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postado em: 19/11/2010
Falando Francamente
COMUNICAÇÃO INSTANTÂNEA... RESPOSTAS LENTAS
Vivemos numa época de comunicação rápida, até mesmo instantânea, em muitos casos. Nem por isso temos dado o devido valor a esse avanço cibernético.
Posso me recordar claramente dos meus tempos de estudante, em que, nas férias, minha amada noiva ia para a casa dos pais a uma distância de quase dois mil quilômetros de onde eu me encontrava. Com que ansiedade ambos aguardávamos a chegada do correio.
Gastávamos uma semana ou mais para trocar notícias e palavras carinhosas por carta. A gente lia e relia, degustando com imenso prazer cada palavra. A resposta era pronta; a carta, enviada quase na mesma hora. Depois, era esperar com paciência o correio fazer seu trabalho.
Ah, mas durava uma eternidade! O pessoal do correio devia ficar com as orelhas vermelhas que nem pimenta, com nossas incontáveis reclamações pela demora!
E pior: telefone, nem pensar! Ainda era coisa de uns poucos privilegiados.
Para que você não fique me classificando como um velho saudosista, eu lhe garanto que isso não faz tanto tempo assim. O grande avanço da comunicação via internet e por meio da telefonia celular tem pouco mais de uma década, se tanto.
Agora, vamos falar francamente: todo esse avanço nas comunicações tem nos tornado melhores comunicadores sociais?
Tenho minhas dúvidas. Sérias dúvidas!
Como trabalho diretamente no computador, via internet, fico com minhas caixas de mensagens eletrônicas sempre abertas na tela. Tenho dois endereços de e-mail ativos e recebo dezenas de mensagens diariamente. Quando um sinal avisa que está chegando um novo e-mail, abro-o com certa ansiedade, esperando receber, talvez, alguma comunicação pessoal de um amigo querido, de um colega de trabalho, de um parente que não vejo faz tempo...
Mas sabe o que encontro? Quase 100% das vezes é só mais uma mensagem repassada. Você deve saber de que estou falando. São mensagens que vêm sinalizadas com uma abreviatura em inglês: FW (forward). Significa que alguém recebeu uma certa mensagem e resolveu repassá-la para seus contatos por atacado. Quando muito, acrescenta uma ou duas frases. Às vezes, até eu mesmo reenvio algumas dessas mensagens, quando estou certo de que realmente posso partilhá-las com amigos queridos.
O problema é que quase ninguém usa esse fantástico meio eletrônico para fazer comunicações realmente pessoais, como se dizia no passado, de próprio punho. E assim, as mensagens requentadas vão sendo retransmitidas de um para outro e, por vezes, a mesma retona à nossa caixa duas, três, quatro vezes, principalmente se for daquele tipo que o remetente insiste em que você repasse, dizendo que se não o fizer, você não ama, etc.
Você já viu esse filme? Eu já, centenas de vezes.
Mas tem algo que, para mim, é pior: a falta de uma resposta a um e-mail pessoal. Confesso que me sinto aborrecido quando envio uma mensagem para alguém que demanda uma resposta e a pessoa nem dá sinal de vida. Conto às dezenas as mensagens enviadas por mim e, não raro, reenviadas, que estão até hoje sem resposta.
Não chego ao ponto de dizer que haja falta de consideração explícita, pois muitos desses “fora-do-ar” ainda os considero meus amigos. Certamente, tenho liberado muito perdão para eles, pois, nem mesmo a falta de tempo lhes justificaria o silêncio. É tão simples e fácil responder a uma mensagem eletrônica. Eles gastariam não mais do que um minuto para dizer, ao menos: “recebi sua mensagem, que bom que você me escreveu”. Bastariam algumas linhas. Simples assim.
Semana passada, alguém transgrediu essa quase regra entre os internautas: encontrei um remetente atencioso. Fiz uma consulta a um antigo colega de trabalho sobre determinado assunto e ainda no mesmo dia, recebi a resposta. Respondi em seguida, agradecendo o pronto atendimento. Em menos de 15 minutos, veio a tréplica. Como me senti feliz com o que considero uma rara exceção nessa era da comunicação digital.
Quero terminar essa nossa conversa franca falando acerca de um nível de comunicação bem mais importante do que as mensagens eletrônicas: nosso relacionamento com o Pai Celeste.
Posso imaginar com que ansiedade o Senhor fica esperando por algumas palavras nossas, dirigidas especialmente a Ele, à parte daquelas escassas preces formais que costumamos fazer diariamente ao levantar, ao deitar e às refeições.
Fazendo um paralelo com os correios eletrônicos, será que a maioria das orações que fazemos não passam de mensagens com a sigla FW, iguais àquelas que nós simplesmente apagamos imediatamente da caixa postal, por serem impessoais? Deus nos ama intensamente, mas creio que deve ficar decepcionado e triste com tantos FWs em nossa comunicação com Ele.
Jesus está interessado numa forma de comunicação pessoal e intensa conosco. Em Sua Palavra Ele enfatiza tantas vezes Seu desejo de ter relacionamento pessoal com cada um de seus filhos. E o melhor de tudo: o canal de comunicação com o Senhor está desimpedido 24 horas por dia, sete dias por semana, sem perigo algum de a conexão cair. E funciona sempre na banda larga mais veloz do universo, a uma velocidade de milhões de kbps (para quem não estiver familiarizado com a linguagem cibernética, a sigla indica a velocidade de tráfego por segundo na internet).
Francamente, amigo, vale a pena, intensificar a comunicação com o Céu. Vale a vida eterna, pois somente aqueles que aqui desenvolverem uma intimidade com Deus terão a chance de vê-Lo face a face, um dia, e estar ao Seu lado por toda a eternidade.
Afinal, se aqui neste mundo nem sempre recebemos resposta aos nossos e-mails, podemos ter certeza de que o Senhor jamais deixará de responder às nossas preces. Sempre. Ainda que a resposta seja espere um pouco, ela virá.
Então, que tal conectar-se agora mesmo com o portal do Céu?
Pr. Wilson Almeida
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