A Restauração da Felicidade Humana
BEM-AVENTURADOS - O AT às vezes empregava fórmulas de felicitações como essas, falando
de piedade, de sabedoria, de prosperidade Salmo 1: 1 e 2; 33: 12; 127: 5 e 6;
Provérbios 3: 3; Eclesiástico 31:
8. No espírito dos profetas, Jesus lembra que também os pobres participam
de suas bênçãos: As três primeiras bem aventuranças Mateus 5:
As primeiras palavras de Cristo ao povo, no
monte, foram de benção[2].
Significa feliz, descreve a condição interior de um seguidor de Cristo e lhe
prometem bênçãos no futuro[3].
Antes de estudar em detalhes cada uma das bem
aventuranças há dois fatos gerais que devemos observar.
Isto tem muita importância, porque quer
dizer que as bem-aventuranças não são esperanças de piedade de algo que pode
ser, não são palavras irreais ou alguma profecia futura, são felicitações de
algo que está presente.
A bem-aventurança oferecida ao cristão
não é proposta para o futuro no reino da glória, mas existe aqui e agora. Não é
algo que o cristão entrará, é algo em que ele está dentro.
É verdade que alcançará a plenitude e
sua consumação na presença de Deus, mas é uma realidade presente que se
desfruta agora. As Bem-aventuranças dizem com efeito: Oh que bênção é ser cristão!
Que alegria servir a Cristo! Oh que imensa felicidade de conhecer Jesus como
Mestre, Salvador e Senhor.
A
mesma forma gramatical das Bem-aventuranças é uma afirmação da emoção jubilosa
e radiante dita da vida cristã. Ante a realidade das Bem-aventuranças, um
cristão triste e tenebroso é inconcebível.
O sentido de makarius se pode compreender melhor com o uso particular desta
palavra. Os gregos chamam a ilha de Chipre hê
makaria forma feminina do adjetivo, que quer dizer: A ilha feliz, porque criam que Chipre era tão preciosa, tão rica,
tão fértil que não havia necessidade de buscar nada mais além de suas costas
para encontrar a vida perfeitamente feliz. Tinha tal clima, folhas, frutos e
árvores, minerais e recursos naturais que continham todos os materiais
necessários para a perfeita felicidade.
Makarius
descreve esse gozo que é sereno inalterável e auto-suficiente, o gozo que é
completamente independente de todos os problemas e dificuldades da vida. A
palavra Bem aventurados revela sua origem. Contém a palavra ventura que indica algo que depende das
circunstâncias da vida, algo que a vida pode dar como pode também destruir.
A
bênção cristã é totalmente inexpugnável e indestrutível. Nada, disse Jesus, Vossa
alegria ninguém poderá tirar. João 16: 22. As bem aventuranças nos
falam desta alegria que nos busca, e mesmo na dor e na lágrima que pode afetar
este gozo, mesmo a morte, nada nos pode arrebatar esta esperança futura e o
gozo presente desta bênção.
O mundo pode dar seus prazeres e pode
igualmente perdê-lo. As mudanças da fortuna, o colapso da saúde, o fracasso de
algum plano, a desilusão de uma ambição, até a mudança no clima pode trazer e
levar a alegria frágil que o mundo pode dar. O cristão tem o gozo sereno e
inalterável que vem de poder caminhar sempre na companhia e na presença de
Jesus Cristo.
A grandeza das bem-aventuranças é que
não são vislumbres imaginários de alguma beleza futura, não são promessas
douradas de alguma glória distante, são gritos triunfantes de bênçãos por um
gozo permanente que nada no mundo pode arrebatar[4].
Grego: makario, cujo singular, makário significa feliz, afortunado; corresponde com o Hebraico ashre, feliz, bendito. As
palavras ashre e makários se traduzem bem aventurado na RVR nas outras traduções são ditoso, que aparece em II Crônicas 9: 7; Salmo 34: 8; 106: 3; 137: 9; Provérbios 20: 7; Isaias
32: 20; Atos 26: 2; I Corintios 7: 40; e bendito, I Timóteo 1: 11.
A palavra makários aparece
nove vezes nos versos
Nas primeiras palavras do Sermão do Monte,
Cristo se dirige ao desejo supremo de todo coração humano: o da felicidade.
Esse desejo foi implantado no homem pelo Criador mesmo, e originalmente tinha o
propósito de levá-lo a encontrar a verdadeira felicidade mediante a cooperação
com Deus que o criou. Incorre-se em pecado quando o homem tenta encontrar a
felicidade como um fim em si mesma, passando por alto a obediência aos
requerimentos divinos.
Assim, no começo de seu discurso inaugural
como Rei do reino da graça divina, Cristo proclama que o principal propósito do
reino é o de restaurar no coração dos homens a felicidade perdida no Éden e que
os que escolham entrar pela porta estreita e o caminho estreito,
Mateus 7: 13 e 14 encontrarão a verdadeira felicidade. Acharão paz e
gozo interiores, satisfação verdadeira e durável para o coração e o alma, que
só se conseguem quando a paz de Deus, que ultrapassa todo
entendimento está presente para guardar o coração e o pensamento Filipenses
4: 7. Quando Cristo voltou ao Pai, deixou com seus seguidores essa paz
que o mundo não pode dar João 14: 27.
Só podem ser felizes os que têm paz com Deus
Romanos
5: 1 e com seus semelhantes Miquéias 6: 8, que caminham conforme
aos dois grandes mandamentos da lei de amor Mateus 22:
Jesus estabeleceu o primeiro passo no
que conduz a felicidade e a santidade em sua declaração inicial. Esta
declaração sacudiu os discípulos tanto como a multidão, ficaram surpresos e
atônitos, lhes pareceu paradoxo e contraditório. Como poderia ser Bem
aventurado ou feliz as pessoas que haviam sido golpeadas pela pobreza? Isto não
fazia sentido, e esta declaração contraria a expectativa de um Messias que estaria
rodeado de glória e grandeza real.
Este ensino era estranho porque no
conceito popular os ricos eram especialmente favorecidos por Deus[6].
A felicidade não é de origem externa, sim interna. Não depende do que possuímos
ou fazemos, sim do que somos em caráter[7].
As Bem-aventuranças, como são
geralmente chamadas são descrições numa forma exclamatória das qualidades que
devem ser encontradas, todas elas, e de fato o são, em vários graus, na vida
dos que se submetem ao domínio soberano de Deus. Elas são também uma declaração
das bênçãos que já experimentam em parte os que irão gozar mais plenamente na
vida futura todos os que revelam tais virtudes.
O
tempo verbal futuro usado na descrição daquelas bênçãos nos versos
As
oito qualidades aqui indicadas, quando integradas umas às outras nenhuma delas pode de fato existir sem as
demais formam o caráter daqueles que, únicos, serão aceitos pelo divino Rei
como seus súditos 3 e 10 os únicos que o poderão ver, sendo ele invisível 8
os únicos dignos de serem seus filhos 9.
Consequentemente qualquer pessoa que se
diga filho de Deus, ou que diz conhecê-lo, ou pertencer a seu reino, ou ser
membro de seu corpo, a Igreja, em suma, todos aqueles em que seja notória a
ausência destas qualidades, é mentiroso e não conhece a verdade. Muitas destas
qualidades já haviam sido consideradas como benditas pelo salmista. Mas quando
foram combinadas por Jesus, formando uma espécie de mosaico do caráter cristão,
ele realizou um benefício ímpar[8].
As bem-aventuranças são promessas feitas aos discípulos fiéis do reino dos céus. Apesar de Jesus
ter proferido estas palavras originalmente a Israel, não há que duvidar que Ele
queria que se aplicasse plenamente ao novo Israel, a igreja. O evangelho de Mateus
foi escrito quando a era cristã tinha cinqüenta anos e não tem sentido
supor que não tencionava ser um documento inteiramente cristão.
Os
discípulos de Cristo aprendem e se apegam a Ele, confiam Nele e em suas
palavras explicitamente. Não pode haver reservas na dedicação a Ele e as suas
palavras. As bem-aventuranças mostram como seremos abençoados se fizermos disso
uma regra para nossas vidas. Os crentes seriam oprimidos pelo mundo reflexo da perseguição de Domiciano, que a
igreja sofria quando este evangelho foi escrito. Mas os oprimidos haverão
de obter a vitória, com uma lealdade a seu Senhor.
As
bem-aventuranças mostram que, para Jesus, a retidão é mais do que a súmula de
seus mandamentos: é uma total atitude de mente, uma forma particular de
caráter. Aqueles que são elogiados no evangelho são homens e mulheres humildes,
amorosos, confiantes, fiéis e corajosos. Ainda não são perfeitos, mas são
convertidos. Seus interesses e desejos se voltam na direção do Reino de Deus
Bem-aventurados. Essa palavra e suas
cognatas são usadas cinqüenta vezes no NT
expandiu e dignificou quanto ao seu sentido. A raiz original no grego clássico, significa grande e desde cedo foi usada como
sinônimo de rico freqüentemente
aludindo à prosperidade externa não
espiritual. Na literatura grega
primitiva, era a palavra aplicada aos deuses e a sua condição de felicidade, em
contraste com a situação medíocre do homem.
Os
filósofos gregos usavam-na dotada de certo elemento moral, e algumas vezes
indicavam por meio dela, que a felicidade resulta da excelência de caráter.
Alguns intérpretes acreditam que o uso que Jesus fez desta palavra se referem
às idéias das expressões hebraicas
usadas no Salmo 1: 1; 32: 1 e 112: 1, onde a palavra hebraica ashrê ou quão feliz!
Indica a condição de felicidade em vista.
As
Bem-aventuranças declaram quem são felizes aos olhos de Deus. O uso
neotestamentário (do NT) tem sugerido a idéia de inteira felicidade até as
regiões espirituais. A verdadeira felicidade inclui aquele Bem estar ou estado
de Bem-aventurança associado à correta relação do homem para com Deus.
Esse
mesmo vocábulo é aplicado aos mortos que descansam no Senhor, Apocalipse
14: 13, e esse uso é extremamente instrutivo. Bem aventurados os que
vivem no Senhor, é essencialmente isso que Jesus dizia, ao pronunciar as bem-aventuranças.
As bem-aventuranças constituem
promessas dos benefícios inerentes ao Reino do céu, pois os que a ele pertencem
saberão o que significa ser consolado, herdar a terra, ser satisfeito, obter
misericórdia, ver a Deus e ser chamado filho de Deus.
As
bem-aventuranças ilustram de imediato que a nova lei de Jesus consiste em mais
do que a simples observância de determinado número de preceitos. Jesus alude
aqui às atitudes da mente e do coração, e não apenas aos atos que podem ser
vistos pelos homens. Os seus discípulos são homens e mulheres dotados de
humildade, amor, confiança, fidelidade e coragem[9].
FELIZ
- Hebraico: ashre.
Das 26 vezes
que aparece este termo nos Salmos, a RVR o traduz 24 vezes como bem aventurado e 2
vezes ditoso. Nesta passagem parece usar-se como uma interjeição: Oh, a
felicidade do homem! A felicidade compreende bênçãos materiais e espirituais,
já que ambas são o resultado de andar pelos caminhos de Deus. Nas
bem-aventuranças do Sermão do Monte Mateus 5:
SALMO 1: BÊNÇÃO OU
MALDIÇÃO PARA TODOS
Bem-aventurado o homem que não anda no conselho
dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos
escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita
de dia e de noite.Ele é como árvore plantada junto à corrente de águas, que, no
devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz
será bem sucedido. Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o
vento dispersa. Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores,
na congregação dos justos. Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o
caminho dos ímpios perecerá. Salmo 1:
Este poema é uma introdução de encaixe ao livro
de 150 Salmos. Revela o padrão básico da sabedoria e adoração de
Israel. A vida é vista não nos momentos isolados do presente, mas na
perspectiva da eternidade, na visão de Deus. O autor conecta vida humana
intimamente com a vontade e o coração de Deus. O Salmo lança um apelo
desafiador a Israel, e a todos os que buscam a bênção de Deus, a voltar à Sua
Palavra revelada para receber o verdadeiro conhecimento de Deus e andar a luz
de Sua sabedoria.
O caminho da bênção está aberto diante do homem
mediante uma vida de companheirismo incessante com o Deus de Israel. Não é de
maneira nenhuma um atalho em que a razão humana pode descobrir por si só, mas é
um dom do Redentor de Israel. Como a fonte de vida, o Senhor mostra o modo de
vida.
Todos os outros caminhos conduzem à ruína. Tais
cursos de vida escolhidos pelo eu são por definição o oposto do modo do Senhor,
modos que divergem de Sua lei. Os que rejeitam o Senhor, o Deus de Israel, e a
Sua lei são descritos em condições negativas como os irreligiosos Salmo
119: 51 e 78 porque não há nenhum outro Deus além do Senhor. Pois
quem é Deus além do SENHOR Iahweh? E quem é rocha senão o nosso Deus? Salmo 18:
31.
Os Salmos de Israel tencionam atrair a
todas as nações para adorar o Deus de Israel como o único Deus vivo Salmo
2:
Pelo fato de que nenhum outro deus salvou Israel
de sua escravização do Egito, o Senhor fez uma reivindicação exclusiva no amor
e lealdade de Israel. Se uma voz surgisse entre Israel, insistindo com eles
para servirem a outros deuses que podem executar milagres, tal profeta ou
vidente seria posto à morte, pois pregou rebeldia contra o Senhor, vosso
Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos resgatou da casa da servidão, para
vos apartar do caminho que vos ordenou o Senhor. Deuteronômio 13: 5.
Isto mostra como a Torah de Israel fez da adoração do Senhor um assunto de suprema
importância, uma questão de vida ou morte. A última crença era: Ouve,
Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. ou: o Senhor só Deuteronômio 6:
Antes do povo escolhido entrar na terra
prometida, Moisés bendisse Israel desta maneira: O Deus eterno é o seu refúgio, e
para segurá-lo estão os braços eternos... Como você é feliz, Israel Quem é como
você, povo salvo pelo Senhor? Ele é o seu abrigo, o seu ajudador e a sua espada
gloriosa. Deuteronômio 33: 27, 29.
Este privilégio único da eleição divina não excluiu
mas antes inclui uma solene responsabilidade: Hoje invoco os céus e a terra
como testemunhas contra vocês, de que coloquei diante de vocês a vida e a
morte, a bênção e a maldição. Agora escolham a vida, para que vocês e os seus
filhos vivam, e para que vocês amem o Senhor, o seu Deus, ouçam a sua voz e se
apeguem firmemente a ele. Pois o Senhor é a sua vida, e ele lhes dará muitos
anos na terra que jurou dar aos seus antepassados, Abraão, Isaque e Jacó.
Deuteronômio 30: 19 e 20.
Como fundamento do Livro de Salmos, o primeiro Salmo
pressupõe a Torah e a história da
salvação de Israel, a redenção do Êxodo e a aliança da graça
Israel como um povo, depois de herdar a terra
prometida, escolheu de fato andar na aliança do Senhor? O Livro de Juízes
descreve como, depois da morte de Josué, que conduziu Israel a Canaã, surgiu uma geração que não conhecia o Senhor e o que ele havia
feito por Israel. Então os israelitas fizeram o que o Senhor reprova e
prestaram culto aos baalins. Abandonaram o Senhor. Juízes 2:
Esta era a triste realidade. Revela tanto o
poder destrutivo do coração natural do homem, que tende a confiar em seus
próprios critérios, quanto à importância vital de conhecer o Senhor e de andar
Bênçãos e Maldições São
Favores da Aliança
O Salmo 1 convida Israel a comparar a
bênção divina do justo com a maldição divina sobre o ímpio. Os cânticos
sagrados de Israel começam com uma beatitude, uma invocação de bênção: Bem-aventurado
o homem... No Sermão no Monte, Jesus começou também com beatitudes: Bem-aventurados
os... Mateus 5. Isto implica felicidade para a pessoa que aceita o
Senhor como o seu Mestre.
A pessoa é descrita primeiro no que ela não está
fazendo verso 1, então no que ela faz verdadeiramente ou desfruta verso
O caminho do ímpio é descrito aqui como uma vida
de escravidão completa
Feliz é o que evita tal modo de vida, porque o
ímpio não tem paz, felicidade, bênção na vida. Por outro lado, onde o homem
abençoado acha as suas alegrias? Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e
na sua lei medita de dia e de noite. verso 2.
Esta caracterização que menciona duas vezes a
lei de Deus, a Torah não descreve um
piedoso fariseu legalista como o vemos no NT. A lei de Deus não é um jugo ou
fardo ao cantor do salmo. Pelo contrário, o seu prazer está na lei do Senhor.
O seu coração está nela, porque a lei de Deus está no seu coração, como declarado em outros salmos: Agrada-me
fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua lei. Salmo
40: 8. Ele traz no coração a lei do seu Deus; nunca pisará
Estes testemunhos de comunhão com o Senhor
indicam que também os antigos santos experimentaram a aliança da graça de Deus!
Eles caminharam com Deus e receberam o que o Senhor tinha prometido a todos os
crentes: Porei a minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações.
Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Jeremias 31: 33; Ezequiel 36: 26 e
27. Para tal, à vontade e a lei santa de Deus não são mais um comando
externo que não encontra nenhuma resposta interna no coração. Pelo contrário, o
coração que prova a bondade perdoadora do Senhor está sendo recriado ou é
transformado em seus desejos íntimos pelo Espírito de Deus.
Os Salmos que tratam da Torah Salmo 1; 19; 119 todos
testemunham de uma alegria religiosa que o apóstolo Paulo expressou nas
palavras: No íntimo do meu ser tenho
prazer na Lei de Deus. Romanos 7: 22. Isto não nega que
Paulo tivesse um conhecimento mais profundo do pecado e da graça por meio de
Cristo. Só afirma que a religião cristã de fé
Cristo não somente professou, eu
tenho guardado os mandamentos de meu Pai aqueles do Deus de Israel e no seu amor permaneço. João 15: 10,
Ele entrou na raiz espiritual e motivação ao Ele dizer, Minha comida é fazer a vontade
daquele que me enviou, e realizar a sua obra. João 4: 34. Tal uma
paixão predominante
É importante entender o termo "Torah" em seu âmbito pleno. Torah quer dizer ensino divino ou
instrução Salmo 78: 1 que é muito mais que os Dez Mandamentos
O costume de tomar a lei moral por si só,
isolada da aliança da graça reconciliadora, era estranho aos salmistas. Eles
nunca falam de a lei, mas constantemente de a lei do Senhor ou de Tua
lei Salmo 1; 19; 119. Quando os poetas dos salmos usam tais termos como
testemunhos, estatutos, ordens,
ordenanças, preceitos, palavra, promessa e até mesmo o temor do Senhor. Salmo 19: 9
como sinônimos da palavra Torah, eles
sempre têm
Isso não nega o fato que a Torah tenha aspectos diferentes, legal e expiatório, mas estes
nunca estavam isolados um do outro, como se pudesse separar os dois. O Senhor
uniu a lei moral e sua graça expiatória pelo ministério sacerdotal em um
indissolúvel inter-relacionamento dinâmico. A santa lei de Deus permaneceu
sempre lei da aliança; seu lugar e
função estavam exclusivamente dentro do santuário de Deus.
Alegria na Torah
A característica dominante do judaísmo farisaico
no tempo de Jesus parece ter sido que o conceito e a experiência da promessa da
nova aliança de Jeremias tinham sido perdidos de vista. As ordens morais
geralmente foram consideradas como o meio de salvação, como o meio de ganhar
méritos, de forma que o perigo da justiça própria não pôde mais ser evitado.
Estas tinham sido a própria experiência e auto-estima de Paulo como um rabino
fervoroso. Ele confessou que tendo sido um fariseu zeloso, quanto à justiça que há na lei,
irrepreensível. Filipenses 3: 6.
O fiéis do antigo Israel viveram em uma
consciência despertada do pecado e foram motivados por um senso profundo de
gratidão pela graça recebida do Senhor. Na Torah
do Senhor eles experimentaram o Santo em Sua pureza impecável e irresistível
misericórdia.
Por esta razão eles cantaram: A lei
do Senhor é perfeita e restaura a alma... Os preceitos do Senhor são retos e
alegram o coração. Salmo 19: 7 e 8. Tenho visto que toda perfeição tem
seu limite; mas o teu mandamento é ilimitado. Quanto amo a tua lei! É a minha
meditação, todo o dia! Salmo 119: 96 e 97. Desvenda os meus olhos, para que eu
contemple as maravilhas da tua lei. Salmo 119: 18.
Os poetas meditaram na lei maravilhosa Torah do Senhor somente com a finalidade
de delícia? Certamente não! Eles se regozijaram na Torah por um propósito mais elevado que alegria mística. Eles
buscavam saber a vontade de Deus para agradar e glorificar o seu Redentor. De
que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a
tua palavra. De todo o coração te busquei; não me deixes fugir aos teus mandamentos.
Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti... Lâmpada para os
meus pés é a tua palavra e luz para os meus caminhos. Salmo 119:
Os poetas hebreus inspirados conheciam poder
salvador e santificador da palavra de Deus. Para eles com Deus, a vida ficava
rica, significativa, e frutífera: Ele é como árvore plantada junto a corrente
de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e
tudo quanto ele faz será bem sucedido. Os ímpios não são assim; são, porém, como a
palha que o vento dispersa. Salmo 1: 3 e 4.
Comunhão com Deus é Vida
ao Máximo
O poema revela a produção da bênção divina na
vida do justo. Ele prosperará em tudo aquilo que ele faz. Por que? É por causa
da lei de causa e efeito? Não. Ele é frutífero, efetivo em todos os seus
empenhos porque ele continuamente utiliza o poder escondido do Senhor.
Uma árvore plantada junto a ribeiros de água
frutifica em sua estação porque constantemente pode utilizar água sustentadora
da vida. Assim é com a pessoa que tem sede diante de Deus. O que procura a Deus
achará o Senhor dia e noite disposto a ouvir sua oração e súplica. Davi nos
assegura: Sempre tenho o Senhor diante de mim. Com ele à minha direita, não serei
abalado. Salmo 16: 8.
Por meio da meditação é assimilado o
conhecimento da Torah no coração e
está motivando a alma a amar. O estudo da Bíblia e a oração juntos são os meios
para continuar no caminho da bênção. A Escritura é como uma semente; através da
oração ela recebe a água do Espírito. Deste modo Deus dá o crescimento
espiritual.
O crente cristão fica na constante necessidade
destes dois meios da graça divina. Cristo e os apóstolos fizeram uso efetivo
tanto da Escritura quanto da oração.
As bênçãos de Deus não são imediatamente
visíveis
Porque a realização plena das promessas da
aliança de Deus não pode freqüentemente ser vista nesta vida, é crucial pegar a
perspectiva apocalíptica da aliança de Deus. O justo conhece o destino do
ímpio. O insensato não entende, o tolo não vê que, embora os ímpios brotem
como a erva e floresçam todos os malfeitores, eles serão destruídos para
sempre. Salmo 92: 6 e 7.
O apóstolo Paulo acentua esta instrução da Torah: Nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus à ira, pois está escrito: Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o
Senhor. Romanos 12: 19. Contudo ele também
confirma a mensagem do Salmo 1 que aqueles que amam a Deus
serão abençoados, mesmo se eles não podem ver isto imediatamente: Sabemos
que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram
chamados de acordo com o seu propósito. Romanos 8: 28.
O salmista usa a figura de contraste para
sustentar sua mensagem mais vigorosamente. O ímpio, ele diz, é o próprio oposto
do justo. Eles são como a palha que o vento dispersa. Em outras palavras, o
ímpio não possui nenhuma substância, nenhum caroço frutífero, nenhum peso
moral, enquanto o justo é comparado a uma árvore frutífera bem carregada.
O que faz o ímpio tão estéril e espiritualmente
oco, até mesmo dentro de Israel? É sua falta, a sua negligência pecadora do
conhecimento do Senhor. Davi diz: Não há temor de Deus diante dos seus olhos.
Salmo 36: 1. Ele pode pertencer exteriormente ao povo da aliança e
ostentar-se nas promessas da aliança, mas a sua confiança está extraviada em
sua descendência natural de Abraão.
Quando
O Salmo 1 declara que o ímpio perecerá
no
juízo. Desde que a expressão paralela é a assembléia dos justos,
poder-se-ia pensar principalmente nos juízos regulares de Israel no santuário. Deuteronômio
17: 8 e 9. Os Salmos 7 e 26 representam a liturgia
sagrada para tais julgamentos Salmo 7. O mais pleno sentido aqui é
indubitavelmente a perspectiva apocalíptica do juízo final de Deus. Lá o ímpio
será completamente desmascarado e exposto em sua nudez moral e não terá nenhum
abrigo para esconder-se, enquanto o justo se levantará para receber a sua
herança. Daniel 12: 13.
Cristo anunciou a separação final do bem e do
mal repetidamente em Suas parábolas. Assim acontecerá no fim desta era. Os
anjos virão, separarão os perversos dos justos e lançarão aqueles na fornalha
ardente, onde haverá choro e ranger de dentes.
Mateus 13: 49 e 50.
O primeiro Salmo finalmente aponta diretamente
ao Senhor como o que sustenta um universo moral: Pois o Senhor conhece o caminho
dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá. Salmo 1: 6.
A antítese que está por baixo do poema inteiro
chega à revelação climática de que o Deus de Israel separará em última
instância o justo e o ímpio. A tradução mais precisa de verso 6 seria, Pois
o Senhor conhece o caminho do justo.
O conhecimento
do Senhor no verso 6 não é nosso tipo moderno e intelectual de conhecimento,
mas a idéia hebraica de conhecimento
experimental, um conhecimento apaixonado Salmo 37:18. Portanto indica que o
Senhor acompanha amorosamente o justo no seu modo de vida e lhes dá a bênção do
Seu companheirismo que nunca falha. O ímpio, que não tem nenhuma ligação com o
Senhor, terminará o seu caminho em morte, pelo juízo de Deus.
Cristo confirmou esta perspectiva apocalíptica
dos dois caminhos para todas as pessoas: Entrem pela porta estreita, pois larga é a
porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por
ela. Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos
os que a encontram. Mateus 7:13 e 14.
Cristo veio oferecer vida eterno para todos João
12: 32. Ele Se oferece à nossa alma de forma que todos os que O recebem
participarão mesmo agora na alegria messiânica: Eu vim para que tenham vida, e a
tenham plenamente. João 10:10. Tenho lhes dito estas palavras para que a
minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa. João 15: 11[11].
[1] BJ, p. 1.845.
[2] DTN, p. 282.
[3] Bíblia Anotada, Editora Mundo Cristão, Charles
C. Ryrie, 1187.
[4] Comentário ao Novo Testamento, Mateus, vol. 1, William Barclay. Editora Clie, pp. 107 e 109.
[5] CBASD, vol. 6, pp. 315 e 316.
[6] Camino de Felicidad, Taylor G. Bunch, 23.
[7] Camino de Felicidad, Taylor G. Bunch, 26.
[8] Mateus, Introdução e Comentário, R. V. G. Tasker, Mundo Cristão, pp. 48 e 49.
[9] ONTIVV, Russell Norman Champlin, Ph. D. Vol. 1, p. 303.
[10] CBASD, vol. 3,
p. 636.
[11] Libertação nos
Salmos, Hans K. LaRondelle, pp.