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postado em: 16/3/2013
Pedro e o Estabelecimento da Igreja de Cristo Este é um estudo baseado em perguntas que os católicos romanos não conseguem responder sobre Pedro e a tese de ele ter sido o primeiro papa. [Trecho de uma correspondência com um católico. As perguntas que lhe foram apresentadas abaixo nunca foram por ele respondidas]. O problema de ser ou não Pedro o primeiro papa é que existe uma verdadeira "lavagem cerebral" da parte da Igreja sobre os católicos e em tudo quanto é oportunidade, em toda missa, em todos os encontros dos católicos repete-se e repete-se e repete-se Mateus 16:18, "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha igreja. . ." Só que não é assim que se admite as verdades bíblicas, não é com texto fora de seu contexto, pois isso se transforma em pretexto. Não se pode perder a floresta de vista por causa das árvores. O teor TODO do que a Bíblia ensina é o que importa. E a Bíblia toda, ou seja, o Novo Testamento, NÃO confirma que Pedro foi chefe da igreja. Daí as perguntas todas que lhe dirigi e que demonstram isso: * Se Pedro fosse o líder da igreja, por que não está claro que foi ele quem apresentou a decisão final no Concílio de Jerusalém, e, sim, Tiago? Ele apenas fez um discurso introdutório, mas quem falou em nome do corpo de apóstolos foi Tiago. Leia atentamente Atos 15, especialmente versos 12 em diante. * Se Pedro fosse o líder da igreja, como poderia ser enviado para Samaria com João, em lugar de estar ele à frente enviando missionários? Ver Atos 8:14. * Se Pedro fosse o líder da igreja, a "pedra" de seu fundamento, por que atribuiu a Cristo esse papel de ser a pedra fundamental, e nada disse sobre seu próprio papel à frente da igreja? I Pedro 2:6-8. Paulo confirma isso em I Coríntios 10:4, que Cristo é a Pedra fundamental. * O mesmo Paulo repreendeu severamente a Pedro porque agiu erradamente. Ora, onde já se viu alguém repreender o papa, sendo-lhe subalterno? Ver em Gálatas 2:11 a 14. * Paulo ainda fala da igreja como edifício firmado sobre os apóstolos e profetas, sem discriminar que Pedro era mais importante: Efésios 2:20. Cristo novamente é apresentado como a pedra angular. * Paulo novamente se refere a Pedro, juntamente com Tiago e João, como colunas da igreja. Por que não discriminou a Pedro como o principal? Também é significativo que Tiago é citado em primeiro lugar. Ver Gálatas 2:9. Os Desvios da Igreja Romana O material que me mandou não responde a estas perguntas, apenas usa de sofismas e mais sofismas para provar o que é impossível se TODO o teor do Novo Testamento for examinado. Pedro era um homem de personalidade forte, ousado, o primeiro nas iniciativas. Ele foi quem pediu para andar sobre as águas, foi o primeiro a querer ver o Cristo ressuscitado, quis repreender ao próprio Cristo por este profetizar Sua Paixão e morte (ver Mateus 16:23), sendo chamado por Cristo de "pedra de tropeço". E isso não muito depois de Cristo ter-lhe dito que ele era a "pedra", e que tudo que abrisse ou fechasse na terra seria aberto ou fechado nos céus (comparar com Mateus 18:18, onde isso se aplica também aos demais apóstolos). Ele recebeu a consolação e apoio de Cristo que lhe disse três vezes, "amas-me"?, pelo fato de estar tremendamente deprimido por ter também negado três vezes a Cristo. Não por ser o papa, pois Cristo disse: "A ninguém sobre a terra chameis de pai [papa]; porque só um é vosso Pai, aquele está no Céu" (Mateus 23:9). Viu só como a Bíblia é clara? Esse artigo que me mandou contradiz este texto bíblico e outros mais, e não responde a nenhuma das perguntas acima. Por que é importante definir esta questão? Porque a teoria de ser Pedro o primeiro papa só serve para que a Igreja Católica se apresente como a única e verdadeira, e todas as demais como erradas que não conduzem à salvação. Mas eu creio que lhe mandei um material muito interessante dos Ortodoxos que por mais de mil anos compartilharam uma tradição comum com os católicos, e veja que eles discordam deste ponto e de muitos outros da doutrina católica. E eles se separaram da igreja por razões políticas, mais do que doutrinais. Veja que o bispo de Roma era o mais importante chefe religioso, não porque a Bíblia determina isso, mas porque Roma era a capital do Império. Isto explica porque o latim, língua oficial do Império Romano, se tornou a língua oficial do catolicismo romano. O que tem o latim a ver com o cristianismo? Então quem chefiava a igreja da grande capital julgava-se "dono" da igreja em todo o mundo, especialmente após o "vácuo" de influência da igreja de Jerusalém, após sua destruição pelos romanos no ano 70 AD. Daí arranjaram pretextos para justificar essa primazia do bispo de Roma para a qual não há fundamentação bíblica nenhuma. Principalmente porque o bispo da outra cidade importante do Império que fazia concorrência com Roma em importância, Constantinopla, não aceitava esse domínio do bispo de Roma, só por ser esta a capital do Império. Também a maneira como apresentam os movimentos reformatórios é só distorção. Veja que Paulo profetizou que a apostasia da igreja ia começar logo após sua partida: "Eu sei que depois de minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando cousas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles" (Atos dos Apóstolos, 20:29 e 30). Esta é uma advertência muito séria e a história e as profecias bíblicas confirmam que isso se passou de fato. Os desvios da verdade começaram cedo na história da Igreja. Veja em II Tessalonicenses 2:7 como Paulo também diz que esse "mistério da iniqüidade" já estava em operação em seus dias. E daí, uma igreja longe da verdade bíblica começou a acatar inúmeras coisas do paganismo que a rodeava: - a mudança da lei de Deus com adoção do domingo, substituindo o sábado bíblico - o culto às imagens de escultura condenado pela lei divina, da Bíblia (não a lei falsificada do catecismo). Compare o que diz Êxodo capítulo 20. - idéias de imortalidade da alma, purgatório, inferno de fogo eterno (no sentido de tempo). - intercessão dos santos, veneração de Maria, orações repetidas. E por aí vai, com doutrinas e mais doutrinas do paganismo, não da Bíblia. O que se deu é que homens se levantaram ao longo da história, mesmo antes de Lutero em 1517 (ele não foi o primeiro a levantar-se como reformador), para pôr a Bíblia na mão do povo, discutir todos os erros praticados pela igreja, como o escândalo da venda de indulgências para levantar dinheiro para construir a famosa catedral de São Pedro, que eu tive oportunidade de visitar em 1990. Daí temos, Huss, Wiclef, os valdenses, os lolardos, e muitos outros grupos que protestavam contra os desvios dessa igreja que vêm dos tempos apostólicos, é verdade, mas desviando-se do ideal daqueles apóstolos. O problema de haver inúmeras interpretações da Bíblia entre as igrejas protestantes já lhe disse que não é tão relevante assim se existe a unidade básica em crer em Cristo como Salvador. Dentro do catolicismo há também muitas opiniões divergentes. Existem católicos que não aceitam a infalibidade papal, como Hans Küng e Leonardo Boff, os que agora querem acabar com o celibato dos padres e bispos (depois dos escândalos aqui nos EUA e outros lugares mais que têm vindo à tona), os que são carismáticos, os que são contra o carismatismo, os que aceitam teorias espíritas (veja o Padre Quevedo aí no Brasil), os que são politicamente de esquerda, partidários de Lula, os que são anti-esquerda, como o pessoal da TFP e do "lepanto" que você me indicou, e assim por diante. Então, há vozes discordantes em todas as entidades, e isso é natural porque Deus nos criou com livre arbítrio. Veja como o "livre exame" das Escrituras é elogiado, e não condenado com a atitude dos bereanos, em Atos 17:11. Enfim, caro amigo, não estou fazendo ataques contra a sua igreja, apenas apresentando-lhe fatos claros, à base do que TODO o Novo Testamento nos apresenta. Eu me correspondo com um católico sincero que faz parte de um grupo que até jurou lutar pela "causa de Maria" até à morte, se preciso for, para colocá-la como CO-REDENTORA, ou seja, como participante de nossa salvação. Isso é simplesmente um absurdo! Jesus disse que "ninguém vai ao Pai SENÃO por Mim", e em Atos 4:12 é dito que "não há nenhum outro nome debaixo do céu pelo qual devamos ser salvos, o nome de Jesus". Então, respeitamos, claro, Maria como uma das heroínas bíblicas, mas essa campanha de torná-la co-redentora é outro lamentável desvio da Igreja ao que a Bíblia ensina. Sabia que até já houve em alguns lugares campanhas para colocar Maria como quarto membro da Divindade? Então, em vez de Trindade teríamos uma Tetrandade? Isso é uma blasfêmia, colocar um ser humano falível como "deusa"! Nunca admita isso, se quiser estar do lado dos fiéis defensores da verdade. Reforço de Um Peso-Pesado no Mundo Teológico Um erudito que estudou no Vaticano (foi o primeiro e único não-católico a seguir um programa de doutoramento pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, ligada ao Vaticano) apresenta uma exposição exegética clara e irrefutável sobre o texto de Mateus 16:18: Três Doutrinas Católicas em Debate Pedro é de fato a "rocha", mas teria sido o primeiro papa? Teoria Petrina. Nenhuma tentativa pode ser feita neste espaço para expor todas as falácias da teoria petrina e da sucessão apostólica. Para efeito de brevidade limitarei meus comentários ao texto básico de Mateus 16:18 empregado para provar a teoria petrina. Cristo diz a Pedro: "Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela". A questão é, quem é a "rocha" sobre a qual Cristo edificou Sua igreja? Obviamente para os católicos, a "rocha" é Pedro como pedra fundamental sobre a qual Cristo edificou a Sua igreja. Eles corretamente assinalam que o jogo de palavras-"Tu és Petros e sobre esta Petra"-revela que há uma inegável conexão entre os dois termos. Assim, Pedro é a Petra sobre a qual Cristo edificou Sua Igreja. Os protestante obviamente rejeitam a interpretação católica, argumentando, ou que a "rocha" seria o próprio Jesus ou a confissão de Pedro quanto a Cristo. Pelo último ponto de vista, o texto rezaria: "Tu és Pedro e sobre Mim como rocha eu edificarei a Minha Igreja". Pela última interpretação: "Tu és Pedro e sobre a rocha de Cristo, que tu confessaste, edificarei Minha Igreja". O problema com ambas essas interpretações populares é que não fazem justiça ao jogo de palavras. No grego há uma inegável ligação entre "Petros" e "Petra." A questão não é se "Petra- a rocha" refere-se a Pedro, mas em que sentido Pedro é "Petra- a rocha". Em minha opinião, Pedro é "Petra- a rocha", não no sentido católico de ser a pedra fundamental sobre a qual Cristo edificou Sua igreja, mas no sentido de que Pedro é o fundamento inicial da igreja, edificada sobre o fundamento dos apóstolos, com Cristo como pedra de esquina. Esta interpretação assenta-se sobre duas considerações principais. Em primeiro lugar, o Novo Testamento retrata a igreja como um edifício, sendo "edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular" (Efés. 2:20; cf. 1 Ped. 2:4-8; 1 Cor. 3:11). A imagem da igreja como edifício sugere que a igreja não se firma sobre a rocha fundamental de Pedro, mas começa com Pedro como primeira pedra. Ele foi a primeira pessoa a confessar e aceitar a Jesus de Nazaré, como o Cristo, ou seja, o Messias, "o Filho do Deus vivo" (Mat. 16:16). Sendo o primeiro converso a aceitar publicamente a Cristo, Pedro tornou-se num certo sentido "o primeiro membro oficial" da igreja, ou a primeira pedra fundamental do edifício espiritual que é a igreja. Um segundo ponto importante, ignorado pela Igreja Católica, é que o Novo Testamento considera a igreja, não como uma organização hierárquica visível dirigida pelo papa com seus bispos, mas como uma comunidade invisível de crentes que são unidos pela mesma fé em Cristo. Na Bíblia "a igreja" não é uma organização religiosa, mas o "povo de Deus". Tanto o hebraico qahal quanto o grego ekklesia, traduzidas por "igreja", referem-se, na verdade, à "congregação" de crentes, que foram chamados do mundo (Deut 7:6; Osé. 1:1; 1 Ped. 2:9) a fim de ser uma luz no mundo (Deut. 28:10; 1 Ped. 2:9). Isso significa que quando Jesus falou sobre edificar Sua igreja, Ele não tinha em mente o estabelecimento de uma organização religiosa hierárquica, mas a edificação de uma comunidade de crentes que pela fé O aceitariam e O confessariam perante o mundo. Neste contexto, Pedro, por ser a primeira pessoa a confessar e aceitar a Jesus como o "Cristo", que significa "Messias", tornou-se a primeira pedra viva do edifício espiritual que consiste de uma comunidade de crentes. A idéia de Pedro ser o fundamento da igreja como organização hierárquica identificada com a Igreja Católica é alheia ao texto e aos ensinos do Novo Testamento. Existe de fato uma linha sucessória ininterrupta entre Pedro e Bento XVI? Sucessão Apostólica. Um golpe fatal sobre a reivindicação petrina da Igreja Católica é a falta de qualquer apoio neo-testamentário para o primado de Pedro na igreja apostólica. Se, de acordo com a alegação católica, Cristo designou Pedro como Seu vigário para governar a igreja, então se esperaria que Pedro agisse como líder da igreja apostólica. Mas dificilmente seria este o caso. Por exemplo, não há indicação de que Pedro jamais tenha servido como presidente da igreja de Jerusalém. A estrutura organizacional da igreja de Jerusalém pode ser caracterizada como um colegiado com uma presidência. Mas não há indicação de que Pedro jamais serviu como o presidente em exercício daquela igreja. No Concílio de Jerusalém, foi Tiago, e não Pedro, quem presidiu nas deliberações (Atos 15:13). Ademais, a autoridade final da igreja de Jerusalém restava não sobre Pedro, mas sobre os apóstolos, mais tarde substituídos por "presbíteros". Por exemplo, foram "os apóstolos" que enviaram Pedro a Samaria (Atos 8:14) para supervisionar as novas comunidades cristãs. Foram os "apóstolos" que enviaram Barnabé a Antioquia (Atos 11:22). Foram os "apóstolos e presbíteros" que enviaram a Judas e Silas para Antioquia (Atos 15:22-27). Foram "Tiago e os presbíteros" que recomendaram que Pedro se submetesse a um rito de purificação no Templo (Atos 21:18, 23-24). Tivesse Pedro sido designado por Cristo para servir como Cabeça da Igreja, ele teria desempenhado um papel significativo nas decisões acima mencionadas. Não há indicação de que Paulo considerasse a Pedro como líder da igreja. Narrando um incidente de quando Pedro foi para Antioquia Paulo declara: "resisti-lhe face a face, porque se tornara repreensível" (Gál. 2:11). A ação de Paulo dificilmente sugeriria que Pedro fosse reconhecido e respeitado como a infalível cabeça da igreja. Ademais, Paulo se refere aos "pilares" da Igreja apostólica como sendo "Tiago, Cefas, e João" (Gál. 2:9). O fato de que "Tiago", o irmão do Senhor, é mencionado primeiro indica ser ele, antes que Pedro, quem servia como líder da igreja. Caso os apóstolos entendessem que Pedro houvesse sido designado por Cristo para servir como cabeça da igreja, ter-lhe-iam confiado a liderança da igreja. Mas o fato é que Pedro nunca é visto no Novo Testamento como o único líder da igreja apostólica. A noção de que Cristo investiu a Pedro de autoridade para governar a igreja e que tal autoridade tem sido transmitida numa ininterrupta sucessão até seu último sucessor é uma invenção católica destituída de qualquer suporte bíblico. Isso primeiro apareceu nos escritos de Irineu, bispo de Lyon (175-195 A.D.), que emprega o argumento da sucessão apostólica para refutar agnósticos heréticos. Ele alega que os ensinos agnósticos eram heréticos porque são rejeitados por aquelas igrejas que podem traçar o seu pedigree (sucessão-Contra as Heresias, livro 3). O argumento da sucessão apostólica serviu a um propósito útil na igreja primitiva quando a formação do Novo Testamento estava ainda em progresso. Os líderes da igreja precisavam de uma autoridade objetiva para refutar os heréticos, e encontraram-no em igrejas como Antioquia, Éfeso e Alexandria, que podiam traçar suas origens aos apóstolos. Essas igrejas podiam servir como a pedra de toque da ortodoxia.
Mas estender o conceito da sucessão apostólica a todo o curso da história cristã é infundado, por causa da interrupção e apostasia que essas igrejas haviam experimentado. A invasão muçulmana dos séculos sétimo e oitavo eliminaram completamente a maior parte das antigas igrejas orientais. O mesmo se aplica ao bispo de Roma. Qualquer pessoa familiarizada com a história do papado sabe quão difícil é até mesmo para a Igreja Católica provar a sucessão ininterrupta desde Pedro até o papa atual. Houve ocasiões em que o papado esteve nas mãos de vários papas corruptos, que lutavam entre si pelo trono papal. Por exemplo, em 1045 o Papa Benedito IX foi expulso de Roma pelo povo devido a ser indigno e Silvestre II foi colocado no trono papal. Mais tarde, Benedito IX retornou e vendeu o trono papal a um homem que se tornou Gregório VI. Durante esse curso de eventos, Benedito recusou renunciar às suas reivindicações papais, de modo que passou a haver três papas alegando ser o papa legítimo. Para resolver o problema o imperador alemão Henrique II convocou um sínodo em Sutri em A.D. 1046, que depôs todos os três papas e elegeu Clemente II no lugar. Fica-se a indagar, qual dos três papas depostos se enquadraria na sucessão apostólica? Como pode a Igreja Católica ainda legitimamente defender a noção de uma sucessão ininterrupta desde Pedro até o papa atual, quando alguns de seus papas foram depostos por sua corrupção?! É evidente que existem alguns elos interrompidos na corrente da sucessão apostólica. Saiba Por Que Poucos Católicos Têm um Quadro de Jesus Dependurado na Parede A Eucaristia. A alegação católica de possuir os únicos meios de salvação repousam não só sobre a alegada sucessão apostólica, mas também sobre o ponto de vista católico de que a Eucaristia é uma reprodução do sacrifício expiatório de Cristo. De fato "a sucessão apostólica e uma eucaristia válida" são mencionadas juntas várias vezes na Declaração Dominus Jesus, por serem os dois pilares da reivindicação católica de ser a única igreja verdadeira que tem o poder de dispensar salvação. Este espaço não nos permite expor as falácias do ponto de vista católico sobre a Ceia do Senhor, conhecida como transubstanciação". A absurda alegação de que o sacerdote tem o poder de transformar o pão e o vinho no corpo físico e histórico de Jesus, e oferecê-lo aos crentes por meio de uma hóstia torna a Igreja Católica uma despenseira de salvação por meio de seu sacerdócio. Para a Igreja Católica os benefícios do sacrifício expiatório de Cristo são tornados disponíveis ao crente, não mediante o ministério celestial de Jesus no santuário, mas mediante o ministério terreno dos sacerdotes católicos junto ao altar. A Declaração dedica três seções para exaltar "o mistério salvífico de Cristo", porque isso propicia a base para justificar a reivindicação de que "o mistério salvífico de Cristo" realiza-se mediante o mistério da Eucaristia. O Cristo que a maioria dos católicos conhece é o Cristo que engolem durante a missa. Poucas famílias de católicos devotos exibem um quadro de Cristo em suas casas. Eu ousaria dizer que de 100 católicos devotos das famílias italianas, talvez 4 ou 5 delas tenham um quadro de Cristo dependurado em alguma parede. Sua devoção é basicamente a Maria e aos santos que podem interceder por eles diretamente. No que concerne a Cristo, pouco sabem a Seu respeito. Conhecem sobretudo que "o ministério salvífico de Cristo" lhes está disponível mediante a Eucaristia. Baseado na Newsletter [boletim] no. 54 da série "Endtime Issues", do Dr. Samuele Bacchiocchi, que mantém um ministério na Internet: "Biblical Perspectives" www.biblicalperspectives.com).
Nota do Editor
Este artigo foi postado em nosso site em 29/05/2008 numa colaboração do teólogo e escritor Azenilto Brito – quando o eminente teólogo Dr. Samuele Bacchiocchi ainda vivia. Como lembra Azenilto Brito, trata-se de “Um erudito que estudou no Vaticano; foi o primeiro e único não-católico a seguir um programa de doutoramento pela Pontifícia Universidade Católica Gregoriana de Roma, ligada ao Vaticano”.