22º
INTRODUÇÃO
O PAI NOSSO
Eles já
haviam estado em um barco certa vez, navegando num mar revolto, e tinham-no
ouvido dizer com voz calma, mas cheia de autoridade: Silêncio! Aquietai!, e
ficaram pasmados de ver que as ondas e ventos o obedeciam. Ele Se dirigira a um
paralítico que se encontrava entrevado havia muitos anos, e ali, diante de seus
olhos, o homem se erguera e andara.
Eles
haviam recolhido doze cestos de sobras de alimento, após uma refeição
miraculosa, onde cinco mil pessoas haviam sido alimentadas por Ele com o lanche
de um garoto, que constava de cinco pães e dois peixes. Eles viram cegos,
epilépticos, leprosos e até doentes mentais serem curados com apenas uma
palavra de Seus lábios. Viram o tormento da culpa abandonar o rosto das
pessoas, logo que Ele as perdoava. Ouviram-no falar como nenhum outro falara
antes. E sentiram profundamente todo o magnetismo que havia na vida Dele.
Contudo,
aquele encantamento imediatamente se transformou em terrível responsabilidade
quando o ouviram dizer: Assim como o Pai Me enviou, Eu também vos
envio. Certamente, ninguém poderia esperar que eles operassem os mesmos
milagres que Ele operara. Seria exigir muito deles. Todavia, depois eles se
sentiram cheios de um maravilhoso senso de capacitação, ao ouvi-Lo dizer: Em
verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em Mim, fará também as obras
que Eu faço, e outras maiores fará, porque Eu vou para junto do Pai. João
14:12.
Será
que eles poderiam possuir aquele poder? Ele afirmara isto, portanto, assim
devia ser. Mas como? Será que Ele lhes ensinaria o segredo?
Certo
dia, a solução revelou-se a eles. Realmente, havia uma chave-mestra que abria a
caixa-forte do poder de Deus. Imediatamente, foram ter com Ele e Lhe pediram: Senhor,
ensina-nos a orar. Lucas 11: 1. Aprender a orar era o segredo, o único
segredo que precisavam saber.
Atendendo
àquele pedido, Jesus ensinou-lhes uma prece em Mateus 6:
Orar
não é simplesmente recitar algumas palavras. As palavras são apenas a armação
de concreto sobre a qual a casa do pensamento é edificada.
O poder
do Pai Nosso reside não nas palavras, mas sim na configuração mental que gera
Temos o
poder de Cristo na mesma proporção em que nos apropriamos de seus pensamentos.
Lembramo-nos
de como no Hamlet de Shakespeare, o
rei não conseguia orar. E ele explica isto com as seguintes palavras: Minhas palavras voam ao céu, mas meu
pensamento aqui embaixo está; E sem o pensamento, elas nunca chegam lá.
E é
verdade. Nós também fracassamos em nossa devoção porque nossas preces são
palavras sem pensamento[1].
PAI NOSSO - A ORAÇÃO DO DISCÍPULO
Portanto
orai desta maneira: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu Nome,
Venha ao Teu Reino, seja feita a tua Vontade na terra, como no céu. O
pão nosso de cada dia dá-nos hoje. E
perdoa-nos as nossas dívidas como também nós perdoamos aos nossos devedores. E
não nos exponhais à tentação mas livra-nos do Maligno. Pois,
se perdoardes aos homens seus delitos, também o vosso Pai celeste vos perdoará;
Mas se não perdoardes aos homens, o vosso Pai também não perdoará os vossos
delitos. Mateus
Antes de iniciar a pensar na Oração do Senhor em detalhe,
há alguns fatos gerais que nos fará bem recordar.
Devemos advertir, Devemos advertir, antes de tudo, que
esta é uma oração que Jesus ensinou a seus discípulos. Tanto Mateus
como Lucas
deixam bem claro. Mateus põe todo Sermão do Monte no contexto do ensino de Jesus
a seus discípulos (Mt. 5: 1); e Lucas nos diz que Jesus lhes ensinou
esta oração a seus discípulos a pedido de um deles (Lc.11: 1). Fazemos bem de chamá-la Da Oração do Senhor, porque foi o
Senhor Quem nos ensinou e mostrou como algo Seu; é uma oração
que não pode fazer sua mas um discípulo de Jesus; que só tenha reconhecido a Jesus
Cristo como seu Salvador e Senhor pode tomar em seus lábios com verdadeiro
sentido.
A Oração do Senhor não é uma oração infantil, como se
pode ser considerada; de fato, não tem sentido para uma criança. Tampouco é uma
Oração Familiar, como se chama às vezes, a menos que por família entendamos a família da Igreja.
A Oração do Senhor se apresenta específica e definidamente
como a oração do discípulo, e só nos lábios
de um discípulo adquire seu pleno significado. Para dizer de outra maneira: só
a pode fazer a pessoa que sabe o que está dizendo em seu conteúdo, e não pode
saber a menos que seja admitido como discípulo.
Devemos advertir em ordem os pedidos
da Oração do Senhor. As primeiras três petições são dirigidas a Deus e Sua
glória; As três seguintes se referem as nossas necessidades. Inicia dando a
Deus o lugar supremo que a Ele corresponde, e depois, e só depois, nos voltamos
para nos e nossas necessidades. Só quando se dá a Deus o lugar que Lhe
corresponde, todo o demais passa a ocupar o lugar que lhe corresponde. A oração
não deve ser nunca um intento de forçar a vontade de Deus a nossos desejos, mas
sempre um intento de submeter nossa vontade à vontade de Deus.
A segunda parte da oração, que trata de nossas
necessidades, tem uma unidade preciosamente encaixada. Trata das três
necessidades básicas do ser humano, e as três esferas do tempo em que se move.
Primeiro, pede pão, o que necessita para se manter a vida, e desta
maneira apresenta as necessidades do presente ante o
trono de Deus. Segundo, pede perdão, e assim traz
o passado a presença de Deus. E terceiro, pede ajuda na tentação, e deixa
assim o futuro nas mãos de Deus. Estas três breves petições nos ensina a
depositar o passado, o presente e o futuro nas mãos e na graça de Deus.
Esta oração não se limita a apresentar a Deus a totalidade
da vida; também é uma oração que traz a totalidade de Deus às nossas vidas.
Quando pedimos pão para nosso sustento,
esta petição dirige nosso pensamento imediatamente a Deus o Pai, Criador e Mantenedor de toda vida. Quando pedimos perdão, este pedido dirige o pensamento imediatamente a Deus o Filho, Jesus Cristo nosso Salvador e Redentor. E quando pedimos
ajuda nas tentações futuras, este pedido se dirige imediatamente nosso
pensamento a Deus e ao Espírito Santo, o Consolador, Iluminador, Guia e Guardião de nossas
almas.
Da maneira mais maravilhosa, esta breve segunda parte da
Oração do Senhor toma o presente, o passado e o futuro, e nos apresenta Deus
Pai, Filho e Espírito Santo; Deus, em toda Sua plenitude. Jesus nos ensina na
Oração do Senhor apresentar a totalidade da vida e a totalidade de Deus, e a
trazer a totalidade de Deus à totalidade da vida[2].
9 - Portanto
orai desta maneira: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu Nome,
PORTANTO - Vocês. Este pronome é enfático no grego. Jesus estava se dirigindo especialmente aos doze, os
primeiros eleitos para o reino dos céus.Aqui a palavra vocês contrasta com
os hipócritas do capítulo 6: 2 e os gentios do verso 7[3].
DESTA MANEIRA - Na
redação de Mateus o Pai nosso contém sete petições. Esse número é da
predileção de Mateus duas vezes sete na genealogia (1: 17), Sete Bem-Aventuranças
(5:
3), sete parábolas (13: 3), dever de perdoar não sete, mas setenta vezes sete (18:
22), sete maldições dos fariseus (23: 13), sete partes do evangelho,
talvez tenha sido com o objetivo de conseguir sete petições que Mateus
apresentou ao texto básico (Lucas 11:
Orareis assim. Seguindo este modelo, não necessariamente
empregando as mesmas palavras. O Pai Nosso é um modelo quanto ao conteúdo, mas
não necessariamente com respeito à forma. O contexto indica que esta oração se
apresenta como um modelo que contrastasse com as vãs repetições e o palavreado das rezas pagãs,
características que tinham sido adotadas pelos fariseus. Aos cidadãos de seu
reino, Cristo disse: Não sejais semelhantes
a eles... Vocês, pois, orareis assim. Versos 8 e 9.
O Pai Nosso, sobretudo os versos
Tanto o Kadisch como o Pai
Nosso têm suas raízes no AT (Daniel. 2: 20; Jó 1:
21; Salmo 113: 2), onde se
expressam ideias comuns às duas orações.
O Kadisch, como outras orações
judaicas, tem sua base no AT, o culto judaico já tinha incorporado, nos tempos
de Cristo, algumas tradições que tinham escurecido em certa medida as verdades
reveladas no AT. Em parte por isto Jesus não foi reconhecido como o personagem
central do AT, nem como o cumprimento de suas profecias.
As orações tinham chegado a ser longas e cheias de repetições, e a
sinceridade do pensamento e da expressão se tinham escurecido por uma forma
literária impessoal, de formosas frases, mas muitas vezes defeituosa de
sinceridade de espírito. No Pai Nosso, Jesus resgatou do palavrório que era
essencial e restaurou a uma forma simples e compacta, cujo significado pudesse ser
compreendido pela pessoa mais singela. Conquanto o Pai Nosso reflita até certo
ponto as orações judaicas, trata-se de uma oração cuja originalidade se
encontra na seleção de pedidos que se apresentam e
PAI NOSSO - O reconhecimento de que somos filhos de nosso
Pai celestial devesse ser o primeiro
QUE ESTÁS NOS CÉUS - Apesar da estreita relação
pessoal que possa existir entre os homens e seu Pai que está no céu, seus filhos terrenos sempre perceberão a infinita
majestade e grandeza de Deus Isaías
57: 15 e sua própria e total insignificância. O reconhecimento de que Deus está
no céu, e você sobre a terra. Eclesiastes
5: 2 leva ao coração contrito a esse espírito de reverência e humildade que é
a primeira condição da salvação[7].
Jesus
nos lembrou que nosso relacionamento com Deus pode ser como o de um filho com
seu pai; ressalvou também que esse Pai não é só meu, mas nosso, convidando-me a
enxergar os outros como irmãos. Na continuação da oração modelo, contudo, Ele
faz questão de reconhecer um conceito aparentemente óbvio: o de que existe uma
realidade além dessa que nós enxergamos e apalpamos.
Quando
Ele afirma que o Pai nosso está nos céus,
introduz a perspectiva de que existem céus, ou seja, existe um plano diferente
deste nosso, e essa realidade paralela, ou superior, é habitada pelo próprio
Deus.
Isso
não deveria causar muito impacto para alguém que está orando, porque quem ora
parte desse pressuposto. Ele reconhece a si mesmo a possibilidade, se não a
certeza, de que Deus está lá e por isso se dirige a Ele, nem que seja para
pedir-lhe que o ajude a crer que Ele de fato existe.
Especialmente
no nosso tempo, essa noção é bastante significativa, já que o
racionalismo e o império da ciência a partir do século 19 consagraram a ideia de que apenas o que pode ser visto,
medido, apreendido pelo método científico e dissecado na lâmina de um
microscópio é digno de ser dado como real.
Ele não
dá as evidências ou razões pelas quais devemos considerar como válida, se não
como certa, a existência de uma realidade invisível. Apenas a posiciona como um
fato e convida a crer. Ninguém captou melhor a importância disso que João. Em
praticamente cada capítulo de seu evangelho você encontra a palavra crer. Crer é o pressuposto único para a
salvação, é o que garante vida eterna através do sacrifício de Cristo, que
aconteceu porque Deus amou o mundo de uma forma imensurável.
Mas
você e eu não precisamos que ninguém chegue para nós e diga: escute, considere
apenas por um instante a possibilidade de Deus existir de verdade e de Ele ter
uma lei. Nós não nos surpreendemos ao dizer Pai
nosso que estás nos céus; a realidade sobrenatural é reconhecida sem
maiores conflitos.
Se
realmente cremos que existem mais coisas do que podemos ver, por que vivemos
como que negando essa crença? Por que não conseguimos ver na natureza, no
prazer de uma boa comida, do sexo, da boa música, de um bom livro e de uma boa
amizade ou no desfrute de cada uma dessas coisas com temperança e moderação,
vestígios dessa realidade invisível? Por que consideramos obra da sorte ou
coincidência as coisas boas que nos ocorrem, algumas das quais havíamos acabado
de pedir ao Pai nosso que estás nos céus?
Por que razão nossas prioridades, a administração de nosso tempo e a forma como
nos relacionamos com as pessoas à nossa volta desdizem a existência de qualquer
realidade superior?
Vejo na
preocupação de Jesus em localizar no espaço
o Pai a quem oramos um lembrete constante dessas minhas incongruências e um
chamado à coerência. G. K. Chesterton compara nossa situação à de um náufrago
com amnésia que acorda confuso em uma praia e começa a colher pela areia
artigos de luxo, roupas, espelhos, joias, tudo a lembrar-lhe que existe aquela
realidade da qual ele está, tomara, temporariamente separado. As coisas boas
que encontramos pelo caminho são vestígios de Deus, e lenha para a fogueira de
nossa esperança de que essas coisas todas sejam brevemente a ordem do dia outra
vez.
O CÉU
Schopenhauer,
Em
Tessalônica existe um cemitério com dois túmulos que foram descobertos por
arqueólogos, um leva a inscrição: Nenhuma
esperança, e no outro a frase: Cristo
é minha vida.
Irmãos
não queremos que ignoreis o que se refere aos mortos, para não ficardes tristes
como os outros que não tem esperança. I Tessalonicenses 4: 13. Paulo
chama os não cristãos como os que não tem esperança. Na oração do Senhor Jesus
nos ensinou dizendo: Venha o teu reino, e ao animar os
discípulos antes do sacrifício nos diz que foi preparar lugar. Não
se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu
Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vos teria dito, pois vou
preparar-vos um lugar, e quando eu for e vos tiver preparado um lugar,
virei novamente e vos levarei comigo, afim de que, onde eu estiver, estejais vós
também. João 14:
Os
dois primeiros capítulos da Bíblia falam da criação efetuada por Deus, de um
mundo perfeito para habitação dos seres humanos, por Ele criado. Os dois
últimos capítulos da Bíblia também falam de Deus recriando um mundo perfeito
para toda a humanidade.
ESPECULAÇÕES E FANTASIAS SOBRE
O CÉU
1.
Lugar invisível onde habitam os espíritos dos mortos.
2.
Lugar onde habitam os justos após a morte.
3.
A terra já e o céu e Cristo habita entre nos.
Maomé cria em sete céus:
1.
De prata onde habitam os que morrem.
2.
De ouro para onde são transferidos.
3.
De diamante.
4.
De Esmeralda.
5.
De Adama.
6.
De carbúnculo, pedra preciosa vermelha viva.
7.
De Luz gloriosa após jornadas de purificação.
Religiões
pagãs e cristãs creem na existência de um paraíso. Jesus na oração do Senhor
nos ensinou: Pai nosso que estás nos céus.
ENSINO BÍBLICO SOBRE O CÉU
Conheço
um homem em Cristo que, há quatorze anos, foi arrebatado ao terceiro céu - se
em seu corpo, eu não sei; se fora do corpo, eu não sei; Deus o sabe! E sei que
esse homem - se no corpo ou fora do corpo não sei; Deus o sabe! Foi arrebatado
até o paraíso e ouviu palavras inefáveis, que não é lícito o homem
repetir. II Coríntios 12:
Temos,
portanto, um sumo sacerdote eminente, que atravessou os céus. Jesus, o Filho de
Deus. Permaneçamos, por isso, firmes na profissão de fé. Hebreus 4: 14.
Jesus
atravessou os céus a caminho de Deus Pai. Havia uma simbologia nos diversos
compartimentos do templo em Jerusalém seriam um retrato simbólico das divisões
dos lugares celestiais, simbolizando um acesso gradual e ascendente a Deus,
terminando no Santo dos Santos.
Existem
três céus: O atmosférico, o sideral e o terceiro onde há habitação de Deus.
I - O CÉU ATMOSFÉRICO
Deus
disse: Haja um firmamento no meio das águas e assim se fez. Deus fez o
firmamento, que separou as águas que estão sob o firmamento das águas que estão
acima do firmamento, e Deus chamou o firmamento céu. Houve uma tarde e uma
manhã: segundo dia. Gênesis 1:
A
atmosfera é um invólucro gasoso que circunda a terra, sem a qual a vida seria
impossível.
Etimologicamente
o termo atmosfera vem do grego. atmos
sphara - esfera de vapor. Mais de vinte elementos entram em sua composição,
sendo muitos deles considerados contaminantes.
Os
principais são: nitrogênio 78,03% e o oxigênio 20,99%,
que constituem quase a totalidade da mistura. O restante é formado por gás
carbônico, argônio, metano, ozônio, e os gases inertes ou raros, a saber:
neônio, criptônio, hélio e xenônio, alem de gases sulfurosos e sulfídricos,
hidrocarbonetos, ex.: iodo, que leva o ar das praias e estraga alguns metais.
O
oxigênio é o elemento mais importante do ar, o qual depende a existência de
grande parte dos seres vivos inclusive o homem. O ar vai penetrando nos
pulmões, e o oxigênio é separado dos outros gases, absorvido pelos glóbulos
vermelhos do sangue e distribuído no organismo.
Um
homem respira em media por dia
O
ozônio concentrado numa tênue camada ao redor da terra, a cerca de
A
cor do céu deve-se ao ar. A luz solar visível compõe-se de uma gama de radiação
que corresponde ao arco-íris: do violeta ao vermelho.
A
atmosfera é composta por três camadas básicas:
TROPOSFERA -
Inicio na superfície da terra e tem um limite médio de
Quanto
maior for à altitude há uma queda gradual da temperatura, 6,5 graus a cada km.
ESTRATOSFERA -
Segue-se a troposfera chegando a um limite médio de
IONOSFERA -
Última camada atmosférica, dividida em três partes:
1. Mesosfera - Até
2. Termosfera - Até
3.
Esfera - Até
O
ar tem a função de transportar o som, o cheiro e o calor, se não fossem as
ondas sonoras levadas pelo ar, seria impossível escutarmos vozes e tão pouco
sentirmos odores, possuí uma capa protetora contra o frio e o calor do
universo. Como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam, sem terem
regado a terra tornando-a fecunda e fazendo-a germinar, dando semente ao
semeador e pão ao que come. Isaías 55: 10.
II - O CÉU SIDERAL
Pela
boca das crianças e bebês tu o firmaste, qual fortaleza, contra os teus
adversários, para reprimir o inimigo vingador. Quando vejo o céu, obra dos teus
dedos, a lua e as estrelas que fixaste que é o homem mortal para dele te
lembrares, e um filho de Adão, que venhas visitá-lo. Salmo 8:
A
terra que parece muito grande, na realidade é bem menor que o sol. O diâmetro
da terra é de
A VELOCIDADE DOS RAIOS DO SOL
Leva
oito minutos para que os raios do sol cheguem à terra na velocidade de
Tudo
se move e anda de acordo com leis previamente estabelecidas, o salmista exclama
A VIA LÁCTEA
A
que pertence o nosso sistema solar. Segundo os astrônomos possui cerca de 40
bilhões de sóis, e supondo que cada sol possui em media nove
planetas, revolvendo em torno de si, isto significa que sistema solar
possuísse nove planetas em média, na Via Láctea poderia haver 360
bilhões de planetas, além dos sóis, perfazendo um total de 400
bilhões de corpos celestes, de tamanho, cor e composições diferentes.
Se
fossemos viajar a velocidade da luz de um extremo ao outro da via láctea, em
seu cumprimento, levaríamos 300.000 anos de viagem ininterrupta,
e em sua largura levaríamos cerca de 30.000 anos.
Os
astrônomos creem que existem cerca de 200 bilhões de galáxias, também chamadas
de ilhas do Universo, ou Nebulosas, e algo muito grande para a nossa
compreensão. E o salmista admirado exclama a grandeza do Criador. Ele
conta o número das estrelas, e chama cada uma por seu nome. Nosso Senhor é
grande e onipotente e sua inteligência é incalculável. Salmo 147: 4 e 5.
A VASTIDÃO DO SEGUNDO CÉU
Quão
pequenos somos, com ambições e orgulho, quando comparados com o Universo. Que
lição a ciência nos ensina! Que é o homem comparado com a grandeza do Universo.
Para
ele as nações não passam de uma gota que cai de um balde, são reputadas como o
pó depositado nos pratos de uma balança. As ilhas pesam tanto como um grão de
areia! O Líbano não bastaria para o seu fogo, nem a sua fauna para um
holocausto. Todas as nações são como nada diante dele, não passam de coisa vã e
irreal. A que haveis de comparar a Deus? Que semelhança podereis produzir dele.
Isaías 40:
HÁ OUTROS MUNDOS HABITADOS
Um
astrônomo disse: Quem quer que negue que
haja vida em outros planetas do Universo, com exceção da Terra, e como um peixe
que afirma ano existir vida fora da água.
A
Bíblia confirma por inspiração Divina a convicção de outras vidas, notemos esta
declaração feita a mais de 1.500 anos. Onde estavas, quando lancei os fundamentos
da terra? Dizei-mo, se é que sabes tanto. Quem lhe fixou as dimensões? se o
sabes, ou quem estendeu sobre ele a régua? Onde se encaixam suas bases, ou quem
assentou a sua base angular, entre as aclamações dos astros da manhã e os
aplausos de todos os filhos de Deus. Jó 38:
Outras
provas da existência de seres celestes estão nos textos: Por isso, alegrai-vos, ó céu, e
vós que o habitais! Ai da terra e do mar, porque o Diabo desceu para junto de
vós cheio de grande furor, sabendo que pouco tempo lhe resta. Apocalipse 12: 12
És
tu, Senhor, que és Único! Fizeste os céus, os céus dos céus e todo seu
exército, a terra e tudo o que ela contém os mares e tudo o que eles encerram.
A tudo isso és tu que dás a vida, e os exércitos dos céus diante de ti se
prostra. Neemias 9: 6.
O TERCEIRO CÉU: HABITAÇÃO DE
DEUS
Que
ele fez operar em Cristo, ressuscitando-o de entre os mortos e fazendo-o assentar
à sua direita nos céus. Efésios 1: 20
Mas
será verdade que Deus habita com os homens nesta terra? Se os céus e os céus
dos céus não te podem conter, muito menos esta casa que construí. I Reis 8:
26.
O
terceiro céu, o céus dos céus é a habitação de Deus, e Ele habita por seu Espírito
no coração dos seus filhos que pela fé o recebem. Ninguém pode esconder-se de
Deus.
Jesus
está preparando um lugar para nós, esta eloquente promessa da volta de Jesus é
que anima os Cristãos que aguardam ansiosamente o retorno do Mestre. Os
teus olhos contemplarão o rei na sua beleza, eles verão uma terra distante.
Isaías 33: 17.
QUANDO JESUS VIRÁ PARA NOS
LEVAR
E este Evangelho do Reino será proclamado no
mundo inteiro, como testemunho para todas as nações. E então virá o Fim. Mateus
24: 14. Pouco tempo resta para o cumprimento desta profecia, é a
oportunidade que temos para participar do maior acontecimento da história, “Depois
disso, ouvi como que um forte rumor de numerosa multidão no céu, aclamando: Aleluia.
A salvação, a glória e o poder são do nosso Deus, porque seus julgamentos são
verdadeiros e justos, Sim! Ele julgou a grande Prostituta, que corrompeu a
terra com a sua prostituição, e nela vingou o sangue de seus servos! E
acrescentaram: Aleluia! Dela sobe a fumaça pelos séculos dos séculos! Os
vinte quatro anciãos e os quatro Seres vivos se prostraram então diante de Deus
que está sentado no trono, dizendo: Amem Aleluia! Nisto, saiu do trono
uma voz, convidando: Daí louvores ao nosso Deus, vós todos os servos, e vós que
o temeis, os pequenos e os grandes! Ouvi depois como que o rumor de uma grande
multidão, semelhante ao fragor de águas torrenciais e ao ribombar de fortes
trovões, aclamando: Aleluia! Porque o Senhor, o Deus todo poderoso
passou a reinar! Alegremo-nos e exultemos, demos glória a Deus, porque estão
para realizar-se as núpcias do Cordeiro, e sua mulher já está pronta:”.
Apocalipse 19: 1- 7 que nos relata este acontecimento apoteótico
A NOVA TERRA
Apocalipse
20 nos diz que passaremos 1.000
anos no terceiro céu. Ao finalizar este período e o final de Satanás e seus
seguidores a terra será restaurada, Vi então um céu novo e uma nova terra - pois
o primeiro céu e a primeira terra se foram, e o mar já não existe. Vi também
descer do céu, junto de Deus, a Cidade santa, uma Jerusalém nova, pronta como
uma esposa que se enfeitou para seu marido. Nisto ouvi uma voz forte que, do
trono dizia: Eis a tenda de Deus com os homens. Ele habitará com eles, eles
serão o seu povo, e ele, Deus com eles será o seu Deus. Ele enxugará toda a lágrima
dos seus olhos, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor
haverá mais. Sim! As coisas antigas se
foram! O que está assentado no trono declarou então: Eis que faço novas todas
às coisas. E continuou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.
Apocalipse
21:
CONCLUSÃO
Jesus
esta oferecendo hoje, agora, o lugar que nos tem reservado. Desde que foi
elevado aos céus tem estado a preparar-nos lugar, hoje é o dia de o aceitarmos
antes que a Divina graça seja retirada. Deus nos chama: Vinde a mim todos os que estais
cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o
meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e
encontrareis descanso para vossas almas, pois o eu jugo é suave e o meu fardo é
leve. Mateus 11:
SANTIFICADO - Grego: hagiázô, considerar santo, fazer santo, relacionado com o adjetivo hagios,
santo, consagrado. O nome de Deus é honrado de dois modos:
1. Mediante atos divinos que induzem aos homens a reconhecer e a
reverenciar a Iahweh como Deus. Êxodo 15: 14 e15; Josué 2:
2. Mediante as ações dos homens que lhe honram como Deus e lhe rendem a
adoração e a obediência que lhe correspondem. Isaías 58: 13; Mateus 7:
SEJA O TEU NOME - Segundo o uso moderno, um
nome nada mais é do que um meio de identificar uma pessoa. Mas nos tempos
bíblicos, o nome de uma pessoa estava mais intimamente unido a ela como
indivíduo. Com frequência, o nome representava os traços de caráter que os pais desejavam ver desenvolver
A forma verbal grega aoristo
imperativo sugere que ainda não está sendo glorificado o nome de Deus. Bem
pode referir-se também ao momento quando o santo nome de Deus será
universalmente santificado[10].
PAI QUE ESTÁ NO CÉU
Bem se poderia dizer que a palavra Pai aplicada a Deus é um resumo breve da fé cristã. O grande
valor desta palavra Pai está em que se estabelece
todas as relações desta vida.
1. Estabelece nossa relação com o mundo invisível. Os missionários nos dizem que um dos maiores desafios que
o Cristianismo traz a mente e aos corações dos pagãos é a certeza de que há um
só Deus. Os pagãos creem que existem inumeráveis deuses, que cada corrente do
rio, árvore o vale, colina ou bosque, e todas as forças da natureza tem seu
próprio deus. O paganismo vive em um mundo infestado de deuses. Todavia todos
estes deuses são zelosos, ciumentos e hostis. Tem que aplacá-los, e nunca se
pode estar seguro de não haver omitido nada de honra devido a algum deles. A
consequência é que o pagão vive no terror dos deuses; está assediado e não auxiliado por sua religião.
A lenda grega mais significativa sobre os deuses é a de
Prometeo. Prometeo era um deus. Corriam os dias antes que a humanidade possuísse
o fogo; e a vida sem fogo era fria, triste e incômoda. Por piedade, Prometeo
tomou e fogo do céu e deu como um presente à humanidade. Zeus, o rei dos
deuses, se irou extraordinariamente de que a humanidade recebesse este
presente; assim que se apoderou de Prometeo e lhe encarcerou a uma rocha no
meio do mar Adriático, onde era atormentado com calor e a sede do dia a dia, e
o frio da noite. E todavia mais: Zeus preparou um abutre que lhe rasgara o
fígado de Prometeo, que voltaria a crescer, somente para ser destruído outra
vez.
Isto foi o que sucedeu a um deus que tratou de ajudar a
humanidade. Toda esta concepção se baseia na convicção de que os deuses são
zelosos, vingativos, e tacanhos; e o que menos lhes interessa fazer é ajudar
aos homens. Esta ideia pagã da atitude do mundo invisível para com a humanidade.
Os pagãos se sentem assediados por um medo em relação aos deuses zelosos,
cruéis e tacanhos. Quando descobrem que Deus a Quem Jesus Cristo nos veio
revelar tem o nome e o coração do Pai, isto transforma completamente
todas as coisas do mundo. Não temos por que ter medo ante uma plêiade de deuses
zelosos; podemos descansar no amor do Pai.
2. Estabelece nossa relação com o mundo visível, este mundo de espaço e de tempo em que vivemos. É fácil
pensar que este mundo é hostil. Tem circunstâncias e eventualidades na vida;
existem leis duras do universo que quebramos a nosso gosto; o sofrimento e
morte; mas, se podemos estar seguros de que atrás deste mundo existe, não um
deus caprichoso, zeloso, e zombador, mas um Deus cujo nome é Pai, então, ainda
que todavia existam muitas coisas que nos parecem escuras, tudo é agora suportável
porque atrás de tudo está o amor. Sempre nos ajudará crer que este mundo está
organizado, não para nossa comodidade, mas para nosso crescimento.
Tomemos, por exemplo, a dor. Pode
parecer algo mal; porém a dor tem seu lugar no plano de Deus. Algumas vezes
sucede que uma pessoa se sente tão incapaz de sentir a dor. Uma pessoa assim é
um perigo para si mesma, e um problema para todos os demais. Se não houvesse
tal coisa como a dor, nunca saberíamos se estamos enfermos, e a então
morreríamos antes que se pudesse dar os passos para tratar da enfermidade. Isto
não quer dizer que este mal não pode converter-se em uma
coisa má; mas dizer que inumeráveis vezes a dor é uma luzinha vermelha de Deus
que nos avisa de um perigo em nosso caminho.
Lessing dizia que, se lhe permitisse fazer uma pergunta a
Esfinge, seria esta pergunta: É este um
universo amigável? Se podemos estar seguros de que Deus que criou este
mundo é Pai,
então podemos também estar certos de que este é
fundamentalmente um universo amigável. chamar Deus de Pai é estabelecer uma nova relação com o mundo em que
vivemos.
3. Se cremos que Deus é Pai, isto estabelece nossa relação com nossos semelhantes. Se Deus é Pai, é o Pai de todos os seres humanos. A Oração
do Senhor não nos ensina a dizer Meu Pai; nos ensina a dizer Pai nosso. É muito significativo o fato de que n a Oração do Senhor
não aparecem as palavras eu, mim, e meu; Jesus veio
para abolir estas palavras de nossa vida e por em seu lugar nos, e nosso. Deus não é possessão exclusiva de qualquer pessoa. A
mesma frase Pai nosso implica a eliminação do eu. A paternidade de Deus é a única base para a fraternidade
humana.
4. Se cremos que Deus é Pai, isto estabelece nossa relação conosco mesmos. Há pessoas que se despreza e se odeia a si mesmo, se
reconhece como a criatura mais miserável que existe sobre a terra. O coração
conhece sua própria amargura, e ninguém conhece a indignidade de uma pessoa
melhor que ela mesma.
Mark Rutherford propunha outra bem aventurança: Bem aventurados os que nos curam de
desprezarmos a nós mesmos. Benditos sejam os que nos devolvem nosso próprio
respeito. Isto é precisamente o que faz Deus. Em nossos momentos terríveis,
tenebrosos e escuros, podemos recordar, que ainda que ninguém se importe
conosco, Deus menos valoriza; e em sua infinita misericórdia somos herdeiros e
filhos do Rei dos reis.
5. Se cremos que Deus é Pai, isto estabelece nossa relação com Deus. Não é que isto exclua Sua santidade, majestade e poder. Isto
não faz de Deus um ser menor; mas nos faz acessíveis a esta santidade,
majestade, e poder.
Há uma antiga história romana que nos fala de um
imperador que estava entrando em Roma em triunfo. Tinha o privilégio, que Roma
concedia a seus grandes heróis, de fazer marchar suas tropas pelas ruas de
Roma, com todos os troféus e prisioneiros que havia capturado. O imperador a
desfilando com suas tropas. As multidões, alinhadas em todas as ruas, aclamavam
a vitória. Os corpulentos legionários se alinhavam em marcha pelas avenidas para
manter em seu lugar os que aplaudiam. Em certo ponto da rota triunfal havia uma
plataforma em que estavam sentadas a imperatriz e sua família, para ver o
imperador passar com toda sua glória de seu triunfo. Na plataforma, com sua
mãe estava o filho menor do imperador, um garotinho. Quando se aproximou o
imperador, o menino saltou da plataforma, abriu o passo ante a multidão,
apressou-se entre as pernas dos legionários e chegou ao centro da avenida ao
encontro do carro de seu pai. Um legionário se inclinou e deteve o menino, tomando-o
em seus braços: Não pode fazer isto, lhe
disse. Você não sabe quem vem neste carro? É o imperador! Não podes se dirigir
a ele. O menino respondeu rindo: Pode
ser que para você seja teu imperador, ele disse, mas para mim é meu pai.
Este é exatamente o sentido do cristão para com Deus. A santidade, a majestade
e o poder são daqueles a Quem Jesus nos tem ensinado a chamar Pai Nosso.
Até agora temos pensado nas duas primeiras palavras que
dirigimos a Deus: Pai Nosso;Deus não é
somente Nosso
Pai: É Nosso Pai Que está no Céu. Estas
palavras tem uma importância capital. Nos conservam duas grandes verdades.
1. Nos recordam a santidade de Deus. É
fácil convencer sobre a ideia da paternidade
de Deus, mesmo numa religiosidade cômoda e permissiva. É um bom tipo, e de
tudo igual. Como disse Heine de Deus: Deus
me perdoará. Para isto está. Se dissermos só Pai Nosso e paramos
aí, poderíamos ter alguma desculpa; mas Nosso Pai está no Céu a Quem nos
dirigimos. O amor está presente, a santidade também.
É extraordinário que raras vezes Jesus usa a palavra Pai
referindo-se a Deus. O evangelho de Marcos é o mais antigo, é o mais próximo do
que Jesus disse e fez; e no evangelho de
Não devemos nunca usar a palavra Pai referindo a Deus com superficialidade e sem
sentimentalismo. Deus não é um pai que fecha os olhos tolerantemente a todos os
pecados, faltas e erros. Este Deus a Quem chamamos Pai, é o Deus a Quem devemos nos aproximar com reverência e
adoração, temor e admiração. Deus é Nosso Pai do Céu, e em Deus se encontram a
perfeita harmonia amor e santidade.
2. Nos recordam o poder de Deus. E o amor humano se torna
uma tragédia e frustração. Podemos amar uma pessoa, e sem dúvida sejamos
incapazes de ajudar a conseguir algo que deseja. O amor humano pode ser
intenso, e sem dúvida impotente. Qualquer pai com um filho extraviado, ou
qualquer namorado com uma amada que não o ama sabe muito bem. Mas quando
dizemos Pai Nosso que estás no Céu, colocamos juntas duas coisas. O amor de
Deus ao lado do poder de Deus. Nós dizemos que o poder de Deus sempre está
motivado pelo amor de Deus, e nunca é exercido se não for para nosso bem; nós
dizemos que o amor de Deus está respaldado pelo poder de Deus, e que, seu
propósito não pode ser nunca frustrado nem derrotado. Pensamos em termos de
amor humano, porém é o amor de Deus. Quando oramos Pai Nosso que está no Céu
devemos recordar sempre a santidade de Deus e seu amor, e o amor que está por
trás do poder invencível de Deus.
A SANTIFICAÇÃO DO NOME
Que Teu nome seja tido por santo. Santificado seja Teu nome
provavelmente é certo que, de todas as petições da Oração do Senhor, esta é a que
nos seria mais difícil de explicar. Em primeiro lugar, concentremos no sentido
determinado das palavras.
A palavra que traduzimos por santificar é o verbo grego haguiázesthai, relacionado com o
adjetivo haguios, que quer dizer
tratar a uma pessoa ou coisa como haguios.
Hagios é a palavra que traduzimos
correntemente por santo; porém o sentido básico de é: diferente ou separado.
Algo que é haguios é diferente de
outras coisas. Uma pessoa que é haguios
é separada das outras pessoas. Assim, um templo é haguios porque é diferente dos outros edifícios. Um altar é haguios porque existe para um propósito
diferente das coisas normais. O dia do Senhor é hagios porque é diferente dos outros dias. Um sacerdote é haguios porque está separado para um
ministério especial. Assim, esta petição quer dizer: Que o Nome de Deus se trate de uma maneira diferente dos outros nomes;
que se dê ao nome de Deus uma posição que seja absolutamente única.
Existe algo especial. Em hebraico, o nome não quer dizer simplesmente o nome próprio porque
se conhece a pessoa, João, Tiago, ou qualquer nome. Em hebraico, o nome quer dizer a natureza, o caráter, a personalidade
da pessoa tanto quanto nos é conhecida ou revelada. Isto é claro quando vemos como
os autores bíblicos usavam a expressão.
O salmista diz: Em Ti confiaram os que conhecem Teu nome.
Salmo 9: 10. Está claro que não quer dizer que os que sabem que Deus se
chama Iahweh colocam Nele sua confiança. Que dizer os que sabem como é Deus, os
que conhecem a natureza e o caráter de Deus. O salmista disse: Uns
confiam em carros, outros em cavalos; nós, porém, invocamos o nome de Iahweh
nosso Deus. Salmo 20: 7. Está claro que isto não quer dizer que em tempos
difíceis o salmista se lembrará que Deus se chama Iahweh. Quer dizer que, em
tais momentos, alguns confiam nas ajudas, defesas humanas e materiais; porém o
salmista se lembrará da natureza e do caráter de Deus; e como é Deus, recordará
e confiará.
Tomemos estas duas palavras e as juntemos. Haguiázesthai, que se traduz por
santificar, quer dizer considerar como diferente, dar um lugar único e
especial. O nome é a natureza, o caráter, a personalidade da pessoa como
conhecemos e nos foi revelada. Quando oramos: Santificado seja Tu nome,
queremos dizer: Capacitamos para dar um lugar único e soberano que merece Tua
natureza e caráter.
A ORAÇÃO PELA
REVERÊNCIA
Há alguma palavra em português que queira dizer dar a
Deus um lugar único e soberano que requer Sua natureza e caráter? A palavra é: reverência. Pedimos para sermos capacitados para reverenciar a Deus
como Deus merece ser reverenciado. Em toda autêntica reverência de Deus há
quatro elementos essenciais:
Os autores bíblicos haviam dito que era supérfluo tentar
demonstrar a existência de Deus, porque eles experimentavam a presença
de Deus em todos os momentos de sua vida. Haviam dito que um homem não
necessita demonstrar que Deus existe mais do que necessita demonstrar que
existe sua mulher. Se encontra com ela e convive com ela todos os dias, e assim
é com Deus.
Suponha que necessitamos demonstrar que Deus existe
usando nossa própria mente para fazê-lo. Por onde começamos? Poderíamos começar
pelo mundo
Uma ordem pressupõe um pensamento. Quando olhamos o mundo
vemos uma máquina imensa que funciona com ordem. O Sol sai e se põe em uma
sucessão invariável. As marés tem seu avanço e refluxo cronométrico. As
estações se sucedem em ordem. Quando olhamos o mundo não temos mais remédio ao
dizer: Tem que existir o Relojoeiro.
A existência do mundo nos leva a reconhecer a Deus. Como dizia sir James Jeans:
Um astrônomo não pode ser ateu. A ordem do universo revela a mente de Deus que
está atrás.
Poderíamos iniciar por nos mesmos. O ser
humano não chegou a criar a vida. Pode alterar, mudar e reorganizar as coisas;
mas não pode criar um ser vivente. De onde, então, veio a vida? De nossos pais.
E eles de onde vieram? De seus pais. E eles? A vida tem que haver começado
alguma vez no mundo; veio de fora do mundo, porque nos não podemos criar. E, de
novo, o mistério da vida nos aproxima de Deus.
Quando olhamos para o nosso interior, e para o mundo
exterior, nos sentimos levados para Deus. Como dizia Kant: Duas coisas nos sobrecarregam de admiração: a lei moral dentro de nós
mesmos, e o céu estrelado por cima de nos. Nos aproximam para Deus.
2. Antes de reverenciar a Deus temos que crer, não
somente que Deus existe, mas saber como é Deus. Não se pode sentir reverência
pelos deuses gregos, com suas reações, zelos, rivalidades, ódios, adultérios, e
trapaças. Não se pode reverenciar deuses caprichosos, imorais, impuros. Porém o
Deus que Jesus Cristo nos veio revelar tem três grandes qualidades. Ele é Santo; Justo,
e é amor. Devemos reverenciar Deus, não só porque existe, mas por
ser o Deus Que sabemos que é.
3. Pode ser que uma pessoa creia que existe Deus; e que
está intelectualmente convencida de que Deus é santo, justo e amoroso; e pode
reverenciá-lo. Porque para ter reverência é necessário ter consciência permanente de Deus. Reverenciar a Deus é viver em um mundo que está viva a
presença de Deus, uma vida que se sucede em Sua presença. Esta consciência não
se limita à igreja, nem aos chamados lugares santos; tem que ser uma
consciência que nos acompanha sempre e em todas as partes. O salmista expressa
belamente:
Iahweh,
tu me sondas e me conheces: Conheces o meu sentar e meu levantar, de longe
penetras o meu pensamento; Examinas o meu andar e o meu deitar, meus caminhos
todos são familiares a ti. A palavra ainda não me chegou à língua, e tu Yahweh,
já a conheces inteira. Tu me envolves por trás e pela frente, e sobre mim
colocas a tua mão. É um saber maravilhoso, e me ultrapassa, é alto demais: não
posso atingi-lo! Para onde ir, longe do teu sopro? Para fugir, longe da tua
presença? Se subo aos céus, tu lá estás; se me deito no sheol, ai te encontro.
Se tomo as asas da alvorada para habitar nos limites do mar.
Mesmo
lá é tua mão que me conduz, a tua mão direita me sustenta. Se eu dissesse: Ao
menos a treva me cubra, e a noite seja um cinto ao meu redor. Mesmo a treva não
é treva para ti, tanto à noite como o dia iluminam! Salmo 139:1 a 12.
Deus na igreja, no campo, e ao nosso lado; Deus presente
em nossa vida, na tenda, e na mina; Deus entre as pessoas e no meio do
trânsito... O mal é que, para a maioria, a consciência de Deus é algo
espasmódico, com altos e baixos, presente e ausente. Reverência quer dizer a
consciência constante da presença de Deus.
4. Todavia nos falta outro ingrediente da reverência. Temos
que crer que Deus existe; temos que saber que classe de Deus é; devemos ser
sempre conscientes da presença de Deus. Pode uma pessoa ter tudo isto, e não
ter reverência. A tudo isto está implícito a obediência e a submissão a Deus.
Reverência é conhecimento somado à submissão. Lutero perguntava em seu
catecismo: Como é santificado o nome de
Deus entre nós? E sua resposta era: Quando
tanto nossa vida como nossa doutrina são verdadeiramente cristãs. É dizer:
Quando nosso convencimento intelectual e todas nossas ações estão
perfeitamente submetidas à vontade de Deus.
Saber que Deus existe, é saber a classe que Deus é, ser
sempre consciente que Deus é santo, e ser sempre obediente, esta é a reverência
e o que pedimos quando oramos: Santificado seja Tu nome. Que Deus
receba a reverência que merece por Seu caráter e Sua natureza[11].
A Importância da Oração Para os Cristãos
Portanto,
vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos Céus, santificado seja o Teu nome.
Mateus 6: 9.
Entre Mateus 6: 9 e 6: 13 temos um dos
ensinamentos mais importantes de nosso Senhor. Encontramos aí e em Lucas
11:
Esse é um intercâmbio importante. Sugere não somente a
importância da oração, mas também que a oração pode ser ensinada. E Jesus
aceita essa pressuposição quando passa a ensiná-los a orar.
Orar não é apenas um punhado
de palavras que resmungamos de maneira desatenciosa ou entusiástica. Não, a
oração é algo com ordem e estrutura. Queremos apenas meditar sobre a
importância da oração em nossa vida pessoal.
O tema da oração nos coloca frente a frente com um dos
assuntos mais vitais e desafiadores relacionados com a vida cristã. Certo escritor
observou que orar é, sem sombra de
dúvida, a mais elevada atividade da alma humana. O homem alcança sua grandeza
e elevação quando, pondo-se de joelhos, fica face a face com Deus.
O mesmo autor continua a observar que nenhuma atividade da
vida cristã é mais fácil e mais natural do que a oração. Grande parte dos
outros aspectos da vida cristã tem seus equivalentes entre os não cristãos.
Mesmo as pessoas que jamais ouviram falar de Jesus podem exercer
autodisciplina e espírito filantrópico. Mas nada disso se compara à oração
sincera.
Como vão as coisas entre você e Deus? Você gosta de falar com
Ele como faria a um amigo, ou fica pouco à vontade na Sua presença? Eis agora
uma questão importante. Algumas pessoas têm muita coisa a dizer para Deus
quando oram em público, mas muito pouco em particular. Faz sentido dizer que a
oração é uma prova de nossa vida espiritual. É ali que descobrimos se realmente
amamos a Deus.
Senhor, a exemplo dos discípulos, pedimos que nos ensines
a orar[12].
Orar com a Mente
Orarei
com o espírito, mas também orarei com a mente. I Coríntios 14: 15.
Algumas pessoas ficam chocadas com o fato de que algo tão
espiritual quanto a oração tenha sistema ou estrutura. Mas esse próprio fato é
um dos aspectos mais importantes na Oração do Senhor.
Quando os discípulos pediram que Cristo lhes ensinasse a
orar, Ele apresentou uma obra-prima da comunicação humana. A oração segue esse
padrão. Isso fica claro a partir das palavras introdutórias de Jesus:
Portanto, vós orareis assim. Mateus 6:
Como tal, a oração esboçada por Jesus é bastante parecida
com o roteiro utilizado por muitos pregadores e outros oradores públicos. Cada
parte do roteiro fornece um cabeçalho de coisas que precisam ser lembradas na
oração. Cada ponto deve ser expandido e preenchido durante a oração
propriamente dita.
Talvez a abrangência da Oração do Senhor seja sua
característica mais ressaltada. Ela abrange todos os elementos, tanto de nosso
relacionamento com Deus e com os outros, como de nossas necessidades pessoais.
Até mesmo a ordem das petições na Oração do Senhor é de importância
decisiva para nossas orações. As três primeiras petições têm que ver com Deus e
Sua glória, enquanto as três petições secundárias têm que ver com nossas carências
e necessidades humanas. A Deus, portanto, deve ser dado o primeiro e supremo
lugar; depois, e somente depois, devemos voltar-nos para nós mesmos e para
nossas necessidades e desejos. Somente quando Deus recebe o lugar que Lhe é
devido, as outras coisas se encaixam.
Agradecemos-Te hoje, ó Senhor, por tomares tempo para nos
ensinar a orar, pois levas a sério nossas necessidades. Queremos aprender de
Ti, até mesmo em nossa vida de oração[13].
Escolher um Pai é Importante
Ele não
Se envergonha de lhes chamar irmãos. Hebreus 2: 11.
Nem todos os seres humanos possuem o mesmo pai. Jesus
disse aos líderes judeus de Seus dias: Vós sois do diabo, que é vosso pai, e
quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais
se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira,
fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. João 8: 44.
De acordo com a Bíblia, todos os seres humanos vêm a este
mundo como membros da família do diabo. As pessoas nascem egocêntricas, autossuficientes
e orgulhosas, precisando de conversão e transformação. Foi por isso que Jesus
disse que precisamos nascer de novo da água e do Espírito.
Entrar na família de Deus é uma escolha consciente. A
Bíblia ensina que o batismo é símbolo da morte e ressurreição dos que fazem
essa escolha. Quando entramos para a família de Deus, morremos para as velhas
maneiras de pensar e de agir, e aceitamos os princípios do reino do Céu.
Quem é que pode verdadeiramente orar a Oração do Senhor?
Somente aqueles que podem dizer com toda a sinceridade: Pai nosso. Mas quem pode
realmente orar assim? Somente os que estão comprometidos com Jesus, somente os
que nasceram do alto, somente os que estão vivendo a vida sobrenatural das Bem-aventuranças. Somente os cristãos de coração
podem verdadeiramente orar a Oração do Senhor.
Parte da alegria de tornar-nos cristãos consiste no fato
de que mudamos de pai e mudamos de deus. Abandonamos nosso antigo pai, o
diabo, pelo Pai de Jesus. Por causa disso, o livro de Hebreus nos diz que Jesus
nos chama de irmãos e irmãs. Passamos a fazer parte da família de Deus.
Renunciamos a nosso pai natural para sermos adotados por nosso Pai celestial.
Pai nosso é uma bela
expressão. Significa proximidade entre Deus e nós. Representa o lado pessoal de
Deus, o lado suave. Como um pai e uma mãe amam seus filhos, assim Deus nos ama.
E um maravilhoso privilégio ser capaz de chamar Deus de nosso Pai[14].
O Lado Distante de Deus
Senhor!
Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que
Te amam e guardam os Teus mandamentos. Daniel 9: 4.
Vimos o lado próximo
de Deus, Seu lado suave é
representado pela expressão Pai nosso. Mas Deus não tem apenas
um lado próximo; Ele também tem um lado
distante, que é representado na Oração do Senhor pelas palavras que
estás no Céu.
Uma das grandes tensões da fé cristã é que Deus está tanto
perto quanto longe; Ele é tanto imanente como transcendente; tanto nosso
Pai como o governante do Universo.
É importante manter ambos os lados em equilíbrio quando
lemos as Escrituras e buscamos aplicá-las em nossa vida diária. Os que enfatizam
apenas o lado terno de Deus interpretam-no como um Papai Noel poderoso ou uma
meiga vovozinha. Contudo, os que enfatizam apenas Seu lado distante convertem-no
num juiz com mão de ferro, destituído de toda misericórdia e brandura.
O paradoxo de Deus é que Ele tem mais de um lado. Ele é
próximo e amorável, mas, como qualquer bom pai, Ele deve ser firme. A bilateralidade
de Deus se reflete na oração de Daniel em nosso texto de hoje. Ele
é verdadeiramente grande e temível para aqueles que continuam a praticar esse
pecado que é destruir vidas humanas, o meio ambiente, a paz mundial e mesmo o
próprio ser. Se Deus verdadeiramente é amor, Ele terá que algum dia deter essa
destruição. Para os que desconsideram Seus princípios, Deus pode ser e será grande
e temível.
Mas, conforme Daniel observa, Deus também guarda
Seu pacto de misericórdia com aqueles que aceitam os Seus princípios e se
unem à Sua família. Deve-se notar que Ele deseja que todos os seres humanos
entrem para Sua família e experimentem Seu amor. Mas Ele não os forçará. O amor
não pode ser obtido à força, e ainda assim continuar sendo amor.
A verdade maravilhosa é que Deus tanto é nosso Pai como o
grande Deus do Universo. Essa grandeza não representa nenhuma ameaça para os
que O amam. Como cristãos, podemos regozijar-nos tanto na proximidade como na
distância de Deus[15].
O Formato da Oração
Um dos
Seus discípulos Lhe pediu: Senhor, ensina-nos a orar... Então, Ele os ensinou:
Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o Teu nome. Lucas 11:1 e 2.
A Oração do Senhor representa a oração ideal de Jesus. Ela
foi dada porque os discípulos pediram a Jesus que lhes ensinasse a orar. Podemos,
portanto, aprender muita coisa dessa grande oração, tão ampla em seu objetivo
e, contudo, tão breve em sua expressão.
A oração, conforme registrada em Mateus 6:
1. Santificado seja Teu nome.
2. Venha o Teu reino.
3. Faça-se a Tua vontade, assim na Terra como no Céu.
4. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.
5. Perdoa-nos as nossas dívidas.
6. Não nos deixes cair em tentação.
7. Livra-nos do mal.
Examine a oração por um minuto. Que palavra você encontra
em cada uma das três primeiras petições, mas que não se acha nas quatro
últimas? Da mesma forma, que palavra você encontra nas quatro últimas, mas que
se acha ausente nas três primeiras?
As respostas para essas perguntas são Teu ou Tua
e nos,
respectivamente. Esses pequenos pronomes nos dizem muita coisa sobre o formato
da oração. A oração tem uma ordem.
A verdadeira oração sempre começa com Deus e a adoração de
Sua Pessoa. Temos aqui uma lição. Jamais devemos começar a orar preocupados com
nós mesmos.
Somente depois de nos dirigir a Deus e a Seus interesses é
que a oração passa para as petições referentes às necessidades humanas. Jesus
volta a por o foco da oração em Deus, onde ela deveria estar, já que Ele é a
fonte de tudo quanto existe.
Descobrimos que é fácil demais deixar que nossas orações
se distanciem de Deus e dos interesses mais amplos do reino, para se centralizarem
nos seres humanos. Note que, aproximadamente, metade da oração é dedicada a
petições relacionadas a Deus.
E para que, ao tomarmos essa oração como base, não
cheguemos à conclusão de que toda oração deva ser breve, precisamos lembrar que
Jesus passava noites inteiras em oração[16].
O Significado do Nome
Uns
confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do
Senhor, nosso Deus. Salmo 20: 7.
Nos templos bíblicos o nome de uma pessoa era mais
representativo do que nas culturas modernas. O nome era símbolo de todo o caráter da pessoa.
A primeira petição da Oração do Senhor diz que o nome de
Deus deve ser santificado. Qual é Seu nome? Qual é Seu caráter?
Os nomes de Deus na Bíblia são muitos. Entre os mais
comuns se encontram El ou Elohim, que
enfatiza Sua força ou Seu poder. Um segundo nome comum para
Deus é Yahweh, que significa Aquele
que existe por Si mesmo.
Esses nomes nos ajudam a começar a ver o caráter de Deus,
mas o registro bíblico nos apresenta mais alguns. D. Martyn Lloyd-Jones menciona
diversos nomes: O Senhor proverá. Iahweh
jireh; O Senhor que sara. Iahweh-rafa; O Senhor nossa bandeira. Iahweh-nissi; O Senhor nossa paz, Iahweh-Shalom;
O Senhor nosso pastor, Iahweh-ra'ah; O Senhor nossa justiça, Iahweh-tsidkenu
e ... ‘o Senhor está presente, Iahweh-shammah.
Todos esses nomes divinos se encontram no AT. O nome de
Deus simboliza a natureza, o caráter e a personalidade Dele, conforme têm se
revelado à humanidade. Pelo fato de Deus ser quem é, podemos repousar seguros
A vida de Jesus nos fornece novos significados para o nome
de Deus. Em João 17: 6 Jesus disse: Manifestei o Teu nome aos homens que Me
deste do mundo. Eram Teus, Tu Mos confiaste, e eles têm guardado a Tua palavra.
Jesus veio nos ajudar a compreender mais plenamente o nome de Deus e seu
significado. Veio nos ajudar a ver o caráter de Deus.
O nome de Deus é
rico em significado. É um nome no qual podemos depositar fé. Mas é também um
nome que merece respeito[17].
Tratando o Nome Descuidadamente
Não
tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão, porque o Senhor não terá por
inocente o que tomar o Seu nome em vão. Êxodo 20: 7.
Ainda me lembro de como fiquei
chocado. Eu estava morando num navio mercante de treinamento fora da Baía de
São Francisco, mas tinha permissão para ficar em casa nos fins de semana.
Eu mal podia esperar para pegar
o telefone e ligar para a garota que havia encontrado em minha última saída. Eu
sabia que ela era cristã, de modo que exerci bastante cuidado com minha
linguagem, procurando causar uma boa impressão. Esse asseio linguístico
limitava bastante meu vocabulário comum, embora o esforço parecesse valer a
pena.
Essa foi a razão por que fiquei
chocado. Depois de todo o esforço que fiz por causa dela, ela ainda não ficou
satisfeita. Afirmou, em termos bem definidos, que se eu quisesse vê-la de
novo, devia parar de tomar o nome do Senhor em vão.
Isso realmente me pegou
desprevenido. O que você quer dizer? perguntei com toda a sinceridade.
Eu nunca havia escutado essa expressão antes.
Ela respondeu rapidamente que
era errado usar palavras como Deus
e Jesus Cristo de maneira
descuidada, que beirava a profanação. Foi assim que recebi minha primeira lição
sobre a importância do nome
de Deus.
Foi uma lição importante e que
tem tido grande significado para mim através dos anos. O nome de Deus é um belo
nome. Deus é um Deus maravilhoso. Por que deveria alguém usar o Seu nome de
maneira descuidada e profana?
O modo como usamos o nome de
Deus representa o modo como O consideramos. Se eu fosse o diabo faria com que
as pessoas usassem o nome divino de maneira desleixada. Esse seria o primeiro
passo para levá-los a considerar a Deus de maneira descuidada, e por fim a
viver vidas descuidadas e tratar os outros descuidadamente.
Afinal
de contas, a maneira como eu me relaciono com o nome de Deus é a maneira como
eu me relaciono com o próprio Deus. O nome divino representa minha salvação,
minha esperança, meu tudo. Quero louvar o nome de Deus pelo que Ele tem feito
por nós[18].
Santificando o Nome
Engrandecei o Senhor comigo, e todos, à uma, Lhe exaltemos
o nome. Salmo 34: 3.
O que significa santificar o nome de Deus? Uma forma
de captar o sentido é reparar como a palavra é traduzida em diferentes versões
bíblicas. O NT do Século Vinte diz que Teu nome seja mantido santo. A
tradução de Moffatt diz: Reverenciado seja Teu nome. E na
tradução de Phillips a frase é que Teu nome seja honrado.
Santificar o nome de Deus é reverenciá-lo, tratá-lo com respeito, honrá-lo. É
tratá-lo como algo santo em contraste com algo ordinário ou comum.
O
significado torna-se mais claro quando vemos o modo como a palavra é empregada.
Encontramos a mesma palavra no mandamento do sábado na tradução grega de Êxodo 20: 8. O mandamento
é lembrar-se do sábado para o santificar. O sábado é um dia diferente dos
outros; deve receber tratamento diferente dos outros dias. Deve ser santificado.
Outro exemplo extraído do AT vem da instrução para consagrar os sacerdotes. Os
sacerdotes deviam ser diferentes dos outros homens porque eram separados para
uso santo.
Assim acontece com o nome de Deus. Os cristãos devem
santificar o nome de Deus pelo fato de Deus ser quem Ele é.
Mas
santificar o nome de Deus não se restringe apenas à hora da oração. Inclui
também nossa linguagem durante todo o dia. Além disso, santificar o nome
abrange todas as nossas ações, pois somos representantes de Deus na Terra. Em
todo ato da vida devemos manifestar-Lhe o caráter, pois portamos o Seu nome[19].
Temendo a Deus
O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; revelam
prudência todos os que o praticam. O seu louvor permanece para sempre. Salmo
111: 10.
O que significa dizer que devemos temer a Deus? Lembro-me
do primeiro ano em que ensinei na Universidade Andrews. Eu tinha na classe uma
adorável jovem não cristã que acabara de sair de uma prolongada experiência hippie. Uma das exigências para seu certificado de magistério era
que frequentasse a cadeira de filosofia da educação. Na Universidade Andrews
essa filosofia se fundamenta no contexto da visão bíblica do mundo, e pela
primeira vez essa estudante tinha a oportunidade de examinar a Bíblia.
Ela não tinha ido muito longe em sua leitura quando topou
com a ideia de temer a Deus. Na manhã seguinte ela estava me pressionando sobre
o significado de temer a Deus.
Fiquei feliz em dizer-lhe que temer a Deus não significa
ficar com medo Dele, mas ter por Ele temor reverente por causa do que Ele é.
Significa profundo respeito por Deus. Essa é a espécie de temor relacionada à
santificação do Seu nome. Naturalmente, segundo a Bíblia, os que desprezam a
Deus terão finalmente de experimentar o temor do tipo menos desejável.
Podemos aprender aqui algo dos antigos judeus. Eles jamais
empregavam o nome de Deus de modo familiar. Na verdade, o nome de Deus era tão
sagrado que eles jamais o pronunciavam, para não correrem o risco de tratá-lo
de maneira leviana ou irreverente. Eles tinham temor sagrado pelo nome de Deus.
E conquanto reconhecessem a Deus como Pai, nunca em suas
orações usavam somente o conceito de Pai. Ao contrário, ligavam o
conceito de Pai com as ideias de Rei e Senhor. Essa prática é útil para aqueles
que têm a tendência exagerada de sentimentalizar a figura de Deus como um Pai
amoroso. Ele é isso, mas é também Rei e Senhor de toda a Terra. Como cristãos,
precisamos manter o equilíbrio. Nosso sentimentalismo jamais deve superar nossa
reverência a Deus. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria[20].
Reverenciando a Deus
Deus
continuou: Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em
que estás é terra santa. Êxodo 3: 5.
Vocês devem ter um Deus pequeno. disse um muçulmano para
um turista americano.
Não, respondeu rapidamente o americano. Temos um Deus
grande e poderoso, a cuja palavra de ordem o Universo e tudo o que nele existe
veio à existência!
Apesar disso, creio que vocês americanos têm um Deus
pequeno, pois quando oram a Ele o fazem de maneira apática e irreverente.
Quando nós muçulmanos oramos, caímos prostrados com o rosto em terra em
reconhecimento da grandeza de Deus.
Reverência. E algo sobre o qual não pensamos muito, a menos
que alguém seja irreverente conosco pessoalmente ou nos trate de maneira
desrespeitosa. Mas até que ponto somos sensíveis em nossa reverência para com
Deus?
Alguns anos atrás tive a oportunidade de pregar numa
pequena igreja adventista do sétimo dia
Ainda que não tenhamos o costume de retirar os calçados
quando entramos na igreja ou de prostrar-nos ou de ainda curvar-nos em oração,
devemos reconhecer constantemente, por palavra e ação, que ao entrarmos na
igreja entramos na presença de Deus de maneira especial. Mas não é somente na
igreja que a reverência é importante. Durante todo o dia preciso reconhecer a
santidade do meu Deus em tudo que eu fizer ou disser. Assim, sou cuidadoso na maneira
como trato minha Bíblia, como uso o nome de Deus, como brinco e assim por diante.
Meu respeito por Deus me leva a tratar os outros respeitosamente; ajuda-me a
apreciar um por do sol.
Agradeço-Te, ó Deus, por seres quem és. Agradeço-Te por
não seres Alguém que só posso adorar na igreja, mas Alguém que faz de cada
aspecto da vida uma maravilha[21].
2. PAI NOSSO QUE ESTÁS NOS CÉUS
JESUS
DISSE PARA INICIARMOS a oração assim: Pai nosso, que estás nos céus. E se
ela ficasse só nestas seis palavras, já estaria completa. Jesus acrescentou as
outras como uma ampliação do pensamento. Se realmente aprendemos a dizer esta
primeira sentença bem, não será necessário ir mais além.
A
palavra Pai é uma definição de Deus. Para nós, é uma definição
imperfeita, porque nós somos pais imperfeitos.
Certo
pastor que trabalhava com meninos de uma favela disse que nunca podia se
referir a Deus como pai. A palavra pai, para aqueles garotos, trazia à memória
a figura de um homem constantemente embriagado, que batia na mulher. Quando
pensamos nesta palavra, associamos a ela todas as imperfeições de nosso pai.
Por
isso, Jesus não podia usar apenas a palavra Pai. Ele tinha mesmo que
adicionar a expressão: que estás nos Céus. Ela não aparece
aqui para indicar a localização de Deus, ou nos informar onde é que Deus
reside. Por alguma razão, nós já formamos a ideia de que o Céu está bem longe
de nós. Muitos de nossos hinos mais apreciados falam daquele distante lar, e pensamos também que Deus
está lá no lar distante. Se observarmos os ensinos de Cristo, veremos, que tais
conceitos são muito errôneos. Deus está tão próximo de nós como o ar que
respiramos.
Na
realidade, este adendo que estás nos céus é uma descrição
de Deus. O Céu é sinônimo de perfeição. Jesus poderia ter dito: Nosso Pai perfeito, e teria sido a mesma
coisa. E quando pensamos no termo pai, logo pensamos também em
autoridade, e não em indulgência. Pelo próprio ato de reconhecermos que Deus é
pai, nós nos colocamos na posição de filhos. E o pai tem o direito de autoridade
sobre os filhos.
É assim
que submetemos nossa vontade à Dele. Nossos atos são controlados não pelo nosso
querer, mas pelo Dele. Nós todos reconhecemos que Deus estabeleceu uma ordem
moral. O homem não cria leis; ele simplesmente descobre os mandamentos de Deus.
Quando obedecemos estes mandamentos, como Dante, nós vemos que Sua vontade é nossa paz. Por outro lado,
deixar de reconhecer a soberania de Deus significa fracassar em todas as áreas
da vida.
Uma das
igrejas valdenses tinha um selo cujo emblema era uma bigorna e vários martelos
quebrados, circundados pelas palavras: Malhai,
mãos hostis! Vossos martelos se despedaçam; a bigorna de Deus permanece.
Enquanto não se puder dizer: Pai, é melhor não continuar a
oração.
O
vocábulo pai significa mais que regedor, legislador ou juiz; ele implica também
num domínio exercido pelo amor, pois coloca a misericórdia bem no centro do
julgamento. Como o amor gera o amor, nossa relação para com a atitude de Deus é
a de uma verdadeira filiação, e não um sentimento de temor. Paulo explicou isto
de maneira admirável: Porque não recebestes o espírito de
escravidão para viverdes outra vez atemorizados, mas recebestes o espírito de
adoção, baseados no qual clamamos: Abba, Pai. Romanos 8: 15
Mas Pai celestial não significa apenas
autoridade e amor; significa também santidade.
Certa
vez, Isaías
entrou no templo e ouviu os serafins cantando: Santo, santo, santo é o Senhor
dos exércitos." Quando ele sentiu o impacto da imaculada pureza de
Deus ficou consciente de sua própria imperfeição a ponto de clamar:
"Ai de mim! Estou perdido! porque sou homem de lábios impuros. Isaías 6: 5.
Por que
é que fechamos os olhos para orar? Talvez seja para afastarmos de nossa mente o
mundo exterior a fim de darmos toda a nossa atenção a Deus. Todavia a
verdadeira oração abre nossos olhos.
Um
grande hindu disse: Por que vocês estão
tão ansiosos para ver Deus com os olhos fechados? Vejam-no com os olhos
abertos; em forma de pobres, famintos, analfabetos e aflitos. Quando
dizemos Pai, estamos reconhecendo nossa filiação a Ele, mas também
reconhecendo nossa ligação com os irmãos.
Um
jovem veio ver-me recentemente. Ele passara dois anos na cadeia. Parece que muitas vezes nós só enxergamos as
vantagens da sociedade depois que somos afastados dela. Aquele jovem me disse: Eu não ambiciono muita coisa. Só quero ser
aceito, ser parte do grupo. Ser parte do grupo é o que nós todos queremos.
Dizer Pai Nosso significa remover todas as barreiras, colocando cada
um de nós na posição de filho de Deus.
Esta
primeira sentença do Pai Nosso sintetiza toda a vida cristã. A palavra Pai
expressa nossa fé. Ela não apenas demonstra que cremos em um Deus, mas também
dá uma descrição Dele. A expressão nos Céus engloba todas as nossas
esperanças. O vocábulo Céus significa perfeição, e fala
daquela qualidade de vida que todos os cristãos sinceros estão-se esforçando
para obter. Cristo disse: Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso
Pai celeste. Mateus 5: 48 O homem nunca está satisfeito consigo mesmo.
Está sempre lutando para subir ou avançar. Ele só aceita seus fracassos
passados e atuais, porque espera melhorar no futuro.
Um
amigo do escultor William Story estava observando seu trabalho, e
perguntou-lhe: De qual das suas obras
você gosta mais? O artista replicou: Eu
gosto mais da próxima estátua que vou esculpir.
A
palavra nosso implica num amor que abrange a todos. Sem essa ideia a
oração é vazia. A religião não pode isolar o homem do seu semelhante, porque,
se não pudermos dizer irmão, não poderemos dizer Pai.
Fé,
esperança, amor, todas estas três virtudes estão incluídas nesta palavra.
Como
nossa vida seria diferente se, ao orar, levássemos em conta todo o significado
de Pai
nosso, que estás nos céus. Isto nos levaria a orar de joelhos, no nosso
Getsêmani, completamente rendidos à vontade do Senhor. Nós sacrificaríamos a
vida para servir o próximo e nos esforçaríamos para salvá-lo. Acima de tudo,
isto traria Deus para dentro de nós.
Aí
então, não importando o que pudesse acontecer, confiadamente, nós oraríamos
como Jesus: Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito. Lucas 23: 46. Assim
teríamos a certeza de que podíamos deixar nossa vida nas mãos de Deus, sabendo
que nossas aparentes derrotas redundariam em glorioso triunfo, e que, dos
túmulos da vida, brotariam ressurreições, e nós cantaríamos como o apóstolo: Onde
está, ó morte, a tua vitória? onde está, ó morte, o teu aguilhão?... Graças a
Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. I Coríntios
15: 55 e 57.
É rara
a semana em que eu não tenha que dirigir um culto fúnebre no cemitério de
Atlanta. Há dez anos, foi o meu próprio pai que deixei ali, e, hoje, quando vou
lá, antes de sair, paro por uns instantes junto à sua sepultura, e penso nele.
Sempre saio reconfortado.
Lembro-me
de como ele foi bom para mim, e como ele deu tudo que tinha aos filhos,
De pé,
junto ao seu túmulo, eu me lembrava de sua grande honestidade, de seus altos
padrões morais, de sua humildade. Ele era bem pouco ambicioso; nunca queria
muito para si mesmo. As casas pastorais em que moraram, geralmente, eram
próximas à igreja, e sempre havia gente batendo à nossa porta. Lembro-me de que
ele nunca negava o auxílio solicitado. Algumas vezes chego a me esquecer do
tempo, quando fico ali pensando nele.
Assim,
até certo ponto, eu compreendo bem por que Jesus nos instruiu para começarmos a
oração dizendo: Pai nosso. O Senhor Jesus, várias vezes, subiu a um monte para
orar sozinho, e em muitas ocasiões, ele orou a noite toda. Certa feita, ele
ficou 40 dias esquecido do tempo, esquecendo até de se alimentar. Ali, na
quietude do lugar, ele pensava em seu Pai.
E ele
nos diz que devemos orar do seguinte modo: Pai nosso, que estás nos céus! Não
estamos pedindo nada a Deus, estamos, isto sim, abrindo o coração para um
derramar da graça de Deus em nós.
Norman
Vincent Peale conta que, em seu primeiro passeio ao Grande Canyon do rio
Colorado, ele falou com um senhor idoso que passara bastante tempo por ali.
Perguntou-lhe qual das excursões oferecidas lhe proporcionaria a melhor visão
do canyon. O velho respondeu que, se ele realmente quisesse ver o canyon, não
deveria fazer nenhuma daquelas excursões. Em vez disso, ele deveria ir para lá
de madrugada, sentar-se à borda do barranco, e apreciar a paisagem; ver a manhã
transformar-se em dia e o dia em tarde; contemplar as cores brilhantes
transmudando-se no decorrer do dia. Depois, jantar rapidamente e voltar lá para
ver o grande abismo ser envolvido pelo roxo do entardecer. Disse ainda que a
pessoa que fica rodando pelo canyon acaba ficando exausta, e, na verdade, não
vê a beleza e a grandeza do lugar.
Foi
isto que o profeta disse a respeito de Deus: Mas os que esperam no Senhor
renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam,
caminham e não se fatigam. Isaías 40: 31.
Que
significa esperar no Senhor?
Significa pensar no Senhor, embora pensar não seja bem o termo. Talvez meditar
expresse melhor esta ideia ou, talvez, ficar em contemplação. Como diz o
salmista: Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus. Salmo 46: 10.
Disse
um pensador cristão: Enquanto o homem não
encontra Deus, ele começa sem começo, e trabalha sem finalidade. Assim,
ninguém está preparado para orar enquanto não estiver totalmente tomado por
pensamentos a respeito de Deus.
Há
anos, tenho visto muitas pessoas se ajoelharem no altar, ao final dos cultos.
Várias delas me contaram das maravilhosas bênçãos que receberam em resposta a
estas orações.
A razão
por que estas orações são tão preciosas para elas, é que são feitas ao final do
culto. Durante cerca de uma hora, elas ficam no templo, pensando na pessoa de
Deus. Os hinos, a leitura da Bíblia, o sermão, as outras pessoas ao nosso redor
cultuando a Deus, tudo isto contribui para nos aproximar de Deus. Assim, quando
nos ajoelhamos para orar, nossa mente está condicionada na direção certa, todo
o nosso pensamento está relacionado com Deus. Por isso, a oração é espontânea e
verdadeira. Nossas palavras expressam exatamente nosso pensamento.
Pai
nosso, que estás nos Céus. Quando estas palavras tomam
corpo e realidade para nós, nós nos tornamos calmos e confiantes. É como diz o
poema: Disse o pintassilgo ao pardal: Gostaria
muito de saber por que os homens são tão preocupados, Inquietos e aflitos.
Responde o pardal ao amigo: Meu amigo, eu
creio que deve ser porque eles não têm um Pai como nós, que cuida bem de mim e
de você.
3. SANTIFICADO SEJA O TEU NOME
JESUS
ENSINA QUE A ORAÇÃO deve constar de seis itens. Antes que o homem possa
expressar qualquer um dos outros cinco, deve dizer: Santificado seja o teu nome.
Certa
vez, Moisés estava no monte cuidando do rebanho. De repente, ele viu um arbusto
em chamas, que contudo não se consumia. Depois de alguns instantes ele se
aproximou para ver o que era. Era Deus que Se encontrava naquela planta,
desejando revelar a Moisés a sua vontade para a vida dele, mas logo que o
profeta se aproximou ouviu uma voz que dizia: Tira as sandálias dos pés, porque
o lugar em que estás é terra santa. Êxodo 3: 5. Isto significa que
antes que Deus possa falar com o homem, este tem que mostrar respeito e
reverência.
Muitas
pessoas só se lembram de orar em caso de extrema necessidade, isto é, quando
têm um problema que não podem resolver por si mesmas. Suas orações se
centralizam nelas e naquilo que querem de Deus. É por isso que são poucas as
pessoas que realmente oram com poder. Jesus diz que temos que colocar Deus
Notemos,
porém, que Jesus não nos manda santificar o nome de Deus. Antes, o que fazemos
é uma petição: pedimos que ele faça algo que nós não podemos fazer. Pedimos que
ele santifique o próprio nome. O homem profano não pode fazer nada para Deus,
enquanto o Senhor não fizer alguma coisa em favor dele.
Suponhamos
que um pintor, o maior gênio de todos os tempos, dissesse: Vou subir até o espaço para pintar o céu. Nós nos riríamos dele. Do
mesmo modo, é impossível ao homem santificar o nome de Deus. Se fôssemos tentar
escurecer o céu com piche, só conseguiríamos nos sujar. O céu continuaria do
mesmo jeito. Então, o que é que Jesus quis dizer com esta frase?
A
ênfase da sentença não se encontra no vocábulo santificado, mas sim
Quando
André levou seu irmão a Cristo, o Senhor disse: Tu és Simão, o filho de João.
O nome Simão significa areia; e era uma descrição de seu caráter. Mais tarde,
sob a influência de Cristo, ele se tornaria uma nova pessoa. Assim sendo, Jesus
disse que seu nome seria mudado: Serás chamado Cefas que quer dizer Pedro, uma
rocha sólida e inabalável. João 1: 42.
Saber o
nome de uma pessoa significava conhecer a pessoa. Assim, o nome de Deus contém a
revelação de sua natureza. Quando dizemos: Santificado seja o teu nome, o que
estamos realmente falando é: Revela-te a mim, ó Deus. Jó disse: Porventura
desvendarás os arcanos de Deus ou penetrarás até à perfeição do Todo-poderoso?
Jó 11:
Walter
de la Mare, poeta inglês, expressou uma dúvida que ocorre a todos nós, às
vezes: Será que há mesmo Alguém lá em
cima me ouvindo. Antes de podermos começar a orar, temos que nos convencer
de que há Alguém ali, pronto a nos ouvir, e, depois, termos consciência de Sua
presença.
Há quatro maneiras pelas quais Deus Se
revela.
1. Na
Sua maravilhosa criação. Os céus proclamam a glória de Deus e o
firmamento anuncia as obras das suas mãos. Salmo 19: 1. Esta foi a
primeira revelação que Deus fez de si mesmo. Quantas vezes estamos numa praia e
nos sentimos arrebatados pela vastidão sem fim do mar. Quando nos lembramos de
que Ele pode segurar os mares na concha de sua mão. Isaías 40: 12,
então nós temos uma pequena ideia de como é o Seu poder. Ao contemplar os picos
das grandes montanhas, ficamos profundamente impressionados com sua majestade e
imponência.
Jesus
olhou reverentemente para um lírio do campo, e viu nele a glória
de Deus Mateus 6: 28 e 29.
A terra está repleta do céu; cada arbusto
de mato arde com a presença de Deus, disse a poetisa Elizabeth
Browning. Quando olhamos para os céus vemos a imensidade de Deus; depois
olhamos para um floco de neve e vemos Sua perfeição. Um por do sol nos fala de
Sua beleza.
Contudo
o homem moderno aventura-se a usar seu próprio conceito da divindade a fim de
suprimir esta revelação de Deus. Em vez de orar pedindo chuvas, nós pensamos
Jesus
contou a história de um homem rico que se parecia muito conosco. O
campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo
dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse: Farei
isto: Destruirei os meus celeiros, reconstrui-los-ei maiores e aí recolherei
todo o meu produto e todos os meus bens. Lucas 12:
2. Deus
se revela através de pessoas. Em Moisés, temos uma visão da lei de Deus; Amós
revelou-nos a justiça divina; Oséias, Seu amor e Miquéias,
Seus padrões de ética.
Uma
pessoa nos tratou bem quando estávamos enfermos; outra nos ajudou num transe
difícil. Ainda outra nos estendeu a mão num momento de solidão. Alguém a quem
ofendemos nos perdoou demonstrando um espírito de amor. Deus também é revelado
através de gestos assim. Nós compreendemos a Deus melhor por causa do amor de
nossa mãe, ou pela vida consagrada de um amigo, ou por um heroísmo como o de
Joana d'Arc. O culto prestado em companhia dos irmãos é muito mais proveitoso
porque sempre aprendemos alguma com os outros.
3. A
revelação máxima de Deus é Cristo. Quem vê a mim, vê o Pai. Quando
lemos os quatro evangelhos e vemos Jesus retratado neles, começamos a perceber
que, na realidade, estamos vendo é Deus.
4. A
voz do Espírito Santo é outra maneira de Deus se revelar. Não sei como
explicá-la. Poderíamos denominá-la de a voz que é um cicio tranquilo e suave, ou as impressões do Seu Espírito em nós.
Eu posso testificar do algumas vezes, talvez bem raras, quando sentimos ter
recebido uma palavra direta dele. Samuel ouviu Deus falando com ele de viva
voz.
Se
conhecemos a Deus, podemos dizer: Santificado seja o Teu nome, isto é,
torna-nos mais cônscios de Ti, ó Deus,
para que possamos compreender-Te melhor. E quando nossa mente está
inteiramente tomada por Deus e nós fixamos os olhos nEle, os pecados que nos
assediam perdem domínio sobre nós, e nós nos tornamos mais prontos a ouvi-Lo e
obedecê-Lo. É uma condição que nós precisamos preencher se quisermos orar com
poder[22].
LEITURA ADICIONAL
A Oração do Senhor
Portanto, vós
orareis assim. Mateus 6: 9.
A oração do
Senhor foi duas vezes dada por nosso Salvador; primeiro à multidão, no Sermão
da Montanha, e outra vez, meses mais tarde, aos discípulos apenas. Por um breve
período haviam eles estado ausentes de seu Senhor, quando, ao voltarem, O
encontraram absorto
O coração dos
discípulos foi profundamente comovido enquanto eles escutavam. Tinham observado
quão frequentemente Jesus passava longas horas em solicitude, em comunhão com o
Pai. Os dias, passava-os a servir às multidões que se comprimiam em torno Dele,
e revelando os traiçoeiros sofismas dos rabis, e esse incessante labor
deixava-O muitas vezes tão exausto que Sua mãe e Seus irmãos, e mesmo os
discípulos, temiam que sacrificasse a vida. Ao volver, porém, das horas de
oração que encerravam o cansativo dia, notavam-Lhe a expressão de paz na
fisionomia, a sensação de refrigério que parecia desprender-se de Sua presença.
Era de horas passadas com Deus que Ele saía, manhã após manhã, para levar aos
homens a luz do Céu. Os discípulos haviam chegado a ligar essas horas de oração
com o poder de Suas palavras e obras. Agora, ao escutar-Lhe as súplicas,
sentiram o coração encher-se de respeito e humildade. Quando Ele acabou de
orar, foi com certa convicção de sua profunda necessidade que exclamaram: Senhor,
ensina-nos a orar. Luc. 11: 1.
Jesus não lhes
apresenta nenhuma nova forma de oração. Aquilo que já anteriormente lhes
ensinara, repete agora, como se lhes quisesse dizer: Vocês devem compreender o
que já lhes dei. Isso encerra uma profundeza de sentido que vocês ainda não
sondaram.
O Salvador não nos
restringe, entretanto, ao emprego exato dessas palavras. Identificado com a
humanidade, apresenta Seu próprio ideal de oração, palavras tão simples que
podem ser adotadas por uma criancinha, e todavia tão compreensivas em sua
amplitude que sua significação jamais poderá ser inteiramente apreendida pelos
maiores espíritos. É-nos ensinado chegar a Deus com nosso tributo de ação de
graças, dar a conhecer nossas necessidades, confessar os pecados que cometemos,
e rogar por misericórdia, em harmonia com a Sua promessa.
Quando orardes,
dizei: Pai. Lucas 11: 2.
Jesus nos ensina a
chamar Seu Pai nosso Pai. Ele não Se envergonha de nos chamar irmãos. Hebreus
2: 11. Tão pronto, tão ansioso é
Aí se encontra a
declaração daquela admirável verdade, tão repleta de animação e conforto, de
que Deus nos ama assim como ama a Seu Filho. Foi isto que Jesus disse na última
oração que fez por Seus discípulos. Tu tens amado a eles como Me tens amado a Mim.
João 17: 23.
O mundo que Satanás
tem pretendido, e sobre o qual tem governado com tirania cruel, o Filho de
Deus, por uma vasta realização, circundou em Seu amor, pondo-o novamente em
ligação com o trono de Iahweh. Querubins e Serafins, bem como os inumeráveis
exércitos de todos os mundos não caídos, entoam cânticos de louvor a Deus e ao
Cordeiro ao ser assegurado esse triunfo. Regozijaram-se em que à raça caída
fosse aberto o caminho da salvação, e que a Terra fosse redimida da maldição do
pecado. Quanto mais não se deveriam regozijar aqueles que são os objetos de tão
surpreendente amor!
Como podemos estar
em dúvida e incerteza, e sentir-nos órfãos? Foi em benefício dos que haviam
transgredido a lei que Jesus tomou sobre Si a natureza humana; Ele Se tornou
como nós, a fim de podermos ter perene paz e segurança. Temos um Advogado nos
Céus, e quem quer que O aceite como Salvador pessoal, não é deixado órfão, a
carregar o fardo dos próprios pecados.
Amados, agora somos
filhos de Deus. I João 3: 2. E, se nós somos filhos, somos, logo,
herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo; se é certo que com
Ele padecemos, para que também com Ele sejamos glorificados. Romanos 8: 17.
Ainda
não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando Ele Se
manifestar, seremos semelhantes a Ele; porque assim como é O veremos. I João
3:2.
O primeiro passo
mesmo ao aproximar-nos de Deus é conhecer e crer o amor que Ele nos tem! I
João 4: 16; pois é mediante a atração de Seu amor que somos induzidos a
ir para Ele.
A percepção do amor
de Deus opera a renúncia do egoísmo. Ao chamarmos Deus nosso Pai, reconhecemos
todos os Seus filhos como irmãos. Somos todos parte da grande teia da
humanidade, todos os membros de uma só família. Em nossas petições, devemos
incluir nossos semelhantes da mesma maneira que a nós mesmos. Pessoa alguma ora
direito, se busca bênção unicamente para si.
O infinito Deus,
disse Jesus, vos dá o privilégio de Dele vos aproximardes chamando-O de Pai.
Compreende tudo quanto isto implica. Pai terreno algum já pleiteou tão
fervorosamente com um filho errante como o faz com o transgressor Aquele que
vos criou. Nenhum amorável interesse humano já acompanhou o impenitente com tão
ternos convites. Deus mora em toda habitação; ouve cada palavra proferida,
escuta cada oração erguida ao Céu, experimenta as dores e as decepções de cada
alma, e considera o tratamento dispensado a pai e mãe, irmã, amigo e
semelhante. Ele cuida de nossas necessidades, e Seu amor, Sua misericórdia e
graça estão continuamente a fluir para satisfazer nossa necessidade.
Mas se chamais a
Deus vosso Pai, vós vos reconheceis Seus filhos, para ser guiados por Sua
sabedoria, e ser obedientes em todas as coisas, sabendo que Seu amor é
imutável. Aceitareis Seu plano para vossa vida. Como filhos de Deus, mantereis,
como objeto de vosso mais elevado interesse, Sua honra, Seu caráter, Sua
família, Sua obra. Tereis regozijo em reconhecer e honrar vossa relação com o
Pai e com cada membro de Sua família. Alegrar-vos-eis em praticar qualquer ato,
embora humilde, que contribua para Sua glória ou bem-estar, de vossos
semelhantes.
Que estás nos Céus.
Mateus 6: 9. Aquele a quem Cristo nos ordena considerar nosso Pai, está
nos Céus e faz tudo o que Lhe apraz. Salmo 115: 3. Em Seu cuidado
podemos repousar tranquilos, dizendo: No dia em que eu temer, hei de confiar em
Ti. Salmo 56: 3.
Santificado seja o
Teu nome. Mateus 6: 9.
Para santificarmos o
nome do Senhor é necessário que as palavras em que falamos do Ser Supremo sejam
pronunciadas com reverência. Santo e tremendo é o Seu nome. Salmo 111: 9.
Não devemos nunca, de qualquer modo, tratar com leviandade os títulos ou nomes
da Divindade. Ao orar, penetramos na sala de audiência do Altíssimo, e devemos
ir à Sua presença possuídos de santa reverência. Os anjos velam o rosto
Mas santificar o
nome do Senhor quer dizer muito mais do que isso. Podemos, como os judeus dos
dias de Cristo, manifestar exteriormente a maior reverência por Deus, e todavia
profanar constantemente o Seu nome. O nome do Senhor é misericordioso
e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade; ... que perdoa a
iniquidade, e a transgressão, e o pecado. Êxodo 34:
Este nome é
santificado pelos anjos no Céu, pelos habitantes dos mundos não caídos. Quando
orais: Santificado seja o Teu nome. Mateus 6: 9, pedis que seja
santificado neste mundo, santificado em vós. Deus vos reconheceu como Seu
filho, perante homens e anjos, orai para que não desonreis o bom nome que sobre vós foi
invocado. Tiago 2: 7. Deus vos envia ao mundo como representantes Seus.
Em cada ato da vida deveis tornar manifesto o nome de Deus. Esse pedido é um
convite para que possuais o caráter dEle. Não Lhe podeis santificar o nome, nem
podeis representá-Lo perante o mundo, a menos que na vida e no caráter
representeis a própria vida e caráter de Deus. Isto só podereis fazer mediante
a aceitação da graça e justiça de Cristo[23].
Os Nomes de Deus no Antigo Testamento
Os títulos de Deus
apresentados nos Escritos inspirados revelam seu caráter e os atributos que
possui como Deus. Um estudo do significado dos diversos nomes sob os quais Deus
quis revelar-se aclara a natureza de seu trato com o homem. A palavra hebraica shem, nome, pode muitas vezes
traduzir-se como pessoa. O mesmo
ocorre no NT. A frase bendito o que vem no nome do Senhor. Marcos
11: 9 refere-se sem dúvida a Jesus Cristo como representante pessoal de
Iahweh. Bendito, eulogémenos, aqui se
entende que foi abençoado e segue sendo
abençoado. Outro exemplo: Muitos acreditaram
Na Bíblia hebraica textos tais como Êxodo
3: 14, 15; 6: 3; 34: 14; Jeremias 10: 16; 33: 16, etc., são exemplos de
como o nome divino leva consigo a ideia de caráter. Shem, nome, originalmente queria dizer sinal ou prenda. O nome é o sinal, ou a prenda daquele que a leva. Descreve a
pessoa; é-lhe característico. No grego ónoma,
nome, vem da mesma raiz da qual prove a palavra que se traduz mente e o verbo conhecer. Em forma similar, a palavra sánscrita naman, nome, deriva-se do verbo gna, conhecer. O nome é equivalente a
uma sinal, ou prenda, pela qual se conhece algo.
Estes fatos são
especialmente verdadeiros no que se refere aos nomes das Pessoas da Divindade.
Indicam seu caráter e seus atributos; constituem uma revelação das Pessoas
divinas. Os títulos de Deus são uma expressão de sua revelação em sua relação
pessoal com os homens mediante o plano de salvação.
Um título geral para
Deus,
que aparece mais de 2.500 vezes, é Elohim. Esta
palavra tem forma de plural, ainda que quando se refere a Deus, geralmente
aparece com o verbo no singular. Alguns eruditos associam este termo com o
verbo árabe temer, reverenciar, no
sentido de que mostra Deus como o Ser Supremo, a quem se deve reverencia. A
raiz desta palavra implica força, poder,
capacidade. Usa-se pela primeira vez com referência a Deus como Criador Gênesis
1:
Ao referir-se a
Deus, usa-se o substantivo Elohim
quase exclusivamente no plural. Alguns entenderam que aqui se deixa transluzir
a doutrina da Trindade. Foi Elohim
quem disse: Façamos ao homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Gênesis
1: 26. Este uso do plural sugere certamente a plenitude e as múltiplas
capacidades dos atributos divinos. Ao mesmo tempo, o uso constante da forma
singular do verbo realça a unidade da Divindade e constitui uma repreensão ao
politeísmo.
Em algumas ocasiões
se usou a denominação Elohim para
referir-se a homens que estavam ocupando a importante posição de porta vozes de
Deus. Por exemplo, Deus lhe disse a Moisés que devia ser para seu irmão Arão
Para referir-se ao
único Deus verdadeiro se usa mais de 200 vezes a palavra El, forma mais simples, e supostamente mais antiga de Elohim. Moisés, Davi e Isaías parecem
ter tido especial preferência por este nome. Algumas vezes se usa com o artigo,
como na expressão o Deus de Betel. Gênesis 31: 13; 35: 1, 3, e o
Deus de teu pai. Gênesis 46: 3. Também nesta passagem se põe a ênfase
naquele que é Todo-poderoso, o Onipotente, o único verdadeiro Deus. Outras
formas elementares, tais como Elah e Eloah aparecem em vários textos, como
variantes de uma mesma raiz, que expressam sempre a ideia de poder e força.
Com frequência
aparece El como parte de palavras
compostas usadas como títulos de Deus. Um exemplo disto é El-Shaddai. Este título sugere a abundante bondade de Deus, as
bênçãos temporárias e espirituais com as quais enriquece a seu povo. Outros creem
que Shaddai vem de uma raiz que
significa ser violento, despojar,
devastar. Este termo, aplicado a Deus, significaria mostrar poder. Isto se expressa na tradução Deus Onipotente ou Deus
Todo-poderoso. Este nome mostra Deus como o Poderoso ou o que dá
generosamente.
Shaddai aparece pela primeira vez em Gênesis 17: 1, 2, 4 e
O título divino mais
comum no AT, 5.500 vezes, é a palavra
sagrada YHWH do que algumas vezes se translitera IAHVEH, chamada de tetragrama
sagrado, quatro letras, referindo-se
às quatro consoantes que a compõem. No
hebraico antigo se escrevia somente as consoantes das palavras. YHWH
aparece como Iahweh. Os judeus consideravam tão sagrado o título YHWH que nem
ao ler as Escrituras o pronunciavam, a fim de não profanar, nem sequer
involuntariamente, o nome do Senhor Levítico 24: 16.
Diziam em seu lugar
a palavra Adonai. Em consequência,
perdeu-se a verdadeira pronunciação de YHWH. Pensa-se, no entanto que pôde ter
sido Yahweh.
Poucos séculos
depois de Cristo, certos eruditos judeus, chamados masoretas, adicionaram
vogais ao hebraico escrito a fim de preservar o conhecimento do idioma falado.
Nesse tempo adicionaram às consoantes YHWH as vogais da palavra Adonai. Isto deu lugar a que a palavra
se lesse literalmente Yehowah, transliterada
Tem grandes
diferenças de opinião entre os eruditos com respeito à origem, a pronuncia e o
significado da palavra YHWH. Possivelmente YHWH seja uma forma do verbo
hebraico ser, e neste caso significaria o que é, o que existe por si
mesmo. Alguns eruditos afirmam que a forma verbal neste caso poderia
ser causativa, e que portanto significaria o que causa o ser; ou que
interpretada mediante a frase Ehyeh asher ehyeh. Êxodo 3: 14,
significa o que é ou será, o eterno.
O título Senhor ou Iahweh compreende os atributos da autoexistência e
eternidade. Iahweh é o Deus vivente, a Fonte de vida, em contraste com os
deuses dos pagãos que não têm existência aparte da imaginação de suas
adoradores. I Reis 18:
Uma profunda
sensação de reverência ante o sagrado caráter dos nomes de Deus se unia ao vivo
anseio dos escribas de mostrar respeito por esses nomes. Sob estas influências,
tomavam precauções especiais para copiar fielmente os nomes divinos.
Detinham-se num momento antes de escrever as letras sagradas. E o nome que era
considerado por sobre todos os outros como nome pessoal de Deus, era
Yehowah.
A expressão palavra
de Iahweh é muito comum no AT. Encontra-se em Gênesis 15: 1, num
capítulo onde o nome Elohim não
aparece. Iahweh é o nome do pacto. É o nome sob o qual Deus se acercava aos
homens para comunicar-se com eles. Gênesis. 18: 1, 2; 28: 13-17; Êxodo 33:
O nome Yehowah
aparece também em nomes compostos que manifestam mais plenamente o poder
redentor e preservador de Deus com relação a seu povo. Tal
é a frase Yehowah-yir’eh,
literalmente, Deus verá. Gênesis 22: 14, que significa Deus proverá. Verso
Em Ezequiel
48: 35 se encontra a expressão: Iehowa-shama,
que em hebraico se
Há outros nomes que
sugerem a luta do crente: Yehowah-nes, Iahweh bandeira. O
substantivo nes, bandeira, sinal,
estandarte, implica um ponto em torno do qual se concentram as tropas. O
título Yehowah-tsebaoth, Senhor dos Exércitos, pela primeira vez em I
Samuel 1: 3, destaca-o como Comandante chefe de todos os seres criados,
como Aquele que levará a toda sua criação à vitória final. Romanos 9: 29; Tiago 5: 4.
Este título também aparece sob a forma Elohim-tsebaoth. Salmo 80: 7, 14 e 19; Amós
5: 27.
O título Iahweh
dos exércitos é o mais sublime dos títulos divinos. Sugere um pleno
controle e senhorio sobre o universo inteiro. Um formoso exemplo disto se acha
no Salmo
24: 9, 10, onde se lê literalmente: Levantai, portas, vossas cabeças; e
levantai-vos, portas de eternidade, e entrará o Rei de glória. Quem
é este Rei de glória? Iahweh dos exércitos; ele é o Rei da glória. II
Samuel 7: 26; Salmo 46: 7; 48: 8; Zacarias 2: 9.
Usa-se umas 300
vezes a palavra hebraica Adon no
AT. Geralmente se a traduz Senhor. Usa-se para
referir-se ao dono de uma propriedade, ao chefe de família, ou ao governador de
uma província. Em I Reis 16: 24 se traduz dono. É um título de hierarquia,
honra e autoridade. Gênesis 18: 12; 24: 12, 42; Êxodo 21: 4; Números 11: 28; I Samuel 1: 15.
Quando se aplica este termo a Deus, se lhe dá a forma Adonai. Aparece pela primeira vez em Gênesis. 15: 2, 8; 18: 3.
Faz ressaltar sua posição como senhor e dono, também o direito que tem de ser
obedecido. Algumas vezes aparece
Há outros dois
títulos que expressam a ideia de Altíssimo, Exaltado. Um é Elyon, do verbo levantar-se". Encontram-se exemplos em Gênesis 14:
O nome ba’al, baal, que também significa senhor, dono, é comum no AT, usando-se
geralmente como título de desonra, por ser o nome dado aos deuses pagãos.
Aparece quase sempre usado em nomes compostos como Jerobaal, É-baal e Merib-
baal. Mas também se o aplica a Iahweh, traduzindo-se marido. Isaías 54: 5; Joel 1: 8. Usa-se a forma feminina para indicar a
igreja, a esposa de Deus Isaías 62: 4, Beula.
Usam-se outros
títulos como El-sul, que se traduz Força
de Israel. Isaías 30: 29; etc. e Roca II Samuel 23: 3; etc.; mas
estes não são chamados como nomes próprios[24].
[1] A Psiquiatria de Deus,
Charles L. Allen, Editora Betânia, pp. 65 e 66.
[2] Comentário ao Novo
Testamento, Willian Barclay, Editora Clie Mateus, vol. 1, pp.
[3] CBASD, vol. 5, p. 336.
[4] BJ, p. 1848.
[5] CBASD, vol. 5, p. 336.
[6] CBASD, vol. 5, p. 336.
[7] CBASD, vol. 5, p. 336.
[8] Sermões Walter Shubert,
Verdades e Especulações sobre o Céu.
[9] CBASD, vol. 5, p. 336.
[10] CBASD, vol. 5, pp. 336 e
337.
[11] Comentário ao Novo
Testamento, Willian Barclay, Editora Clie Mateus, vol. 1, pp.
[12] Caminhando com Jesus, no
Monte das Bem-Aventuranças, MM 2.001, George Knight, p. 201.
[13] Caminhando com Jesus, no
Monte das Bem-Aventuranças, MM 2.001, George Knight, p. 202.
[14] Caminhando com Jesus, no
Monte das Bem-Aventuranças, MM 2.001, George Knight, p. 203.
[15] Caminhando com Jesus, no
Monte das Bem-Aventuranças, MM 2.001, George Knight, p. 204.
[16] Caminhando com Jesus, no
Monte das Bem-Aventuranças, MM 2.001, George Knight, p. 205.
[17] Caminhando com Jesus, no
Monte das Bem-Aventuranças, MM 2.001, George Knight, p. 206.
[18] Caminhando com Jesus, no
Monte das Bem-Aventuranças, MM 2.001, George Knight, p. 207.
[19] Caminhando com Jesus, no
Monte das Bem-Aventuranças, MM 2.001, George Knight, p. 208.
[20] Caminhando com Jesus, no
Monte das Bem-Aventuranças, MM 2.001, George Knight, p. 209.
[21] Caminhando com Jesus, no
Monte das Bem-Aventuranças, MM 2.001, George Knight, p. 210.
[22] A Psiquiatria de Deus,
Charles L. Allen, Editora Betânia, pp. 67 e 75.
[23] O Maior Discurso de
Cristo,
[24] CBASD, vol. 1, pp.