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postado em: 17/12/2010
Falando Francamente
O GPS DIVINO
Gosto muito de estar sempre atualizado com novas tecnologias. Não fui dos primeiros a comprar um aparelho GPS automotivo, mas, tão logo o preço se popularizou, instalei um no meu carro. Eu viajo constantemente e o aparelho tem sido valioso para mim.
Creio que muitos leitores conhecem o funcionamento do GPS, mas para aqueles que não têm muita familiaridade com ele, aí vai uma pincelada bem simples.
GPS (Global Positioning System) é a abreviatura de NAVSTAR GPS (Navigation System with Time And Ranging Global Positioning System). É um sistema de radionavegação baseado em satélites, desenvolvido e controlado pelo departamento de defesa dos Estados Unidos da América que permite a qualquer usuário saber a sua localização, velocidade e tempo, 24 horas por dia, sob quaisquer condições atmosféricas e em qualquer ponto do globo terrestre.
Para uso em veículos, o GPS permite localizar praticamente qualquer endereço e traçar o melhor caminho para se chegar até ele. Basta digitar o destino correto e ele vai mostrar ao motorista um roteiro completo, passo a passo. Além disso, ele mostra a velocidade permitida em cada via, avisando ao usuário que não deve ultrapassar o limite de velocidade, evitando multas por distração. (Para os desavisados, esse uso é permitido pelo código nacional de trânsito brasileiro.)
É, de fato, um aparelho muito útil e me tem sido de grande valia, sempre que preciso ir a um lugar desconhecido, poupando-me tempo precioso.
Tanto na indicação do caminho quanto na informação de velocidade, o GPS não interfere nas decisões do motorista, que pode seguir ou não as instruções. Vamos supor que seu GPS indique certa manobra, como, por exemplo, “a 800m vire à direita para a Rua Tenório Pedreira” e você escolhe desobedecer ao comando. A voz da “Gabriela” do GPS não vai lhe passar uma descompostura: “Caríssimo imbecil, como você não seguiu o caminho que lhe indiquei, agora o problema é seu. Vire-se!” Ao contrário, ela simplesmente informa: “recalculando a rota”. E oferece novas coordenadas, tantas vezes quantas o motorista quiser “desobedecer”.
Mas há um problema: o GPS não é um aparelho totalmente confiável. Como toda a invenção humana, contém falhas e com alguma frequência suas instruções nos levam a ruas sem saída ou nos indicam uma via com mão de direção inversa, e não podemos seguir na contramão. Uma vez, na cidade de Paraty, se eu fosse me basear rigorosamente nas suas instruções teria caído com carro e tudo no mar!
Valendo-nos de uma figura de linguagem, temos à nossa disposição um “GPS divino”, de absoluta confiança, totalmente à prova de falhas, sem as limitações do GPS automotivo. O Senhor tem mil maneiras de nos mostrar o endereço correto para a vida eterna: através de Sua Palavra, pelas respostas às nossas orações, ou impressões que ele coloca em nosso coração mediante o tempo de intimidade que passamos em sua presença... e outro tantos meios usados por Ele para se comunicar conosco.
O Senhor nos indica o melhor caminho, o mais rápido e o mais seguro. Nosso problema está em nossa autossuficiência. Sempre conhecemos um “caminho melhor”, um atalho mais curto, ou uma rota mais pitoresca . E quantas vezes “damos com os burros n’água” – como diz uma expressão popular.
Mas nosso Deus é maravilhoso, cheio de amor e paciência para conosco. Assim como o GPS humano, Ele recalcula imediatamente a rota e nos indica de novo o caminho correto. Talvez, tenhamos de fazer um retorno para voltar à estrada certa e isso nos poderá causar atrasos e transtornos durante a viagem. Várias vezes, tive de rodar quilômetros desnecessários por não seguir o meu GPS. E desobedecer as indicações do GPS divino já me causou sérias dificuldades. Nesses momentos, fico com vontade de me dar umas boas palmadas e dizer para mim mesmo: “Como ainda sou teimoso! Deveria ter obedecido sem discutir”.
Mas não importa o erro, ainda que seja por absoluta obstinação, sempre temos chance de corrigir a rota. E tal como o GPS terráqueo, que jamais nos recrimina, simplesmente reprograma a rota, Deus também não nos lança em rosto a frase que gostamos de usar quando alguém não segue um conselho nosso e se dá mal: “Não te disse, não te disse?”
Ao contrário, o Senhor nos estende a mão e diz: “Filho, filha, estou aqui ao seu lado, venha comigo”. E completa: “Nem eu tampouco te condeno, vai e não peques mais” (Jo. 8:11). Quer dizer que, se nos desviarmos da melhor rota setenta vezes sete, o Senhor nos vai recolocar 490 vezes no caminho correto.
Mas vai aí um conselho amigo: melhor não ficar abusando dessa teimosia, não por causa de Deus, que jamais deixará de amá-lo, mas pelos transtornos que certamente você terá de encarar. Quanto mais rápido obedecer, menos tempo precioso será desperdiçado, diminuindo também os riscos de acidentes.
Talvez você não tenha necessidade de instalar um GPS em seu veículo, mas é absolutamente indispensável seguir o GPS divino: “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6).