomacia. Os
cofres públicos estão vazios. Como farias para enchê-los
novamente?
– Como?! exclamou Tanimor.
Estais no poder, há seis meses, e desejais saber, agora, o
que tive tanto trabalho para aprender, estudando durante
toda a minha meninice e adolescência? Vejamos, irmãos, que
fazem os vossos príncipes? Trabalhai, trabalhai durante
vinte anos e então discutirei de bom arado tais questões...
Por hora, continuo sendo, com satisfação, o pobre pescador,
que vós mesmos me forçastes a ser.
E erguendo de novo a vela,
enquanto Raali sorria, sentada na proa da embarcação,
Tanimor levou a flauta aos lábios e nunca Raali ouviu ária
mais bonita, encher a serenidade da tarde. – André
Reuze.
"MEXA O
REPOLHO, PEDRO!"
Há esposas de obreiros que
inconscientemente atrasam o trabalho de seu esposo. Logo que
ele se retire para o escritório a fim de estudar, ela o
chama:
– "Pedro, revire o repolho."
Como explicação, diz ela que
não o pode fazer por estar encerando o soalho. Assim, Pedro
põe de lado os livros e encaminha-se ao serviço na cozinha.
Pouco depois, quando novamente se recolheu para o estudo,
ela lhe diz:
– "Pedro, eu tenho de levar
agora estes modelos para a senhora X, no outro lado da rua.
Cuide um pouco do menino.
Pedro se esforça por segurar a
criança num braço e sustar o livro na mão, mas sente que é
impossível fazê-lo. A esposa volta e Pedro refugia-se num
pequeno recinto na capela, para poder dedicar-se ao estudo.
Retraiu-se disfarçadamente
para aquele esconderijo. Mas, poucos minutos depois, surge à
janela a esposa, chamando:
– Pedro, você tem de consertar
agora aquele degrau na escada, se não algum dia vou quebrar
um braço.
Pedro vai e conserta o degrau,
mas, no próximo domingo de manhã sobe ao púlpito de mãos
vazias. No ano seguinte Pedro tem de mudar-se para outra
localidade, para ali dirigir a igreja. A esposa, quieta,
está surpreendida e pergunta:
– Por que é que eu tenho de
mudar-me agora? Ninguém lhe teria explicado? – Alberto
McClellen em Baptist Messenger.
A
RECOMPENSA DO LENHADOR
Encomendou-se certa vez a sete
lenhadores uma porção de lenha serrada.
O primeiro lenhador disse:
"Esta lenha está verde, e a serra assim não correrá bem.
Esperarei até que a lenha esteja seca". E assim fez.
O segundo lenhador disse:
"Esta serra está cega, e nunca terminarei de serrar minha
porção de lenha. Pedirei ao patrão que a mande afiar, e
então serrarei a lenha". E assim fez.
O terceiro lenhador disse:
"Esta lenha tem tantos nós que me custará muito serrá-la.
Pedirei ao patrão que em lugar dela me dê outra, mais
direita, e esta serrarei com todo gosto". E assim fez.
O quarto lenhador disse: "Esta
lenha é dura demais para ser serrada. Direi a patrão que a
troque por lenha mais branda, e então a serrarei". E assim
fez.
O quinto lenhador disse: "Hoje
faz muito calor. Esperarei até que o tempo refresque um
pouco". E assim fez.
O sexto lenhador disse:
"Dói-me terrivelmente a cabeça. Esperarei até que me sinta
melhor". E assim fez.
O sétimo lenhador teve que
serrar lenha verde, nodosa e muito dura. Sua serra também
estava embotada, e doía-lhe a cabeça. Além do mais, fazia
para ele o mesmo calor que fazia aos outros. Mas afiou a
serra, de modo que serrava com toda facilidade a lenha mais
dura e nodosa. O exercício tirou-lhe a dor de cabeça e o fez
sentir-se bem.
No fim do dia o patrão o
incumbiu de serrar as outras seis porções de lenha. –
Amós R. Wells.
LIÇÃO DE
DUAS CABRAS
Comentando a respeito do
espírito que deve ter o crente em associar-se com outros que
contrariam suas opiniões, diz certo escritor: "Se duas
cabras se encontram numa estreita passagem sobre um regato,
que fazem? Não podem voltar, e não podem passar juntas; não
há uma polegada de espaço disponível. Se se dessem marradas
uma na outra, ambas cairiam na água e afogar-se-iam. Que
pensa você fariam elas? Que faria você? Bem, a natureza
ensinou a uma cabra deitar-se estendida permitindo que a
outra passe sobre ela, e dessa forma ambas, seguras e
ilesas, atingem o fim da jornada".
Não estamos todos
continuamente encontrando "cabras em estreitos terrenos",
estando o abismo embaixo? Não deveríamos nós, que desejamos
a salvação nossa e do nosso irmão, abaixar-nos e permitir
que ele passe sobre nosso corpo estendido, para que possamos
ambos ser salvos? – Seleto.
A CARA
QUE FALTA
Entre os indígenas da África
há uma tribo esquisita. Dizem que eles não sabem contar. O
conhecimento de aritmética dessa tribo é nulo. Um cavalheiro
perguntou a um deles quantos bois tinha. "Não sei",
respondeu ele.
– Então como é que você sabe
quando um ou outro está perdido?
– A resposta foi interessante
e acertada:
– Eu sei, não porque o número
seja menor, mas por causa da cara que falta.
Porventura não será a vossa "a
cara que falta" no rebanho da Casa do Senhor? –
Enciclopédia Moderna de Ilustrações.
PRESENTE,
MAS AUSENTE
Conta-se que o comandante de
certo barco de pesca de baleias desceu a terra, num domingo,
e resolveu ir à igreja e assistir ao culto. O ministro,
contente com ver no auditório, o velho "lobo do mar", após o
culto foi falar-lhe sobre as verdades do Evangelho. Com
surpresa ouviu do rude marinheiro estas palavras:
– Não pense que vim aqui para
receber algum benefício. Entrei no seu templo apenas para
descansar um pouco. Eu tenho só uma coisa que me atrai e que
me interessa. É pescar uma boa baleia. Enquanto o senhor
pregava, digo-lhe com franqueza, eu estava longe daqui,
pensando numa baleia bem grande e bem gorda que eu preciso
achar...
SAIA E
EMPUBRE
Gál. 6:5
Nos dias dos carros puxados a
cavalo um homem foi informado de que havia primeira, segunda
e terceira classes; como todos os bancos lhe pareciam
iguais, ele comprou passagem de terceira por ser
evidentemente mais barata.
Durante algum tempo, tudo
correu bem e o homem congratulou-se por ter feita alguma
economia. Contudo, mais um pouco e chegaram ao pé de uma
íngreme ladeira e o cocheiro, freiando os cavalos, gritou:
"Passageiros de primeira classe conservem seus lugares, de
segunda saiam e andem a pé e vocês de terceira empurrem o
carro".
O que precisamos no trabalho
do Reino são passageiros de terceira classe, aqueles que
empurram. Não os de primeira que somente apreciam os outros
trabalhando, nem os de segunda que estão prontos a andar e
se afastam quando se apresentam as dificuldades, mas os de
terceira que suportam "a carga e o calor do dia". –
Christian Herald.
LANCE A
SEMENTE
Bem no coração da Cidade
Maravilhosa, em uma cálida tarde de fevereiro de 1957,
quando colportava, bati à porta de um apartamento e fui
atendido por um cavalheiro neurótico, o qual tratou-me
asperamente. Depois de uma peculiar conversa de colportor e
de grosseiros negativas, aquele "trapo humano" narrou-me a
sua trágica história.
– Jovem!, prosseguiu, para mim
a esperança não passa de uma quimera. Sofro o amor de uma
jovem, cujos pais me têm um ódio figadal. A fim de frustrar
a nossa amizade, transportaram-na para uma cidade
desconhecida, deixando-nos incomunicáveis. Transformei-me
num boêmio e beberrão inveterado. Perdi toda a alegria de
viver e a minha existência estava fadada ao suicídio.
Aproximamos, oramos e
desvendarmos para aquele desditoso rapaz, a verdadeira razão
de ser da vida. Decorridos seis anos encontrei-me com o
referido jovem em uma das igrejas da Guanabara. Fui
surpreendido com um feliz abraço do irmão Otacílio e
família. Agora, casado com a referida jovem e batizados.
Unidos e felizes, estão fazendo a mesma viagem que nós em
demanda ao Porto da Salvação.
– Manoel Xavier.
NÃO
DESANIMAR
"... E a
Seu Tempo Ceifaremos"
Um missionário em Urfa, na
Mesopotâmia, trabalhou por treze anos, sem batizar um só
convertido. Tudo era desanimador, humanamente falando. Veio
então uma epidemia de cólera. O povo fugia em pânico,
abandonando à morte os enfermos. O missionário, esquecido de
si mesmo, atendeu os doentes, terna e incansavelmente. Os
sãos e os moribundos bendiziam o seu nome. Desgastado e
exausto, ele próprio caiu, finalmente, vítima da peste.
Todos os sobreviventes carregaram o seu corpo, com tristeza
e reverência, para um pequeno bosque fora da cidade. Parecia
agora que o trabalho do missionário havia chegado ao fim.
Foi-lhe apontado, contudo, um
substituto, que ao chegar, foi recebido por um grande grupo
e levado com honras para Urfa. Grandes números voltaram-se
para Cristo e uma boa casa de culto foi erguida dedicada à
memória do "homem que morreu por nós". O grão de trigo havia
caído na terra, e preciosa fora a colheita. –
Informativo DSA.
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