24º
O PÃO NOSSO
Mateus
6
11 - O
pão nosso de cada dia dá-nos hoje.
Na primeira parte do Pai Nosso, os versos 9 e 10 relacionam o
atendimento à paternidade, ao caráter, ao reino e à vontade de Deus. Na segunda
parte da oração, versos
Era o povo, gente comum, que
ouvia a Jesus de boa vontade (Marcos 12:
37). Em sua maioria se tratava de humildes pescadores, agricultores e
obreiros. De tais pessoas estava composta a multidão que escutava a Jesus na ladeira
do monto junto à planície de Genesaré e o mar de Galileia. Muitos deles não
tinham emprego fixo e suas condições de vida eram precárias. Havia ali poucas
pessoas que, devido à seca, aos impostos excessivos, ou a outras penalidades,
não tivessem conhecido a fome ou a necessidade
Ainda quem tem abundância de pão
e de bens terrenos fariam bem em recordar que é Deus quem dá o poder para fazer as riquezas (Deuteronômio
8: 18). Jesus demonstrou claramente esta verdade na parábola do rico néscio
(Lucas 12:
CADA DIA – É a
tradução tradicional e provável de uma palavra difícil. Outras foram propostas,
como: necessária à subsistência e de amanhã. Seja como for, a ideia
fundamental é que devemos pedir a Deus o sustento indispensável à vida
material, mas nada senão isso, assim nem a riqueza nem a opulência. Os Pais da
Igreja aplicaram esse texto à nutrição da fé, o pão da palavra de Deus que é o
pão eucarístico[2].
Grego: epióusios, palavra que aparece no NT só aqui e em Lucas11:3. Desconhece-se o sentido exato
desta palavra. Aparece também num antigo arquivo doméstico onde parece
referir-se ao alimento necessário para o dia seguinte. Alguns dos significados
que se lhe atribuem são:
1. O necessário para existir
2. Para o dia presente
3. Para o dia vindouro.
As palavras de Mateus 6: 34
tendem a apoiar a ideia de que se refere a uma provisão diária suficiente para
manter a vida[3].
DÁ-NOS HOJE O PÃO PARA ESTE DIA
Poderíamos pensar que este é o único
pedido da Oração do Senhor sobre o qual o significado não pode haver a menor
dúvida. Parece ser a mais simples e direta de todas. Mas o fato é que teólogos
têm oferecido muitas interpretações dela. Antes de considerar seu significado
mais simples e óbvio, vejamos algumas das outras explicações propostas.
1. O pão tem se identificado como a
Mesa do Senhor. Desde o princípio, a Oração do Senhor se tem conectado intimamente
com a Mesa do Senhor. Nas ordens de culto mais antigas que conhecemos, sempre
se estabelecia que a Oração do Senhor se fizesse em algum momento da celebração
da Comunhão. Daí que alguns tem tomado este pedido como uma oração para que se
nos conceda o privilégio diário de sentarmos à Mesa do Senhor e de comer o
alimento espiritual que recebemos ali.
2. O pão se tem identificado como o
alimento espiritual da Palavra de Deus, como cantamos nos hinos cristãos. Assim
é que este pedido se tem tomado como uma oração pelo verdadeiro ensino, a
verdadeira doutrina, a verdade essencial, que estão nas Escrituras é a Palavra
de Deus, e que são sem dúvida comida para a mente, para o coração e a alma de
toda pessoa crente.
3. O pão se tem considerado que
representa a Jesus. Ele mesmo chamou-se a si mesmo como o
Pão da vida (João 6:
4. Este pedido tem sido interpretado
em um sentido puramente judaico. O pão como símbolo do Reino Celestial. Lucas nos
diz que a um dos presentes Lhe disse Jesus: Bem
aventurado aquele que comer pão no Reino de Deus (Lucas 14: 15). Os judeus tinham uma ideia algo
extranha mas tremendamente inspiradora. Criam que quando viesse o Messias
amanheceria a idade de ouro, haveria o banquete messiânico, que participariam
os escolhidos de Deus. Os corpos dos monstros Behemot e Leviatã
serviriam de pratos de carne e de pesca neste banquete. Seria uma espécie de
festa de recebimento que Deus oferecia a Seu povo. Assim que, isto se tem
tomado como um pedido de participar no banquete messiânico final do povo de
Deus.
Ainda não temos por que estar de
acordo em qualque destas explicações com respeito ao sentido deste pedido,
tampouco temos por que rechaçar nenhuma delas como falsa. Cada uma contém sua
propria verdade e aplicação.
A dificultade da interpretação deste
pedido aumenta pelo fato de que havia uma dúvida considerável quanto ao
sentido da palavra epiúsios, que se
traduz por cotidiano. O fato extraordinário era que não se havia
encontrado em nenhum outro lugar onde aparece esta palavra em toda literatura grega. Origenes advertiu, e até defendia
que Mateus havia inventado a palavra. Não se pode estar seguro do que realmente
queria dizer. Ha pouco tempo, se descobriu o fragmento de um papiro que
continha esta palavra; e o pedaço de papiro era precisamente a lista de compra
de uma mulher! Ao lado de um dos artigos estava a palavra epiusios, para lembrar-se de comprar as provisãoes para o dia seguinte. Assim que,
o que este pedido quer dizer é: Dá-me as
coisas que necessitamos para comer no dia que se inicia. Ajuda-me a conseguir
as coisas que tenho na lista de compras quando chega esta manhã. Dá-me as
coisas que necessitamos para comer quando voltam os meninos da escola, e os
homens do trabalho. Concede-nos que nossa mesa não esteja vazia quando nos assentemos
juntos hoje. Esta é uma oração sensível para que Deus nos supra com os
alimentos que necessitamos para o dia a frente.
Quando vemos que este é um simples
pedido pelas necessidades de cada dia, surgem algumas verdades.
1. Isto quer dizer que Deus cuida de
nosso corpo. Jesus nos mostrou isso; Ele passou muito tempo curando enfermidades
e satisfazendo à fome física. Ficava angustiado quando se dava conta de que o
gentio que O havia seguido a lugares solitários se encontrava muito perto de
sua casa e não tinha nada para comer. Faremos bem em ter presente que Deus tem
interesse
2. Este pedido nos ensina a pedir o Pão
Nosso de cada dia, o o pão para o dia que temos em diante. Nos ensina a viver o dia, e não preocuparmos ou estar ansiosos acerca do
futuro distante e desconhecido. Quando Jesus ensinou a seus discípulos a fazer
este pedido, sem dúvida Sua mente retrocederia a história do maná no deserto Êxodo
16:
3. Por implicação, este pedido dá a
Deus o lugar que Lhe corresponde. Reconhece que é de Deus que recebemos o
alimento necessário para sustentar a vida. Nenhum ser humano jamais foi capaz
de criar uma simples semente que crescesse. Um homem de ciência pode analisar
uma semente e conhecer seus elementos constituidos, mas nenhuma semente
sintética pode crescer. Todas as coisas vivas vem de Deus. O que comemos, portanto,
é um presente que nos vem de Deus.
4. Este pedido nos recorda muito
sabiamente como funciona a oração. Se fizesse a oração, e logo se assentasse
tranquilamente a esperar que o pão caisse do céu em suas mãos, seguro é que
morreria de fome. Recordemo-nos que a oração e o trabalho caminham juntos e que
quando oramos devemos passar a trabalhar para fazer que nossas orações se façam
em realidade. É verdade que a semente viva vem de Deus; mas também é verdade
que temos a obrigação de cultivá-la.
Dick Sheppard nos conta a seguinte
história: Um homem tinha um pedaço de
terra; havia conseguido com muito sacrifício, e com muito trabalho, limpado das
pedras e de toda classe de ervas daninhas; havia lavrado e enriquecido a terra
convenientemente até que produziu as flores e hortaliças mais estupendas. Uma
tarde ele estava ensinando seu trabalho a um piedoso amigo. Ele disse: é
maravilhoso o que Deus pode fazer com um terreninho, verdade? Sim, disse o
homem que havia feito todo este trabalho: porém terias que ter visto este
terreno quando Deus estava cuidando do solo!
A generosidade de Deus e o trabalho
humano devem combinar-se. A oração, como a fé, sem as obras é morta. Quando
fazemos este pedido, reconhecemos duas verdades básicas: Que sem Deus não
podemos fazer nada, e que sem nosso esforço e cooperação Deus não pode fazer
nada por nós.
5. Devemos advertir que Jesus não nos ensinou pedir: dá-me meu pão
cotidiano. Ele nos ensinou a pedir: Dá-nos
nosso pão cotidiano. O problema do
mundo não é que não haja o bastante para todos; há bastante para dar e tomar. O
problema não está na provisão das
coisas essencias da vida, mas
Uma Surpresa no Formato de Oração
O pão nosso de cada
dia dá-nos hoje (Mateus 6:1).
A primeira parte da Oração do Senhor
contém as petições dirigidas especificamente a Deus e a Seu nome. Essas eram
as petições: Teu/Tua (Mateus 6: 9 e 10).
Mas no verso 11, chegamos a uma mudança radical. O foco se move de Deus
para nós, conforme podemos perceber pelo uso dos pronomes nós, nosso e nos. Com o verso 11 chegamos, pois, à segunda
parte da Oração do Senhor, aquela cujas petições giram em torno das
necessidades humanas. Primeiro vem Deus; depois, a humanidade. Ambos são
importantes, mas na sua devida ordem. Sem Deus, não existiríamos. Sem Deus, não
teríamos necessidades, nem como supri-las. Essa verdade é expressa tanto nos
Dez Mandamentos como na Oração do Senhor. A primazia de Deus é uma verdade que
sempre deve ser mantida diante de nossos olhos e coração.
Choca e surpreende ver como começa a
segunda parte da oração. Alguém poderia supor que começasse com as necessidades
humanas que se acham mais próximas de Deus: nossas necessidades espirituais.
Mas não é isso que ocorre. Jesus começa a segunda parte com nossas necessidades
físicas. O pão nosso de cada dia dá-nos
hoje. Existe aqui uma lição para nós. Quando Jesus considera nossas necessidades,
começa pelo lugar certo. Começa com o físico. Sem a saúde física, não
subsistiríamos nem teríamos necessidades espirituais. Essa ordem aparece
muitas vezes no ministério de Jesus. Primeiro Ele curava as pessoas, depois
pregava para elas. Primeiro cuidava das suas necessidades físicas e somente
depois podia atender plenamente às suas fraquezas espirituais.
Esse é o quadro que encontramos na
ordem inesperada da segunda parte. Primeiro precisamos do pão diário. Depois
que nossa necessidade é satisfeita, ficamos cônscios de nossa culpa e
necessidade espiritual, o perdão.
Nosso Senhor nos entende. Primeiro
oramos por pão, depois por perdão[5].
De cada dia - uma lição
Então, disse o Senhor a Moisés: Eis
que vos farei chover do céu pão, e o povo sairá e colherá diariamente a porção
para cada dia, para que Eu ponha à prova se anda na Minha lei ou não (Êxodo 16:
4).
Parece haver pouca dúvida quanto ao
fato de que Jesus pensava no maná do deserto quando nos disse para orar pelo
pão nosso de cada dia. Conforme você deve lembrar, os filhos de Israel estavam
famintos no deserto, e Deus lhes enviou o maná, o pão do Céu. Havia, porém,
uma condição importante. Eles deviam recolher o suficiente apenas para cada
dia. Quando recolhiam em excesso, o alimento apodrecia antes de ser usado. Eles
tinham que se contentar com a porção suficiente para cada dia.
Mas havia uma exceção à regra. Na
sexta-feira eles precisavam recolher o suficiente para dois dias, porque no
sábado não havia coleta. Foi assim que os israelitas receberam uma dupla lição
do maná quase diário. Primeiro, sua dependência diária de Deus para todas as
suas necessidades. E segundo, a excepcionalidade do sábado, o dia que lhes foi
dado como lembrete dAquele que criara o pão e
tudo o mais.
A palavra usada para diário em Mateus 6: 11 (epiousios)
trouxe para os tradutores um mar de problemas porque até recentemente essa era
a única ocorrência da palavra em toda a literatura grega. Mas alguns anos atrás surgiu um fragmento de papiro com essa
palavra usada numa lista de compras. Ao lado de um único item da lista estava epiousios.
Era uma nota para lembrar ao comprador de comprar um determinado alimento para
o dia seguinte.
Assim,
a quarta petição da Oração do Senhor pede-nos de maneira muito singela que
supliquemos a Deus que nos dê as coisas que precisamos comer no dia seguinte.
É uma oração que nos ajuda a ser capazes de obter o que é necessário em nossa
lista de compras para o dia seguinte, a fim de que nós e nossa família sejamos saciadas.
Temos um Deus maravilhoso. Aquele
cuja mão guia as estrelas incontáveis está preocupado com minhas necessidades
físicas diárias. Que Deus![6]
Diferentes Espécies de Pão Diário
Eu sou o pão vivo que desceu do Céu;
se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que Eu darei pela vida do mundo
é a Minha carne (João 6: 51).
Embora
o significado primário de Mateus 6: 11
pareça ser pão diário físico, não é
incorreto expandir o conceito para a esfera espiritual.
É com essa compreensão que cantamos o
hino:
Ó Tu que deste o pão, Lá junto ao mar, Vem dá-lo a mim também, Jesus, vem
dar!
Pois, na Palavra, ó Deus, Pão busco achar, O santo pão que me há de
sustentar (Hinário Adventista, nº 519).
Semelhantemente à vida física, nosso
ser espiritual não se sustenta por si mesmo. Ambos precisam abastecer-se
constantemente pela ingestão dos nutrientes físicos e espirituais apropriados.
Lembramo-nos dos profetas Ezequiel e
João, que comeram o livrinho das
palavras de Deus.
Precisamos comer diariamente a Palavra da Vida. Precisamos ver a beleza de Seu
amor, precisamos imbuir-nos de Seus caminhos, precisamos de força para viver
Sua vida.
Assim, quando oramos pelo pão nosso
de cada dia, estamos reconhecendo nossa constante e contínua dependência de
Deus em tudo quanto somos, quer na esfera física, quer na mental e espiritual.
Precisamos ter fome e sede diárias de
justiça. Precisamos participar diariamente do pão divino[7].
A Amplitude das Necessidades Diárias
Não me
dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário; para não
suceder que, estando eu farto, Te negue, e diga: Quem é o Senhor? Ou que,
empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus (Provérbios 30: 8 e 9).
Jamais havia realmente discernido
esse texto até o momento em que escrevi estas palavras. Já o havia lido,
naturalmente, mas não havia ainda captado seu significado. Jamais o havia
entendido com os olhos do coração.
É um belo texto que contradiz muito
do que os membros da igreja ensinam aos filhos. De modo geral, ensinamos as
pessoas a orarem por riqueza como sinal da bênção de Deus. Pedimos ao Senhor
que nossos filhos e nós mesmos sejamos abençoados materialmente.
Será, porém, que temos avaliado o
custo de um ensino como esse? Temos sido tão ávidos e sinceros em adverti-los
contra os perigos da prosperidade? Deus quer que conservemos em mente a
necessidade diária que temos dEle. Quer que conservemos em mente nossa própria
mortalidade e fraqueza. Quando somos forçados diariamente a lembrar-nos de que
dependemos dEle para o pão de cada dia, isso tende a manter-nos no caminho
estreito e reto.
Precisamos lembrar que estamos orando
pelo pão de cada dia, não pelo bolo de cada dia, ainda que o bolo possa uma vez
ou outra chegar à nossa mesa. Jesus prometeu que cuidaria de nossas
necessidades. Ele não está falando de luxo.
Mas o pão de cada dia significa mais
que o mero alimento. Abrange toda uma esfera de coisas que tornam o pão
regularmente disponível. Assim, pão custa dinheiro; dinheiro requer trabalho
estável, e trabalho estável requer bom governo, bons negócios e bom emprego. Em
consequência disso, observa E D. Bruner, quando oramos pelo pão nosso de cada
dia, estamos também orando por dinheiro, emprego, negócio, trabalho, boas
colheitas, bom tempo, boas estradas, justiça e por tudo no âmbito econômico,
político e social.
Pai querido, quero hoje Te agradecer pelas múltiplas bênçãos que tornam
real o pão de cada dia. Quero Te agradecer porque és não só o Criador, mas também o Mantenedor. Senhor, cada vez
que vemos o Pai, vemos a Ti[8].
Lições do Pão de Cada Dia
Bem-aventurados todos aqueles que Nele confiam (Salmo
2:12). Eis que Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei (Isaías 12:2).
Talvez a lição central contida na
petição do pão de cada dia seja nossa inteira e absoluta dependência de Deus,
mesmo entre os que jamais reconheceriam essa dependência.
Pense nisto. Sem Deus não há pão; nem
diário nem de qualquer outro jeito. Sem Deus não há pão, ponto final. Estamos
completamente nas mãos de Deus. D. Martyn Lloyd-Jones tem razão quando afirma
que a suprema loucura do século vinte é
pensar que, por havermos obtido uma certa quantidade de conhecimento das leis
de Deus, somos independentes dEle".
A verdade é que não podemos viver sem
Ele sequer um dia. Sem Seu Sol, Sua chuva e a influência dela, não teríamos o
pão de cada dia. E que dizer das sementes? Embora os seres humanos as plantem e
sejam inteiramente impotentes sem elas, não podem fabricá-las. Os cientistas
podem analisar as sementes e identificar seus elementos constituintes, mas
nenhuma semente sintética germina. Todas as coisas vivas vêm de Deus. Nosso
alimento é um dom direto. Por inferência, a quarta petição da Oração do Senhor
coloca Deus em Seu devido lugar.
Além disso, esse reconhecimento da
dependência é uma ocupação diária. É como se um pai rico fizesse um imenso
depósito bancário para o filho numa conta com o nome do filho. Mas o filho só
pudesse fazer um saque por dia, e isso mediante o preenchimento de um cheque.
Isso faz com que o filho fique sempre se lembrando da fonte de sua riqueza.
Nossas orações funcionam como cheques pelos quais reclamamos as riquezas de
Deus e pelos quais expressamos nossa gratidão por Sua generosidade, diária.
Deus, em Sua sabedoria, não despeja
sobre cada um de nós as provisões de alimento e riqueza de toda uma vida por
ocasião do nascimento ou em nosso vigésimo primeiro aniversário. Em nossa
pecaminosidade, não somente desperdiçaríamos a fortuna, mas também nos
esqueceríamos do Doador. As bênçãos diárias de Deus e a necessidade que temos
delas nos fazem lembrar do Pai[9].
Mais Lições do Pão de Cada Dia
Então, dirá o Rei aos que estiverem à Sua direita: Vinde,
benditos de Meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a
fundação do mundo. Porque tive fome, e Me destes de comer; tive sede, e Me
destes de beber; era forasteiro, e Me hospedastes; estava nu, e Me vestistes;
enfermo, e Me visitastes; preso, e fostes ver-Me (Mateus 25:
Hoje queremos focalizar a palavra nosso na petição pelo pão de cada dia.
Jesus não nos ensina a orar O pão meu de
cada dia dá-me hoje, mas o pão nosso
de cada dia dá-nos hoje.
Há um lado social em nosso andar
diário com Deus. Precisamos orar em favor do pão de cada dia dos outros, assim
como oramos pelo nosso. Milhões de pessoas morrem de fome a cada ano, enquanto
outros morrem de doenças relacionadas com o comer demais. O problema não consiste
na inexistência de alimento, mas na má distribuição dele.
A maioria dos leitores deste livro
talvez não tenha que orar muito encarecidamente pelo pão nosso de cada dia.
Talvez passem boa parte da oração agradecendo a Deus pelo suprimento abundante
de alimento que já possuem. Apesar disso, poucos são os que fazem essa oração
sem um sentimento de culpa por ter comida suficiente, quando grande parte do
mundo passa fome. Assim sendo, a quarta petição é, em certo sentido, uma oração
por justiça social. Além disso, pode ser significativo o fato de essa petição
preceder a que suplica por perdão.
Outra lição extraída do pedido pelo
pão de cada dia é o enfoque da atividade humana em ligação com a oração
respondida. Como disse Lutero, não devemos pedir de maneira indolente e
esperar que Deus, no último minuto, faça cair um ganso em nossa boca.
Deus pode dar condições favoráveis
para a obtenção do pão de cada dia, mas os seres humanos precisam fazer sua
parte.
A fidelidade no trabalho faz parte da
oração pelo pão de cada dia[10].
O PÃO NOSSO DE CADA DIA DÁ-NOS HOJE
Há uma
divisão bem específica bem no meio do Pai Nosso. Logo se nota a mudança de
pronomes. Nas três primeiras proposições, usamos o pronome na segunda pessoa do
singular: Teu reino, Teu nome, Tua vontade. Nas três últimas, porém, o pronome somos nós, nos
e nosso. Primeiro, pensamos em Deus,
e só depois é que podemos ocupar-nos de nós mesmos.
E a
primeira petição que o Senhor nos permite fazer em nosso favor é uma que
realmente desejamos fazer. É justamente a que devemos fazer, se quisermos
sobreviver. O pão nosso de cada dia
dá-nos hoje engloba todas as nossas necessidades materiais.
Alguns
dos Pais da Igreja, como Jerônimo, Orígenes e Agostinho, ensinavam que a
palavra pão ali se referia ao mesmo
pão que Jesus mencionou quando disse: Eu
sou o Pão da Vida. Eles acreditavam que era errado orar pelas bênçãos
materiais. E até hoje alguns apoiam esta ideia.
Mas por
que tentar espiritualizar esta frase? Até mesmo um santo precisa se alimentar.
Se não ingeríssemos alimento para o sustento de nosso corpo, não poderíamos nem
orar. Jesus pregou ao povo; curou os enfermos; perdoou pecados e também usou
Seu maravilhoso poder para alimentar multidões com o pão material.
Se
examinarmos a vida do Senhor, veremos que Ele conhecia a luta diária pelo
sustento. Ele sabia o significado da pequena oferta da viúva pobre; sabia o que
poderia representar a perda de uma moeda valiosa; sabia o que era usar roupas
remendadas. Sabia o que era fazer as compras do armazém com cuidado para não sair
orçamento.
Mesmo
após a Sua ressurreição, Ele se interessou por alimentos. Nós O vimos
acompanhando dois discípulos até em casa, naquele primeiro domingo de páscoa.
Ele lhes falou de esperanças, e depois encontrou tempo para sentar-se à mesa
com eles. A Bíblia diz até que tomando
Ele o pão, abençoou-o, e, tendo-o partido, lhes deu (Lucas 24: 30).
Depois
nós O encontramos na praia, à luz cinzenta da madrugada do dia seguinte. O
discípulo tinha estado a pescar a noite toda. Agora estavam voltando e o Senhor
estava preparado para recebê-los. Que iria ele fazer? Uma reunião de oração?
Eles precisavam de oração... Uma poderosa revelação de Si mesmo? Eles haviam
perdido a fé nEle? Não. Ele preparou-lhes uma refeição.
O
Cristo ressuscitado, triunfante, preparava um desjejum. Apesar de ter os pés
feridos ele andara pela praia pedregosa à procura de gravetos. Embora Suas mãos
tivessem sido atravessadas pelos cravos, Ele Se ocupara
Ele
sabe que nós temos que comprar mantimentos, pagar o aluguel ou a prestação da
casa, adquirir roupas; sabe que haverá despesas com as crianças na escola e
todo tipo de contas para pagar. E não somente isto. Ele conhece os desejos e
necessidades pessoais que temos além das coisas essenciais. Nós não somos como
os irracionais. Por isso desejamos gozar das coisas agradáveis da vida.
Ele
sabia melhor do que nós que o corpo e a mente são inseparáveis. Assim como o
medo e a preocupação podem afetar o corpo e causar enfermidade, assim também as
condições físicas da pessoa podem alterar sua maneira de encarar a vida, sua fé
religiosa e sua conduta moral.
O Deus
que criou nosso corpo está interessado em nossas necessidades físicas, e espera
que nós Lhe falemos a respeito delas.
Todos
os dias o sol se levanta no horizonte e aquece a terra. Se Ele deixasse de
brilhar por um minuto que fosse, toda a vida sobre a Terra se extinguiria. As
chuvas servem para irrigar a terra. A fertilidade se encontra no solo; a vida,
nas sementes; o oxigênio, no ar. A providência de Deus está ao nosso redor o
tempo todo, em abundância incrível, mas nós encaramos todas essas coisas como
sendo corriqueiras.
O Dr.
John Whiterspoon foi um grande educador americano e um homem de Deus. Foi um
dos que assinaram a Declaração de Independência dos Estados Unidos. Foi diretor
da escola que mais tarde viria a ser a Universidade de Princeton. Ele morava a
pouco mais de três quilômetros da escola e ia para lá todos os dias em sua
charrete.
Certo
dia, um vizinho entrou bastante nervoso em seu gabinete e lhe disse: Dr. Whiterspoon, eu queria que o senhor me
ajudasse a dar graças a Deus por ter-me salvo a vida. Eu estava rodando em
minha charrete hoje de manhã e o cavalo soltou-se e fugiu. A carroça bateu
contra as rochas e ficou em pedaços, mas eu saí ileso. Ao que o Dr.
Whiterspoon respondeu: Eu sei de um
exemplo mais notável. Eu já rodei por aquela estrada centenas de vezes. Meu
cavalo nunca escapuliu; a charrete nunca se quebrou e nem eu fui ferido. A
providência de Deus para mim foi muito mais extraordinária do que para você.
É como
diz o poema de Maltbie D. Babcock: Por
trás do pão está a farinha; Por trás da farinha, o moinho; Por trás do moinho,
o trigo, a chuva, O sol e a vontade do Pai.
Podemos
aplicar esta verdade a tudo que possuímos: o carro de que tanto nos orgulhamos,
ou a casa em que vivemos, as roupas que usamos. Todos esses bens provêm da
Terra que Deus criou. Ele os colocou ao alcance de nossas mãos, porque sabia
que nós iríamos querê-los e apreciá-los. Muito antes de nós nascermos, Deus já
havia respondido esta nossa petição de bênçãos materiais. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje é uma oração que realmente já
foi atendida. Ela é uma declaração do que ele já fez.
Gosto
muito daquela história de Jesus no deserto. Mateus conta que havia cinco mil
pessoas ali (Mateus 14:21). Eles
estavam famintos e o Senhor desejava vê-los alimentados. Os discípulos fizeram
um levantamento da situação, e tudo que puderam encontrar foi o lanche de um
rapazinho, que constava de cinco pães e dois peixes.
Eles
criam que aquilo era pouco demais para ser levado em conta. Era tão pouco que
não adiantava nem tentar. Mas vejamos a atitude de Cristo. Ele não reclamou da
quantidade; antes, a primeira coisa que fez foi agradecer. Depois, utilizou o
que tinha em mãos. Ele começou a partir pedaços de pão e distribuí-los.
Para
espanto geral, aquele alimento deu para todos. Na verdade, houve mais do que o
necessário, e eles recolheram doze cestos cheios de sobras. O povo ficou tão
maravilhado, que quis pegá-lo à força e proclamá-lo rei (João 6:5 a 15).
Se nós
também começarmos a agradecer a Deus pelo que temos e passarmos a usar isto da
melhor maneira possível, o Senhor nos dará discernimento a respeito de como
poderemos multiplicá-lo a fim de satisfazer todas as nossas necessidades, e
ainda haver sobra. Nós nos sentiríamos tão venturosos que cairíamos a seus pés
para adorá-Lo como Senhor e Rei[11].
Do Mar Vermelho ao Sinai
Do Mar Vermelho as
tribos de Israel puseram-se novamente a viajar, guiadas pela coluna de nuvem. O
cenário ao redor deles era o mais impressionante; montanhas áridas, de aspecto
desolador, planícies estéreis, e o mar estendendo-se até ao longe, com as
praias juncadas dos corpos de seus inimigos; estavam, contudo, cheios de alegria,
conscientes de sua liberdade, e silenciara todo pensamento de
descontentamento.
Mas, durante três
dias, enquanto viajavam, não puderam achar água. O suprimento que tinham
trazido consigo estava esgotado. Nada havia para lhes acalmar a sede ardente,
enquanto se arrastavam fatigadamente pelas planícies queimadas de sol. Moisés, que
estava familiarizado com essa região, sabia o que os outros ignoravam, ou seja,
que em Mara, a mais próxima estação onde se poderiam encontrar fontes, as águas
eram impróprias para o uso. Com ansiedade intensa observava a nuvem que os
guiava. Com o coração a abater-se, ouviu alegre aclamação: Água! Água! A repercutir ao longo do séquito. Homens, mulheres e
crianças em alegre precipitação apinharam-se junto à fonte, quando, eis,
irrompe da multidão um grito de angústia, a água era amarga.
Em seu terror e
desespero censuraram a Moisés por tê-los guiado por aquele caminho, não se
lembrando de que a presença divina naquela nuvem misteriosa o estivera guiando,
bem como a eles mesmos. Em sua dor e angústia, Moisés fez o que eles haviam
deixado de fazer; clamou fervorosamente a Deus, pedindo auxílio. E o Senhor mostrou-lhe um lenho que lançou
nas águas, e as águas se tornaram doces (Êxodo 15:25). Ali foi feita a
Israel, por intermédio de Moisés, esta promessa: Se ouvires atento a voz do Senhor teu Deus, e obrares o que é reto
diante dos Seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos Seus mandamentos, e
guardares todos os Seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que
pus sobre o Egito; porque Eu sou o Senhor que te sara (Êxodo 15:26).
De Mara o povo foi
para Elim, onde encontrou doze fontes de
água e setenta palmeiras. Ali permaneceram vários dias antes de entrarem no
deserto de Sim. Quando fez um mês que se achavam ausentes do Egito, fizeram seu
primeiro acampamento no deserto. O suprimento de provisões começara agora a
escassear. Era insuficiente a erva do deserto, e seus rebanhos estavam
diminuindo. Como se deveria suprir o alimento para aquelas vastas multidões?
Dúvidas enchiam-lhes o coração, e de novo murmuraram. Mesmo os príncipes e
anciãos do povo se uniram nas queixas contra aqueles dirigentes que por Deus
tinham sido designados: Quem dera que nós
morrêssemos por mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados
junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! Porque nos tendes
tirado para este deserto para matardes de fome a toda esta multidão (Êxodo 16:3).
Não haviam por
enquanto sofrido fome; suas necessidades presentes eram supridas, mas temiam
pelo futuro. Não podiam compreender como essas extensas multidões deveriam
manter-se em suas viagens pelo deserto, e em imaginação viam seus filhos a
perecer de fome. O Senhor permitiu que as dificuldades os rodeassem, e que
escasseasse o suprimento de alimentos, para que seu coração pudesse volver-se
Àquele que até ali lhes havia sido o Libertador. Se
Deus prometera ser o
seu Deus, tomá-los para Si como um povo, e guiá-los a uma terra vasta e boa;
mas eles estavam prontos a desfalecer a cada obstáculo encontrado no caminho
para aquela terra. De maneira maravilhosa Ele os tirara do cativeiro no Egito,
para que os pudesse elevar e enobrecer, e fazer deles um louvor na Terra. Mas,
era-lhes necessário encontrar dificuldades e suportar privações. Deus estava a
tirá-los de um estado de degradação, e a adaptá-los para ocupar uma posição
honrosa entre as nações e receber importantes e sagrados encargos. Houvessem
tido fé Nele, em vista de tudo que operara por eles, e teriam de bom ânimo
suportado incômodos, privações, e mesmo o verdadeiro sofrimento; mas não estavam
dispostos a confiar no Senhor a não ser que testemunhassem as contínuas provas
de Seu poder. Esqueceram-se de sua amarga servidão no Egito. Perderam de vista
a bondade e poder de Deus, manifestados em prol deles, em seu livramento do
cativeiro. Esqueceram-se de como seus filhos foram poupados quando o anjo
destruidor matou todos os primogênitos do Egito. Olvidaram a grande mostra do
poder divino no Mar Vermelho. Perderam de memória que, enquanto atravessaram
sem perigo pelo caminho que lhes havia sido aberto, os exércitos de seus
inimigos, tentando segui-los, foram submersos nas águas do mar. Viam e sentiam
unicamente seus incômodos e provações presentes; e, em vez de dizerem: Deus fez grandes coisas por nós; conquanto
tenhamos sido escravos, está a fazer de nós uma grande nação, falavam eles
das agruras do caminho e consideravam quando terminaria sua cansativa
peregrinação.
A história da vida
de Israel no deserto foi registrada para o benefício do Israel de Deus até o
final do tempo. O registro do trato de Deus aos errantes no deserto, em todas
as suas marchas de um para outro lado, em sua exposição à fome, sede e cansaço,
e nas notáveis manifestações de Seu poder em auxílio deles, acha-se repleto de
advertências e instruções para o Seu povo, em todos os tempos. A experiência
variada dos hebreus era uma escola preparatória para o seu lar prometido em
Canaã. Deus quer que Seu povo nestes dias reveja com humilde coração e espírito
dócil as provações pelas quais passou o antigo Israel, a fim de que possa
instruir-se em seu preparo para a Canaã celestial.
Muitos consideram os
israelitas daquele tempo, e admiram-se de sua incredulidade e murmuração, achando
que, se tivessem estado em lugar deles, não teriam sido tão ingratos; mas,
quando sua fé é provada, mesmo com pequenas aflições, não manifestam maior fé
ou paciência do que fez o antigo Israel. Quando levados a situações
angustiosas, murmuram contra o meio que Deus escolheu para purificá-los. Posto
que sejam supridas suas necessidades presentes, muitos não estão dispostos a
confiar em Deus para o futuro, e se acham em constante ansiedade, receosos de
que a pobreza lhes sobrevenha, e seus filhos venham a sofrer. Alguns estão
sempre a ver antecipadamente o mal, ou a aumentar as dificuldades que realmente
existem, de modo que seus olhos ficam cegos às muitas bênçãos que lhes reclamam
gratidão. Os obstáculos que encontram em vez de levá-los a buscar auxílio de
Deus, a única Fonte de força, separam-nos Dele, porque despertam inquietação e
descontentamento.
Fazemos bem em ser
assim duvidosos? Por que deveríamos ser ingratos e desconfiados? Jesus é nosso
amigo; todo o Céu se interessa em nosso bem-estar; e nossa ansiedade e temor
entristecem ao Espírito Santo de Deus. Não devemos condescender com cuidados
que apenas nos impacientem e fatiguem, mas não nos auxiliam a suportar as
provações. Nenhum lugar deve dar-se àquela desconfiança para com Deus, a qual
nos leva a fazer dos preparativos para as futuras necessidades a principal
preocupação da vida, como se nossa felicidade consistisse nessas coisas
terrestres. Não é vontade de Deus que Seu povo se sobrecarregue de cuidados.
Nosso Senhor, porém, não nos diz que não há perigos
Diz o apóstolo: Vede irmãos, que nunca haja em qualquer de
vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo (Hebreus 3:12).
Em vista de tudo que Deus tem feito por nós, nossa fé deve ser forte, ativa e
duradoura. Em vez de murmurarmos e queixarmos-nos, a expressão de nosso coração
deve ser: Bendize, ó minha alma, ao
Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o Seu santo nome. Bendize, ó minha alma,
ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de Seus benefícios (Salmo 103:1 e 2).
Deus não Se esquecia
das necessidades de Israel. Disse a seu guia: Eis que vos farei chover pão dos céus. E foram dadas instruções
para que o povo apanhasse uma porção para cada dia, e porção dupla no sexto
dia, para que se pudesse manter a sagrada observância do sábado.
Moisés afirmou à
congregação que suas necessidades haviam de ser supridas: Isso será quando o Senhor à tarde vos der carne para comer, e pela
manhã pão a fartar. E acrescentou: Quem
somos nós? As vossas murmurações não são contra nós, mas sim contra o
Senhor. Mandou, ainda, Arão dizer-lhes: Chegai-vos
para diante do Senhor, porque ouviu as vossas murmurações. Enquanto Arão
estava a falar, eles se viraram para o
deserto, eis que a glória do Senhor apareceu na nuvem (Êxodo 16:
Ao cair da noite, o
acampamento foi rodeado de vastos bandos de codornizes, bastantes para suprirem
toda a multidão. Pela manhã, jazia na superfície do solo uma coisa miúda, redonda; miúda como a geada. Era como semente de
coentro branco. O povo chamou-o maná. Disse Moisés: Este é o pão que o Senhor vos deu para comer (Êxodo 16:14,15 e 31).
O povo apanhou o maná, e viu que havia um suprimento abundante para todos. Em moinhos o moia, ou num gral o pisava, e
em panelas o cozia, e dele fazia bolos (Números 11:8). Era seu sabor como bolos de mel (Êxodo 16:31).
Determinou-lhes apanhar diariamente um gômer aproximadamente três litros para cada pessoa; e dele não deveriam
deixar para a manhã seguinte. Alguns tentaram guardar uma porção até o dia
seguinte, mas achou-se então estar impróprio para alimento. A provisão para o
dia deveria ser colhida na manhã; pois tudo que ficava no solo derretia-se com o
sol.
No colher o maná
verificou-se que alguns obtinham mais e alguns menos do que a quantidade
estipulada; mas medindo-o com o gômer,
não sobejava ao que colhera muito, nem faltava ao que colhera pouco (Êxodo
16:18). Uma explicação desta passagem bem como uma lição prática da mesma,
é dada pelo apóstolo Paulo em sua segunda epístola aos Coríntios: Diz ele: Não digo isto para que os outros tenham
alívio, e vós opressão, mas para igualdade; neste tempo presente, a vossa
abundância supra a falta dos outros, para que também a sua abundância supra a
vossa falta, e haja igualdade; como está escrito: O que muito colheu não teve
demais; e o que pouco, não teve de menos (2 Coríntios 8:13 a 15).
No sexto dia, o povo
colhia dois gômeres para cada pessoa. Os príncipes foram apressadamente
informar a Moisés do que se havia feito. Sua resposta foi: Isto é o que o Senhor tem dito: Amanhã é repouso, o santo sábado do
Senhor: o que quiserdes cozer no forno, cozei-o, o que quiserdes cozer em água,
cozei-o em água; e tudo o que sobejar, ponde em guarda até amanhã. Assim
fizeram, e acharam que ficara inalterado. E Moisés disse: Comei-o hoje, porquanto hoje é o sábado do Senhor; hoje não o achareis
no campo. Seis dias o colhereis, mas o sétimo dia é o sábado; nele não haverá (Êxodo
16:23, 25 e 26).
Deus exige que Seu
santo dia seja observado hoje de maneira tão sagrada como no tempo de Israel. A
ordem dada aos hebreus deve ser considerada por todos os cristãos como um
mandado de Iahweh. Deve fazer-se do dia anterior ao sábado um dia de
preparação, a fim de que tudo possa estar em prontidão para as suas horas
sagradas. Em caso algum devemos permitir que nossas ocupações usurpássemos o
tempo santo. Deus determinou que se cuidasse dos doentes e sofredores; o
trabalho exigido para lhes proporcionar conforto é uma obra de misericórdia, e
não é violação do sábado; mas todo o trabalho desnecessário deve ser evitado.
Muitos descuidadamente deixam até o princípio do sábado pequenas coisas que
poderiam ter sido feitas no dia de preparação. Isto não deve ser assim. O
trabalho que é negligenciado até o início do sábado, deve ficar por fazer-se
até que haja passado este dia. Esta maneira de proceder pode auxiliar a memória
daqueles que são imprudentes, e torná-los cuidadosos no fazerem seu trabalho
nos seis dias a isto destinados.
Cada semana, durante
sua longa peregrinação no deserto, os israelitas testemunharam tríplice
milagre, destinado a impressionar-lhes o espírito com a santidade do sábado:
uma dobrada quantidade de maná caía no sexto dia, nada caía no sétimo, e a
porção necessária para o sábado conservava-se fresca e pura, enquanto qualquer
quantidade que se deixava de um dia para outro, em outra ocasião, se tornava
imprópria para o uso.
Nas circunstâncias
que se ligam à concessão do maná, temos prova conclusiva de que o sábado não
foi instituído, conforme muitos pretendem, quando a lei foi dada no Sinai.
Antes de chegarem os israelitas ao Sinai, compreendiam ser-lhes obrigatório o
sábado. Sendo obrigados a recolher toda sexta-feira dupla porção de maná, como
preparo para o sábado, no qual nada caía, a natureza sagrada do dia de repouso
os impressionava continuamente. E quando alguns, dentre o povo, saíram no
sábado para apanhar maná, o Senhor perguntou: Até quando recusareis guardar os Meus mandamentos e as Minhas leis? Comeram os filhos de Israel maná quarenta
anos, até que entraram em terra habitada; comeram maná até que chegaram aos termos
da terra de Canaã (Êxodo 16:35). Durante quarenta anos, por meio desta
maravilhosa provisão, trazia-lhes diariamente à lembrança o cuidado infalível e
o terno amor de Deus. Segundo as palavras do salmista, Deus lhes deu do trigo do Céu. Cada um comeu o pão dos
anjos, isto é, alimento que lhes foi provido pelos anjos (Salmo 78:24 e 25). Sustentados pelo trigo do Céu, diariamente se lhes
ensinava que, tendo as promessas de Deus, estavam tão seguros contra a
necessidade como se estivessem rodeados pelos campos ondulantes de trigo nas
férteis planícies de Canaã.
O maná, caindo do
céu para o sustento de Israel, era um tipo dAquele que veio de Deus para dar
vida ao mundo. Disse Jesus: Eu sou o pão
da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram. Este é o pão que
desce do Céu. ... Se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que Eu
der é a Minha carne, que Eu darei pela vida do mundo (João 6:48 a 51). E
entre as promessas de bênçãos ao povo de Deus na vida futura, está escrito: Ao que vencer darei Eu a comer do maná
escondido (Apocalipse 2:17).
Depois de partir do
deserto de Sim, os israelitas acamparam-se em Refidim. Ali não havia água, e de
novo não confiaram na providência de Deus. Em sua cegueira e presunção, o povo
chegou-se a Moisés com a exigência: Dá-nos
água para beber. Mas a paciência não lhe faltou. Por que contendeis comigo? Disse: por que tentais ao Senhor? Eles clamaram com ira: Por que nos fizeste subir do Egito, para nos
matares de sede, a nós, e aos nossos filhos, e ao nosso gado? (Êxodo 17:1 a 7).
Quando foram tão abundantemente supridos de alimento, lembraram-se com vergonha
de sua incredulidade e murmuração, e prometeram para o futuro confiar no
Senhor; mas logo se esqueceram da promessa, e fracassaram na primeira prova de
fé. A coluna de nuvem que os guiava parecia velar um terrível mistério. E
Moisés, quem era ele? Perguntavam; e qual poderia ser seu objetivo ao tirá-los
do Egito? A suspeita e a desconfiança lhes encheram o coração, e ousadamente o
acusaram de tencionar matá-los, a eles e seus filhos, pelas privações e
agruras, a fim de que pudesse enriquecer-se com seus bens. No tumulto da raiva
e indignação estavam prestes a apedrejá-lo.
Com angústia clamou
Moisés ao Senhor: Que farei a este povo?
Foi-lhe determinado tomar os anciãos de Israel e a vara com que operara
prodígios no Egito, e ir perante o povo. E o Senhor lhe disse: Eis que Eu estarei ali, diante de ti, sobre
a rocha, em Horebe, e tu ferirás a rocha, e dela sairão águas, e o povo beberá.
Ele obedeceu, e as águas irromperam como uma torrente viva que abundantemente
supriu o acampamento. Em vez de mandar Moisés levantar a vara e invocar alguma
praga terrível semelhante àquelas do Egito, sobre os chefes daquela ímpia
murmuração, o Senhor em Sua grande misericórdia fez da vara Seu instrumento
para operar o livramento do povo.
Fendeu as penhas no deserto; e deu-lhes de beber como de grandes
abismos. Fez sair fontes da rocha, e fez correr águas como rios (Salmo 78:15 e
16). Moisés feriu a
rocha, mas era o Filho de Deus que, velado na coluna de nuvem, estava ao lado
de Moisés e fazia correr a água doadora de vida. Não somente Moisés e os
anciãos, mas toda a congregação, que permanecia a distância, viu a glória do
Senhor; fosse, porém, removida a nuvem, e teriam sido mortos pelo terrível
fulgor Daquele que nela habitava.
Em sua sede o povo
tentara a Deus, dizendo: Está o Senhor no
meio de nós, ou não?Se Deus nos trouxe aqui, por que não nos dá água assim como
nos deu pão? A incredulidade assim manifesta era criminosa, e Moisés receou
que os juízos de Deus repousassem sobre eles. E ele chamou aquele lugar pelo
nome de Massá, tentação, e Meribá, contenda, em lembrança de seu
pecado.
Um novo perigo os
ameaçava agora. Por causa de sua murmuração contra Ele, o Senhor permitiu que
fossem atacados pelos inimigos. Os amalequitas, tribo feroz e guerreira que
habitava aquela região, saíram contra eles, e feriram aqueles que, desfalecidos
e cansados, tinham ficado na retaguarda. Moisés, sabendo que a totalidade do
povo não estava preparada para a batalha, ordenou a Josué que escolhesse das
diferentes tribos um corpo de soldados, e os guiasse na manhã seguinte contra o
inimigo, enquanto ele próprio estaria em um ponto eminente próximo, com a
vara de Deus na mão. Em conformidade com isto, no dia seguinte Josué e seu
grupo atacaram o inimigo, enquanto Moisés, Arão e Hur estavam estacionados em
uma colina, acima do campo de batalha. Com os braços estendidos para o céu, e
segurando a vara de Deus em sua destra, Moisés orava pelo êxito das armas de
Israel. Com o prosseguimento da batalha, observou-se que, enquanto suas mãos
estavam estendidas para cima, Israel prevalecia; mas, quando se abaixavam, o
inimigo era vitorioso. Cansando-se Moisés, Arão e Hur lhe ampararam as mãos até
o pôr-do-sol, quando o inimigo foi posto em fuga.
Apoiando Arão e Hur
as mãos de Moisés, mostravam ao povo o dever de ampará-lo em seu árduo
trabalho, enquanto de Deus recebia a palavra para lhes falar. E o ato de Moisés
também era significativo, mostrando que Deus tinha o seu destino em Suas mãos;
enquanto nEle depositassem confiança, por eles combateria e lhes subjugaria os
inimigos; mas, quando se deixassem de apegar a Ele, e confiassem em sua própria
força, seriam mesmo mais fracos do que os que não tinham conhecimento de Deus,
e os inimigos prevaleceriam contra eles.
Assim como os hebreus triunfavam quando Moisés estendia as
mãos para o céu, e intercedia em favor deles, assim o Israel de Deus prevalece
quando pela fé lança mão da força de seu poderoso Auxiliador. Todavia, a força
divina deve ser combinada com o esforço humano. Moisés não acreditava que Deus vencesse
os adversários deles enquanto Israel permanecesse inativo. Enquanto o grande
líder pleiteava com o Senhor, Josué e os seus bravos seguidores faziam os
maiores esforços para repelir os inimigos de Israel e de Deus.
Depois da derrota
dos amalequitas, Deus determinou a Moisés: Escreve
isto para memória num livro, e relata-o aos filhos de Josué; que Eu totalmente
hei de riscar a memória de Amaleque de debaixo dos céus (Êxodo 17:14).
Precisamente antes de sua morte, o grande líder confiou a seu povo esta solene
incumbência: Lembra-te do que te fez
Amaleque no caminho, quando saíeis do Egito; como te saiu ao encontro no
caminho, e te derrubou na retaguarda todos os fracos que iam após ti, estando
tu cansado e afadigado; e não temeu a Deus... Apagarás a memória de Amaleque de
debaixo dos céus; não te esqueças (Deuteronômio 25:
Os amalequitas não
desconheciam o caráter de Deus, nem Sua soberania; mas,
Não longe do lugar
em que agora se achavam acampados os israelitas, estava à casa de Jetro, sogro
de Moisés. Jetro ouvira falar do livramento dos hebreus, e agora parte para
visitá-los e restituir a Moisés a esposa e os dois filhos. O grande chefe foi
informado pelos mensageiros a respeito de sua aproximação; e com alegria saiu para
encontrá-los, e, terminados os primeiros cumprimentos, conduziu-os à sua tenda.
Fizera voltar sua família quando estava a caminho dos perigos que encontraria
ao retirar Israel do Egito; mas agora poderia de novo ter o consolo e conforto
de sua companhia. A Jetro contou ainda o trato maravilhoso de Deus para com
Israel, e o patriarca regozijou-se e bendisse o Senhor; e, juntamente com
Moisés e os anciãos, uniu-se a oferecer sacrifícios e realizar uma festa solene
em comemoração a misericórdia de Deus.
Estando Jetro no
acampamento, logo viu quão pesados eram os encargos que repousavam sobre
Moisés. Manter a ordem e a disciplina naquela multidão vasta, ignorante e
indisciplinada, era na verdade uma tremenda tarefa. Moisés era o seu
reconhecido chefe e magistrado, e não somente lhe eram referidos os interesses
e deveres gerais do povo, mas também as controvérsias que surgiam entre eles.
Permitira isto, pois que lhe dava oportunidade de instruí-los, conforme disse: e lhes declare os estatutos de Deus, e as Suas
leis. Mas Jetro protestou a isto, dizendo: Este negócio é mui difícil para ti; tu só não o podes fazer. Totalmente
desfalecerás; e aconselhou a Moisés indicar pessoas idôneas como maiorais
de milhares, e outras como maiorais de cem, e outras de dez. Deviam ser homens capazes, tementes a Deus, homens de
verdade, que aborreçam a avareza (Êxodo 18:
O Senhor havia
honrado a Moisés grandemente, e operara prodígios pela sua mão; mas o fato de
que fora escolhido para instruir a outros não o levou a concluir que ele
próprio não necessitava de instrução. O escolhido dirigente de Israel ouviu
alegremente as sugestões do piedoso sacerdote de Midiã, e adotou-lhe o plano
como uma sábia disposição.
De Refidim o povo
continuou viagem, seguindo o movimento da coluna de nuvem. Sua rota seguia
através de áridas planícies, íngremes encostas, e desfiladeiros rochosos. Frequentemente,
quando atravessavam as incultas regiões arenosas, viam diante de si montanhas
escabrosas, semelhantes a gigantescos baluartes, amontoados diretamente através
de seu percurso, e parecendo vedar de todo o prosseguimento. Mas,
aproximando-se eles, apareciam aqui e acolá aberturas na muralha montanhosa, e,
para além, outra planície se lhes abria à vista. Através de uma dessas
profundas e pedregosas passagens, eram então conduzidos. Era uma cena grandiosa
e impressionante. Entre as escarpas rochosas que se erguiam a centenas de
metros de cada lado, fluíam qual maré viva, até onde podia atingir a vista, as
hostes de Israel com seus rebanhos e gado. E agora, diante deles, com solene
majestade, erguia o Monte Sinai a fronte maciça. A coluna de nuvem
repousou em seu cume, e o povo, embaixo, espalhou suas tendas pela planície.
Ali seria a sua morada durante quase um ano. À noite, a coluna de fogo
assegurou-lhes a proteção divina; e, enquanto estavam entregues ao sono, o pão
do Céu caía suavemente sobre o acampamento.
A aurora dourava a
crista negra das montanhas, e os áureos raios do Sol penetravam nas profundas
gargantas, parecendo-se a esses cansados viajantes com os raios de misericórdia
procedentes do trono de Deus. De todos os lados, extensas colinas pedregosas
pareciam em sua solitária grandeza falar de permanência e majestade eternas.
Ali, tinha o espírito à impressão de solenidade e de respeitoso temor. O homem
era levado a sentir sua ignorância e fraqueza na presença Daquele que pesou os montes e os outeiros
Dai-lhes Vós de Comer
Cristo Se retirara
com os discípulos para um lugar isolado, mas breve foi interrompido esse
período de tranquilo sossego. Os discípulos julgavam haver-se afastado para um
lugar onde não seriam perturbados; mas assim que a multidão sentiu falta do
divino Mestre, indagaram: Onde está Ele?
Alguns dentre eles notaram a direção tomada por Cristo e Seus discípulos.
Muitos foram por terra encontrá-los, enquanto outros os seguiram de barco
através do lago. Estava próxima a Páscoa e de perto e de longe grupos de
peregrinos, de viagem para Jerusalém, juntavam-se para ver Jesus. Outros se
lhes reuniram, até que se achavam congregadas umas cinco mil pessoas, além de
mulheres e crianças. Antes de Cristo chegar à praia, já uma multidão O estava
aguardando. Mas Ele desembarcou sem ser por ela notado, passando algum tempo à
parte com os discípulos.
Da encosta, contemplou
Ele a ondulante multidão, e o coração moveu-Lhe de simpatia. Embora
interrompido, prejudicado em Seu repouso, não ficou impaciente. Ao observar o
povo que vinha, vinha sempre, viu uma necessidade ainda maior a demandar-Lhe a
atenção. Teve compaixão deles, porque
eram como ovelhas que não têm pastor. Deixando Seu retiro, encontrou um
lugar apropriado, onde os podia atender. Não recebiam nenhum auxílio dos
sacerdotes e principais; mas as vivificantes águas da vida brotavam de Cristo,
ao ensinar às turbas o caminho da salvação.
O povo escutava as
palavras da vida, tão abundantemente brotadas dos lábios do Filho de Deus.
Ouvia as graciosas palavras, tão simples e claras, que eram como o bálsamo de
Gileade para sua alma. A cura de Sua mão divina trouxe alegria e vida aos
moribundos, e conforto e saúde aos que padeciam de moléstias. O dia afigurou-lhes
o Céu na Terra, e ficaram inteiramente inconscientes do tempo que fazia desde
que tinham comido qualquer coisa.
Afinal, o dia estava
a morrer. O Sol descia no Ocidente, e, todavia o povo se deixava ficar. Jesus
trabalhara o dia inteiro sem alimento nem repouso. Estava pálido de fadiga e
fome, e os discípulos rogaram-Lhe que cessasse o labor. Não Se podia, porém,
fugir à multidão que O comprimia.
Os discípulos, por
fim, foram ter com Ele dizendo que, por amor do próprio povo, devia ele ser
despedido. Muitos tinham vindo de longe, e nada haviam comido desde a manhã.
Nas cidades e aldeias vizinhas poderiam comprar alimento. Mas Jesus disse: Dai-lhes vós de comer; e depois,
voltando-Se para Filipe, perguntou: Onde
compraremos pão para estes comerem? Isto o disse para provar a fé do
discípulo. Filipe olhou para o oceano de cabeças, e concluiu que seria
impossível prover alimento para satisfazer a necessidade de tão numeroso povo.
Respondeu que duzentos dinheiros de pão não seriam suficientes para se
dividirem entre eles, de modo que cada um recebesse um pouco. Jesus indagou
quanto alimento se encontraria entre a multidão. Está aqui um rapaz, disse André, que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isto para
tantos? Jesus ordenou que os mesmos Lhe fossem trazidos. Pediu então aos
discípulos que fizessem o povo assentar-se na relva, em grupos de cinquenta ou
de cem, para manter a ordem, e todos poderem ver o que Ele estava para
realizar. Feito isto, Jesus tomou os alimentos, e olhando para o céu, abençoou-os, e partiu-os, e deu-os aos Seus
discípulos para os porem diante da multidão. E comeram todos, e ficaram fartos, e levantaram doze cestos de pedaços
de pão e de peixe.
Aquele que ensinou
ao povo o meio de conseguir a paz e a felicidade era tão solícito por suas
necessidades temporais como pelas espirituais. O povo estava cansado e fraco.
Havia mães com criancinhas nos braços, e pequenos pendurados às saias. Muitos
tinham permanecido de pé por horas. Haviam estado tão intensamente interessados
nas palavras de Cristo, que nem uma vez pensaram em sentar-se e era tão grande
a multidão que havia perigo de pisarem-se uns aos outros. Jesus lhes deu
oportunidade de descansar, mandando-os sentar-se. Havia no lugar muita relva, e
todos podiam repousar confortavelmente.
Cristo nunca operou
um milagre, senão para satisfazer uma necessidade real, e todo milagre era de
molde a dirigir o povo à Árvore da Vida, cujas folhas são para cura das nações.
A simples refeição passada em torno, pela mão dos discípulos, encerra todo um
tesouro e lições. Era um modesto artigo, o que se proporcionou; os peixes e os
pães de cevada eram o alimento diário dos pescadores dos arredores do Mar da
Galileia. Cristo poderia haver exibido diante do povo um rico banquete, mas a
comida preparada para a mera satisfação do apetite não teria transmitido
nenhuma lição para benefício deles. Jesus lhes ensinou nesta lição que as
naturais provisões de Deus para o homem foram pervertidas. E nunca se deliciou
alguém com os luxuosos banquetes preparados para satisfação do pervertido
gosto, como esse povo fruiu o descanso e a simples refeição proporcionada por
Cristo, tão longe de habitações humanas.
Se os homens fossem
hoje em dia simples em seus hábitos, vivendo em harmonia com as leis da
Natureza, como faziam Adão e Eva no princípio, haveria abundante provisão para
as necessidades da família humana. Haveria menos necessidades imaginárias, e
mais oportunidades de trabalhar em harmonia com os desígnios de Deus. Mas o
egoísmo e a condescendência com os gostos naturais têm trazido pecado e miséria
ao mundo, por excesso de um lado e carência de outro.
Jesus não procurava
atrair a Si o povo mediante a satisfação do desejo de luxo. Àquela grande
massa, fatigada e faminta depois de longo e emocionante dia, a singela refeição
era uma prova, não somente de Seu poder, mas do terno cuidado que tinha para
com eles quanto às necessidades comuns da vida. O Salvador não prometeu a Seus
seguidores os luxos do mundo; sua manutenção pode ser simples e mesmo escassa;
sua sorte se pode limitar à pobreza; mas Sua palavra está empenhada quanto à
satisfação das necessidades deles, e Jesus promete aquilo que é incomparavelmente
melhor que os bens terrestres: o permanente conforto de Sua presença.
Alimentando os cinco
mil, Jesus ergue o véu do mundo da Natureza e manifesta o poder em contínuo
exercício para nosso bem. Na produção da colheita da Terra, Deus opera diário
milagre. Realiza-se, mediante agentes naturais, a mesma obra que se efetuou na
alimentação da massa. O homem prepara o solo e lança a semente, mas é a vida de
Deus que faz com que ela germine. É a chuva, o ar, o sol de Deus que a levam a
frutificar, primeiro a erva, depois a
espiga, por último o grão cheio na espiga (Marcos 4:28). É Deus quem
alimenta cada dia milhões, dos campos de colheita da Terra. Os homens são
chamados a cooperar com Ele no cuidado do cereal e no preparo do pão e, por
causa disso, perdem de vista a ação divina. Não Lhe dão a glória devida a Seu
santo nome. A operação de Seu poder é atribuída a causas naturais, ou a
instrumentalidades humanas. O homem é glorificado
Depois de alimentada
a multidão, havia ainda abundância de comida. Mas Aquele que dispunha de todos
os recursos do infinito poder, disse: Recolhei
os pedaços que sobejaram para que nada se perca. Essas palavras significam
mais do que colocar o pão nos cestos. A lição era dupla. Coisa alguma se deve
perder. Não devemos deixar escapar nenhuma vantagem temporal. Não devemos negligenciar
nada que possa beneficiar um ser humano. Reúna-se tudo que diminua a
necessidade dos famintos da Terra. E o mesmo cuidado deve presidir as coisas
espirituais. Ao serem recolhidos os cestos de fragmentos, o povo pensou em seus
queridos em casa. Queriam que participassem do pão que Cristo abençoara. O
conteúdo dos cestos foi distribuído entre a ansiosa turba, sendo levado em
todas as direções ao redor. Assim os que se tinham achado no banquete deviam
levar a outros o pão que desce do Céu, para satisfazer a fome da alma.
Cumpria-lhes repetir o que haviam aprendido das maravilhosas coisas de Deus.
Coisa alguma se devia perder. Nenhuma palavra que dizia respeito a sua salvação
eterna devia cair inútil.
O milagre dos pães
ensina uma lição de confiança
Quando postos em
condições difíceis, devemos esperar em Deus. Cumpre-nos exercer sabedoria e
juízo em todo ato da vida, a fim de que, por movimentos descuidados, não nos
exponhamos à provação. Não nos devemos pôr em dificuldades, negligenciando os
meios providos por Deus e empregando mal as faculdades que nos deu. Os obreiros
de Cristo devem obedecer implicitamente Suas instruções. A obra é de Deus e, se
queremos beneficiar a outros, é necessário seguir-Lhe os planos. O próprio eu
não se pode tornar um centro; o eu não pode receber honra. Se planejarmos
segundo nossas próprias ideias, o Senhor nos abandonará a nossos erros. Quando,
porém, havendo seguido Sua guia, somos colocados em situação difícil, Ele nos
livrará. Não nos devemos entregar ao desânimo, mas, em toda emergência,
cumpre-nos buscar auxílio Daquele que possui à Sua disposição infinitos
recursos. Seremos muitas vezes rodeados de circunstâncias probantes e então,
com a mais plena confiança em Deus, devemos esperar firmemente. Ele guardará
toda alma que se vê em perplexidade por buscar seguir os caminhos do
Senhor.
Cristo, por
intermédio do profeta, mandou que: Repartas
o teu pão com o faminto, e fartes a
alma aflita; vendo o nu o cubras,
e recolhas em casa os pobres desterrados (Isaías
58:
No ato de Cristo, de
suprir as necessidades temporais de uma faminta massa de povo, está envolvida
profunda lição espiritual para todos os Seus obreiros. Cristo recebeu do Pai;
passou-o aos discípulos; eles o entregaram à multidão; e o povo uns aos outros.
Assim todos quantos se acham ligados a Cristo devem receber Dele o Pão da vida,
o alimento celestial, e passá-lo a outros.
Com plena confiança
Os discípulos foram
o meio de comunicação entre Cristo e o povo. Isso deve ser uma grande animação
para os discípulos Dele hoje em dia. Cristo é
A obra da edificação
do reino de Cristo irá avante, se bem que, segundo todas as aparências, caminhe
devagar, e as impossibilidades pareçam testificar contra o seu progresso. A
obra é de Deus, e Ele fornecerá meios e enviará auxiliares, sinceros e
fervorosos discípulos, cujas mãos também estarão cheias de alimento para as
famintas multidões. Deus não Se esquece dos que trabalham com amor para levar a
palavra da vida a almas prestes a perecer, as quais, por sua vez, buscam
alimento para outras almas famintas.
Há, em nossa obra
para Deus, risco de confiar demasiado no que pode fazer o homem, com seus
talentos e capacidade. Perdemos assim de vista o Obreiro Mestre. Muito frequentemente
o obreiro de Cristo deixa de compreender sua responsabilidade pessoal. Acha-se
em perigo de eximir-se a seus encargos, fazendo-os recair sobre organizações,
em lugar de apoiar-se Naquele que é a fonte de toda a força. Grande erro é
confiar em sabedoria humana, ou em números, na obra de Deus. O trabalho bem-sucedido
para Cristo, não depende tanto de números ou de talentos, como da pureza de
desígnio, da genuína simplicidade, da fervorosa e confiante fé. Devem-se
assumir as responsabilidades pessoais, empreender os deveres pessoais e fazer
esforços pessoais em favor dos que não conhecem a Cristo. Em lugar de
transferir vossa responsabilidade para alguém que julgais mais bem-dotado que
vós, trabalhai segundo vossas aptidões.
Ao erguer-se em
vosso coração a pergunta: Onde
compraremos pão, para estes comerem? Não permitais que vossa resposta seja
no sentido da incredulidade. Quando os discípulos ouviram a ordem de Cristo: Dai-lhes vós de comer, todas
as dificuldades lhes acudiram à mente. Perguntaram: Iremos nós às aldeias
comprar comida? Assim hoje, quando o povo está carecido do pão da vida, os
filhos do Senhor indagam: Mandaremos buscar alguém de longe, para vir
alimentá-los? Mas que disse Cristo? Mandai
assentar os homens; e os alimentou ali. Assim, quando vos achais rodeados
de almas necessitadas, sabei que Cristo aí está. Comungai com Ele. Trazei os
vossos pães de cevada a Jesus.
Os meios de que
dispomos talvez não pareçam suficientes para a obra; mas, se avançarmos com fé,
crendo no todo-suficiente poder de Deus, abundantes recursos se nos oferecerão.
Se a obra é de Deus, Ele próprio proverá os meios para sua realização.
Recompensará a sincera e simples confiança nEle. O pouco que é sábia e
economicamente empregado no serviço do Senhor do Céu aumentará no próprio ato
de ser comunicado. Nas mãos de Cristo permaneceu, sem minguar, a escassa
provisão, até que todos se saciassem. Se nos dirigimos à fonte de toda força,
estendidas as mãos da fé para receber, seremos sustidos em nosso trabalho,
mesmo nas mais difíceis circunstâncias, e habilitados a dar a outros o pão da
vida.
O Senhor diz: Dai, e ser-vos-á dado. O que semeia pouco, pouco também ceifará; e
o que semeia em abundância, em abundância também ceifará... E Deus é
poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em
tudo toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; conforme está
escrito:
Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para sempre.
Ora, Aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também
multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça; para
que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se
dêem graças a Deus (Lucas. 6:38; 2 Coríntios 9:
ILUSTRAÇÃO
Quando
o maná caiu em Angola
Em 1939 houve em Angola, África, uma
severa seca, que afetou um dos nossos postos missionários ali existentes. Como
não houve colheitas, o alimento no posto começou a escassear, até que em abril
se acabou.
O diretor da Missão estava ausente, de
modo que a esposa convocou uma reunião de oração, e os cinquenta habitantes da
Missão se reuniram para orar pedindo alimento, como Cristo ensinou no Pai
Nosso.
Enquanto conversavam, depois da
reunião, a filha do diretor saiu. Dentro em pouco voltou, toda agitada, com as
mãos cheias de uma substância branca, que ela comia sofregamente.
Contou que vira três europeus que lhe
disseram: Menina, Deus respondeu as orações de vocês. Ele lhes mandou alimento.
É o maná. Tome-o e coma!
Todos que haviam assistido a reunião de
oração saíram da igreja e, com efeito, o chão estava coberto de uma substância
branca, mas não havia pessoa alguma à vista. Quando provaram aquela substância,
era doce como o mel, extremamente saborosa.
O maná caiu por três dias, mas,
diferentemente do maná dos tempos bíblicos, não se estragou. O pessoal da
Missão encheu todas as panelas, tigelas e outras vasilhas que puderam achar.
Esse alimento os susteve até a colheita.
Ninguém viu o maná cair. Quando o sol
secava o orvalho, lá se apresentava ele. Só foi encontrado nos quarenta acres
de terra cultivada da Missão. Cada acre,
ou jeira, tem
O diretor da Missão voltou a tempo de
testemunhar o milagre. Enviou uma vasilha contendo uma amostra de maná, com um
relatório do caso, ao escritório da Divisão Sul-Africana.
Quando eu era menino, uma das minhas
maiores sensações era ver uma amostra deste maná num vidrinho e ouvir a
história, contada pelo Pastor E.L. Cardey, que era naquele tempo missionário na
África.
Em 1970 o Pastor Cardney informou minha
mãe de que ele possuía ainda um pouco, num vidro hermeticamente fechado[14].
LEITURA ADICIONAL
O pão nosso de cada
dia dá-nos hoje (Mateus 6:11).
A primeira metade da
oração que Jesus nos ensinou, diz respeito ao nome, ao reino e à vontade de
Deus; que Seu nome seja honrado, Seu reino estabelecido, e Sua vontade
cumprida. Depois de assim haverdes tornado o serviço de Deus a primeira coisa
em vosso interesse, podeis pedir com confiança de que vossas próprias
necessidades serão supridas. Renunciaram-se ao próprio eu, entregando-vos a
Cristo, sois um membro da família de Deus, e tudo quanto há na casa de vosso
Pai vos pertence. Todos os tesouros de Deus vos estão franqueados, tanto o
mundo que agora existe, como o por vir. O ministério dos anjos, o dom de Seu
Espírito, os labores de Seus servos, tudo é para vós. O mundo, com tudo que
nele há, pertence-vos até onde isto seja para vosso benefício. A própria
inimizade do maligno se demonstrará uma bênção, na disciplina que vos
proporciona para o Céu. Se vós sois de Cristo, tudo é vosso (I Coríntios 3:21).
Sois, porém, como
uma criança a quem não se confia ainda à direção de sua herança. Deus não vos
entrega vossa preciosa possessão, para que Satanás, por seus astutos ardis, não
vos engane, como fez com o primeiro par no Éden. Cristo a mantém para vós, além
do alcance do espoliador. Como a criança, recebereis dia a dia o necessário
para a necessidade diária. Cada dia deveis orar: O pão nosso de cada dia dá-nos hoje (Mateus 6:11). Não desanimeis
se não tendes o suficiente para amanhã. Tendes a garantia de Sua promessa: Habitarás na Terra e, verdadeiramente, serás
alimentado (Salmo 37:3). Diz Davi: Fui
moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua
descendência a mendigar o pão (Salmo 37:25). Aquele Deus que mandou os
corvos alimentarem Elias junto à fonte de Querite, não passará por alto um de
Seus filhos fiéis, pronto a se sacrificar. A respeito daquele que anda em
justiça, está escrito: O seu pão lhe será
dado, e as suas águas serão certas (Isaías 33:16). Não serão envergonhados nos
dias maus e nos dias de fome se fartarão (Salmo 37:19). Aquele que nem mesmo a
Seu próprio Filho poupou, antes, O entregou por todos nós, como nos não dará
também com Ele todas as coisas?(Romanos 8:32). Aquele que abrandava os
cuidados e ansiedades de Sua mãe viúva, e a ajudava a prover a casa de Nazaré,
compreende toda mãe em sua luta por prover alimento aos filhos. O que Se
compadeceu das turbas porque estavam
fatigadas e derramadas (Mateus 9:36 –Tradução Trinitariana), ainda Se
compadece dos pobres sofredores. Sua mão está estendida para eles em uma
bênção; e na própria oração que ensinou aos Seus discípulos, ensina-nos a
lembrar dos pobres.
Quando oramos: O pão nosso de cada dia dá-nos hoje (Mateus
6:11), pedimos para outros da mesma maneira que para nós mesmos. E
reconhecemos que aquilo que Deus nos dá não é somente para nós. Deus nos dá em
depósito, a fim de podermos alimentar os famintos. Em Sua bondade, providenciou
para os pobres (Salmo 68:10). E Ele
diz: Quando deres um jantar ou uma ceia,
não chames os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem
vizinhos ricos... Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados,
mancos e cegos e serás bem-aventurado; porque eles não têm com que to
recompensar; mas recompensado serás na ressurreição dos justos (Lucas 14:12 a
14).
Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça, a fim de que,
tendo sempre, em tudo, toda suficiência, superabundeis em toda boa obra (2 Coríntios
9:8). O que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância,
em abundância também ceifará (2 Coríntios 9:6).
A oração pelo pão de
cada dia inclui, não somente o alimento para sustentar o corpo, mas aquele pão
espiritual que nos nutrirá para a vida eterna. Jesus nos ordena: Trabalhai não pela comida que perece, mas
pela comida que permanece para a vida eterna (João 6:27). Ele diz: Eu sou o pão vivo que desceu do Céu; se
alguém comer desse pão, viverá para sempre (João 6:51). Nosso Salvador é Pão
da Vida, e é mediante a contemplação de Seu amor, e recebendo esse amor no
coração, que nos nutrimos do pão que desceu do Céu.
Recebemos a Cristo
por meio de Sua Palavra; e o Espírito Santo é dado a fim de esclarecer a
Palavra ao nosso entendimento, impressionando-nos o coração com suas verdades.
Devemos dia a dia orar para que, ao lermos Sua Palavra, Deus envie Seu Espírito
a fim de que se nos revele a verdade que nos fortaleça a alma para a
necessidade do dia.
Ensinando-nos há pedir cada dia o que necessitamos, tanto as bênçãos
temporais como as espirituais, Deus tem um propósito para nosso bem. Deseja que
reconheçamos nossa dependência de Seu constante cuidado; pois procura
atrair-nos
Itamar
[1] CBASD, vol. 5, p. 337.
[2] BJ, p. 1848.
[3] CBASD, vol. 5, p. 337.
[4] Comentário ao Novo
Testamento, Willian Barclay, Editora Clie Mateus, vol. 1, pp.
[5] Caminhando com Jesus, no
Monte das Bem Aventuranças, MM 2.001, George Knight, p. 216.
[6] Caminhando com Jesus, no
Monte das Bem Aventuranças, MM 2.001, George Knight, p. 217.
[7] Caminhando com Jesus, no
Monte das Bem Aventuranças, MM 2.001, George Knight, p. 218.
[8] Caminhando com Jesus, no
Monte das Bem Aventuranças, MM 2.001, George Knight, p. 219.
[9] Caminhando com Jesus, no
Monte das Bem Aventuranças, MM 2.001, George Knight, p. 220.
[10] Caminhando com Jesus, no
Monte das Bem Aventuranças, MM 2.001, George Knight, p. 221.
[11] A Psiquiatria de Deus,
Charles L. Allen, Editora Betânia, pp.
[12] Patriarcas e Profetas,
Ellen Gold White, CPB, pp.
[13] Desejado de Todas as
Nações, Ellen Gold White, CPB, pp.
[14] Inspiração Juvenil,
2004, Lições de Deus na Natureza, James A. Tucker e Priscila A. Turkey, p.127.
[15] O Maior Discurso de
Cristo,