20
- Com
efeito, eu vos asseguro que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e dos
fariseus, não entrareis no Reino dos Céus.
VOSSA JUSTIÇA - A justiça ensinada pôr Cristo é conformidade
de coração e de vida com a revelada vontade de Deus. Os pecadores só podem
tornar justos, à medida que tem fé em Deus, e mantém vital ligação com Ele.
Então a verdadeira piedade lhes elevará os pensamentos e enobrecerá a vida.
Então, as formas externas da religião se harmonizam com a interior pureza
cristã. As cerimônias exigidas no serviço de Deus não são nesse caso ritos
destituídos de sentido, como o dos fariseus e hipócritas [[1]].
Deve recordar-se que Cristo estava se
dirigindo ao recém constituído círculo íntimo de discípulos, os doze em
especial, e a todos os outros que eram cidadãos futuros do reino recém
estabelecido. Cristo expõe aqui em linguagem inconfundível a excelsa norma que
deviam atingir esses cidadãos [[2]].
NÃO
EXCEDER - For maior. A justiça
dos cidadãos do reino dos céus deve ultrapassar à dos escribas, expositores oficiais da lei, e dos
fariseus, que se jactavam de ser mais piedosos do que os demais. Era como se
numa concorrência atlética, os discípulos, tão só aficionados, fossem obrigados
a medir com profissionais e campeões, e se lhes dissesse que o menos do que
deviam fazer era superar a esses campeões [[3]].
ESCRIBAS E FARISEUS - A justiça dos escribas e fariseus consistia em prestar uma obediência
externa à letra da lei. Cristo queria que se compreendessem os princípios nos
quais se baseia a lei e que se vivesse de acordo com eles. Bem como o fazem
alguns modernos mestres de religião, escribas escusavam as debilidades da
natureza humana, menosprezando a seriedade do pecado. Dessa maneira faziam que
fosse fácil desobedecer a Deus e animavam aos homens a fazê-lo. O Rabino Akiba 135 d. C. afirmava que o homem tem de
ser julgado pela maioria de seus fatos; isto é, se suas boas ações excedem a
suas más ações, Deus o declarará justo Mishnah
Aboth 3.
NÃO
- O grego emprega o
dobro negativo ou m, sua forma mais enfática, equivalente a nunca jamais [[5]].
Fariseus
São Boas Pessoas
Porque vos digo que, se
a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais
entrareis no reino dos Céus. Mateus 5: 20.
Essa é a afirmação mais
assustadora em todo o repertório de idéias de Jesus. Deve ter deixado Seus
discípulos e demais ouvintes muito perplexos.
Como poderia alguém ter
mais justiça do que os escribas e fariseus? Tal pensamento parecia à maior
impossibilidade na mente dos judeus do primeiro século.
Os escribas eram uma
classe de pessoas que passavam todo o seu tempo ensinando e expondo a lei de
Deus. Sua vida inteira era dedicada ao estudo da Palavra de Deus. Dedicação, os
escribas a tinham em abundância.
Nos tempos de Jesus, os
fariseus eram uma classe seleta de aproximadamente 6.000 homens. A vida deles
era totalmente dedicada a promover a vinda do Messias; a palavra grega
equivalente a Messias é traduzida como Cristo por meio de um viver
perfeito.
A maioria dos cristãos
precisa revisar sua concepção dos fariseus. Eles não eram simplesmente bons
homens; eram os melhores homens. Não só eram moralmente retos, mas extremamente
sinceros
Deturparemos a imagem do
NT se deixarmos de ver a bondade dos escribas e fariseus.
Quanto poderia a igreja
fazer se cada um de nós fosse tão dedicado como eles eram! Isso, porém, não
quer dizer que eles faziam tudo certo, embora pareça sugerir que sua dedicação
e devoção a Deus eram incontestáveis.
Ajuda-me Senhor, a aprender a lição positiva de
dedicação dos escribas e fariseus. Ajuda-me a levar a sério a Tua Palavra [[6]].
A Bondade
dos Fariseus
Não matarás, e não
adulterarás, não dirás falso testemunho; honra teu pai e tua mãe e amarás o teu
próximo como a ti mesmo. Replicou-lhe o jovem: Tudo isso tenho observado; que
me falta ainda? Mateus 19:
Jesus não contradisse o
jovem fariseu que alegava ter guardado os mandamentos desde sua infância. Ele
também não discutiu com o fariseu que orava em Lucas 18, agradecendo a
Deus por não ser como os demais homens, ladrões, injustos e adúlteros, verso 11.
Podemos aprender uma
lição examinando o lado bom desse dedicado grupo. Vamos
observar suas qualidades dignas de louvor.
Em primeiro lugar e acima
de tudo, eles eram amantes e defensores da Bíblia como a Palavra de Deus. Sua
tradição verbal se estabelecera para preservar o verdadeiro significado das
Escrituras.
Em segundo lugar, os
fariseus eram totalmente dedicados à lei de Deus. Amava a lei de todo o
coração. R. Travers Herford apresenta esse aspecto de farisaísmo de maneira
concisa, quando afirma que a preocupação
principal dos fariseus era fazer Torah
lei o guia supremo da vida, em
pensamento, palavra e ação, através do estudo do seu conteúdo, da obediência
aos seus preceitos e, como base de tudo, um serviço consciencioso a Deus, o
qual dera a Torah.
Sua dedicação para
guardar a Lei de Deus os inspirava a desenvolver milhares de diretrizes, para
nem sequer chegarem perto da aparência do mal. Assim, eles tinham cerca de 1
regra verbal sobre como observar o sábado. Essas leis abordavam todos os
aspectos de sua vida.
Além dessas qualidades,
os fariseus eram cheios de zelo missionário e evangelístico e eram bons adventistas. Quer dizer, esperavam a
vinda do Messias com grande expectativa.
Muitos deles criam que o
Messias Cristo viria se a Torah; lei fosse observada com
perfeição por um dia.
Os fariseus se
assemelham a alguns membros da igreja. Eles acreditam em todas as coisas boas e
desejam fazer o bem.
Mas aqui está a
tragédia: eles não alcançavam o reino. Precisamos estar alerta para não
acabarmos sendo como os fariseus. Sabe, de alguma forma eles não eram
suficientemente bons[7].
Bons, Mas
Não o Suficiente
Ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes,
por dentro, estão cheios de rapina e intemperança! Fariseu cego, limpa primeiro
o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo! Mateus 23: 25 e
26.
Os fariseus eram boas
pessoas, mas não suficientemente boas. Ninguém pode ler os Evangelhos, mesmo de
maneira superficial, sem compreender que não havia coisa mais irritante para
Jesus do que a religião dos escribas e fariseus.
Por quê? Por que Jesus
não gritava com as prostitutas e os coletores de impostos? Por que Ele não
gastava mais tempo condenando a classe de sacerdotes mundanos os saduceus ou o descuidado povo comum? Por que os
fariseus, que de acordo com toda a aparência exterior, eram os melhores homens?
O último ponto é o
problema. A religião deles tinha boa aparência no exterior. Eles eram pessoas
brilhantes, que usavam a vestimenta certa, moravam no melhor tipo de vizinhança
e faziam as coisas certas.
As igrejas de hoje,
inclusive as chamadas adventistas, iriam disparar em busca dessas pessoas para
registrá-las no livro de membros da igreja. Sem dúvida, muitos deles até se
tornariam líderes leigos ou eclesiásticos. Seus talentos seriam bem utilizados.
Entretanto, eles tinham
uma falha. Sua religião era de fachada, não vinha do coração. Jesus foi claro
nesse ponto. Se a religião não abranda o coração e transforma a vida de dentro
para fora, ela é sem valor.
Jesus economizou Suas
mais violentas palavras para esses bons membros de igreja, porque eles eram
hipócritas inconscientemente. Faziam tudo certo, mas a própria bondade exterior
era seu narcótico. Sua bondade os embalava em um sono de condescendência
própria, que os deixava imunes ao senso de suas verdadeiras falhas e
necessidades espirituais.
Eles precisavam ser despertados
para o fato de que a mera bondade exterior definitivamente não é bondade.
Precisavam compreender a profundidade do cristianismo.
Eu também preciso!
Senhor dá-me olhos para ver a minha verdadeira condição e ouvidos para ouvir os
Teus conselhos [[8]].
Pior do
que sem Religião
Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas, porque fechais o reino dos Céus diante dos homens; pois vós não
entrais, nem deixais entrar os que estão entrando! Mateus 23: 13.
Aquela
jovem buscava a Deus com toda sinceridade. E queria encontrar a Igreja
Adventista do Sétimo Dia. Como estava feliz. Quão sincera era ela! Como era
transparente!
Ela
descobriu que algumas coisas no adventismo eram diferente daquilo que conhecera
antes, mas tinha um desejo ardente de se enquadrar ali, de agradar os membros
efetivos e fazer a vontade de Deus.
Ela
já havia freqüentado a igreja por um mês, quando foi anunciado um almoço em
conjunto na semana seguinte. Ela ficou entusiasmada.
Tendo
aprendido de alguma forma que os almoços adventistas eram vegetarianos, ela fez
o melhor que pôde da cozinha vegetariana. Estava empolgada por fazer parte do
povo de Deus. Mas a refeição foi um desastre. Certa matrona da igreja notou que
o prato daquela jovem não era suficientemente bom. Ele continha queijo, e aquela
“santa mulher” já vencera aquele tipo de alimento. Ela deixou
transparecer o que sentia sobre o assunto.
E
o resultado? Nossa jovem amiga ficou oprimida. Perplexa, ela se dirigiu a outro
lugar em busca de alimento espiritual.
Algumas
variações dessa história são contadas vez após outra. Experiências de diáconos
grosseiros, de observações feitas a respeito de jóias ou vestidos, e acerca do
tratamento de jovens que são um pouco diferentes, são abundantes no adventismo.
Como
resultado, multidões têm ido para outro lugar. E depois de ler o NT, acredito
que Jesus teria ido com elas.
A
religião do NT conduz homens e mulheres a Deus porque reflete o caráter de
Jesus. Ela aceitava as pessoas muito melhor do que muitos de nós. A própria
aceitação, logicamente, ofendia os escribas e fariseus, assim como ofenderia
alguns adventistas [[9]].
Que Tipo
de Justiça?
Meus irmãos, qual é o
proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso,
semelhante fé salvá-lo?... Também a fé, se não tiver obras, por si só está
morta. Tiago 2: 14 e 17.
Uma
das palavras-chave em Mateus 5: 20
é justiça. Se a vossa justiça não
exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos Céus.
Note
que Jesus não destaca aqui a Sua própria justiça que nos é imputada. Não. Ele
fala da vossa justiça.
Jesus
não faz rodeios quando fala sobre o cristianismo que influencia nossa vida
diária. Ele está falando a respeito da justiça que salva, baseada na fé. Em Mateus 5:
O
fato se torna muito mais evidente quando Jesus começa a ilustrar Seu ponto de
vista nos versos 21 até 48.
Vez após outra, Ele diz aos ouvintes exatamente como sua justiça deve exceder a
dos escribas e fariseus. Cada uma de Suas seis ilustrações tem a ver com coisas
que nós, cristãos, fazemos na vida cotidiana. E Jesus termina essa importante
passagem, dizendo que precisamos ser perfeitos como é perfeito o Deus do Céu. Verso 48. Isso indica quanto
nossa justiça precisa exceder a dos escribas e fariseus.
Essas
são poderosas palavras, especialmente quando compreendemos que Jesus está
falando da nossa justiça e não da Sua justiça imputada a nós.
Nisso,
Mateus e Tiago se assemelham. Para ambos, a fé produz boas obras. Para
ambos, a fé resulta em uma vida religiosa que faz bem aos semelhantes na
comunidade. Ambos acham que a fé em Deus leva a pessoas a exemplificar o
caráter de Cristo na vida diária. Tanto para Mateus como para Tiago,
a adoração a Deus resulta em mudança de vida. Conduz à nossa justiça. E essa
justiça precisa exceder a dos mais dedicados zelotes da história, os fariseus.
Cabe
a nós prestar muita atenção ao que Jesus está dizendo a respeito da justiça no
restante do capítulo 5 de Mateus. Ele tem palavras que a
igreja realmente precisa ouvir [[10]].
Não
Confunda Mateus com Paulo
Porque, se Abraão foi
justificado por obras, tem que se gloriar, porém não diante de Deus. Pois que
diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.
Romanos 4: 2 e 3.
Muitas
pessoas se inquietam com relação aos ensinos de Mateus acerca da justiça.
Como resultado, a fim de escapar da justiça pelas obras de Mateus,
eles sugerem que aqui Jesus não está falando acerca da nossa justiça, mas da
justiça de Jesus que nos é imputada.
Muito
cuidado aí. Permita que o Jesus de Mateus fale por Si mesmo. Ele não
está falando da justiça de Cristo. Está enfatizando a vossa justiça. F.D.
Bruner está correto quando diz que, conquanto seja louvável a intenção dos que
querem ver a justiça de Cristo em vez da nossa sendo abordada em Mateus
5: 20, sua posição está em falta com a exegese. Ela não se enquadra no
contexto.
Deixe
Mateus
falar por si mesmo, adverte Bruner. Não tenha pressa de considerá-lo como se
fosse Paulo. Como você pode ver, Mateus tem sua própria maneira de
ensinar o evangelho. É muito diferente da maneira de Paulo, mas não menos
bíblica.
A
opinião de Mateus a respeito da justiça, conforme é expressa nos versos
Mateus e Paulo têm um só
evangelho, não dois. Mas como Bruner menciona: Paulo, de maneira mais
abrangente do que Mateus, nos mostra a fonte da justiça divina. Por outro lado, Mateus,
de maneira mais clara do que Paulo, nos mostra o alvo da justiça cristã [[11]].
Verdadeira
Santidade
Ide, porém, e aprendei o
que significa: Misericórdia quer e não holocaustos; pois não vim chamar justos,
e sim pecadores. Mateus 9:13.
Jesus
não nos deixa
E
em que consiste essa justiça e santidade? Certamente não no formalismo exterior
dos escribas e fariseus. Aquele tipo de vida religiosa é condenado
constantemente por nosso Senhor. A justiça cristã é muito mais do que dar o
dízimo ou guardar o sábado.
Ela
atinge o âmago do problema humano. No evangelho de Mateus e no restante do NT Jesus está
procurando conduzir-nos a uma religião genuína, além dos rituais religiosos;
uma religião de coração, que nos leve a interessar-nos pelos outros, assim como
Deus Se interessa por nós.
Vamos deixar que Jesus
fale sobre a verdadeira justiça no livro de Mateus. É ser
misericordioso e pacificador nas Bem-aventuranças 5:
Santidade
é tudo isso e muito mais. É dar um copo de água fria ao sedento, é alimentar o
faminto, é amar a Deus de todo o nosso coração e entendimento.
A vossa justiça, ou santidade na opinião
de Jesus, é algo todo-abrangente. Envolve todos os aspectos da nossa vida. É
uma atitude, é um modo de vida, é a maneira de ser. Quando Jesus disse que a
nossa justiça precisa exceder em muito a dos escribas e fariseus, Ele Se
referiu a todas as partes de nossa vida, tanto interior como exteriormente.
Senhor,
ao compreendermos mais plenamente o que significa ser cristão, suplicou Tua
habilitadora graça em nossa vida; queremos ser sensíveis tanto à Tua vontade
como às necessidades de outras pessoas [[12]].
O que
Jesus Quer Dizer?
E não vos conformeis com
este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimente qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Romanos 12: 2.
O capítulo
5 de Mateus, em seus primeiros 20 versos, nos conduziu através de
águas turbulentas. Primeiro, vimos qual deve ser o nosso caráter, nas
Bem-aventuranças. Depois, Ele diz que nossa justiça precisa exceder a dos
escribas e fariseus.
O
que Jesus quer dizer? A explicação é realmente bem simples. Ele quer que
sejamos exatamente o oposto que somos por natureza. Nas palavras de João, isso
pode ser descrito como nascer de novo João 3: 5 e 7. Nas palavras de
Paulo,
Paulo
nos diz que precisamos ser transformados.
A palavra transformar é muito
interessante. Ela vem da palavra grega metamorphoo.
Esse é o mesmo termo que dá origem à palavra metamorfose, usada pelos biólogos.
E
o que é metamorfose? De acordo com o Dicionário
Aurélio de Língua Portuguesa, é uma
mudança notável ou completa na fortuna, no estado, no caráter de uma pessoa,
etc.
Metamorfose
é o que acontece com a larva ou a lagarta quando ela se torna uma borboleta.
Para mim, essa é a melhor ilustração gráfica daquilo que acontece com a pessoa
quando ela encontra Jesus.
Deus nos encontra em nosso
egocentrismo, orgulho, e caminho condescendente então nos toma e transforma
nossa vida. Isso, sim, é um milagre! Talvez seja o maior de todos os milagres. Deus
quer tomar uma larva como eu e me ensinar a voar. Deus quer tomar répteis
desbotados, e pintá-los em lindos matizes e dar-lhes asas.
E o melhor de tudo é que
Ele pode fazer isso. Louvado seja Deus! Ele deseja me transformar. Quer que
minha justiça exceda até mesmo a dos escribas e fariseus. Ele deseja fazer de
mim algo que eu não sou. Deseja tornar-me uma nova criatura à imagem de Jesus [[13]].
Excedendo
o Extraordinário
Portanto, santificai-vos e sede santos, pois Eu
sou o Senhor, vosso Deus. Guardai os Meus estatutos e cumpri-los. Eu sou o
Senhor, que vos santifico. Levítico 20:7 e 8.
Se
justiça é uma das palavras-chave em Mateus 5:
Nessa
passagem, Jesus definitivamente alerta Seus seguidores de que o cristianismo
não é fácil. O único alvo dos escribas e fariseus era satisfazer às exigências
da lei. Eles procuravam ser santos, mas não compreendiam a intensidade da
santidade. Deixaram de ver que a verdadeira santidade não é meramente uma
rotina exterior de obrigações religiosas, mas um motivo interior de amor para
com Deus e as demais pessoas, o qual constantemente encontra expressão na vida.
Ser
santo é viver uma vida santificada. A palavra santificar quer dizer purificar,
consagrar ou separar. Assim foi dito a Moisés
para purificar,
santificar, todo o poço de Israel ao Senhor. Êxodo 30:
A
palavra do Novo Testamento traduzida como santificar significa tornar santo. Assim, um santo aquele que foi santificado é uma pessoa
que foi separada por Deus para um santo propósito.
O
NT fala frequentemente da santificação como um fato realizado. Como resultado,
Paulo pode escrever aos coríntios como aos santificados em Cristo Jesus, chamados
para ser santos. I Corintios 1: 2.
Ser
um verdadeiro cristão significa permitir que o nosso eu seja separado para um
santo propósito. Significa viver para Deus. Quer dizer, viver a vida de Deus
como foi retratado por Jesus.
Quando
Jesus usou a palavra exceder, no Sermão do Monte, Ele
falou com grande seriedade. Como logo veremos nos versos
Nossa
Justiça: Ponto de Salvação
Alegremo-nos, exultemos
e demos-Lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a
si mesma já se ataviou, pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo,
resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos
santos. Apocalipse 19: 7 e 8.
Algumas
pessoas não gostam desse tipo de conversa. Se assim é, elas não gostam do tipo
de conversa que Jesus usa. Em Mateus 5: 20, Ele afirmou
categoricamente que a menos que a justiça de uma pessoa excedesse a dos
escribas e fariseus, ela não entraria no reino dos Céus.
Frederick
D. Bruner, teólogo presbiteriano, apresenta de maneira apropriada o intento de
Jesus: Vemos que entre os versos
Com
o texto de Mateus 5: 20, Jesus monta o palco para o que vem em seguida.
Nos versos
Agora
estamos prontos para examinar tanto a coerência como as diferenças, enquanto
Jesus, o legislador, pessoalmente nos mostra e expõe a profundidade e a
amplitude do significado da lei [[15]].
LEITURA ADICIONAL
Se a vossa justiça não exceder a dos
escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos Céus. Mateus 5: 20.
Os escribas e fariseus tinham acusado não
somente Cristo, mas também Seus discípulos por sua desconsideração para com os
ritos e observâncias rabínicos. Muitas vezes tinham sido os discípulos deixados
perplexos e perturbados pela censura e a acusação daqueles a quem tinham sido
habituados a reverenciar como mestres religiosos. Jesus revelou o engano.
Declarou que a justiça a que os fariseus davam tão grande valor, nada valia. A
nação judaica pretendia ser o povo peculiar, leal, favorecido por Deus; mas
Cristo apresentava sua religião como vazia de salvadora fé. Todas as suas
pretensões de piedade, suas invenções e cerimônias humanas, e mesmo o
cumprimento das exigências exteriores da lei, não os podiam tornar santos. Não
eram puros de coração ou nobres e semelhantes a Cristo no caráter.
Uma religião legal é insuficiente para pôr a
alma
Tudo isto deviam os judeus ter aprendido dos
ensinos dos profetas. Séculos antes, o grito da alma pedindo justificação
com Deus encontrara expressão e resposta nas palavras do profeta Miquéias:
"Com que me apresentarei ao Senhor e me inclinarei ante o Deus altíssimo?
Virei perante Ele com holocaustos, com bezerros de um ano? Agradar-Se-á o
Senhor de milhares de carneiros? De dez mil ribeiros de azeite?... Ele
te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que
pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu
Deus? Miquéias 6:
O profeta Oséias indicara o que
constitui a própria essência do farisaísmo, nas palavras: Israel é uma videira estéril;
dá fruto para si mesmo. Oséias 10: 1 Tradução Trinitariana. Em seu professo serviço a Deus, os judeus estavam na
verdade trabalhando para o próprio eu. Sua justiça era o fruto de seus próprios
esforços para guardar a lei, segundo suas próprias idéias, e para seu benefício
pessoal, egoísta. Daí o não poder ser ela melhor do que eles mesmos. Em seu
esforço por se tornarem santos, procuravam tirar uma coisa pura de outra
imunda. A lei de Deus é santa como Ele próprio é santo, perfeita como Ele é
perfeito. Ela apresenta aos homens a justiça de Deus. Impossível é ao homem, de
si mesmo, guardar essa lei; pois a natureza do homem é depravada, deformada, e
inteiramente diversa do caráter de Deus. As obras do coração egoísta são como coisa
imunda; e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia. Isaias 64: 6.
Embora a lei seja santa, os judeus não
podiam atingir a justiça por seus próprios esforços para guardar a lei. Os
discípulos de Cristo precisam alcançar a justiça de um caráter
diverso daquela dos fariseus, se querem entrar no reino do Céu. Em Seu
Filho, Deus lhes oferecia a perfeita justiça da lei. Caso abrissem plenamente o
coração para receber a Cristo, a própria vida de Deus, Seu amor, habitaria então
neles, transformando-os à Sua própria semelhança; e assim, mediante o dom
gratuito de Deus, haviam de possuir a justiça exigida pela lei. Mas
os fariseus rejeitavam a Cristo; não conhecendo a justiça de Deus e procurando
estabelecer a sua própria justiça. Romanos 10: 3, não se submeteram à
justiça divina.
Jesus Se pôs a mostrar a Seus ouvintes o que
significa observar os mandamentos de Deus, que isso é uma reprodução, neles
próprios, do caráter de Cristo. Pois Nele Se manifestava Deus diariamente aos
olhos deles [[16]].
[1] Desejado de Todas as Nações, p. 291.
[2] CBASD, vol. 5, p. 324.
[3] CBASD, vol. 5, p. 324.
[4] CBASD, vol. 5, p. 324.
[5] CBASD, vol. 5, p. 324.
[6] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 112.
[7] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 113.
[8] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 114.
[9] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 115.
[10] Caminhando com Jesus No
Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 116.
[11] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 115.
[12] Caminhando com Jesus No
Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 116.
[13] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 117.
[14] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 118.
[15] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 121.
[16] O Maior Discurso de
Cristo,